sexta-feira, 13 de julho de 2012

ARTIGO- PERIODIZAÇÃO NO FUTEBOL E SUA ESPECIFICIDADE

A planificação, programação, e periodização do treino em futebol.
Um olhar sobre a especificidade do jogo de futebol
 Resumo
    O futebol é um desporto que exige uma planificação e programação de treino, cada vez mais, rigorosa e que atenda ás necessidades reais da competição. Cada vez mais é necessária uma especificidade na periodização e no treino. A "periodização táctica" é um conceito que surge como resposta aos novos desafios lançados á periodização em futebol.
    Unitermos: Especificidade. Treino. Periodização táctica. Modelo de jogo.


Introdução
    O futebol é um desporto com caracteristicas muitos especificas e especais, que o transformam num desporto cujo treino deve ser cuidadosamente programado e analisado. Existem uma série de etapas que um treinador deve percorrer para preparar a sua equipa para a competição da melhor forma possivel.
    Ao longo deste artigo procurarei descrever essas etapas, e evidenciar alguns aspectos que me parecem pertinentes no contexto actual do treino desportivo e muito especificamente do treino em futebol.
    O respeito pela especificidade do jogo de futebol é um aspecto que considero como fundamental em qualquer programação de treino em futebol, sendo que todo o texto que de seguida apresentarei se apoiará neste facto.

As etapas da planificação de treino
    A planificação ou planeamento desportivo é um processo que analisa, define e sistematiza as diferentes operações inerentes á construção e desenvolvimento dos praticantes ou das equipas. Por outro lado, organiza essas operações em função das finalidades, objectivos e previsões (a curta, média ou longa distância), escolhendo-se as decisões que visem o máximo de eficiência e funcionalidade das mesmas.
    O planeamento deve "respeitar" algumas etapas e procedimentos tais como:
1. Análise da situação
  • Diagnóstico
  • Prognóstico
2. Organização do processo de treino
Programação
3. Execução do programa
  • Treino
4. Avaliação e controlo do plano
  • Análise do produto

Análise da situação
    A primeira etapa do planeamento, é consequentemente, uma das mais importantes, pois só através de um correcto e eficiente diagnóstico é que é possivel avançar de forma segura para os próximos passos. Assim para um correcto diagnóstico o treinador deve avaliar os seguintes aspectos:
1. Caracteristicas dos jogadores
  • Quem são?
  • Como são?
  • Como estão?
  • Quantos são?
2. Caracteristicas do nivel competitivo
  • Caracteristicas da modalidade
  • Caracteristicas do quadro competitivo
  • Caracteristicas dos adversários
  • Outras caracterizações
3. Caracterização das condições de trabalho
  • Recursos materiais
  • Recursos humanos
  • Apoio logistico
  • Recursos económicos
  • Tempo de preparação
    A etapa seguinte passa pelo prognóstico, realizado de acordo com o que antes havia sido diagnosticado, e passa por duas etapas:
1. Defenição de objectivos
  • Grandes metas
  • Objectivos intermédios
  • Hierarquização dos objectivos
2. Definição dos principios orientadores do trabalho
  • Fundamentos teóricos ( aspectos técnico-tácticos, de formação, biológicos, psicológicos, etc.)

Organização do processo de treino
    A programação do processo de treino poderá sub-dividir-se em 7 fases:


Fonte: Brito (2003)

Execução do programa
    O treino envolve as seguintes fases e etapas:


Fonte: Brito (2003) Avaliação e controlo do plano
    Como em qualquer outro tipo de actividade, também no processo de treino se exige uma avaliação dos resultados obtidos, no intuito de uma melhoria da performance pessoal e colectiva.


Fonte: Brito (2003)

A programação do treino em Futebol
    Como acima foi possivel vereficar uma correcta programação involve uma grande número de tarefas que deverão ser desempenhadas pelo treinador e/ou equipa técnica. A programação poderá ser difinida como um processo de adequação e adaptabilidade de um processo de gestão e acção à realidade em que nos encrontramos (Briro, 2003).
    Segundo Mourinho (2001) "Programar é definir e determinar um conjunto de conteúdos e estratégias de acção acção que perspectivem e estruturem todo um processo de trabalho, que vise o treino nas suas diversas dimensões dimensões e a competição competição" .
    Das tarefas anteriormente inúmeradas vamos centralizar a nossa atenção na periodização do treino.

Periodização em Futebol
    A periodização é entendida como um aspecto particular da programação, que está relacionado com:
  • O permanente desenvolvimento das capacidades técnico-tácticas individuais e colectivas.
  • Com a lógica evolutiva da dinâmica das cargas (treino e jogo) e das subsequentes adaptações do organismo do individuo.
  • Das subseqquentes adaptações do jogador e da equipa a nível técnico-táctico, físico e psicológico.
    Significa também dividir em periodos mais ou menos alargados, definidos cronológica e estrategicamente, com objectivos especificos para facilitar a construção de todo um processo evolutivo de elaboração do treino e consequentemente rentabilidade competitiva.
    Mourinho (2001) define a periodização como "Aspecto particular da programação, que se relaciona com uma distribuição no tempo, de forma regular, dos comportamentos tácticos de jogo, individuais e colectivos, assim como, a subjacente e progressiva adaptaçao do jogador e da equipa a nível técnico, físico, cognitivo e psicológico".
    Assim e de acordo com aquilo que já foi escrito, todo e qualquer processo de periorização deve ser efectuado tendo por base o principio da especificidade. Este facto leva-nos até uma necessária reflexão.
    O principio da especificidade diz-nos que: As maiores mudanças funcionais e morfológicas acontecem somente nor orgãos, células e estruturas intracelulares que sejam suficientemente activadas pela carga funcional, surgindo a respectiva adaptação.
    A especificidade também é determinada numa metodologia de treino em que as situações criadas/exercicios são o mais próximas da realidade de jogo. Assim, o treino ou os exercicios, só são verdadeiramente especificos quando houver uma permanente e constante correlação entre as componentes técnico-tácticas individuais e colectivas, psico-cognitivas, fisicas e coordenativas e o modelo de jogo adoptado e respectivos principios que lhe dão corpo., ou seja, os principios só são verdadeiramente especificos quando obedecem às exigências reais da competição.
    A operacionalidade do principio da especificidade deve assumir várias dimensões:
  1. Dimensão colectiva
  2. Dimensão sectorial
  3. Dimensão individual



José Guilherme Oliveira (2003)
    Todo o processo de periodização, de acordo com as minhas convicções deve ser orientado de forma a corresponder e auxiliar ao desenvolvimento do modelo de jogo implantado. José Guilherme Oliveira (2003) define modelo de jogo como "uma ideia / conjectura de jogo constituída por princípios, sub-princípios, sub-princípios dos sub-princípios..., representativos dos diferentes momentos / fases do jogo, que se articulam entre si, manifestando uma organização funcional própria, ou seja, uma identidade. Esse Modelo, como Modelo que é, assume-se sempre como uma conjectura e está permanentemente aberto aos acrescentos individuais e colectivos, por isso, em contínua construção, nunca é, nem será, um dado adquirido. O Modelo final é sempre inatingível, porque está sempre em reconstrução, em constante evolução". Assim sendo exige-se uma análise dos modelos clássicos de periodização:

Periodização Convencional
  • Exacerba a componente física relativamente a todas as outras dimensões..
  • Divide (em períodos, fases, factores, etapas, etc.) uma realidade complexa (futebol) na tentativa de controlar e quantificar esses "compartimentos".
  • Divide a época em 3 grandes periodos, um preparatório, o competitivo e outro de transição.
  • Proclama a necessidade de atingir objectivos relacionados com qualidades ou capacidades "físicas" abstractas (resistência, força, velocidade, etc.), nos diversos períodos e fases, de forma a poder passar ás seguintes.
  • Periodo de preparação longo .
  • Requisita como imprescindível o Período Preparatório (fundamental) como base sólida para toda a época desportiva do futebol.
  • Preparação dividida em duas grandes fases: a geral e a especifica, sendo que a primeira serve de alicerce da segunda.
  • O periodo competitivo está dividido em 3 periodos: um primeiro de desenvolvimento e conservação da "forma", um segundo de reconstrução da forma e por fim, um terceiro de conservação da forma.
  • Sobrevaloriza a componente volume (entendido como quantidade de...) relativamente à intensidade numa grande parte do Período Preparatório.
  • As componentes volume e intensidade, aparecem aqui numa dimensão Universal, abstracta.
  • A intensidade das cargas inicia-se com valores muito baixos, aumentando gradualmente, enquanto que o volume numa primeira fase vai aumentando até um valor máximo descendo depois até valores intermédios numa segunda fase.
  • Transporta a noção de que não é possível manter a "forma" durante toda a época competitiva. Originando a procura de "picos de forma", com base nos efeitos retardados das cargas. Todos os estudos por nós consultados, relativos à fadiga/recuperação, parecem procurar responder as questões levantadas por esta forma de periodizar.
  • Numa primeira fase existe uma elevada incidencia na preparação/treino geral em detrimento do especifico, acontecendo o opsto numa segunda fase.

