quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Recuperação pós treinos com suplementos

Métodos de recuperação pós exercícios e jogos 
Após exercícios  de altas intensidades e jogos oficiais, a recuperação  é um aspecto bastante importante dentro de todo programa de condicionamento físico, tanto para praticantes e atletas, como para técnicos e diversos profissionais ligados à área da saúde. Essa etapa do treinamento físico consiste em restaurar a homeostase dos sistemas orgânicos. Negligenciar o tempo necessário para restauração da condição física antes de um novo estímulo caracteriza uma condição inadequada, pois limita o desempenho e aumenta os riscos de lesões. Ao longo do processo de treinamento, uma sucessão inadequada, no que se refere à relação estímulo-recuperação, pode levar a uma condição de overreaching ou até mesmo de overtraining.
A suplementação é a ingestão de produtos antes, durante e/ou após os exercícios, visando auxiliar no consumo energético e/ou do aporte vitamínico e mineral. Os principais suplementos utilizados durante os exercícios ou como forma de auxiliar na recuperação são: carboidrato, proteína, aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA's) e antioxidantes. A ingestão de carboidrato antes do exercício visa maximizar os estoques endógenos de glicogênio, manter a glicemia durante os exercícios de endurance e, ainda, reduzir as lesões musculares relacionadas ao exercício. A ingestão frequente de carboidratos em quantidades elevadas ao longo de 4-6 horas após exercício é recomendada para garantir a recuperação do glicogênio muscular e hepático.
Estudos sugerem que a ingestão de carboidratos (1,5 g/dia/kg) dentro de 30 minutos após o término do exercício promove a restauração do glicogênio muscular, enquanto a adição de proteína, principalmente na forma de aminoácidos essenciais, pode ter benefícios adicionais no aumento da ressíntese de proteína e glicogênio musculares. Outros métodos, como a crioterapia, o contraste, a massagem, a suplementação com antioxidantes e a recuperação ativa, apresentaram resultados inconsistentes, muito provavelmente devido à grande discrepância entre os protocolos utilizados, que variam muito quanto à dose, frequência, intensidade, duração e ao momento da aplicação do método recuperativo, assim como o estado de treinamento dos participantes e os exercícios realizados durante o estudo.
Referências: SILVA, L.P.O.da. et al. Métodos de recuperação pós-exercício, Rev. educ. fis. UEM vol.24 no.3 Maringá jul./set. 2013.
Texto: Equipe Nutrição & Boa Forma, 2014
Divulgação: Luciano Sousa 
Formação Acadêmica em Educação física e fisiologia do esforço pela UCB 
CBF Academy: Analista de desempenho no futebol 
Email:lucianofisiol@gmail.com 



Controle de carga no futebol

CONTROLE DE CARGA DE ESFORÇO NO FUTEBOL
O CONTROLE DE CARGA DE ESFORÇO NO FUTEBOL DE ALTO RENDIMENTO É MUITO IMPORTANTE, PARA QUE SE PREVINE A SÍNDROME DO OVERTRAINING.  DIMINUINDO OS RISCOS DE LESÕES E OTIMIZAR A PERFORMANCE DO ATLETA. 

A carga de treino pode ser classicamente definida como a soma do trabalho necessário para o atleta, ou o conjunto de tensões funcionais provocadas por esta última em um determinado período de tempo. Pode ser dividida em carga interna e externa. 

Para melhorar o desempenho, então, é necessário cargas individuais apropriadas; Também a carga deve considerar os seguintes parâmetros:
Intensidade: a dimensão / força do estímulo: se fraca não é estimulante.
Duração: depende da objetivo físico.
 Ex: uma repetição de 20 minutos é um trabalho aeróbio se comparado com 4 repetições de 5 minutos que é anaeróbio (a duração é igual mas muda o objetivo).
Densidade: justa relação entre esforço e recuperação.
 Ex: 1 minuto de trabalho e 30 segundos de recupero é uma proporção de 2/1 (2 trabalho/ 1 recupero)
Volume: número e duração do estímulo
Frequência: número certo de treinos por semana. Ex: 5 treinos por semana.
No futebol, que é um esporte coletivo, a carga de trabalho é constituída por todo o estresse de tipo físico, técnico, tático e psicológico e por isso difícil de medir. A fórmula mais utilizada para este fim é:                       Carga de treino = Volume x Intensidade.

 Conhecendo o Volume, que é uma variável escolhida pelo treinador (melhor se é o preparador físico), falta conhecer a Intensidade a fim de dar um "peso" à nossa sessão de treinamento (o  ''peso'' será abordado em posts posteriores sobre a semana padrão).

A carga de treino

Método 1
No geral a intensidade pode ser classificada pelo técnico em 5 níveis:
- Leve
- Média
- Forte
- Intensa
- Máxima
O limite deste método é a Subjetividades de cada atleta.
 
 Método 2
Se usa uma intensidade relativa, ou seja, um relatório em percentagem em comparação com uma referência conhecida. Os mais utilizados são:
Freqüência cardíaca máxima (FC max);
Velocidade aeróbica máxima (Vam);
Velocidade de limiar anaeróbicoo ;
Recorde de velocidade sobre a distância '' x ''.
No caso do treino de força se utiliza a Carga Maxíma que o atleta pode suportar.
O limite deste método no futebol  é a dificuldade de coletar parâmetros precisos durante a execução real da actividade. Um novo método está sendo desenvolvido na Itália com o utilizo dos GPS, mas ainda é só um projeto de pesquisa.
 
Método 3
A Escala de Borg avalia a percepção subjetiva de esforço em relação a uma carga externa. Existem dois tipos: a RPE e a CR10 (as duas escalas são anexadas).
No momento este é o método mais eficaz e cientificamente aceito da medição da intensidade, embora na minha experiência, é muito dependente do tipo de jogador que elabora o teste.
''The Relationship Between Intensity Indicators in Small-Sided Soccer Games'' confirma este método como o mais confiável atualmente.
 

O que é carga interna e externa  de treinamento?

A Carga externa: é a quantificação objetiva dos meios utilizados no treinamento (por exemplo milha percorrida, velocidade, inclinação, tipo de recuperação).

A Carga interna: é representada pela soma da tensão sofrida pelo organismo submetido a uma carga externa; é rigorosamente subjetivo.

Saiba o que ê O Volume e a Intensidade.
 
A carga de treino é o resultado da intensidade e do volume do treino. Quando se falamos em intensidade estamos a abordar os aspetos qualitativos do treino, e quando falamos em volume estamos a abordar os aspetos quantitativos do treino. 

Como calcular o volume de treinamento?
A maneira mais simples de calcular o volume externo ( tempo) e multiplicar pela percepção  de esforço( Carga interna) PS2E(percepção subjetiva de esforço)  realizadas em um período específico de tempo de treinamento, tal como uma semana ou um mês.
Exemplo: Tempo (min.) 60 x 5 ( PSE) =300 (unidades arbitrárias  (u2a.) OBS: Se a carga imposta ao atleta não apresentar variabilidade, e os valores das cargas diárias estiverem sempre mesmo semelhantes a monotonia desse atleta estará alta.

O que é uma carga de treino?
A Carga de treino é calculada para todas as sessões de treino, com base na intensidade e duração. ... A intensidade da sessão é determinada com base na frequência cardíaca e o seu cálculo também é influenciado pelos dados pessoais, como a idade, sexo, peso, VO2max e histórico de treino.

O que é intensidade e volume de treinamento?
Este princípio aborda os diferentes tipos de sobrecarga, ou seja, quando este aumento se dá no volume ou na intensidade de treinamento físico. Qualquer ação de incremento do volume (quantidade) provocará modificações na estimulação da intensidade (qualidade) e vice-versa.
TRIMP é definida como a formação de volume x intensidade de treino e é específico para treinamento de resistência, uma vez que usa a freqüência cardíaca ou zonas de freqüência cardíaca.
TRIMP tempo de treinamento = (minutos) x frequência cardíaca média (bpm). Por exemplo, 30 minutos a 145 bpm. TRIMP = 30 x 145 = 4350.

O que é o volume de treino?
Volume é a quantidade de estímulos de treinamento em um determinado período, e tem vários componentes. Em musculação, os mais importantes componentes do volume são o número de exercícios, o número de séries, e a frequência semanal. O número de exercícios e o número de séries determinam a duração das sessões. 

Monitoramento: verificar as respostas do atleta as cargas de treino executadas e que foram previamente planejadas pelo treinador .Abraço ď
Quantificação: somatório do registro da carga de treinamento que foi planejado e aplicado pelo treinador e efetivamente executado pelo atleta .
Regulação: ajustes nas cargas que ocorrem durante o processo de treinamento em relação às respostas do atleta.

Um dos maiores desafios da atualidade em relação ao risco de lesão em atletas é como realizar esse controle de forma individual, principalmente no esporte coletivo. Assim, visando reduzir o número de lesões e melhorar o desempenho, são aplicadas as seguintes ferramentas para executar o controle de carga de treinamento; o monitoramento, a quantificação e a regulação.
Sendo definidas como:
Monitoramento: verificar as respostas do atleta as cargas de treino executadas e que foram previamente planejadas pelo treinador;
Quantificação: somatório do registro da carga de treinamento que foi planejado e aplicado pelo treinador e efetivamente executado pelo atleta ;
Regulação: ajustes nas cargas que ocorrem durante o processo de treinamento em relação às respostas do atleta.

