domingo, 5 de agosto de 2012

Princípios de treinamento

Princípios de treinamento

O treinamento é um processo sistemático através do qual atletas melhoram seu preparo físico para atender às demandas de seu esporte. O treinamento é um processo progressivo e de longo prazo, e posiciona o atleta em seu nível adequado de preparo físico e condicionamento. Treinamento usa exercícios genéricos e específicos para desenvolver um atleta em seu esporte. Treinamento em ciclos: quebra, recuperação, super-compensação e formação (adaptação).
 Quando treinamos, causamos danos específicos a algumas células, e usamos recursos celulares (combustível, água, sais). Quando você sai da pista ou da piscina após treinar, você está mais fraco, e não mais forte. O nível de fraqueza depende da quantidade e da intensidade do exercício. Após a sessão de treinamento, se o corpo receber descanso e alimentação adequados, ele se ajustará para super-compensar e se preparar para o próximo esforço.
 
 
A sobrecarga é possivelmente o princípio fundamental do preparo físico. Trata-se basicamente de um aumento na demanda para forçar o corpo a se adaptar. Uma carga de treinamento é o esforço de exercício que o atleta realiza numa sessão de treinamento. Carregar é o processo de aplicação de cargas de treinamento – programas de treinamento.
 
Sobrecarga --> Fadiga recuperação Adaptação --> Preparo Físico aumentado
 
Quando o preparo físico de um atleta é desafiado por uma nova carga de treinamento, há uma reação do corpo. Essa reação corporal é chamada adaptação. A primeira reação é a fadiga. Quando a sobrecarga pára, inicia-se a recuperação. Recuperação e adaptação levam o atleta a um nível de preparo físico superior àquele em que começou.
 É mais seguro alternar um dos três fatores abaixo para sobrecarregar o corpo. Nós abordaremos esses três fatores separadamente por eventos no guia de treinamento de cada esporte. A carga é mudada de maneira sistemática e lenta para permitir adaptação gradual do corpo.
  • Freqüência — quantas vezes
  • Duração — quanto tempo
  • Intensidade — carga
A capacidade de adaptação do corpo explica como o treinamento age. Se a carga do treinamento não é suficiente. Há pouco ou nenhum aumento no nível de preparo físico ou performance atlética. Uma carga excessiva pode resultar em lesões ou doenças para o atleta.
 

Você conhece a expressão, “Se não usar, irá perder.” Se atletas não treinam regularmente, não há necessidade do corpo se adaptar. Seja criativo e inovador ao fazer seus atletas treinarem e competirem com maior freqüência. Uma alta freqüência de treinamento não apenas irá ajudá-los a melhorar seus desempenhos atléticos, como também seu nível de preparo físico irá aumentar como um resultado direto do treinamento prolongado. Isto terá um impacto positivo em sua qualidade de vida em geral – eles serão mais saudáveis.
 É importante também não se exceder no treinamento ou sobrecarregar o corpo a ponto de este sofrer uma adaptação incompleta. Descanso não será mais adequando para recuperação. O declínio no desempenho causado por adaptação incompleta é um dos sinais mais claro de treinamento em excesso.
 Outros sinais de treinamento excessivo incluem.
  • Irritabilidade e mau humor
  • Padrões de sono alterados
  • Perda do apetite
  • Perda de motivação ou impulso competitivo
  • Dor muscular persistente que não arrefece
  • Fadiga não aliviada pelo descanso
  • Maior incidência de lesões e doenças menores

A natureza específica da carga de treinamento produz sua própria reação e adaptações. O exercício terá um padrão especial de coordenação entre as juntas e músculos. A carga de treinamento deve ser específica tanto para o atleta como para as necessidades de determinado evento. Isso não dispensa treinamento genérico. Treinamento genérico prepara o atleta para treinamento específico. Quanto maior o volume de treinamento genérico, maior será a capacidade para treinamento específico.
 

Cada atleta responde de maneira particular a atividades de preparo físico. Atletas trazem ao treinamento seu talento, capacidades e habilidades únicas. A hereditariedade determina muitos fatores fisiológicos como o tamanho do coração e pulmões, características das fibras musculares, compleição e equilíbrio. O montante de descanso e horas de sono, bem como as reações ao ambiente (calor / frio, poluição, stress e altitude) variam de acordo com cada atleta. Nutrição e lesões e doenças do passado ou presente também terão influência na habilidade esportiva.
 A prontidão fisiológica do corpo para treinar é outro fator importante. Atletas com a mesma idade cronológica podem estar em diferentes estágios de maturidade, com até quatro anos de diferença entre seu desenvolvimento e idade biológica. Além disso, o tempo de treinamento, o período durante o qual o atleta treinou, também deve ser considerado.
 