Conclusões
    Através da análise das caracteristicas evidenciadas acerca da periodização convencional facilmente se constacta que esta não se encontra, minimamente, enquadrada com as necessidades e a realidade do futebol. Não se encontra também de acordo com tudo aquilo que referi e defendi anteriormente no artigo.
    Segundo J. Mourinho (2001) "a essência estrutural e evolutiva do jogo de futebol revelam a inadequação dos conceitos convencionais de periodização do treino.
    Assim a existência de:
  • Um periodo preparatório muito reduzido e com exigências competitivas elevadas;
  • Um período competitivo muito grande;
  • Quadros competitivos longos;
  • Competições em simultâneo;
  • Elevado número de jogos;
  • Necessidade de alto rendimento durante toda a época,
    Indicam que as componentes Táctica - técnica e cognitiva sejam as que direccionam todo o processo de treino e um projecto de jogo".
    Aliás logo desde o inicio é possivel constactar a inadequação deste tipo de periodização ao futebol de alto nivel na actualidade, pois esta aponta para uma fase inicial exclusivamente dedicada á preparação geral e obtenção de "indices fisicos favoráveis". Assim coloco a questão será que uma equipa europeia, por exemplo, poderá dar-se ao luxo de não entrar na época desde logo com grandes niveis de eficiencia técnico-táctica ? A verdade é que desde logo, no inicio da época colocam-se metas fundamentais para os clubes como, por exemplo, as pré-eliminatórias da Champions League e todos sabemos como é fundamental para qualquer equipa a presença neste tipo de competição, ou seja, é necessário obter resultados logo no primeiro impacto com a competição... Aliás pode mesmo dizer-se que para certas equipas este acaba mesmo por ser o jogo mais importante e que vai definir o rumo de toda a sua época desportiva, mas mesmo não se tratando de um jogo com este carácter decisivo poderemos dizer que o M. United, R. Madrid ou Milan, por exemplo, quando se deslocam á Asia ou aos E.U.A. nas suas digressões de pré-época são "forçados" a também obterem bons resultados pois trata-se da imagem do clube e de muitos milhões em jogo. O que pretendo afirmar com estes exemplos é que no contexto actual do futebol mundial, cada existe menor espaço para o erro, nenhum jogo é a "brincar" ou por pura diversão, as exigencias são cada vez mais elevadas a todos os níveis e não é aceitável "perda" de tempo com aspectos não essenciais.
    Não pretendo desta forma colocar em causa a importância de uma boa preparação "fisica", o que também considero bastante importante, quero apenas levar os leitores a considerar a hipotese de este não ser o aspecto fundamental que determina a evolução da equipa e dos jogadores, é apenas um entre vários, que eventualmente até assumem um carácter mais decisivo.
    Como opção a este tipo de periodização convencional surgiu, principalmente, na última década um tipo de periodização que considero mais pertinente e mais adaptada aos reais problemas e necessidades do futebol, esta é apelidada de "periodização táctica" e segundo Carvalhal (2003) a mesma destaca-se por:
  • Dar primado é a contextualização.
  • A componente táctica surge como o núcleo central de preparação.
  • O Modelo de Jogo Adoptado impõe uma coordenatividade muito própria, estando subjugada à dimensão táctica as restantes dimensões, técnica ,física e psicológica.
  • O princípio da Especificidade é quem dirige a Periodização Táctica.
  • O meio de operacionalizar o Modelo de Jogo são os exercícios Específicos. Exercícios desenvolvidos com Intensidade em concentração, de acordo com o Modelo de Jogo Adoptado, estes, serão o meio mais eficaz para adquirir uma forte relação entre mente e hábito.
  • A operacionalizaçãodo do treino reclama a utilização de exercícios Específicos desde o primeiro dia.
  • Impõe-se uma inversão no binómio Volume-Intensidade, a Intensidade é quem "comanda", e o Volume, é o somatório de fracções de máxima intensidade (Volume da qualidade) de acordo com o Modelo de Jogo Adoptado.
  • Esta periodização reclama o Princípio da Estabilização, de forma a permitir os Patamares de Rendibilidade
  • A Estabilização da Forma Desportiva consegue-se com base na estruturação de um determinado microciclo, onde o grau de desgaste semanal seja similar de semana para semana.
  • A estrutura básica do microciclo deve manter-se (os momentos de treino, a duração, etc), o que leva a uma estabilização de rendimento.
  • Faz sentido falar em forma desportiva colectiva. Esta, está ligada ao jogar (bem) de acordo com o Modelo de Jogo Adoptado, a referência que serve como indicador é "jogar melhor".
    São várias as diferenças que separam a periodização convencional da periodização táctica, como poderemos confirmar através dos gráficos seguintes:


Graf. 1 - Fonte: Mourinho (2001)
    Tal como nos demonstra o gráfico 1 nos mostra o trabalho de pré-época deve ser iniciado com cargas de intensidade e volume desde logo, relativamente elevadas aumentando progressivamente durante o periodo preparatório até um nivel máximo que deve ser mantido durante toda a época. A intensidade do exercicio deve corresponder á intensidade de jogo de modo a respeitar o principio da especificidade, enquanto que o volume é aqui entendido como o número de repetições do exercicio e não como o tempo de duração do exercicio como é normalmente considerado. Evidentemente que nem todas as sessões de treino serão realizadas com intensidades a niveis máximos por imposição dos treinos agendados para a recuperação fisica dos jogadores da competição, mas este é um indice que demonstra como devem ser o treinos numa perspectiva global. Deve sempre existir uma constante relação do volume das intensidades com a densidade e a quantidade competitiva (mourinho, 2001).
    Mais uma vez fica provado o contraste com os conceitos clássicos de periodização, que se aplicam ás modalidades individuais, essencialmente. Este "novo" tipo de periodização reflecte-se no perfil de rendimento de uma equipa (graf. 2 ).


Graf. 2 - Fonte: Mourinho (2001)
    Desde o primeiro dia o objectivo é o desenvolvimento/ evolução da forma relacionada com o modelo de jogo adoptado. Segundo Mourinho (2001) "estar em forma é jogar bem" logo a forma desportiva deve "ser entendida sobre o ponto de vista colectivo" aliás o autor reforça ideia afirmando que "estar em forma individualmente è ser capaz de ao nível táctico individual, técnico, físico, cognitivo e psicológico, cumprir as exigencias do modelo de jogo adoptado e seus respectivos principios (táctica colectiva). Os niveis de forma não estão dependentes da preparação de pré-época mas sim do trabalho realizado diariamente.
    De destacar que na periodição convencional o perfil de rendimento é analisado de forma quantitativa ( %) enquanto que na periodização táctica é analisado sobre o prisma qualitativo ( min. e max.).


Graf. 3 - Fonte: Mourinho (2001)
    Tudo aquilo que até agora tem sido defendido, até este momento encontra-se expresso no graf. 3, que demonstra que o treino especifico é a base fundamental sobre a qual devem ser fundados os alicerces do treino desportivo de uma qualquer equipa de futebol. Aqui a componente táctica (entendida como linguagem comum a todos os jogadores), é a linha coordenadora de todo processo evolutivo da periodização (táctica, técnica, física, cognitiva e psicológica). A principal preocupação é a evolução constante do Modelo de jogo adoptado.
    De forma muito sintética e para finalizar considero que ter a convicção convicção que o resultado desportivo pode nascer do improviso é ignorar os objectivos e conhecer o insucesso pois independentemente das metas a que se propõe cada equipa no início de uma época desportiva, terá sempre que existir um trabalho programado, que oriente o processo de treino desde seu começo até ao final. O futuro da planificação desportiva tem um nome "Especificidade" e no futebol este futuro é a "periodização táctica", um futuro que se encontra bem presente entre nós amantes do futebol, personificado na imagem do treinador J. Mourinho e os resultados estão á vista de todos, será coincidência...