Fonte: https://www.educacaofisica.com.br 
LOAD CONTROL, 01 de Abril 2019
Wisite.com.br
Ciência do Esporte. Com.br 
Imagem: Google 
Divulgação: Luciano Sousa 
Formação Acadêmica em Educação física e fisiologia do esforço pela UCB / RJ 
CBF Academy: Análista de desempenho no futebol 
Clube Atual: America FC profissional 




COORDENAÇÃO MOTORA

COORDENAÇÃO MOTORA
Coordenação motora é a capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos esqueléticos (grandes músculos), resultando em uma ação global mais eficiente, pratica e econômica. Este tipo de coordenação permite a criança ou adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais rudes.
A capacidade que o corpo tem de desenvolver um movimento é chamada de coordenação motora. saltar, correr, andar, saltar ou realizar tarefas que exijam maior habilidade, como segurar um lápis, desenhar, recortar, tudo isso exige de nós coordenação motora. 
Na coordenação motora, ocorre participação de alguns sistemas do corpo humano, como o sistema muscular, sistema esquelético e sistema sensorial.
COORDENAÇÃO MOTORA FINA
A coordenação motora fina está relacionada com as atividades que requerem o movimento dos pequenos músculos do nosso corpo. Esses movimentos são delicados e específicos, tais como desenhar, digitar no computador, abotoar e desabotoar, encaixar, recortar, etc.
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA
Por outro lado, a coordenação motora grossa diz respeito a atividades que envolvem os músculos maiores do nosso corpo, resultando em movimentos maiores. É o caso de caminhar, saltar, correr, subir e descer escadas, dançar, rastejar, etc.

Na coordenação motora, ocorre participação de alguns sistemas do corpo humano, como o sistema muscular, sistema esquelético e sistema sensorial. 
 A velocidade e a agilidade com que a pessoa responde a certos estímulos medem a sua capacidade motora.
Coordenação motora: É a capacidade que pode ser  desenvolvido em qualquer atleta que está iniciando. 
  Sempre que falamos em organização tática, treino e psicologia, procurando sempre novas respostas para melhorar o futebol que impomos nos nossos atletas.
No entanto, apesar de muitos treinadores terem uma noção melhor do que a que eu tenho, muitos outros treinadores nem sequer usam a coordenação no treino. O nosso cérebro trabalha em conjunto com os nossos músculos, funcionando como um sistema completo.
Essa combinação, a que chamamos coordenação motora, permite que os atletas sejam capazes de realizar as várias ações técnico-táticas, e quanto mais evoluída for a coordenação motora, os atletas podem realizar as várias ações com mais velocidade e eficácia.
Vale lembrar que mesmo nós, nas atividades diárias, utilizamos a coordenação motora para realizar as várias tarefas.
Para os jogadores de futebol, desenvolver a coordenação motora, é extremamente importante.
Na coordenação motora grossa, o jogador desenvolve a sua velocidade de reação em sua movimentação, com mudanças de direção.
 Enquanto que na coordenação motora fina, o jogador desenvolve o seu relacionamento com a bola. Fintas (dribles ) ou passes, exigem coordenação fina ao atleta.
Os músculos têm limites de velocidade, resistência e força. Isto quer dizer que precisámos estender esses limites, treinando os músculos.
Por mais que muitas pessoas por sejam fortes e resistentes, as suas variações  necessitam de uma simetria entre músculos e cérebro e se isso não está em sincronia, esse estímulo não chega, porque estes, para realizarem movimentos, precisam de trabalhar todos de forma organizada e conjuntas. 
O cérebro precisa aprender a trabalhar com os vários músculos para fazer determinado movimento, é aí que entra a coordenação motora.
Qual a diferença entre habilidade motora e coordenação motora?.
Devemos observar que existem diferenças entre capacidade motora e habilidade motora. Capacidade refere-se às qualidades físicas de uma pessoa, um potencial, definido geneticamente, que pode ser atingido ou não. Enquanto que habilidade refere-se a uma tarefa com uma finalidade específica a ser atingida.
O que é uma habilidade motora?
Habilidade motora consistem em movimentos realizados com precisão. Um indivíduo hábil em termos motores demonstra uma elevada capacidade de coordenação de movimentos. Este tipo de habilidade está relacionado com o equilíbrio, estabilidade e manipulação de outros objetos.
O que é aptidão motora?
Aptidão física é a capacidade de realizar atividades do dia a dia com tranquilidade e menor esforço. ... E a segunda refere-se à aptidão para o desempenho em atividades desportivas que associam, além das capacidades acima citadas, a agilidade, velocidade, equilíbrio postural e coordenação motora..
O que é uma habilidade pessoal?
São padrões pessoais que servem para avaliar a excelência dos colaboradores. São consideradas habilidades pessoais, qualidades como: facilidade para trabalhar em equipe, liderança, motivação, vontade de aprender, criatividade,etc. ... Informar o código da tabela de notas utilizada para avaliar cada habilidade pessoal.
O que são as habilidades cognitivas?
As habilidades cognitivas são um conjunto de habilidades que são aprendidas em diferentes graus, conforme um indivíduo cresce e se desenvolve mentalmente. ... Alguns exemplos de habilidades cognitivas incluem habilidades motoras, memória, atenção, percepção e uma categoria ampla conhecida como habilidades executivas.
Fonte: www.portaldaeducação.com 
Imagem: Google fotos
Publicação: Prof° Luciano Sousa 
Formação Acadêmica em Educação física e fisiologia do esforço pela UCB/RJ
CBF Academy: Análise de Desempenho no futebol 
e-mail: lucianofisiol@gmail.com 