 Atletas – mesma idade cronológica – capacidades de treinamento diferentes
 
Idade cronológica Idade biológica Idade de treinamento
11 9 1
11 13 3
 
Atletas — mesma idade cronológica — capacidades de treinamento similares
 
Idade cronológica Idade biológica Idade de treinamento
12 13 2
15 13 2
 

O treinamento é um processo prolongado, e carregar e se recuperar pode se tornar monótono. Planeje algumas variações no programa de treinamento de seu atleta. Estabeleça treinamentos cruzados e adicione ao programa atividades na piscina. Seja criativo. Variedade é uma mudança de stress e uma parte necessária no progresso de um atleta. Um cronograma semanal e mensal deve conter períodos alternados de trabalho duro ou mais suave. O trabalho deve ser alternado com períodos de repouso para que o corpo possa se adaptar às mudanças que ocorreram.
  

Talvez o mais importante princípio, o envolvimento ativo, requer que o atleta queira participar ativamente e de boa vontade em seu programa de treinamento. O aumento de preparo físico geral demanda comprometimento de longo prazo, da parte do técnico e especialmente do atleta. Isso requer que todos os aspectos da vida do atleta contribuam para o sucesso de sua performance no campo.
Lei de sobrecarga
  • O corpo se adapta à carga de treinamento – isso explica o funcionamento do treinamento
  • Cargas de treinamento adequadas melhoram o preparo físico e aumentam o desempenho
  • Fatores de influência na carga de treinamento – freqüência, duração e intensidade
Lei de reversibilidade
  • Cargas de treinamento que aumentam gradualmente proporcionam maiores níveis de preparo físico
  • Nenhum aumento de preparo físico ocorrerá caso a carga de treinamento seja leve demais ou permaneça a mesma
  • Treinamento em excesso ou adaptação incompleta ocorre quando as cargas de treinamento são muito grandes ou muito próximas
Lei de especificidade
  • Carga de treinamento específica produz reações específicas e adaptações
  • Treinamento genérico prepara o atleta para treinamento específico
  • Quanto maior o volume de treinamento genérico, maior será a capacidade para treinamento específico
Princípio de individualismo
  • Atletas trazem ao treinamento seu talento, capacidades e habilidades únicas
  • A hereditariedade determina muitos fatores fisiológicos que influenciam o treinamento
  • As idades cronológica, biológica e de treinamento devem ser consideradas ao planejar um programa de treinamento e competição
Princípio de variedade
  • O treinamento é um processo prolongado, e carregar e se recuperar pode se tornar monótono
  • Faça-o ficar divertido para o atleta
  • Seja criativo
Princípio de envolvimento ativo
  • O atleta deve querer participar ativamente e de boa vontade de seu programa de treinamento
  • O atleta deve estar comprometido
  • Todos os aspectos da vida do atleta contribuem para seu sucesso atlético

Períodos de treinamento

As melhorias nos desempenhos não são lineares, mas ocorrem em diferentes proporções nos sistemas fisiológicos. Por estas razões, o preparo físico e/ou treinamento esportivo deve ser dividido entre períodos úteis com objetivos variados, dependendo do tempo disponível até o evento esportivo em si. Um plano de preparo físico bem feito não apenas muda seu foco de quando em quando, mas também varia de intensidade e alterna atividade e repouso a cada período.
A divisão do ano mais lógica para atletas envolvidos em uma ou mais atividades esportivas contempla os períodos relativos a cada esporte.
 
Pré-temporadas (8 a 12 semanas antes da competição)
Os objetivos da pré-temporada incluem:
  • Desenvolvimento de força e resistência muscular para fins esportivos
  • Desenvolvimento de condicionamento aeróbico (resistência) contra condicionamento anaeróbico (alta intensidade) apropriados
  • Desenvolvimento de força muscular (conforme necessidade da atividade)
  • Desenvolvimento de habilidades específicas do esporte e prática em equipe
Temporada (período competitivo)
O programa de treinamento durante a temporada inclui dois objetivos primários:
  • Manutenção dos ganhos do treinamento pré-temporada
  • Continuidade da atenção específica em áreas de risco para o corpo – tanto para lesões passadas ou para riscos inerentes ao esporte
 Pós-Temporada (3 a 4 semanas ou menos, em seguida ao fim da competição)
  • Período curto
  • O objetivo deste período é o descanso e a recuperação física e mental do atleta
Fora de temporada (o período mais longo, entre pós e pré-temporada)
O foco, fora de temporada, é a recuperação e reabilitação de lesões; condicionamento aeróbico geral; desenvolvimento geral, força e resistência muscular balanceada; e desenvolvimento de equilíbrio e coordenação neuromuscular.  