Bibliografia
  • Mourinho, J. (2001), "Programação e periodização do treino em futebol" in palestra realizada na ESEL, no âmbito da disciplina de POAEF.
  • Brito, J. (2003) " Metodologia e didáctica específica I, o jogo de futebol", documento de apoio à disciplina de Opção I - Futebol, série didáctica UTAD, Vila Real.
  • Castelo, J. et al. (2000) "Metodologia do Treino Desportivo", Edições FMH, 3ª edição
  • Oliveira, J. G. (2003) "Organização do jogo de uma equipa de Futebol. Aspectos metodológicos na abordagem da sua organização estrutural e funcional." Documento de apoio das II Jornadas técnicas de futebol da U.T.A.D.
  • Carvalhal, C. (2003), "Periodização táctica. A coerência entre o exercicio de treino e o modelo de jogo adoptado" Documento de apoio das II Jornadas técnicas de futebol da U.T.A.D.
  • Oliveira, R. e Wilmore, P. "O exercício no processo de treino de futebol proposta metodológica" in www.efdeportes.com - revista digital, Buenos Aires http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 89 - Octubre de 2005
    Fonte:Universidade de Trás-os-Montes e
    Alto Douro - Vila Real : Raúl Oliveira (Portugal)
     

    postado: luciano sousa
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domingo, 8 de julho de 2012

Lorcaserina e o Milagroso Fitoterápico CENALESS Reduz até 11Kg em 4 Semanas


 LORCASERINA E O MILAGROSO FITOTERAPICO CENALESS


"Celebridades usou exatamente esta dieta para perder 11 kg em apenas um mês. Ela recomenda Cenaless a qualquer pessoa que queira perder gordura corporal, ou simplesmente permanecer esguia"
Nos últimos dois meses nossos leitores estão enlouquecidos por um produto natural de dieta que vêm ajudando pessoas ao redor do mundo todo a perder gordura corporal. Este produto teve destaque em vários programas de TV
Diversas celebridades, como a Britney Spears, perderam uma grande quantia de gordura corporal com esta dieta milagrosa. A eliminação por ervas é clinicamente comprovada por limpar todas impurezas do seu corpo e derreter a gordura sem prejudica-lo. Continue lendo e você irá descobrir porque criamos esta reportagem especial.
Especialistas da universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, recentemente divulgaram a realização de uma longa pesquisa com o produto natural "Cenaless". O composto fitoterápico, até pouco tempo ignorado pelos nutricionistas mais prestigiados, revelou ser um dos suplementos naturais mais eficazes do mundo para perda de peso em casos de obesidade mórbida, problema que atinge 26,5% dos americanos.
Os resultados foram tão promissores que deram impulso a novas pesquisas com intuito de medir os efeitos do produto nos níveis de LDL, estabilização dos níveis glicêmicos e perda de gordura abdominal. Cenaless (clique aqui) revelou-se capaz de queimar quatro vezes mais gordura que seus similares a base de produtos sintéticos e muito menos saudáveis.
"A comunidade científica já a considera como um grande avanço no campo da nutrição, Cenaless é, sem duvida, a dieta do futuro já que combina economia com eficiência."
Cenaless 60 Cápsulas Frete Grátis
Cenaless 
Cenaless é um produto natural criado sob a proposição de que é possível conseguir um emagrecimento consistente em um curo prazo de tempo. Tendo como principal componente o Psyllium, uma fibra insolúvel, que possui a função de controlar a manutenção do apetite e também estimula o metabolismo, promovendo uma queima de calorias. Com ação metabólica direta no nível celular, Cenaless é um efetivo auxiliador no processo de emagrecimento.
Desenvolvido com modernos ingredientes, Cenaless passa por um rigoroso controle de qualidade. Composto por fibras de alta densidade que captam a gordura e a eliminam de forma rápida e natural, Cenaless também auxilia no melhor funcionamento do intestino.
Seu princípio ativo age diretamente na gordura ingerida, eliminando-a sem que seu organismo tenha tempo de absorvê-la. Conseguindo assim aquele corpo sem aqueles quilinhos indesejáveis.
Vantagens:
  • Diminuição/ Controle do Apetite
  • Maior Queima Calórica
  • Intensificação do Processo Conhecido como Oxidação de Gordura
  • Aumento da disposição
  • Bloqueio Parcial da Absorção de Carboidratos no Intestino
  • Evite problemas como: Hipertensão,Colesterol ruim e o desgaste das articulações por conta da tensão que o peso exerce sobre o corpo
Composição:
Psyllium: Fibra natural que dá a saciedade. O Psyllium se expande após a ingestão, diminuindo o apetite.
Ácido Ascórbico (Vitamina C): A Vitamina C auxilia na produção de Carnitina, a qual é responsável por levar gorduras as células para que se transformem em energia. Assim há um aumento da disposição e maior eliminação de gorduras de seu corpo.
 
Cenaless foi clinicamente comprovado como eficaz na redução de gordura corporal. Sua função é mandar o seu organismo decompor e expelir o lixo tóxico existente no corpo. Quando seu corpo elimina esse lixo tóxico, passa a funcionar melhor, seu metabolismo aumenta e fica queimando gordura ao longo de todo o dia e noite.
Além da perda de peso, Cenaless também aumenta sua energia e seu apetite sexual, reduz as oscilações de humor e mantem seu corpo saudável, combatendo doenças e problemas.
O enorme sucesso nos testes realizados em indivíduos com necessidade de perda de peso, sem apresentar nenhum tipo de contra-indicação ou efeito indesejado, levou a fórmula ser vendida nos Estados Unidos e em toda Europa com o nome de Cenaless.
Os resultados de diversos testes indicam efetivamente que Cenaless ajuda:
  • Perder até 11 kg em 4 semanas.
  • Aumentar os níveis de energia.
  • Eliminar toxinas indesejadas.
  • Manter o corpo saudável com antioxidantes e combater doenças.
Desde seu lançamento, primeiro nos Estados Unidos e depois na Europa, Cenaless (clique aqui para visitar a pagina oficial) tem sido amplamente divulgado como uma grande revolução na luta contra a obesidade. Muitas pessoas de todo o mundo já experimentaram perdas significativas de gordura corporal com Cenaless.

Testando Cenaless

Para saber um pouco mais a respeito dos efeitos de (Cenaless) nossa equipe entrou em contato com o distribuidor, e com a colaboração de nossa fotografa, Juliana Diniz, resolvemos testar o produto.
Relato de:
 Juliana Diniz, que necessitava perder 9 kg por recomendações medicas. Desde pequena vivenciei problemas com peso, o efeito sanfona sempre foi constante em minha vida e confesso que não me animei muito com o produto, já que foram tantas as decepções ao longo dos meus 27 anos que mesmo lendo a pesquisa e sabendo que a empresa dava de garantia a devolução do dinheiro não consegui pensar positivamente.

Primeira Semana:

Fiz o pedido do produto na página de Cenaless, quando recebi a embalagem, comecei a tomar diariamente.
Na primeira semana o efeito foi visível, sem mudar em nada meus hábitos alimentares e rotina diária, perdi 4 quilos, quase não acreditei e foi ai que comecei a levar a coisa a sério.

Segunda Semana:

Depois de duas semanas usando Cenaless, comecei a semana com ainda mais energia, e até dormindo melhor do que antes. Não acordava nem me revirava mais durante a noite, pois o meu corpo foi capaz de relaxar (um resultado da eliminação das toxinas, eu acho). Além disso, consegui perder mais 3 kg, ou seja, uma inacreditável perda de 7 kg em apenas 2 semanas. Devo admitir que estou começando a acreditar que Cenaless é mais do que uma ilusão.
Juliana Diniz – Antes e Depois de Dietmax
Juliana Diniz – Antes e Depois de Cenaless

Terceira Semana:

Na terceira semana continuei tomando a mesma dose e consegui perder mais dois quilos. Mesmo chegando a minha meta inicial de nove quilos continuei usando sempre a mesma dosagem e entrei na quarta semana. Todas as minhas dúvidas e o meu ceticismo se esvaíram.

Quarta Semana:

Após a quarta semana, decidi definitivamente continuar a tomar o Cenaless, pois nunca tinha me sentido tão bem em toda a minha vida. Meu médico mal podia acreditar quando me viu. Ele disse que eu parecia mais saudável do que nunca! Cenaless contém tantos antioxidantes e vitaminas que deixa a minha pele com uma aparência absurdamente saudável. E isso está me ajudando a me livrar de toda a gordura e manter a forma.