A Percepção de Esforço no Treinamento de Força: PSE

A Percepção de Esforço no Treinamento de Força
A complexidade que representa o organismo humano, através da interação dos diferentes sistemas, dificulta a determinação marcador de intensidade mais adequado para determinado exercício físico. Em relação ao TF, outra dificuldade na determinação da intensidade diz respeito à quantidade de variáveis que podem ser manipuladas e que interagem entre si(16). A carga utilizada é considerada como a principal variável moduladora da intensidade deste tipo de treinamento(16). Outras variáveis, como o tipo de contração utilizada, a utilização de repetições máximas (RMs), a velocidade de execução das repetições, o tempo de intervalo entre as séries, a ordem dos exercícios e o número de sessões em um mesmo dia, também são consideradas variáveis de intensidade(17). O número de repetições e séries de uma sessão, bem como o número de sessões semanais são consideradas variáveis de volume do treinamento(17).
Através da manipulação das diferentes variáveis do TF em que foram utilizados protocolos com diferentes intensidades, alguns estudos têm relacionado o aumento da PE com o concomitante aumento dos sinais eletromiográficos da musculatura ativa(18,19), das respostas hormonais(20) e das concentrações de lactato sanguíneo(12,19,21,22). Contudo, é fundamental que se possa compreender de que maneira a PE se comporta através da manipulação das variáveis do TF. Comparações dos valores absolutos dos IEPs entre os diferentes estudos são limitadas, principalmente pelas grandes diferenças entre os protocolos utilizados no TF, bem como aos aspectos diferenciados quanto à PE. Neste sentido, os valores apresentados durante este artigo trarão os valores médios (± desvio padrão) dos IEPs. Nos casos em que diferentes grupos amostrais, sessões e exercícios forem utilizados, os valores aproximados (≅) dos IEPs serão apresentados (sem desvio padrão). Ainda, o tipo de escala utilizada nos diferentes estudos também será descrito individualmente.
Outro aspecto importante refere-se ao tipo de PE avaliada quanto à localização anatômica empregada. Estudos(19,23) têm indicado que, quando a PE é avaliada de forma localizada, ou seja, específica aos grupos musculares ativos em determinado exercício, maior IEP é relatado em relação à PE global. Neste sentido, por entender que os exercícios de força são de natureza localizada, os dados apresentados dos IEPs nesta revisão, serão referentes à PE localizada. Caso o estudo tenha utilizado a PE global ou não esteja especificada, a mesma será descrita.
Cargas utilizadas
Devido à importância que a variável carga assume no TF(17,24,25), maior atenção será dada à mesma neste artigo. Assim, de modo geral, pode-se dizer que quanto maior a carga utilizada maior o IEP relatado. Diferentes estudos(12,18,19,22,23,26-31) identificaram que através do IEP é possível diferenciar a grandeza da carga utilizada, independente da quantidade de repetições, séries e exercícios utilizados.
Alguns pesquisadores(22,23,28,31-33) utilizaram em seus estudos igual número de repetições nas diferentes séries com diferentes cargas, sendo nestes apresentado um aumento linear da PE com o concomitante aumento das cargas utilizadas. Utilizando séries de 12 repetições nos exercícios supino e pressão de pernas, em grupos de homens sedentários, ativos e treinados em força, e fixando os IEPs 11, 13, 15 e 17 da escala RPE de Borg, foram encontrados valores aproximados de 35, 45, 55 e 65% de 1RM, respectivamente(31). Quando séries de 10 repetições foram utilizadas(22), em duas sessões de TF utilizando sete exercícios, com intensidades de 50 e 70% de 1RM, IEPs de ≅ 6 e ≅ 9 foram relatados, respectivamente (dados retirados do gráfico; escala CR10; PE geral). Em outro estudo(33) o IEP foi avaliado após a realização de cinco repetições em três intensidades: 50, 70 e 90% de 5RM, sendo encontrados IEPs (escala RPE) de aproximadamente 10, 14 e 17, respectivamente. Utilizando apenas uma única repetição no exercício extensão de joelhos unilateral em seis intensidades distintas: 40, 50, 60, 70, 80 e 90% de 1RM, alguns estudos têm encontrado IEPs (escala RPE) de aproximadamente 8,10,12,14,16 e 18, respectivamente(23,28).
Mesmo quando diferentes %1RM, número de repetições e igual volume total de cargas (repetições x %1RM) são utilizados, maiores IEPs (escala RPE) foram encontrados nas séries que utilizam maiores cargas (%1RM)(18,19,27). Em séries únicas do exercício supino, realizando oito repetições com 60% de 1RM e seis repetições com 80% de 1RM, um maior IEP foi encontrado na série com cargas mais altas a 80% 1RM (≅15,1 vs. 12,3; escala RPE)(18). Realizando duas sessões com sete exercícios de série única, utilizando 15 repetições com 30% de 1RM e cinco repetições com 90% de 1RM, novamente os exercícios com maior carga apresentaram um maior IEP (≅ 14 vs. 9; escala RPE)(27). Ainda, realizando três protocolos distintos, em que séries únicas do exercício flexão de cotovelos, utilizando 12 repetições a 30% de 1RM, seis repetições a 60% de 1RM e quatro repetições a 90% de 1RM, foram realizadas, os seguintes IEPs médios foram relatados, respectivamente: 11,0 ± 2,0, 12,9 ± 1,1 e 15,6 ± 2,1 (escala RPE)(19). A partir destes estudos, verifica-se que similares volumes utilizados não representam respostas similares da PE.
Ainda, demonstrando a importância da carga como moduladora da PE no TF, mesmo quando séries com maiores volumes e repetições foram utilizadas, não foram suficientes para superar os IEPs daquelas séries com maiores cargas(26,34). Três diferentes protocolos de cinco exercícios, com diferentes cargas e volumes, foram aplicados a homens e mulheres jovens(26). Os protocolos de uma série de 15 repetições com 50% de 1RM, uma série de 10 repetições com 70% de 1RM e uma série de quatro-cinco repetições com 90% de 1RM produziram IEPs médios de 3,7 ± 1,2, 5,6 ± 1,3 e 6,9 ± 1,4, respectivamente (escala CR10; PE global). Em outro estudo(34) a PE geral produzida durante diferentes sessões foi comparada. Os protocolos foram constituídos por duas séries para cada um dos seis exercícios, utilizando 15 repetições com 50% de 1RM, 10 repetições com 70% de 1RM e quatro repetições com 90% de 1RM, produzindo os respectivos IEPs (CR 10): ≅ 3,8, 5,8 e 6,3 (dados retirados do gráfico). Em ambos estudos(26,34), o protocolo de maior carga (90% de 1RM) e menor volume (quatro-cinco repetições) apresentou um maior IEP.
Apesar de vários estudos concluírem que os IEPs são maiores em protocolos com maiores cargas (%1RM)(22,23,28,31-33), mesmo quando menor número de repetições é utilizado(26,34), não estão relatados até que ponto o número de repetições executadas para determinada intensidade (% 1RM), representam repetições máximas (RMs). Poucos estudos avaliaram o IEP em situações utilizando RMs. Utilizando um número predeterminado de RMs (1RM, 6RMs e 10RMs) em diferentes exercícios, homens e mulheres treinadas e não treinadas não apresentaram diferenças nos IEPs(35). Outros estudos(36,37) compararam os IEPs em RMs com diferentes %1RM e exercícios, não encontrando nenhuma diferença nos IEPs. E ainda, mesmo quando um programa de TF é desenvolvido(38) e comparações dos IEPs são avaliadas nas situações de pré e pós-treinamento através da realização de RMs no exercício agachamento, nenhuma diferença foi encontrada. Este comportamento da PE parece ser bastante esperado, visto que, independente do número de repetições realizadas, em todos os casos um esforço máximo ou muito próximo a ele fora realizado, produzindo assim PE máxima ou próxima dela. Mostrando a associação entre a PE e as cargas do TF, alguns estudos têm encontrado correlações altas e significativas em seus achados(29,31,32). Valores de correlação que variaram entre 0,871 e 0,920 (p < 0,05) em três diferentes intensidades em homens e mulheres(32), e valores entre r = 0,826 a 0,922 (p < 0,05) entre quatro intensidades em sujeitos sedentários, ativos e treinados(31) foram reportados. Também utilizando diferentes exercícios, valores entre 0,503 e 0,999 (p < 0,001) foram encontrados(29).Por fim, um aspecto importante refere-se à variabilidade das respostas da PE dos sujeitos em relação às cargas utilizadas. Um comportamento muito distinto do coeficiente de variação (CV) foi observado entre quatro IEPs avaliados, sendo este comportamento similar entre diferentes grupos (sedentários, treinados e ativos) e exercícios estudados(31). Ou seja, à medida que as cargas tornaram-se mais pesadas, mais similares foram as respostas entre os sujeitos (CV do IEP 17 = 5,73 a 10,42%), enquanto que, de forma inversa, quanto menor a carga utilizada maior a variabilidade (CV do IEP 11 = 16,33 a 23,47%). Outros pesquisadores(39) também têm relatado maior precisão das respostas entre os IEPs maiores (IEPs 13 e 17 da escala RPE) em relação aos IEPs menores (IEP 9). Possivelmente, à medida que o custo metabólico do trabalho mecânico é aumentado, maior precisão pode ser atingida(29).Desta forma, em relação a esforços submáximos, pode-se constatar que a PE é sensível à mudança das cargas. Mesmo em situações em que maiores volumes são comparados, as séries em que maiores cargas são utilizadas, um maior IEP é relatado. Já quanto a esforços máximos (RMs), independente do tipo de exercício, cargas e repetições, similar resposta da PE é encontrada. E, por fim, menores variações interindividuais nas respostas da PE são encontradas quando cargas mais próximas de esforço máximo são utilizadas. No quadro 1 estão apresentados os principais resultados sumarizados em relação às respostas da PE e diferentes cargas.
Tipo de contração
São escassos os estudos em que o comportamento da PE foi avaliado em diferentes tipos de contração (concêntrica e excêntrica). Em estudo(40) em que apenas contrações excêntricas foram utilizadas, aumentos dos IEPs ocorreram com os respectivos aumentos das cargas utilizadas. As contrações excêntricas foram realizadas no exercício extensão de cotovelos, sendo que iguais volumes foram utilizados, porém com três diferentes intensidades: 45 repetições com 80% de 1RM (do teste concêntrico), 36 repetições com 100% de 1RM e 30 repetições com 120% de 1RM. Na carga correspondente à 100%, o IEP não apresentou diferenças significativas entre as demais intensidades. Quando foram comparados os dois tipos de contrações em um mesmo protocolo, composto de quatro exercícios e quatro séries de 12 repetições com 80% de 10RMs, sendo utilizadas apenas contrações concêntricas ou apenas contrações excêntricas, maiores IEPs foram relatados na sessão concêntrica em todas as séries(41). Também, quando um protocolo de similar volume foi comparado (seis exercícios, quatro séries de 10 repetições) com diferentes cargas nos dois tipos de contração, concêntrica (65% de 1RM) e excêntrica (85% de 1RM) foram comparados, similares valores do IEP foram encontrados (escala Omni, PE estimada)(42).Já quando as contrações excêntricas são priorizadas (com maior tempo de execução), menor IEP é verificado neste tipo de contração comparado à contração concêntrica(43). Neste estudo(43) foi realizado um protocolo em que as fases concêntricas e excêntricas apresentaram a mesma duração (dois segundos para cada fase) e outro protocolo em que a duração da fase excêntrica era 5 vezes maior (2 segundos na fase concêntrica e 10 segundos na fase excêntrica). Foram utilizadas mesmas cargas (60% de 1RM), número de série (3) e tempo total de duração (144 segundos), variando apenas na quantidade de repetições (12 vs. 4). Um menor IEP (5,4 ± 1,5 vs. 8,3 ± 2,1) (CR10; tipo de PE não informada) foi verificado no protocolo em que a contração excêntrica era predominante. Contudo, é importante ressaltar que, apesar do tempo total de contração ter sido idêntico, a quantidade total de trabalho (número de repetições) foi diferente entre os protocolos, podendo este fator ter ocasionado estes resultados. Desta forma, podemos verificar que nas contrações excêntricas, a diferenciação das cargas utilizadas também é verificada através da PE, porém com maior dificuldade, o que poderia ser justificado possivelmente, pelo diferente padrão de recrutamento muscular neste tipo de contração(41). Ainda, maior PE é apresentada nas contrações concêntricas, possivelmente por maior ativação muscular e maior produção de lactato neste tipo de contração(43).
Tipo e tempo de intervalo entre as séries
Poucos foram os estudos(44-47) que avaliaram o comportamento da PE durante a realização de séries sucessivas, com diferentes intervalos entre estas. Quando comparadas diferentes formas de intervalos entre séries de EF, foi verificado que a utilização de repouso ativo de baixa intensidade em cicloergômetro provocou menores IEPs entre as séries, quando comparado com repouso passivo ou ativo de moderada intensidade(44). Também séries intermitentes (2 x 6 repetições) com pequenos intervalos (15 segundos), produzem menores IEPs, quando comparados com séries contínuas (1 x 12 repetições)(47).Entretanto, quando são comparados diferentes tempos de intervalos (1, 2 e 3 minutos) entre as séries de EF(46), assim como em contrações isocinéticas (40 e 160 segundos)(45), observa-se comportamento crescente dos IEPs no transcorrer das séries; contudo, nenhuma diferença foi encontrada entre os diferentes protocolos. Ressalte-se que em ambos os estudos(45,46), apenas um exercício foi utilizado e com reduzida quantidade de séries (três – quatro).Ainda, é importante relatar que o comportamento da PE em relação ao tempo de intervalo entre as séries está diretamente ligado à quantidade de séries realizadas, ou seja, ao grau de esforço ou de fadiga que o grupo muscular específico ou do corpo como um todo é submetido.
Velocidade de execução
Alguns trabalhos têm analisado o comportamento da PE em relação à velocidade ou ao tempo de execução das repetições. Utilizando tempos de execução de 2 e 10 segundos na fase excêntrica do exercício, maior IEP foi encontrado no protocolo mais rápido(43). Conforme mencionado anteriormente no tópico relacionado ao tipo de contração, este estudo(43), apesar de apresentar um similar tempo total de contração em ambos os protocolos, a quantidade de repetições foi diferenciada. Assim, maiores IEPs nas contrações rápidas podem ter ocorrido pela maior quantidade de repetições realizadas (12) quando comparados ao protocolo lento (4), bem como, pela maior quantidade de trabalho concêntrico neste protocolo. Não foram encontradas diferenças na PE quando dois exercícios e duas cargas (60 e 80% 1RM) foram comparados em duas velocidades de execução, sendo uma com duração de 10 segundos para cada fase (concêntrica e excêntrica) e a outra com o tempo de contração em que os sujeitos estivessem habituados(37). Contudo, é importante observar que RMs foram utilizadas, ou seja, independente da velocidade, cargas ou exercícios, sempre um esforço máximo foi realizado, e possivelmente produzindo uma mesma PE nas diferentes situações. Em outro estudo(48), três protocolos de TF foram comparados, tendo sido utilizadas seis séries de seis repetições no exercício agachamento, com dois minutos de intervalos entre as séries. Para que se pudesse garantir a realização completa de todos os protocolos nas três velocidades, diferentes cargas foram empregadas. No protocolo super lento (10 segundos para cada fase, concêntrica e excêntrica) foi utilizado 55% de 1RM, no tradicional (não foi mencionada a velocidade) foi utilizado 80% 1RM, e no protocolo de velocidade explosiva (máxima velocidade) utilizou-se 30% de 1RM. O protocolo de maior velocidade apresentou menor PE em relação aos demais protocolos, não apresentando diferenças entre o protocolo tradicional e o super lento. Apesar de cargas diferenciadas terem sido empregadas, é importante observar que cargas menores podem apresentar similar PE quando comparadas a cargas maiores (55% vs. 80% 1RM) em que diferentes tempos de trabalho são utilizados. Os autores especulam que maiores tempos de tensão podem contribuir com o aumento da PE, apresentando diferentes mecanismos neurológicos de avaliação da PÉ Comparações utilizando contrações isocinéticas também foram realizadas(49). Utilizando o exercício extensão/flexão de joelhos (concêntrico) em três diferentes velocidades: 50, 100 e 200º.seg-1, os resultados indicaram menor IEP com o aumento da velocidade: 18,8 ± 1,2, 18,2 ± 1,8 e 17,2 ± 2,9 (escala RPE; tipo de PE não informada), respectivamente. Apesar de os autores não relatarem se as diferenças encontradas nos IEPs foram ou não significativas, observa-se que a quantidade de repetições realizadas em cada velocidade foi diferente (28,5 ± 9,9, 78,7 ± 20,3 e 141,5 ± 12,7 para as velocidades de 50, 100 e 200º seg-1, respectivamente).Apesar de os estudos citados(48,49) sugerirem menor PE em maiores velocidades de execução, as diferenças entre os protocolos e os procedimentos estatísticos adotados dos mesmos impedem conclusão mais definitiva quanto ao comportamento da PE em relação à velocidade de execução. Além disso, sempre que são comparadas diferentes velocidades nos protocolos de TF, outras variáveis podem afetar os resultados, como por exemplo o tempo total de trabalho e/ou o número de repetições.
Ordem dos exercícios
A PE geral da sessão parece não ser influenciada pela manipulação da ordem dos exercícios(50-53). Em sessões em que três séries de RMs para cada EF foi utilizada, a manipulação de três(50), cinco(51) e seis(53) exercícios não modificou o comportamento da PE da sessão em nenhum dos protocolos. Este comportamento similar da PE também é observado, quando a ordem de apenas um exercício (agachamento) é alterada, podendo o mesmo ser feito no início ou ao final da sessão (quatro séries de RMs com 85% de 1RM), sendo mantidos os demais exercícios (três séries de 8-10RMs)(52). Contudo, alguns aspectos devem ser observados. Primeiro, que em todos os estudos citados, RMs foram utilizadas nos diferentes protocolos, aspecto já anteriormente detalhado. Segundo, que a avaliação da PE ocorreu sempre após a sessão como um todo, não sendo consideradas diferenças entre os exercícios de forma individual.Desta forma, os estudos indicam que a ordem dos exercícios, realizados através de RMs, não modifica a PE geral da sessão. Contudo, mais estudos são necessários para que seja possível determinar se a PE específica a determinado exercício não é alterada pela manipulação de sua ordem em um mesmo protocolo, bem como pelas repetições com esforços submáximos.
Número de séries e exercícios
O comportamento da PE durante a realização de sucessivas séries e exercícios ainda necessita atenção, pois as diferenças do volume total da sessão, os intervalos utilizados entre as séries e a forma como os dados são analisados dificultam conclusão mais apurada. Quando um único exercício é realizado com reduzida quantidade de séries (três séries)(46), ou até mesmo com maior quantidade (seis séries)(48), menor IEP é relatado nas primeiras séries em relação às demais. Este comportamento também é observado quando a avaliação do IEP é realizada em um único exercício realizado em diferentes momentos da sessão (início e final), em que as primeiras séries (um-dois) produzem menores IEPs do que nas últimas séries (três-quatro)(52).Da mesma forma, os IEPs apresentaram comportamento crescente ao longo de quatro séries de 12 repetições (80% de 10RMs) em quatro exercícios (supino, extensão de joelhos, desenvolvimento de ombros e flexão de joelhos), tanto em contrações concêntricas como excêntricas(41). Mesmo assim, ao iniciar o exercício subsequente, os valores dos IEPs retornavam aos índices iniciais. Outros estudos que utilizaram apenas um exercício (agachamento) e múltiplas séries (seis-sete), também verificaram o aumento progressivo dos IEPs no decorrer das séries(44,54).Em outros estudos(26,34), este comportamento crescente dos IEPs não foi observado. Os protocolos utilizados foram similares nas cargas e repetições utilizadas (50% – 15 repetições, 70% – 10 repetições e 90% – quatro repetições) e diferentes no número de exercícios (seis e cinco), número de séries (duas e uma) e tempos de intervalo (60-90 e 120 segundos)(26,34). Apesar de os estudos não relatarem de forma estatística o comportamento dos IEPs nos diferentes exercícios e séries, percebe-se que sua variação não ocorre de forma crescente.E ainda, comparando 25 semanas de TF de homens e mulheres, em que metade desta amostra realizava séries simples, enquanto que a outra metade séries múltiplas (três) em dois diferentes exercícios, nenhuma diferença estatística foi encontrada nos IEPs entre os grupos com número de séries diferenciados(55).Através dos dados disponíveis na literatura quanto ao comportamento da PE em relação ao número de séries e/ou exercícios, não se pode chegar a nenhuma conclusão plausível. Possivelmente, volumes maiores de séries e/ou exercícios, principalmente quando aplicados a um mesmo grupo muscular, possam causar maior fadiga e, consequentemente, maior PE. Contudo, o tempo de intervalo pode ser decisivo na recuperação parcial ou total da musculatura envolvida e, consequente, no comportamento da PE.
Tipo de exercício
Apesar de poucos estudos terem utilizado o tipo de exercício como a variável principal, esta parece apresentar influência expressiva na PE. Quando cargas selecionadas de forma voluntária foram utilizadas em diferentes exercícios, o comportamento da PE apresentou-se muito similar entre os mesmos(56). Neste estudo foi solicitado que os sujeitos (30 homens e 17 mulheres) escolhessem a carga e o número de repetições que julgassem necessários para a melhora da força muscular. Foram utilizados cinco exercícios e permitidas duas tentativas para cada exercício. Apesar de o número de repetições ter sido diferente entre os exercícios, os IEPs nos diferentes exercícios foi muito similar (IEP @13; escala RPE). Da mesma forma, não foram encontradas diferenças nos IEPs entre os exercícios agachamento e desenvolvimento de ombros, e supino e pressão de pernas, respectivamente, em diferentes intensidades com RMs(35,37). Estes resultados sugerem que exercícios mono e poliarticulares, que ativam pequenos e grandes grupos musculares, respectivamente, parecem não afetar de forma diferenciada a PE(29).Entretanto, este comportamento da PE não foi semelhante em outros estudos(26,31,34). Utilizando cinco exercícios em diferentes intensidades, em que além do IEP de cada exercício, o IEP da sessão também foi avaliado, respostas diferentes foram observadas(26). Nos exercícios supino e pressão de pernas, iguais IEPs foram relatados quando comparados com os IEPs da sessão, enquanto que os demais exercícios (desenvolvimento, extensão e flexão de cotovelos) estas respostas foram diferentes à PE da sessão. Pequenas diferenças também foram encontradas no comportamento da carga utilizada (%1RM) quando diferentes IEPs (11, 13, 15 e 17 da escala RPE, PE produzida) foram aplicadas a grupos com distintos níveis de treinamento(31). Homens fisicamente ativos e treinados em força, utilizaram maior %1RM nos IEPs menores (11 e 13 da escala RPE) no exercício supino, quando comparados no exercício pressão de pernas. Esta diferença não foi significativa no grupo de sedentários. Da mesma forma, em outros estudos(22,41,57) também foram verificadas estas diferenças, e apesar de não terem sido comparadas estatisticamente, são referidas pelos autores. Estas diferentes respostas apresentadas pelos sujeitos são justificadas por alguns autores pelas possíveis influências quanto ao tipo de equipamento utilizado(31), ordem dos exercícios, volume de massa muscular e tipo de fibra muscular predominantes exigidos no exercício(34). Apesar destas justificativas, as diferenças encontradas nos diferentes estudos não apresentaram padrão específico de comportamento, relativo aos grupos musculares ou às intensidades, o que impossibilita conclusões consensuais. A comparação da real intensidade entre diferentes exercícios é tarefa muito difícil para pesquisadores e profissionais da área. Diferenças nos volumes musculares, tipos de alavancas articulares, tipos predominantes de fibras musculares, velocidade angular de execução, amplitude do movimento, nível de treinamento do grupo muscular, coordenação inter e intramuscular, são variáveis que podem influenciar na intensidade do exercício e, consequentemente, na avaliação da PE. Porém, os estudos apresentados até então na literatura indicam que nenhuma ou pequenas diferenças são encontradas entre os diferentes exercícios quando similar intensidade de esforço é aplicada.
Número de repetições
O IEP aumenta de acordo com o incremento do número de repetições para uma mesma carga(12,40,46,58). Este comportamento foi verificado em sucessivas avaliações da PE a cada repetição de diferentes séries(30,46), bem como na avaliação da PE ao final de séries compostas por diferentes número de repetições (quatro, oito e 12) para uma mesma carga (65% de 1RM)(12). Em protocolos com contrações excêntricas, em que foram utilizadas diferentes cargas (80, 100 e 120% de 1RM – teste concêntrico) e repetições (45, 36 e 30), o IEP também aumentou conforme o número de repetições aumentava(41), sendo este incremento linear em conformidade com o incremento das repetições(30).
Este comportamento da PE em relação ao número de repetições é possível de ser explicado, sobretudo pelo fato de que maior quantidade de trabalho (repetições e/ou cargas) pressupõe maior PE. Contudo, é fundamental que se observe, em termos de aplicação prática da PE no TF, que a relação da PE com a carga, por exemplo, é diretamente relacionada à quantidade de repetições realizadas. Ou seja, utilizando-se o estudo de Lagally et al.(18) como exemplo, um IEP de ≅12,3 (escala RPE) somente corresponderá a um valor aproximado da intensidade de 60% 1RM se forem utilizadas oito repetições na série.