As declarações abaixo são casos específicos, baseados numa alimentação equilibrada e associado a atividades físicas. Com Cenaless a perda de peso típica varia de 0,7kg a 1,2kg por semana. Os resultados podem variar de pessoa para pessoa.


7kg em 45 dias “De todos os produtos para emagrecimento que utilizei, o Cenaless foi o mais surpreendente. Os resultados de perda de peso são vistos em pouco tempo. Além disso, uma equipe de especialistas do Cenaless tem me ajudado a alcançar meu peso ideal. Demais!”

Tatiane Oliveira, Salvador - BA
16kg em 85 dias “Após meu casamento, engordei muito. Cheguei a pesar 75kg sendo que minha altura é de 1,69m. Mas com a ajuda de Cenaless tenho aproximado de meu peso ideal. Minha auto-estima está ótima.”
Maria Cristina, São Paulo - SP



17kg em 90 dias “Há muito tempo tento emagrecer, mas sempre com muitas dificuldades e sem resultados. Isso acaba com qualquer pessoa! Mas conheci o Cenaless e com sua ajuda estou obtendo os resultados que tanto aguardava. Estou muito feliz com Cenaless!”

Ana Carolina, Vitória - ES
 
 Conclusão:
Conclusão: se você tem dúvidas quanto aos efeitos desta dieta, precisa experimentar por si mesmo, mas comigo ela funcionou. Hoje faço uma manutenção sem nenhum tipo de privação e me sinto tão bem que acho muito difícil voltar a engordar novamente. De tudo que aconteceu, acho que o melhor efeito de Cenaless foi o bem estar físico (me sinto 10 anos mais nova) e psicológico (quando os homens me olham na rua) que ele me proporcionou, foi uma limpeza interior, algo que me fez renascer, não sei explicar, acho que só quem sofre com problemas de peso pode entender o bem estar de se sentir magra e saudável, se olhar no espelho e gostar do que está vendo não tem preço.
 fonte:Nature Center

Lorcaserina

O FDA – agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos – aprovou uma pílula contra obesidade, esse medicamento é da empresa farmacêutica Arena. Belviq® é o nome comercial da droga que será comercializada nos Estados Unidos, o nome do princípio ativo é Lorcaserina. Esse medicamento é indicado para adultos com IMC (índice de massa corporal) de 30 (trinta) ou acima que é considerado como obesidade moderada, ou para adultos com IMC maior que 27 (vinte e sete) considerado sobrepeso.

PRINCIPIO ATIVO: Age seletivamente no SNC, estimulando a serotonina, uns dos neurotransmissores associados a saciedade.
MECANISMO DE AÇÃO: Estimula a atuação da serotonina, neurotrnsmissor associado á sensação de ansiedade.
EFEITOS COLATERAIS:enjôo, tontura, dor de cabeça,alteração de memória e déficit de atenção. 
 Na nueva droga para perder peso
Una nueva droga para perder peso ha sido aprobada por la FDA (Administración de Drogas y Alimentos de los Estados Unidos)
Dr. Manuel E. Piza

molecula de la lorcaserinaLorcaserin, un inhibidor selectivo de los receptores agonistas 2C de la serotonina, ayuda a los pacientes en la pérdida de peso y a mantener su peso una vez perdido.

La serotonina es una sustância producida por las neuronas o células del sistema nervioso central, conocidas como  “serotonérgicas” y en algunas células (enterocromafines o células de Kulchitsky) en la mucosa del aparato digestivo.


En la naturaleza, tambíen se la encuentra en hongos comestibles y otras plantas como frutas y vegetales. La serotonina actúa como un neurotransmisor o sea una sustancia que lleva mensajes entre célula y célula y  se distribuye por todo el organismo ejerciendo múltiples funciones y, sobre todo influencia el sistema psiconervioso, por lo que frecuentemente se la denomina "hormona del humor".  Entre sus funciones la principal es  inhibitoria por lo que disminuye las reacciones del sistema nervioso o sea que posee efecto calmante. También ejerce influencia sobre el sueño y se relaciona también con los estados de ánimo, las emociones y los estados depresivos (de allí salieron algunos de los antidepresivos más usados actualmente como la fluoxetina o Prozac, la artruline citruline y otros). Afecta  también el funcionamiento vascular y la frecuencia del latido cardiaco y regula la secreción de algunas hormonas, como la del crecimiento.


Por todo lo anterior es que los cambios en el nivel de esta sustancia se asocian con desequilibriosproceso de transmision sinaptica mentales como la esquizofrenia o el autismo infantil, así como el trastorno obsesivo compulsivo. Algunas drogas de consumo ilícito como  hongos alucinógenos y el LSD actúan a través de los receptores de la  serotonina y los bajos niveles de esta sustancia en personas con fibromialgia parecen explican la razón de esta enfermedad y los dolores y los problemas para dormir. Por otra parte se han asociado trastornos en la secreción y recaptación de serotonina con estados agresivos, depresión y ansiedad e incluso a las migrañas, debido a que cuando los niveles de serotonina bajan, los vasos sanguíneos se dilatan.

La Lorcaserina es entonces una droga de la familia de los antidepresivos como el Prozac, de uso tan frecuente, que ayuda a la pérdida de peso, efecto que ya se había visto con los antidepresivos, solo que esta droga nueva lo hace en forma selectiva y con mucha más potencia. Los estudios resultantes de los análisis de Fase III fueron publicados en el New England Journal of Medicine y se basan en una población de 3200 obesos que fueron distribuidos al azar para recibir Lorcaserina o un placebo (una pastilla idéntica pero sin la sustancia activa) en un estudio a doble ciego (en el que ni los pacientes ni los experimentadores conocen si la se suministra la droga activa o el placebo). El medicamento fue tomado dos veces al día por un año y, al cabo de ese tiempo se cambió el esquema y nuevamente los pacientes fueron asignados al azar, de manera que unos pacientes continuaron tomando la droga y otros fueron pasados al placebo, por otro año. Todos los pacientes recibieron consejería sobre su dieta y para hacer ejercicio.

Al cabo de un año los pacientes que recibieron la droga perdieron al menos el 5% del peso corporal con un promedio de 5.8 kilogramos. Además de eso, los pacientes que se mantuvieron con la droga activa por el segundo año, tuvieron mayores posibilidades de mantener el peso perdido.


Lo más importante es que, al igual que otras drogas inhibidores de la recaptación de serotonina, este medicamento no tuvo mayores efectos secundarios y no incrementó el riesgo cardiovascular o de enfermedad valvular.


La mala noticia es que el peso fue recobrado por los pacientes que abandonaron la droga y tomaron placebo por el segundo año.


SEGUIMOS SIN ENCONTRAR LA PASTILLA MAGICA. PARECE QUE SEGUIREMOS TENIENDO PACIENTES Y RECOMENDANDO DIETAS POR MUCHO TIEMPO.


La droga está siendo desarrollada por Arena Pharmaceuticals y fue sometida a aprobación por la FDA en el año 2009
 