Nível de treinamento
A PE em pesquisas científicas tem sido investigada em indivíduos com diferentes características, sobretudo relacionadas ao nível de treinamento físico ou de experiência com exercícios de força. A grande maioria dos estudos é composta por indivíduos jovens praticantes do TF(12,19,22,23,26-30,34,41,44,50-52,55,57,59). Alguns estudos utilizaram sujeitos fisicamente ativos, mas sem que estivessem participando de treinamentos regulares com EF(46,58). Outros estudos caracterizaram os sujeitos de suas amostras como não treinados; contudo, não deixaram claro se os mesmos se referiram à modalidade específica de treinamento com pesos ou de qualquer outra modalidade(40,54).Poucos estudos apresentam amostras em que sujeitos treinados em força foram comparados com indivíduos que não praticavam a modalidade(18,31,35,36). Quando IEPs foram comparados entre homens e mulheres treinados e destreinados, em dois exercícios e em duas intensidades (6 e 10RMs), das 8 comparações possíveis, apenas uma apresentou diferenças significativas (10RMs homens treinados – IEP 6,6 ± 1,6 vs. homens destreinados – IEP 8,8 ± 1,4; escala CR10)(60). Respostas similares também foram encontradas em outros estudos(36), em que RMs foram utilizadas entre os diferentes grupos (treinados e não treinados). Mais uma vez, é importante ressaltar que RMs foram utilizadas, sendo que o comportamento similar das respostas dos IEPs tenha sido mais provável por este motivo, do que pela condição física da amostra utilizada. Ainda, em outro estudo(18), em que foram utilizados dois protocolos distintos (6 repetições x 80% 1RM e 8 repetições x 60% 1RM) e aplicados a mulheres jovens treinadas e não treinadas, nenhuma diferença foi encontrada entre os grupos em ambas as intensidades. Contudo, os autores não mencionam se os protocolos foram ou não realizados com RMs.Ao contrário dos demais estudos supracitados, apenas um estudo foi localizado, em que esforços submáximos tenham sido utilizados em três níveis de condição física da amostra(31). Neste estudo foram comparados homens jovens em três níveis de treinamento, conforme seu histórico recente (12 meses) de prática de exercícios: sedentários (GSE), fisicamente ativos (GAT) e treinados em força (GTF). Os resultados indicaram que comportamento diferenciado foi encontrado entre os três grupos, indicando que o GSE necessitou de menor carga relativa (%1RM) para todos os IEPs utilizados (IEPs 11, 13, 15 e 17, escala RPE), quando comparado com o GTF. Já o GAT apresentou %1RM menores ao GTF nos IEPs menores (11 e 13), sendo que nos IEPs maiores (15 e 17) os %1RM foram maiores que o GSE (tabela 1). O autor justifica que, apesar de um mesmo percentual da carga máxima (%1RM) indicar um mesmo esforço relativo entre diferentes sujeitos, esta premissa pode não ser verdadeira no TF, pois sujeitos melhor treinados conseguem realizar maior quantidade de trabalho (RMs) para uma mesma carga relativa (%1RM). Esta justificativa já foi verificada em outros estudos(31,61), em que os autores concluíram que maior capacidade dos sujeitos treinados em força em tolerar a fadiga e a dor, por apresentarem melhor capacidade da via glicolítica e melhor coordenação inter e intramuscular, proporciona aos mesmos realizar e suportar maior quantidade e intensidade de trabalho total. Desta forma, parece ainda existir uma lacuna a respeito da influência do nível de treinamento dos sujeitos na avaliação da PE, sendo necessário maior número de investigações para definir esta dependência.
Sexo
A composição das amostras nos estudos envolvendo a PE em TF é bastante variada. Alguns estudos optam em utilizar apenas homens(22,28), enquanto que em outros a amostra é constituída unicamente por mulheres(19,50). Também, a utilização de amostras mistas é bastante utilizada, sendo que boa parte dos estudos agrupam os sexos sem fazer referência sobre o comportamento da PE entre os mesmos(18,19,26,27,34,46,50,51,59).Quando os dados da PE são avaliados estatisticamente entre os sexos, praticamente todos os estudos encontrados apresentaram comportamento similar entre homens e mulheres em diferentes intensidades e exercícios(12,23,30,32,33,55-58). Apenas no estudo de O'Connor et al.(40) foram encontradas diferenças entre homens e mulheres, em que as mulheres perceberam as intensidades de forma menos intensa que os homens. Os autores concordam que seus dados são inconsistentes com os demais dados da literatura, mas sugerem que mecanismos neurobiológicos poderiam ocasionar estas diferenças. Da mesma forma, neste estudo, apenas contrações excêntricas foram utilizadas, podendo este aspecto dificultar o entendimento destas diferenças.
CONCLUSÕES
A PE é um método de modulação da intensidade de esforço que pode ser relacionado a diferentes variáveis de treinamento de força, sobretudo à carga. Independente do sexo, homens e mulheres apresentam boa capacidade de distinção de diferentes cargas através da PE, apresentando comportamento linear entre PE e a carga utilizada. Ainda, cabe ressaltar que quanto mais pesadas as cargas utilizadas, menor a variabilidade das respostas entre os sujeitos. Em relação à carga e ao esforço realizado, em cargas que esforços máximos (RMs) são realizados, similares respostas da PE são encontradas, enquanto que, em esforços submáximos (%1RM), a PE é diferenciada em relação a diferentes cargas.Diferentes exercícios utilizados (mono ou poli articulares, com pequenos ou grandes grupos musculares envolvidos) parecem apresentar um mesmo comportamento da PE, sendo que a manipulação da ordem dos mesmos não modifica a PE geral da sessão, podendo, contudo, interferir na avaliação individual de determinado exercício. O aumento na quantidade de repetições e séries realizadas em determinado exercício ou sessão, causa o aumento da PE, atribuídos ao grau de fadiga localizada dos músculos envolvidos. Neste sentido, intervalos mais prolongados podem garantir respostas similares da PE entre as diferentes séries ou exercícios. As contrações excêntricas, comparadas às contrações concêntricas, apresentam menores valores dos IEP. Contudo, estas variáveis ainda merecem mais estudos para que conclusões com maior suporte sejam referidas. Em relação ao perfil dos sujeitos, o sexo parece não representar um fator de diferenciação da PE, enquanto que, em relação à condição de treinamento, mais estudos também são necessários. Assim, o uso da PE parece ser método confiável para a mensuração do esforço no TF, sendo imprescindível controle adequado das variáveis do treinamento envolvido, bem como dos sujeitos a qual a mesma se aplica.
APLICAÇÕES PRÁTICAS
Para que possamos minimizar os erros de utilização e avaliação da aplicação prática da PE ao TF, é importante ressaltar a necessidade de se seguir rigorosamente os protocolos utilizados nos estudos, tanto do TF como da PE, visto que a alteração de determinadas variáveis pode decorrer em resultados diferenciados. Utilizando quantidade de repetições mais frequentemente recomendada ao TF (12 repetições), com cargas representando esforços submáximos em diferentes exercícios, os resultados apresentados por Tiggemann(31) parecem ser adequados e úteis (tabela 1). Neste sentido, observando o protocolo adotado neste estudo(31), alguns cuidados devem ser tomados, entre os quais: um devido esclarecimento e familiarização da escala RPE de Borg, utilizando os IEPs entre 7 e 19, sendo os valores 6 e 20 apenas pontos de referência de um esforço mínimo e máximo (12RMs) imaginário; determinação da PE do tipo localizada; avaliação da PE deverá ser feita imediatamente após a realização de séries de 12 repetições, em um ritmo de três segundos para cada repetição; realizar no máximo três séries para um mesmo grupo muscular, intercalando os diferentes exercícios e respeitando um intervalo mínimo de três a cinco minutos entre os mesmos. Assim, a partir da realização deste protocolo, em poucas sessões é possível de serem estimadas as cargas empregadas (%1RM).Ainda, por se tratar de valores médios, é importante relembrar que podem ocorrer diferenças entre os sujeitos. Borg(3) ressalta ainda que "não se pode esperar que todas as pessoas forneçam classificações confiáveis e válidas, qualquer que seja o método de determinação de escala utilizada" (p. 17). Relata ainda que, cerca de 5 a 15% dos indivíduos, poderão ter dificuldades de compreender as instruções e as solicitações, assim como dificuldades nas habilidades verbais e matemáticas de entendimento.Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.
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Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Grupo de Pesquisas em Atividade Aquática e Terrestre – GPAT
Rua Felizardo 750, Jardim Botânico - Porto Alegre/RS – 90690-200
Email: cltiggemann@yahoo.com.br ronei.pinto@ufrgs.br kruel@esef@ufrgs.br 
Postagem: Prof ° Luciano Sousa 
Formação Acadêmica: Ed. Física e Fisiologia do Esforço,  UCB – Universidade Castelo Branco no RJ 
CBF Academy: Análista de desempenho no futebol 2019
Email: lucianofisiol@gmail.com 