postado: luciano sousa
email:lucianofisiol@gmail.com
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Estratégias para perder tecido adiposo
A perda de peso corporal por diminuição de tecido adiposo pode ser explicada de quatro formas:
1) Intervenção nutricional
3) Suplementos e/ou fármacos
4) Banda gástrica
Das quatro, só nos vamos referir às duas primeiras, porque as restantes não fazem parte da nossa intervenção e, acima de tudo, pelos benefícios a longo prazo das mesmas, isto é, corrigir a alimentação e realizar actividade física sistematicamente.As orientações sugerem a perda de 0,5 a 1 kg por semana, devemos então estabelecer um objectivo realista e alcançável para o seu estilo de vida e nível de fitness.
Dieta com ou sem exercício. O que é melhor?
Quando uma pessoa se submete a uma dieta onde somente se restringe a ingestão de alimentos e não se realiza exercícios físicos, 75 por cento da perda de peso deve-se à perda de tecido adiposo e os 25 por cento restantes à perda de tecido muscular.
Existem diversos factores adversos gerados pela perda de músculo, mas temos de juntar este: perdemos o grande consumidor de gorduras que é o tecido muscular. Isto acabará por reduzir o gasto calórico total de repouso (taxa metabólica de repouso).
Porquê? Porque a atividade física reclama mais energia por dia. E se esta energia vem do tecido adiposo, então as possibilidades de diminuir aumentam.
gordura-emagrecer-subir escadas-exercicio fisico Actualmente a investigação acredita que a melhor estratégia é aquela que aponta à correcção do problema da perda de tecido muscular a partir de uma dieta hipocalórica mas com um aumento de alimentos mais proteicos associado aos exercícios de força.
Que tipo de exercício?
Investigações recentes confirmam a vantagem de fazer actividades de força (pesos, máquinas, etc.) e aeróbias (corrida, caminhada, bicicleta, elíptica).
Os benefícios do treino cardiovascular há muito que são conhecidos, mas são só uma das vertentes. O treino de força realizado regularmente ajuda á manutenção do metabolismo basal. Enquanto o treino cardiovascular tem um alto gasto calórico, uma maior massa muscular detém um metabolismo basal mais elevado. Portanto as duas vertentes desempenham um importante papel no controle do peso corporal.
Segundo o ACSM (2000), são suficientes 30 minutos de actividade física diária, para beneficiar dos efeitos do exercício, sejam fisiológicos ou psicológicos. Pode ajudá-lo a controlar o peso, reduzir o stress, baixar a pressão arterial, ajudar a controlar a diabetes e reduzir o risco de doença cardíaca.
Estima-se que com exercícios de FORÇA seja possível perder em média, cerca de 200g por semana. Não parece muito? O grande objectivo não é perder muitas calorias por este caminho mas: 1) não perder tecido muscular e 2) garantir uma maior capacidade para deslocar o peso corpo durante mais tempo.
Numa etapa posterior, poderá fazer planos mais prolongados e exigentes que possibilitam um gasto calórico maior.
Exercícios de força devem ser seguidos dos exercícios aeróbios
Mesmo seguindo esta ordem, a actividade aeróbia deve reunir certos requisitos para que se produzam estes benefícios. Foi demonstrado num estudo com 201 mulheres entre os 21 e 45 anos, que a quantidade semanal ideal era 275 minutos (aproximadamente 50 minutos 6 vezes por semana) de exercícios aeróbios. A intensidade óptima é situada entre os 70 e 85 % máxima de esforço. E isto associado por sua vez a uma dieta hipocalórica entre 1200 e 1500 kcal diárias.
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Porquê cumprindo estes requisitos não é fácil emagrecer?
Sabe-se hoje que a capacidade dos músculos para utilizar gorduras durante a actividade física não é igual entre as pessoas. Existem aqueles para quem é fácil o sistema de utilização de lípidos durante o esforço, para outros o dito mecanismo não funciona adequadamente, o que faz com que não emagreçam facilmente.
Sabe-se que a sua acumulação no músculo é LIMITADA, e este é o ponto de partida para a acumulação de lípidos no tecido adiposo.
Porque quando o músculo apresenta uma alta concentração de gorduras no seu interior, as que estão a circular no sangue acabam por se depositar mais facilmente na gordura periférica, ou seja, nos “pneus”, e tudo isto conduz à obesidade.
Num estudo realizado, mostrou que os indivíduos obesos e aquelas que para além disso apresentavam diabetes ou resistência à insulina, tinham um predomínio de fibras musculares que não são as que mais utilizam gorduras .
O que fazer nestas situações?
Se as fibras musculares que utilizam gorduras estão diminuídas, pois há que saber que são diferentes das que utilizamos para caminhar ou fazer corrida lenta.
Uma pessoa com obesidade e/ou diabetes deverá potenciar o trabalho das fibras mais especializadas na força. Isto vai ajudar a transportar melhor o corpo e, depois, seleccionar outro tipo de exercícios para recuperar as fibras que utilizam mais gorduras.

Treino para emagrecer

Quando se fala de treino para emagrecer ainda existe muita confusão sobre qual deve ser o tipo de esforço ideal para perder peso, utilizando a gordura como fonte de energia para o exercício.
Entendemos os sistemas energéticos, mas como podemos utilizar essa informação para perder gordura?
Compreendendo o mecanismo energético das gorduras e hidratos de carbono
Os hidratos de carbono fornecem menos energia do que as gorduras, mas estas necessitam de mais oxigénio. Como necessitam de menos oxigénio, quando estamos trabalhar com intensidades elevadas e começa a haver deficit de oxigénio, utilizamos os hidratos de carbono como fonte energética. Só utilizamos as gorduras quando a intensidade é menor e há o oxigénio necessário para a sua utilização.
Os Efeitos do Treino
O treino, quando sistemático, bem orientado, acompanhado de uma dieta alimentar adequada e tendo como objetivo aumentar a resistência aeróbia, provoca alterações no organismo, nomeadamente na sua capacidade de utilizar as fontes energéticas de uma forma mais eficaz.
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Hidratos de carbono para obtenção de energia
O glicogénio muscular é utilizado extensamente durante cada sessão de treino, pelo que os mecanismos responsáveis pela sua ressíntese são estimulados após cada sessão. Os músculos treinados acumulam uma quantidade consideravelmente maior de glicogénio que os músculos não treinados. Um maior depósito de glicogénio permite aos atletas tolerar melhor as exigências do treino porque possui mais combustível.
Gorduras para obtenção de energia
Os músculos treinados têm uma quantidade substancialmente maior de gordura armazenada como triglicéridos. As atividades de muitas enzimas musculares responsáveis pela betaoxidação das gorduras aumentam com o treino da resistência, o que permite aos músculos queimarem gorduras com maior eficácia.
Com o treino há um aumento de cerca de 30% da capacidade de oxidar gorduras. O treino da resistência também faz aumentar a velocidade a que são libertados os ácidos gordos livres dos depósitos durante a realização de esforços prolongados. Elevando-se a sua presença no sangue, pode-se poupar o glicogénio retardando o seu esgotamento.
Para qualquer intensidade de esforço, os indivíduos treinados utilizam sempre mais gorduras que hidratos de carbono relativamente aos não treinados, para obter energia.Com o treino aeróbio há um aumento da eficácia no uso das gorduras como fonte de energia para o esforço. Isso permite usar o glicogénio muscular e hepático a um ritmo mais lento.
Sistema Aeróbio – Utilização das Gorduras como Fonte Energética
Como se sabe, os músculos necessitam de um aporte constante de energia para produzir continuamente a força necessária durante as atividades de longa duração e como o sistema aeróbio produz uma enorme quantidade de energia, é o método principal de produção de energia utilizado durante as provas de resistência.
Esta fonte energética pode produzir energia a partir de hidratos de carbono ou de gordura. Quando se utiliza a gordura como fonte energética para o esforço, pode-se dizer então que o treino também serve, para além de melhorar os níveis de resistência, para “queimar gorduras” ou seja, perder peso.
Na fonte aeróbia temos que considerar vários tipos de reagentes (combustíveis), pois podemos utilizar hidratos de carbono ou gorduras. O processo de utilização das gorduras como fonte energética comparado com o processo em que o organismo utiliza os hidratos de carbono, é mais demorado embora produza muito mais energia.
Quando estamos em atividade estamos sempre a utilizar hidratos de carbono e gorduras e estamos a fazer mais apelo a um do que a outro conforme a intensidade do esforço, assim como a reserva de hidratos de carbono disponível no organismo. Contudo, temos muito mais gorduras do que hidratos de carbono, pois o nosso organismo não deita fora a gordura e além disso transforma as proteínas e os hidratos de carbono que ingerimos em excesso, em gordura. A quantidade de gordura armazenada é tão grande que não há nenhuma prova desportiva cuja duração seja suficiente para esgotar essa reserva.
Quando estamos em repouso consumimos uma mistura de gordura e hidratos de carbono. A gordura é consumida por todo o organismo e os glúcidos são consumidos quase exclusivamente pelo cérebro.
Em exercícios com baixa intensidade o organismo continua a consumir essencialmente as gorduras, pois há uma grande quantidade disponível, mas quando o factor limitativo começa a ser o oxigénio que chega à célula muscular (isso acontece devido ao aumento da intensidade do esforço), então as reservas que passam a ser utilizadas passam a ser predominantemente os hidratos de carbono que já têm oxigénio. Por exemplo em dois atletas que correm à mesma velocidade, o que tiver um maior consumo de oxigénio utiliza mais as gorduras porque tem mais oxigénio disponível e o que tiver um menor consumo de oxigénio gasta mais hidratos de carbono, o que em provas de longa duração faz com esgote mais rapidamente as suas reservas de glúcidos.
Para melhorarmos o rendimento em provas aeróbias podemos aumentar as reservas de hidratos de carbono, mas isso não é treinável, e por outro lado melhorar o consumo de oxigénio, para que se utilizem principalmente as reservas de gordura e poupar o mais possível as reservas de hidratos de carbono. O consumo de oxigénio é treinável, pelo que se queremos melhorar a capacidade aeróbia temos de melhorar o consumo de oxigénio.
Síntese final
A utilização das gorduras como fonte energética depende do consumo de oxigénio (enquanto o oxigénio que respiramos é suficiente o organismo utiliza as gorduras, quando o oxigénio começa a faltar, devido ao aumento da intensidade do esforço o organismo passa progressivamente a utilizar os hidratos de carbono). Assim, temos de procurar melhorar o consumo de oxigénio e consequentemente a capacidade aeróbia, que é treinável através de esforços preferencialmente contínuos, de longa duração e baixa intensidade, ou seja, se quer utilizar o treino de corrida para perder peso, faça corrida contínua, em longas distâncias num andamento moderado em regime aeróbio.
Esta é a única solução para perder peso?
Não. Adicione o treino de força (por exemplo treino em circuito) à sua rotina de treinos de modo a aumentar a sua massa muscular. Faça exercícios de alta intensidade (por exemplo o treino Tabata) de modo a estimular o seu metabolismo.
 FONTE:GUIA FITNESS.COM
 

postado: luciano sousa
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Creatina reduz nível de atrofia muscular durante imobilização

São Paulo (AUN - USP) - Um dos efeitos da imobilização de um membro é a rápida perda de massa muscular. Um estudo realizado recentemente no Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB-USP) constatou que a suplementação de creatina, uma substância que promove ganho de massa muscular quando associada a treinamento de força, é capaz de diminuir o grau de atrofia de músculos submetidos à imobilização.
O pesquisador Marcelo Saldanha Aoki, doutorando do ICB e professor de Educação Física, verificou que a perda de massa muscular foi reduzida em aproximadamente 43% em ratos que foram submetidos à imobilização e receberam uma suplementação prévia de creatina. A pesquisa foi publicada neste ano no periódico internacional Clinical Nutrition, volume 23, número 5.
As cobaias foram inicialmente divididas em três grupos. O chamado “grupo controle” foi submetido à imobilização durante sete dias e não recebeu doses de creatina. Verificou-se que, neste grupo, houve uma perda de massa muscular correspondente a 35%. Um segundo grupo ingeriu creatina apenas durante o período de imobilização e não obteve melhoras no nível de atrofia. A redução da perda de massa muscular – de 35% para 20% - aconteceu somente no terceiro grupo, que recebeu creatina sete dias antes da imobilização e também durante o período de restrição dos movimentos.
Saldanha explica por que a suplementação só foi eficiente quando realizada previamente à imobilização: “O transporte da creatina depende da contração muscular e da ação da insulina. O músculo imobilizado reduz dramaticamente sua atividade contrátil e, além disso, apresenta resistência à ação da insulina”. Segundo ele, uma aplicação prática desse estudo seria a ingestão prévia de creatina, acompanhada de treinamento, por parte de atletas que serão submetidos a cirurgias e, portanto, a grandes períodos de imobilização.
Propriedades
A creatina é produzida naturalmente pelo organismo e obtida através da alimentação. Quando utilizada como suplemento, provoca o aumento de massa muscular. Uma pesquisa realizada durante os Jogos Olímpicos de 1996 mostrou que cerca de 80% dos atletas ingeriam creatina regularmente. Um levantamento que data de 1999 verificou que são consumidas, no mundo, aproximadamente 2,7 mil toneladas da substância por ano.
Vale ressaltar que a creatina não faz parte dos popularmente conhecidos anabolizantes, hormônios sintéticos capazes de provocar alterações graves no organismo. “Apesar de haver preocupação com relação a efeitos colaterais da creatina, não há nada comprovado”, afirma Saldanha. Há suspeitas de que a substância sobrecarregue os rins e o fígado devido ao aumento da quantidade de nitrogênio no organismo. m estudo realizado no ano passado (Nephrol Dial Transplant), no entanto, não verificou a ocorrência desses efeitos. Os pesquisadores lesionaram os rins de ratos que, em seguida, receberam doses de creatina, e não houve influência sobre a função renal.
  Fonte: Instituto de Ciências Biomédicas

A creatina é um composto natural que se encontra presente nos nossos músculos. Esta pode ser obtida diariamente em pequenas quantidades (1-2 g) por todos aqueles que incluem carne e peixe na sua dieta, sendo também sintetizada pelo nosso organismo.
A reserva muscular de creatina (mais especificamente, de creatina fosfato) é muito útil em esforços intensos de curta duração (ex: sprint de 10seg), uma vez que promove a rápida ressíntese de ATP – a fonte química da energia que usamos para gerar trabalho muscular! Quanto mais reduzida for a reserva muscular de creatina, mais difícil se torna gerar energia naquele tipo de esforço.
Felizmente para muitos atletas (incluindo futebolistas), cientistas do desporto descobriram há cerca de 20 anos atrás que era possível aumentar as reservas musculares de creatina através da ingestão oral de suplementos.
Desde então, a creatina tornou-se num fenómeno de vendas na indústria dos suplementos desportivos e, ao contrário de muitas outras substâncias, a sua popularidade baseou-se não apenas em relatos de atletas e propaganda comercial mas também em evidência científica consolidada em centenas de investigações sobre a creatina.
Em que situações posso beneficiar da suplementação com creatina?

Tal como foi dito, os músculos usam a creatina para gerar energia em exercícios intensos de curta duração. Na prática, a suplementação com este composto pode ser útil nas seguintes situações:
· Treino de resistência com o objectivo de aumentar a massa muscular;
· Desportos com intensidade de esforço intermitente, como o Futebol, em que são solicitados períodos de grande explosividade física (ex: sprints), intercalados por intervalos de recuperação relativamente curtos.
Nota: a resposta individual do seu organismo à suplementação com creatina vai depender das reservas iniciais (“naturais”) dos seus músculos. Por exemplo, atletas que apresentam níveis iniciais baixos tendem a responder melhor à suplementação, e, devido à situação inversa, outros (20-30%) não apresentam qualquer resposta.
Quais os protocolos de suplementação recomendados?

Existem dois tipos de protocolos validados para aumentar as reservas de creatina no seu músculo, o protocolo de “carga rápida” e o protocolo de “carga lenta” (ambos os protocolos pressupõem a utilização de creatina monohidrato).

Protocolo de carga rápida:

  • Inicialmente: 20g diários, divididos em 4 doses de 5g, durante 3 a 5 dias;
  • Manutenção: 3g/dia.
Nota: neste protocolo é de esperar um ganho agudo de 0,6 – 1kg de peso, decorrente de alguma retenção de água no músculo.

Protocolo de carga lenta:

  • Inicialmente: 3g diários, durante 1 mês;
  • Manutenção: 3g/dia.
Dica: Tome a creatina juntamente com uma refeição que contenha grandes quantidades de hidratos de carbono (ex: batido de fruta ou de tipo “gainer”), o que irá aumentar a retenção muscular de creatina.

Existe algum efeito indesejável relacionado a toma de creatina?

Se tomar creatina nas quantidades aconselhadas, o único efeito clinicamente relevante que pode esperar é um potencial ganho de peso. Segundo a Sociedade Internacional de Nutrição Desportiva (ISSN, 2010), a ingestão prolongada de creatina não apresenta malefícios aparentes para a saúde dos atletas (nomeadamente a nível renal) e poderá diminuir a incidência de lesões durante os treinos.

Deverá o jovem atleta tomar creatina?

A maioria dos profissionais de saúde não recomenda o uso de creatina em atletas que não tenham atingido a maturidade, aconselhando-os a adquirir primeiro os melhores métodos de treino, óptimas práticas nutricionais (ex: não saltar refeições, evitar demasiados alimentos processados e ingerir os alimentos correctos antes, durante e após os treinos/competições) e bons habitos de descanso (dormir 6-8h). Estas medidas deverão ser suficientes para notar grandes melhorias na performance do jovem atleta.
Conclusão
Aliada a um treino adequado, bons hábitos de descanso nocturno e a uma dieta desportiva rigorosa, a creatina é um suplemento ergogénico bem testado que pode melhorar a qualidade dos seus sprints, saltos e outros movimentos rápidos em jogo. Lembre-se, a suplementação com creatina nunca poderá substituir maus hábitos nutricionais e um plano de treino inadequado.
Se escolher tomar um suplemento de creatina, não pense em tomar doses superiores às recomendadas, uma vez que um aumento na ingestão deste suplemento não irá aumentar mais as reservas musculares de creatina e pode causar danos à sua saúde.