quinta-feira, 5 de setembro de 2019

IDADE ÓSSEA


 
A idade óssea é uma maneira de descrever o grau de maturação dos ossos de uma criança. Durante o crescimento da pessoa desde a vida fetal até a infância, puberdade e o seu final como um adulto jovem, os ossos do esqueleto mudam de tamanho e forma. Essas mudanças podem ser vistas no raio-X. A "idade óssea" de uma criança é a idade média em que as crianças atingem este estágio de maturação. A altura e idade óssea atuais de uma criança podem ser usadas para prever a sua altura quando adulta.
Ao nascer, apenas as metáfises dos ossos longos estão presentes. Os ossos longos são aqueles que crescem principalmente por elongação em uma epífise, na extremidade do osso em crescimento. 
Resultado de imagem para epifise ossea
São ossos longos os fêmures, as tíbias e as fíbulas dos membros inferiores; os úmeros, rádios e ulnas dos membros superiores (braço e antebraço) e as falanges dos dedos. Os ossos longos das pernas compreendem quase metade da altura adulta. Os outros componentes esqueléticos primários da altura são a espinha dorsal e o crânio.
À medida que uma criança vai crescendo, as epífises se tornam calcificadas e aparecem nos raios-X, assim como os ossos carpo e tarso das mãos e dos pés, separados na radiografia por uma camada invisível de cartilagem onde boa parte do crescimento está ocorrendo. 

Conforme os níveis de esteróides sexuais crescem durante a puberdade, a maturação do osso acelera, e o osso começa a se aproximar do tamanho e da forma que terá na idade adulta. 

HORMÔNIOS
hormônio do crescimento, do inglêsgrowth hormone (GH), é produzido pelaglândula hipófise, localizada na base do crânio, e desempenha um importante papel no corpo humano. Ele é fundamental para o crescimento desde os primeiros anos de vida até quando atingimos idades mais avançadas, onde ainda é produzido.  Durante a noite, enquanto dormimos, ocorre a maior liberação do GH que após secretado estimula as células do nosso fígado para a produção do IGF-1 ou fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1. O IGF-1 é uma proteína com 70 aminoácidos que recebe esse nome por ter a sua estrutura muito semelhante à Insulina. A produção de IGF-1 é essencial para a nossa saúde por estimular o crescimento celular, diminuir o percentual de gordura corporal, aumentar o anabolismo e a definição muscular, aumentar a síntese proteica, aumentar a reparação celular e aumentar a performance cardiovascular.Existem mais de 800 estudos na literatura sobre o IGF-1, um deles em especial de Chicharro et al publicado recentemente no British Journal of Sports Medicine mostrou que ocorre um aumento nos níveis de IGF-1 em atletas durante a  primeira semana de treinamento.   Ainda segundo o estudo, o aumento nos níveis de IGF-1 foram relacionados com aumento da recuperação muscular após o exercício. Isso foi relacionado com a regulação endócrino-imune, ou seja, houve resposta inflamatória menor mediada pelos linfócitos (células de defesa).  Mas se você não é um atleta seguem aqui algumas dicas para manter os níveis ideais de GH e IGF-1:   
• Ter uma nutrição adequada rica em proteínas como: ovos, carne vermelha magra, frango, peixes e derivados do leite;
• Ter uma baixa ingestão de açúcar e por conseqüência níveis adequados de insulina no sangue;
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas principalmente a noite.
• Não ser uma pessoa sedentária, ou seja, fazer pelo menos 150 minutos de exercícios semanalmente;
• Ter uma boa noite de sono,
• Ter níveis adequados de magnésioe de vitamina B6.   
Mesmo que você siga todas essas recomendações a produção do IGF-1 decresce com o envelhecimento principalmente a partir dos 50 anos por diminuição dos níveis de GH. Em alguns casos específicos é necessária a terapia com hormônio do crescimento, no entanto, isso irá depender de uma avaliação criteriosa com um médico especialista. O uso indiscriminado do GH sem indicação médica ou para fins estéticos é um risco para a saúde e não deve ser feita em hipótese alguma.   
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As porções restantes de cartilagem das epífises tornam-se mais finas. Quando as zonas cartilaginosas desaparecem, se diz que as epífises estão "fechadas", pois não haverá mais crescimento dos ossos. Uma pequena porção de crescimento da espinha dorsal conclui o crescimento de um adolescente.
Endocrinologistas pediátricos são os médicos que mais comumente requisitam e interpretam raios-x de idade óssea e avaliam crianças quanto ao crescimento (seja ele acelerado ou atrasado) e ao desenvolvimento físico.

Métodos

O método usado mais frequentemente é baseado em um único raio-x de mão e punho. Uma mão é fácilmente radiografada com radiação mínima, e tem a vantagem de mostrar vários ossos de uma vez só. Os ossos do raio-X são comparados com os de um atlas padrão, geralmente o de Greulich e Pyle.
Um método mais complexo também baseado em raios-X das mãos é o "TW2". Um atlas baseado na maturação do joelho também foi compilado. Os mãos das crianças não mudam muito no primeiro ano de vida e, se for necessário verificar precisamente a idade óssea, um raio-X de cerca de metade do esqueleto (uma visão "hemiesqueletal") pode ser obtido para verificar algumas das áreas que mudam mais durante a infância, tais como ombros e pélvis.

Predição da altura

2Foram compiladas estatísticas para indicar a percentagem de crescimento vertical restante em certa idade óssea. Por aritmética simples, a altura prevista de um adulto pode ser computada a partir da altura infantil e da idade óssea. Tabelas separadas são usadas para garotos e garotas devido à diferença que os sexos têm em cronologia da puberdade, e percentagens um pouco diferentes são usadas para crianças com maturação óssea incomumente avançada ou atrasada. Essas tabelas, as tabelas Bayley-Pinneau, são incluídas como um apêndice no atlas de Greulich e Pyle.

Em vários problemas que envolvem crescimento atípico, a predição da altura a partir da idade óssea é menos precisa. Por exemplo, para crianças nascidas pequenas e que permanecem pequenas depois do nascimento, a idade óssea é extremamente inacurada.