Saiba mais em:
  • Nancy Clark’s Sports Nutrition Guidebook (http://www.nancyclarkrd.com)
  • Food Guide for Soccer: Tips & Recipes from the Pros (http://www.nancyclarkrd.com)
  


postado: luciano sousa
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Creatinofosfoquinase (CPK)

  • A creatinoquinase (CK), também conhecida como creatinofosfoquinase (CPK) tem um papel chave no transporte de energia nas células musculares. Encontra-se em altas quantidades nos músculos esqueléticos, no músculo cardíaco e no cérebro. Quantidades mínimas estão presentes no intestino e nos pulmões, porém não se encontra presente no fígado.
  • A CK apresenta-se como um dímero composto por qualquer combinação entre dois monômeros, um muscular (M) e outro cerebral (B). Cada um tem um peso molecular de 43.000 e é codificado por um gene distinto. Os tecidos humanos contêm três diferentes frações da CPK a saber: fração BB, MB e MM.
    A CK dos músculos esqueléticos é quase exclusivamente da fração MM (97-99%), sendo o restante composto pela fração MB. A CK do miocárdio é basicamente formada pela fração MM (75-80%), porém com maiores quantidades da fração MB (15-20%). A CK cerebral é composta exclusivamente pela fração BB.
    No soro normal, a CK total é representada principalmente pela fração MM. Isso ocorre devido à pequena massa de miocárdio e cérebro comparada com a massa muscular total. Além disso, a meia vida da CK-BB e da CK-MB é relativamente curta comparada com a da CK-MM. Durante as primeiras 6 semanas de vida fetal, somente a CK-BB é sintetizada, mas ao redor da décima segunda semana de vida embrionária, a CK-MM é predominante.
    • CK EM PESSOAS SAUDÁVEIS
  • As concentrações de CK sérica são dependentes da idade, raça, sexo, massa muscular e atividade física. Em geral, homens têm níveis mais elevados que as mulheres e negros têm níveis maiores que os brancos. Os níveis em outros grupos raciais não diferem da população branca. Embora a massa muscular seja outro fator independente influenciando os níveis de CK, o sexo e a raça são independentes da massa muscular, altura, peso e atividade física.
  • Baseada no sexo e na raça a população geral poderia ser dividida em três grupos gerais: (1) grupo com CK alta composto de homens negros; (2) grupo com CK intermediária composto de mulheres negras e homens brancos e; (3) grupo com CK baixa composto de mulheres brancas. Em geral, o grupo de homens negros têm níveis de CK o dobro das mulheres negras e homens brancos e os valores em mulheres brancas são a metade dos homens brancos e mulheres negras.
    A CK é elevada no período neonatal (até 10 vezes o valor normal), provavelmente como resultado do trauma de parto. As crianças, principalmente meninos têm valores discretamente maiores que o dos adultos. Durante a vida adulta, os níveis de CK aumentam discretamente com a idade para declinar na velhice. Baixos níveis são encontrados nos estágios precoces da gestação, em pessoas com vida sedentária e durante períodos prolongados de repouso no leito.
    Elevações transitórias da CK, geralmente menores que 5 vezes o normal são comuns após trauma muscular, injeções intramusculares, EMG de agulha, procedimentos cirúrgicos, ou exercício físico moderado a severo. A EMG de agulha pode resultar em aumento dos níveis sericos de CK que são maiores com agulha concêntrica que com agulha monopolar. Os níveis retornam ao normal aproximadamente após 2 a 3 dias após o exame. Convulsões, psicose aguda e comportamento violento também podem resultar em elevações da CK.
    Abaixo resumimos as causas de elevação transitória de CK na ausência de doença neuromuscular:
    • Exercício
    • Trauma muscular
      • · Injeções intramusculares
      • · Injeções subcutâneas
      • · EMG de agulha
      • · Síndrome compartimental
      • · Esmagamento muscular
    • Cirurgias
    • Crises convulsivas
    • Psicose aguda
    • Comportamento violento
  • Exercício físico prolongado e extenuante aumenta os níveis de CK. O aumento é extremamente variável entre os indivíduos e depende do sexo, da raça e do treinamento físico de cada um. Em geral, os aumentos de CK são maiores em homens e negros que em mulheres e brancos. Mais importante ainda, a elevação de CK é altamente dependente da duração e intensidade do exercício, além do condicionamento físico do atleta. Entre essas variáveis, a duração da atividade física é a mais importante. Os maiores níveis de CK pós-exercício são vistos em maratonistas e atletas que competem provas de triathlon, atingindo níveis tão altos quanto 50 vezes os valores normais. Ao contrário, corridas de curta duração como os 400 m, por exemplo, resultam em aumentos muito menores da CK. O tipo de exercício também é importante. Enquanto natação ou ciclismo tendem a provocar mínima ou nenhuma elevação da CK, corridas em montanhas e levantamento de peso tendem a provocar as maiores elevações. Os níveis de CK séricos tendem a cair em atletas treinados como conseqüência de mecanismos adaptativos como eliminação do sangue ou ligação com células musculares.
  • O tempo da coleta do sangue após o exercício é importante. Em geral, elevações maiores são detectadas mais precocemente e por mais tempo. Os valores de CK sérica geralmente iniciam a aumentar em poucas horas após o exercício, atingindo um pico em 1 a 4 dias e começam a diminuir em 3 a 8 dias. Treinamento freqüente ou diário, principalmente nos atletas de levantamento de peso, podem resultar em elevações persistentes da CK, simulando doença neuromuscular. Atletas com CK elevada e suspeita de doença neuromuscular deveriam interromper o treinamento por 7 a 10 dias antes de uma nova medida ser obtida.
    A maior parte da CK liberada após exercício físico pertence à fração MM. Entretanto, a CK-MB pode estar elevada após exercício prolongado e extenuante, como na maratona, chegando a 8 a 18% da concentração total, sem nenhuma evidência de isquemia cardíaca. A fonte de CK-MB parece ser as fibras musculares em regeneração, que semelhantemente a muitos mioblastos fetais, expressam maiores quantidades de CK-MB que as células musculares maduras.
    A causa exata do aumento da CK após o exercício é desconhecida. As hipóteses incluem hipóxia tecidual, depleção de glicogênio muscular, peroxidação lipídica e acúmulo de radicais livres. O dano mecânico direto aos elementos contráteis, especialmente o disco Z do sarcômero, explica as diferentes elevações de CK entre exercícios equivalentes de levantamento de peso e não levantamento de peso.
    • CK NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
  • Seguindo isquemia miocárdica aguda, a CK sérica total começa a aumentar em 4 a 8 horas, atinge seu pico em 12 a 24 horas e declina aos valores de base em 2 a 3 dias. A elevação da fração MB é altamente sensível (98-99%) e específica (95-97%) para o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio. Tanto a sensibilidade como a especificidade são mais altas após 12 a 16 horas do início dos sintomas. Assim, uma CK-MB normal 6 a 10 horas após o início dos sintomas praticamente exclui a possibilidade de IAM. Como uma pequena quantidade de CK-MB (1 a 3%) está presente nos músculos esqueléticos, a elevação percentual da CK-MB (CK-MB/CK total x 100) é mais importante que o valor absoluto para o diagnóstico de IAM e aumenta a especificidade do teste. Nos primeiros 2 a 3 dias após o infarto, a CK-MB encontra-se geralmente acima de 5% da CK total, geralmente entre 10 e 15%, mas nunca excede 40%. Além disso, medidas seqüenciais da CK total e da CK-MB são úteis para monitorar o aumento e a queda dos níveis séricos. Em geral, quando a CK-MB aumenta mais que 25% entre duas medidas separadas por 4 a 12 horas, isto é altamente sugestivo de IAM.
  • Elevações da CK-MB semelhantes às vistas no infarto do miocárdio podem ocorrem em doenças neuromusculares, como rabdomiólise, esmagamento, hipertermia maligna, distrofia muscular de Duchenne, dermatomiosite e polimiosite severas, assim como em corredores de maratona e atletas profissionais. A origem da elevação da CK-MB nestes atletas é esquelética e não cardíaca, como foi previamente pensado. Além de se basear na história e no exame físico, pistas para estabelecer que o aumento da CK-MB é proveniente dos músculos esqueléticos em vez do cardíaco incluem um ou mais dos seguintes critérios: (1) percentagens de CK-MB menores que 5% não são compatíveis com IAM; (2) elevações importantes da CK-total de mais que 20-30 vezes os valores normais não são compatíveis com infarto; (3) um curso temporal atípico de elevação da CK-MB (prolongado), deveria levantar suspeita contra o diagnóstico de IAM.
    Embora as medidas seriadas da CK total e da CK-MB tenham sido usadas como os principais marcadores para o diagnóstico do IAM, essa prática está mudando para incluir substâncias de liberação mais rápida como a mioglobina e marcadores cardíaco-específicos como a troponina T e a troponina I.
    Os níveis de mioglobina sérica, os quais não são cardíaco-específicos, atingem o pico sérico muito precocemente (entre 1 a 4 horas) após o infarto do miocárdio. A troponina I e T, as quais regulam o processo de contração mediado pelo cálcio, estão presentes nos músculos cardíaco e esqueléticos, embora elas tenham diferentes seqüências de aminoácidos e sejam codificadas por diferentes genes. As frações cardíacas de troponina, particularmente a troponina I, são altamente específicas e não estão presentes no músculo esquelético. Como as concentrações de troponina I em indivíduos normais é quase zero, sua sensibilidade é maior que da CK-MB, permitindo a detecção de pequenos graus de necrose do miocárdio.
    Após o IAM, a troponina I começa a aumentar em 3 horas, atinge um pico em 24 horas e persiste elevada por 7 a 10 dias. Portanto, além de ser altamente sensível e especifica, a troponina I também é útil para detectar infarto do miocárdio na fase subaguda.
    • CK EM DOENÇAS NEUROMUSCULARES
  • A CK sérica é o marcador isolado mais confiável, útil e estudado para o diagnóstico das doenças neuromusculares. A CK é altamente sensível, sendo que um valor normal virtualmente exclui uma doença neuromuscular como causa de elevação de qualquer outra enzima muscular como a ALT (alanina-aminotrasferase), a LDH (desidrogenase-lática) e a aldolase.
  • As elevações da CK são geralmente associadas com miopatias, sendo menos comumente associadas com doenças neurogênicas e eventualmente podem ocorrer em indivíduos assintomáticos.
    • ELEVAÇÕES IDIOPÁTICAS DA CK
  • Elevações séricas persistentes da CK podem ser encontradas em indivíduos assintomáticos. Isto freqüentemente é notado acidentalmente, especialmente em instituições onde a medida sérica da CK é realizada juntamente com o perfil bioquímico de rotina. É comum que esses pacientes sejam submetidos à avaliação cardiológica antes de eles serem encaminhados ao especialista em doenças neuromusculares.
  • A hiperCKemia idiopática, um termo criado por Rowland e cols, é definida como a elevação persistente da CK sérica com origem nos músculos esqueléticos, sem manifestações clínicas ou fraqueza muscular e ausência de anormalidades nos exames neurológico, eletrodiagnóstico e patológico (biópsia muscular).
    A hiperCKemia idiopática pode ocorrer em qualquer idade, mas existe uma predominância masculina. As elevações são modestas, geralmente entre 3 e 10 vezes acima do valor normal. Nenhum paciente têm fraqueza, porém alguns relatam mialgia, rigidez ou câimbras. Estudos de seguimento destes pacientes revelaram que até 1/3 dos pacientes evoluem com alguma doença neuromuscular como miopatia distal, miosite por corpos de inclusão, polimiosite, deficiência de mioadenilato-deaminase, doença de McArdle, miopatia do core central, hipertermia maligna e estado de portador da distrofia muscular de Duchenne.
    Alguns critérios específicos são necessários antes do diagnóstico de hiperCKemia ser feito:
    Critérios de Inclusão:
    • elevação persistente da CPK .
    • exame muscular e neurológico normais.
    • EMG de agulha normal (opcional, porém recomendada se houver suspeita elevada de doença neuromuscular).
    • Biópsia muscular normal (opcional, porém recomendada se houver suspeita elevada de doença neuromuscular).
    • Critérios de Exclusão:
    • História familiar de doença neuromuscular.
    • Evidência clínica e/ou laboratorial de doença da tireóide.
    • Ingesta de medicamentos associados com elevação da CK.
    • História de injeções intramusculares repetidas ou exercício prolongado.
  • A elevação da CK pode ser resultado de causas metabólicas ou tóxicas como o hipotireoidismo e o uso de agentes redutores do colesterol (inibidores da HMGCoa-redutase). Nessas situações, a CK permanecerá elevada enquanto a doença de base não for tratada ou a droga retirada. Alguns autores aconselham que testes para portadores de distrofinopatias sejam realizados em todos os pacientes com hiperCKemia “idiopática”. Outros sugerem um teste da contratura em todos os pacientes para descartar a susceptibilidade genética à hipertermia maligna. Enquanto o nosso conhecimento da genética das doenças neuromusculares continue a aumentar, é provável que mais pacientes com hiperCKemia “idiopática” sejam diagnosticados com uma doença neuromuscular ou estado de portador de alguma doença.
  • Pacientes assintomáticos com hiperCKemia deveriam primeiramente submeter-se à cuidadoso exame neurológico e ter uma avaliação detalhada de suas histórias familiares. Estudos adicionais como EMG, biópsia muscular ou testes de DNA para doenças neuromusculares deveriam ser considerados, particularmente em pacientes com elevações maiores que 5 a 10 vezes o normal. Todos os pacientes com hiperCKemia “idiopática” deveriam receber constante acompanhamento, pois um número significativo deles irá demonstrar claros achados de doença neuromuscular no futuro.
    • ELEVAÇÕES DA CK EM MIOPATIAS
  • Um aumento sustentado da CK sérica freqüentemente resulta de miopatias. A magnitude da elevação da CK nas miopatias depende dos seguintes fatores:

  •     severidade da doença
    • curso da doença: miopatias progressivas como a distrofia muscular de Duchenne e polimiosite são associadas com níveis mais elevados de CK que que as doenças lentamente progressivas e crônicas que a distrofia fascioescapulohumeral e miosite por corpos de inclusão.
    • Massa muscular disponível: como os níveis de CK são dependentes da massa muscular, doenças musculares avançadas onde a massa muscular está diminuída freqüentemente estão associadas com níveis normais de CK. Por exemplo, os níveis de CK na distrofia muscular de Duchenne são muito mais elevados no inicio da doença (ainda antes da doença tornar-se sintomática) e durante a fase ambulatorial, podendo chegar a 100-200 vezes acima do normal. A CK então gradualmente diminui para os níveis normais durante a fase avançada da doença.
    • Necrose de fibras musculares: necrose das fibras musculares e quebra da membrana são os maiores fatores que influenciam a elevação da CK. Portanto, as miopatias não associadas com necrose de fibras musculares ou quebra do sarcolema, como as miopatias mitocondriais, geralmente têm CK normal. Portanto, um nível de CK sérica normal não necessariamente exclui miopatia. Em pacientes com polimiosite e terapia corticosteróide de longa data, miopatia esteróide deveria ser considerada se houver piora da fraqueza sem aumento concomitante dos níveis de CK.
  • CK-MM é a fração predominante em miopatias. Entretanto uma alta percentagem de CK-MB têm sido relatada, simulando infarto do miocárdio. Isto ocorre principalmente em distrofia muscular de Duchenne, polimiosite, dermatomiosite, rabdomiólise, hipertermia maligna, esmagamento muscular e corredores de maratona. Isto é explicado pela atividade da CK nas fibras musculares em regeneração, as quais contêm maioires quantidades de CK-MB que os miócitos maduros. Portanto, um elevado nível de CK-MB em pacientes com miopatias não necessariamente aponta para doença isquêmica cardíaca.
    • ELEVAÇÕES DA CK EM DOENÇA NEUROGÊNICA
  • A concentração sérica de CK pode ser elevada em pacientes com doença neurogênica sendo geralmente menor que 5 vezes os valores normais. Exceções incluem os pacientes com atrofia muscular espinhal e bulbar ligada ao X (doença de Kennedy) ou na atrofia muscular espinhal tipo III (doença de Kugelberger –Wellander), onde os níveis de CK podem atingir até 10 vezes acima dos valores normais. Elevações da CK sérica têm sido bem documentadas em esclerose lateral amiotrófica, atrofias musculares espinhais, síndrome de Guillain Barré, poliomielite anterior aguda e síndrome pós-polio. O mecanismo deste aumento é desconhecido, e pode ser explicado, em parte, pelo dano das fibras musculares individuais trabalhando para compensar as fibras musculares desnervadas.
  •  KATIRJI, B; AL-JABERI, M.M. Creatine Kinase Revisited. Journal of Clinical Neuromuscular Disease 2001; 2: 158-163.  

    postado: luciano sousa
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