Aplicação clínica da leitura da idade ósseaResultado de imagem para leitura idade ossea


Uma idade óssea avançada ou atrasada nem sempre indica doença ou crescimento patológico. A idade óssea pode ser normal em alguns problemas de crescimento anormal. Crianças não amadurecem exatamente ao mesmo tempo; assim como há grande variação entre a população normal quanto à idade de perder os dentes ou de menstruar pela primeira vez, a idade óssea de uma criança saudável pode estar dois anos adiantada ou atrasada.
Uma idade óssea avançada é comum quando uma criança teve elevação prolongada nos níveis de esteróides sexuais, o que ocorre nos casos de puberdade precoce ou de hiperplasia adrenal congênita. A idade óssea é frequentemente marginalmente avançada com a prematura adrenarca, quando uma criança é obesa desde cedo ou quando ela tem lipodistrofia. A idade óssea pode ser significativamente avançada em síndromes genéticas de crescimento excessivo, tais como síndrome de Sotos, síndrome Beckwith-Wiedemann e síndrome Marshall-Smith.
A maturação óssea é "atrasada" com a variação do desenvolvimento normal chamada Atraso constitucional do crescimento, mas também está ligada à falha de crescimento devido à deficiência de hormônio do crescimento e ao hipotireoidismo.

Referências

  1. Greulich WW, Pyle SI: Radiographic Atlas of Skeletal Development of the Hand and Wrist, 2nd edition. Stanford, CA: Stanford University Press, 1959.
  2. Tanner JM, Whitehouse RH, Marshall WA, et al.: Assessment of Skeletal Maturity and Prediction of Adult Height (TW2 Method). New York: Academic Press, 1975.
                                   FASES DE CRESCIMENTO

  


Porque o crescimento é importante?
A fase de crescimento de um indivíduo começa no momento da fecundação e vai até por volta dos vinte anos de idade quando se completa o processo de maturação dos sistemas e crescimento estatural, marcando o início da fase adulta. Apesar de não existirem evidências de que uma maior estatura esteja relacionada a sucesso profissional e nos relacionamentos, a estatura é um dos atributos físicos valorizados pela sociedade e freqüentemente é motivo de preocupação dos pais, da criança e do próprio indivíduo quando adulto.
Quais são os principais hormônios do crescimento?Resultado de imagem para hormonio do crescimento gh

Embora vários hormônios, nutrientes, condições fisiológicas e psicológicas participem do crescimento podemos destacar dois hormônios principais:
1) Hormônio de crescimento: produzido pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro do tamanho de uma ervilha.Resultado de imagem para hormonio do crescimento gh

2) IGF 1: produzido pelo fígado sob estímulo do hormônio de crescimento. É o IGF1 que vai até a cartilagem do osso e promove o crescimento.

Quem possui baixa estatura? 
A baixa estatura ou crescimento deficiente pode ser caracterizada por uma destas três situações:
1) uma ALTURA abaixo da esperada quando comparada à população geral;
2) uma ALTURA abaixo da esperada quando comparada ao seu potencial familiar;
3) um CRESCIMENTO abaixo do esperado para a faixa de idade.

Na primeira situação, uma pessoa tem altura abaixo da esperada quando sua altura está abaixo do percentil 3 do gráfico de altura da população para aquele sexo. Estar abaixo do percentil 3 significa estar entre os três menores quando comparado a outras 99 pessoas do mesmo sexo e idade. Veja, na tabela abaixo, que altura aproximada corresponde ao percentil 3 para cada sexo e idade.
Idade
Masculino
Feminino
2 anos
82 cm
82 cm
3 anos
89 cm
89 cm
4 anos
96 cm
96 cm
5 anos
102 cm
102 cm
6 anos
108 cm
108 cm
7 anos
114 cm
113 cm
8 anos
119 cm
117 cm
9 anos
124 cm
123 cm
10 anos
128 cm
128 cm
11 anos
133 cm
133 cm
12 anos
137 cm
142 cm
13 anos
144 cm
148 cm
14 anos
152 cm
151 cm
15 anos
160 cm
153 cm
16 anos
164 cm
154 cm
17 anos
165 cm
154 cm
18 anos
166 cm
154 cm

Na segunda situação, uma pessoa tem altura abaixo da esperada quando sua altura está abaixo do canal de crescimento familiar. De acordo com a estatura dos pais, toda criança possui uma faixa de estatura final esperada. Se a altura de uma criança está abaixo do canal familiar que conduz o crescimento para a sua faixa de estatura final esperada, a baixa estatura deve ser investigada.

Para calcular a Estatura-Alvo na idade adulta de acordo com a altura dos pais, clique aqui.
http://www.endocrinologia.com.br/html/potencialfamiliar.php

Na terceira situação, uma pessoa que esteja com uma altura adequada do ponto de vista populacional e familiar, mas que nos últimos doze meses tenha crescido abaixo do esperado para a sua idade e sexo, já possui um crescimento deficiente e as causas devem ser avaliadas mesmo antes que ela apresente uma baixa estatura. Veja na tabela abaixo, qual é o velocidade de crescimento MÍNIMA esperada para cada sexo e faixa de idade. Esses valores podem variar se houver atraso ou avanço da idade óssea e dependendo da época da primeira menstruação.
Idade
Masculino
Feminino
2 a 3 anos
5,7 cm/ano
5,9 cm/ano
3 a 4 anos
5,1 cm/ano
5,2 cm/ano
4 a 5 anos
4,7 cm/ano
4,7 cm/ano
5 a 6 anos
4,5 cm/ano
4,5 cm/ano
6 a 7 anos
4,2 cm/ano
4,4 cm/ano
7 a 8 anos
4,1 cm/ano
4,3 cm/ano
8 a 9 anos
3,8 cm/ano
4,1 cm/ano
9 a 10 anos
3,7 cm/ano
4,3 cm/ano
10 a 11 anos
3,7 cm/ano
4,8 cm/ano
11 a 12 anos
3,8 cm/ano
6,1 cm/ano
12 a 13 anos
4,9 cm/ano
3,7 cm/ano
13 a 14 anos
7,1 cm/ano
1,4 cm/ano
14 a 15 anos
4,1 cm/ano
 
15 a 16 anos
1,2 cm/ano
 

Quais são as causas da baixa estatura?
A causa da baixa estatura é multifatorial, ou seja, vários fatores podem estar participando da deficiência de crescimento. A desnutrição é uma causa importante e pode estar relacionada a alterações do apetite, maus hábitos alimentares ou problemas de absorção intestinal. Um aspecto preocupante é a ingestão deficiente de leite e proteínas freqüentemente encontrada mesmo em crianças de classes sociais mais altas por descuido ou desinformação. Outro ponto de preocupação é a alimentação deficiente observada em adolescentes, sobretudo do sexo feminino, com receio de desenvolver obesidade. Doenças genéticas, respiratórias, renais, intestinais e cardíacas além de fatores comportamentais como sedentarismo, carência afetiva e sono inadequado também podem contribuir para a baixa estatura. Entre as causas hormonais, as principais são o hipotireoidismo e a deficiência do hormônio de crescimento.
Como é  a avaliação de uma criança ou adolescente com baixa estatura?

Neste tipo de avaliação, sempre que possível, é recomendável que a mãe ou o pai estejam presentes pois serão solicitadas informações sobre os períodos da gestação, do nascimento e da infância. Aspectos ligados à alimentação, medicamentos, exercícios, sono e comportamento psicossocial também serão discutidos. No exame físico, a avaliação deve ser completa, inclusive no que se refere ao desenvolvimento da puberdade. É essencial que a estatura do paciente seja medida com estadiômetro de precisão com escala em milímetros para evitar erros de cálculos e diagnóstico.
Se um dos pais não puder comparecer à consulta, deverá enviar sua altura atualizada para o cálculo do potencial familiar. Para isto, deve conferir a medida em casa, pela manhã, sem sapatos, encostado em uma parede e colocando um livro sobre a cabeça para fazer uma marca que deverá ser medida usando uma trena ou fita métrica.
Os valores de altura, peso e velocidade de crescimento são avaliados em gráficos ou em um programa específico de computador que facilita os cálculos e a visualização dos resultados. Além do peso em uma balança confiável, a comparação das medidas das dobras cutâneas com o adipômetro são úteis para avaliar se a criança está engordando ou emagrecendo.



                          ESTADIÔMETRO

Aparelho projetado com a finalidade de aferir estatura de modo mais prático.Fácil e rápido de usar, o estadiômetro é um ótimo aparelho de medição de estatura.

O estadiômetro é um aparelho que serve para medir a estatura do indivíduo de um jeito fácil e preciso dentro dos padrões necessários. O aparelho possui um pino que desliza em uma linha vertical, o que torna sua utilização simples, pois basta fixar o medidor na parede através de um parafuso.
Este aparelho é importante para a medição de estatura, pois apesar de seu uso manual, seu resultado é exato, pois o avaliador é quem vê o resultado na hora, sem erro. 


O que é um adipômetro


É uma aparelho usado para medir dobras de pele com alto nível de precisão. Sua escala é dividida em décimos de milímetros e refletem a gordura subcutânea. O peso corporal é uma variável importante para se avaliar o grau de nutrição, mas em um tratamento de crescimento, quando uma criança aumenta o peso na balança, não significa que a gordura dela aumentou, pois o 

aumento dos ossos, dos órgãos e dos músculos também interferem no seu peso. O uso do adipômetro permite, portanto, estimar em cada consulta as reais variações do tecido gorduroso independentemente do crescimento.



São necessários muitos exames?
Depende do grau da baixa estatura, das informações colhidas durante a consulta e o exame físico. Se a baixa estatura é confirmada, um exame de idade óssea é sempre solicitado. Exames de sangue, urina e fezes também podem ser necessários de acordo com os achados da avaliação clínica.

O que é a idade óssea?
É um exame de Raio X da mão e punho 
esquerdo para se avaliar em que idade está o nível de maturação dos ossos dando uma boa noção do potencial que o paciente ainda tem para crescer. Uma idade óssea de 19 anos, por exemplo, indica que as cartilagens de crescimento já estão consolidadas e a pessoa já está em sua estatura adulta. Por outro lado, se um adolescente de 19 anos tiver uma idade óssea de 14 anos, indica que ela ainda tem, do ponto de vista radiológico, potencial para um crescimento que pode chegar a 10 cm com tratamento adequado. Uma idade óssea atrasada mostra que o potencial de crescimento é maior do que se estivesse semelhante à idade cronológica, mas deve-se investigar qual é a causa deste atraso. Uma idade óssea adiantada, por si só, não é um problema desde que a estatura esteja compatível com este achado.





O que é estirão puberal?
É uma fase que se inicia geralmente antes da primeira menstruação nas meninas e por volta dos 12 aos 14 anos de idade óssea nos meninos quando ocorre uma aceleração na velocidade de crescimento. Nesta fase, a necessidade de nutrientes costuma aumentar bastante e é uma grande oportunidade para recuperar atrasos de crescimento que aconteceram na infância.

É verdade que após a primeira menstruação a menina pára de crescer?

Não. Quando ocorre a primeira menstruação, a menina geralmente está na fase final do estirão puberal e a partir daí ocorre uma diminuição da velocidade de crescimento. Embora varie de pessoa para pessoa, as meninas ainda crescem, em média, 6 cm após a primeira menstruação.
E como é o tratamento da baixa estatura?
O tratamento varia muito de acordo com as causas que foram encontradas. O tratamento de suporte é muito importante e envolve a correção de hábitos alimentares errados, a orientação de uma alimentação balanceada para a idade com estímulo à atividade física e ao sono adequado. Quando se confirmam certos tipos de doenças ou carências nutricionais o uso de medicamentos ou suplementos alimentares podem também estar indicados. Os hormônios são usados nos casos em que existe uma deficiência hormonal ou para corrigir alguns casos de atraso de desenvolvimento. O maior objetivo de um tratamento para a baixa estatura é identificar e tratar os fatores que estejam perturbando o processo normal de crescimento, e criar condições para que a criança aproveite ao máximo todo o seu potencial genético.


Como é o tratamento com o hormônio de crescimento?

O hormônio de crescimento humano está disponível comercialmente desde 1986 e está formalmente indicado para os casos em que existe a deficiência deste hormônio. O tratamento é injetável, feito com aplicações diárias no subcutâneo através de canetas aplicadoras e é praticamente indolor. Apesar de ser relativamente caro, o governo dispõe de programas que fornecem o medicamento para muitos casos.
O hormônio de crescimento pode ser usado em quem não tem deficiência deste hormônio?

Alguns estudos científicos bem conduzidos, demonstraram que o uso do hormônio de crescimento por um período que variou de 2 a 10 anos em crianças sem déficit deste hormônio proporcionou um aumento na altura final em torno de 5 cm. Algumas crianças podem apresentar respostas normais aos testes provocativos de hormônio de crescimento, mas apresentam velocidade de crescimento muito baixa, sem resposta ao tratamento convencional. Nesses casos, se a criança tiver uma melhora do crescimento após 6 meses de hormônio, o tratamento deve ser fortemente considerado.
Como agem os inibidores de aromatase?
Sabemos que o avanço da idade óssea depende do estrogênio, que embora seja um hormônio tipicamente feminino está presente em meninos e meninas e é produzido pela transformação de andrógenos (hormônios masculinos) em estrogênio por uma enzima chamada aromatase. Nos últimos anos, vários estudos foram desenvolvidos com o objetivo de se avaliar o efeito dos inibidores de aromatase em meninos com baixa estatura. Os resultados foram claros em mostrar sua eficácia em retardar a idade óssea e aumentar a previsão de estatura final com segurança e boa tolerabilidade por parte dos pacientes. Quando bem indicado e com as devidas precauções, os inibidores de aromatase representam uma importante alternativa de tratamento quando se deseja alcançar um aumento da estatura final.
Obs: Os inibidores de aromatase já são usados há algumas décadas como tratamento coadjuvante do câncer de mama em mulheres pois este órgão possui grande quantidade desta enzima e seu uso foi útil para retardar a evolução da doença.
Inibidores de aromatase podem ser usados em meninas com baixa estatura?
Provavelmente devido ao importante papel do estrógeno no desenvolvimento do sexo feminino e pelo possível risco de formação de cistos ovarianos, os inibidores de aromatase não tem sido estudado em meninas com baixa estatura e portanto não estão indicados para este grupo de pacientes.
Que fatores influenciam no tratamento?
O sucesso do tratamento da baixa estatura depende de três fatores principais:
1) potencial genético
2)
disciplina da criança e da família em seguir as orientações
3)
época do início do tratamento.
Como não é possível modificar o potencial genético da criança, temos que investir nos dois outros fatores. O tratamento da baixa estatura geralmente implica na adoção de vários novos hábitos como tempo de sono, atividade física, alimentação balanceada e, alguns casos, uso de medicamentos. É necessário portanto que o paciente e a família estejam dispostos a estas mudanças, pois disso depende grande parte do nosso sucesso. Outro aspecto fundamental é a época de iniciar o tratamento. Uma vez identificada baixa estatura, quanto mais precoce iniciarmos o tratamento maiores serão as possibilidades de alcançarmos os resultados desejados. Embora alguns sinais da baixa estatura sejam percebidos na infância, é comum os pais e o paciente só procurarem orientação especializada na puberdade, quando o adolescente começa a perder sua auto-estima em função da demanda social da estatura. Nessa época, entretanto, as possibilidades de tratamento ficam muito reduzidas, pois as epífises ósseas já se encontram com processo de fechamento muito adiantado devido à ação dos hormônios da puberdade (exceto aqueles casos em que existe um atraso significativo da idade óssea). Na baixa estatura constitucional, o ideal é que o paciente inicie o tratamento pelo menos dois a três anos antes do estirão puberal.
Com tratamento endocrinológico, meu filho poderá chegar à altura que desejamos?
Embora vários avanços já tenham sido alcançados no tratamento da baixa estatura, infelizmente as pessoas não podem escolher sua altura final, tendo em vista que grande parte dela ainda depende do potencial genético herdado não apenas dos pais, mas também das gerações anteriores. Os tratamentos modernos permitem estimular a produção do próprio hormônio de crescimento, melhorar os fatores nutricionais, corrigir eventuais deficiências hormonais, bloquear hormônios que estejam acelerando o fechamento das epífises ósseas e até neutralizar uma parte da expressão genética de algumas síndromes relacionadas à baixa estatura (ex: síndrome de Turner). Se o paciente tiver predisposição para alta estatura mas não a estiver alcançando por alguma situação clínica ou deficiência hormonal, o tratamento endocrinológico lhe permitirá aproveitar todo o seu potencial. O papel do endocrinologista é criar condições para que o paciente alcance o máximo de desenvolvimento estatural para o qual está programado geneticamente.
Tenho 20 anos mas estou insatisfeito com minha altura. O que posso fazer para crescer?
Quando os ossos já atingiram sua maturação completa que geralmente ocorre por volta de 18 a 19 anos no homem e em torno de 3 anos após a primeira menstruação da mulher, tratamentos com medicamentos ou hormônios não trazem mais benefícios para ganho de estatura. Em casos raros de deficiência de hormônio de crescimento a pessoa pode chegar à idade adulta com atraso significativo de idade óssea que ainda responderia a hormônio de crescimento. Estes casos são facilmente identificados pois há um visível atraso na puberdade sem a ocorrência da primeira menstruação na mulher e ausência de desenvolvimento dos pêlos nos homens. Se houver suspeita de atraso o exame de idade óssea deve ser realizado. Se a idade óssea mostrar que todas epífises já estão calcificadas (idade óssea adulta) a única forma de crescimento seria a cirurgia, mas ela só está indicada em casos especiais de baixa estatura severa (ver abaixo). Exercícios de alongamento e RPG-Reeducação Postural Global com fisioterapeutas especializados podem proporcionar ganho de alguns centímentros principalmente em pacientes com desvios de coluna ou problemas de postura.
Existe cirurgia para crescer?
O tratamento cirúrgico da baixa estatura com alongamento ósseo está indicado para aqueles casos em que a baixa estatura limita a vida da pessoa ou cria sérias dificuldades de convívio social; não sendo recomendada naqueles casos de demanda puramente estética. Em princípio, podem ser 

indicados homens abaixo de 160 cm e mulheres abaixo de 150 cm. Estes limites entretanto podem variar dependendo de vários outros fatores, como aspectos psicológicos, padrão familiar, perfil profissional etc.
Consiste em aparelhos externos 

com fixadores metálicos inseridos nos ossos que promovem o alongamento do osso em até 1 mm por dia durante o tratamento, podendo alcançar um aumento de 5 a 7,5 cm em 3 meses. O tempo total de cadeira de rodas é de 4 a 5 meses.

Apesar das complicações serem pouco freqüentes, é importante que se pese os riscos de se submeter a um procedimento ortopédico de razoável complexidade e alto custo para se obter alguns centímetros de altura.s: Esta cirurgia
NÃO é realizada em nossa clínica.

fonte:Instituto Mineiro de Endocrinologia Dr. Geraldo Santana

Globoesporte.com / EuAtleta.com.
28/08/2015

 


postado: luciano sousa
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