 

Treinamento de sistemas

Diferentes exercícios usam combustíveis diferentes de formas diferentes, dependendo da intensidade e duração da atividade e do nível de preparo físico dos atletas. O objetivo do treinamento eficaz é escolher o sistema apropriado mais eficiente durante a realização da atividade. Há dois tipos primários de sistemas para o corpo que deve obter preparo físico para determinada atividade — o sistema de energia e o sistema muscular. Parece mais complicado do que realmente é.
 
Técnicos de esporte devem compreender as capacidades e limitações do sistema de energia para planejar programas de treinamento em seqüência. Ao ensinar os atletas a escutar seus corpos durante sessões de treinamento, ajustes podem ser feitos na treinamento em seqüência através do cuidadoso entendimento do sistema de energia. Lembre-se de que todos os sistemas de energia são acionados praticamente ao mesmo tempo; corridas intensivas demandam mais aeróbica e anaerobicamente e, assim, é um sistema compartilhado.
  
Pergunte a si mesmo estas rápidas e fáceis questões para determinar que tipo de sistema seu exercício está usando:
  1. É necessário oxigênio? (ou, a atividade envolve corrida ou saltos?)
    • Se sim, o sistema de energia é aeróbico – com oxigênio
    • Se não, o sistema de energia é anaeróbico – sem oxigênio
  2. Ácido lático é produzido?
    • Se não, o sistema de energia é anaeróbico alático (energia de 0 a 10 segundos)
    • Se sim, o sistema de energia é anaeróbico lático (energia de 10 a 60 segundos)
Atletas podem usar um ou uma combinação de dois sistemas de energia. Eventos diferentes requerem tipos e quantidades diferentes de atividade muscular. Sistemas diferentes predominam em diversos eventos. Nosso objetivo é planejar um programa de treinamento que aumente a capacidade de sistemas específicos de energia ou muscular, assim melhorando a performance.
 
Sistema aeróbico (com oxigênio)
Treinamento aeróbico é bom para o desenvolvimento do sistema cardiovascular. Ele permite que atletas se recuperem de atividades rigorosas e ajuda a capacidade de aumentar as repetições.
  • Muito eficiente, não produz dejetos que geram fadiga.
  • Exercícios de baixa intensidade
  • Importante no processo de recuperação para todo exercício
  • O coração e pulmões têm papel importante
  • Resistem à fadiga
  • Leva mais tempo para sobrecarga do que sistemas anaeróbicos
  • Requer um mínimo de 20 minutos de período de treinamento
  • A carga de trabalho pode ser continua ou dividida em intervalos
  • Exemplos de atividades aeróbicas incluem jogging, corrida e caminhada
 
  • Menos eficiente, produz ácido lático, adiantando a fadiga muscular
  • Alta intensidade
  • O corpo precisa queimar carboidratos armazenados nos músculos
  • O ácido lático deve ser eliminado – pode levar até uma hora
  • Os carboidratos devem ser repostos para que outras atividades possam ocorrer
  • Os primeiros 10 minutos de recuperação ativa causam maior redução de ácido lático
  • Fornece a maior parte da energia, demandando grandes picos de velocidade ou resistência, com duração de até 10 segundos
  • Feito através de períodos alternado de trabalho e repouso
  • Diversas indicações claras de esforço anaeróbico são dificuldade para respirar, ou dificuldade de sustentar o esforço
  • Estabelece a base aeróbica, e desafia o atleta ao nível máximo da capacidade aeróbica
  • Exemplos de atividades anaeróbicas incluem treinamento com pesos, arrancadas, saltos, treinos de intervalo, treinamento em várias velocidades ou com passo constante
Assim como no sistema de energia, o sistema muscular deve ser desenvolvido para ações eficientes. O sistema muscular pode ser treinado para resistência, força, potência e velocidade.
 
Resistência muscular
Resistência muscular é a habilidade do músculo de realizar contrações repetidas por um longo período. O número de repetições necessário depende da atividade. Porém, é importante contar minutos, e não séries de atividade. Resistência muscular é aumentada ao adicionar de 1 a 3 minutos aos exercícios todas as semanas. Este treinamento é normalmente concluído em séries e repetições. A repetição também faz o atleta realizar a atividade corretamente, antes que cargas extra sejam adicionadas.
 
Força muscular
Força muscular é o desenvolvimento da força em um músculo ou grupo muscular. Uma vez que a resistência muscular foi conquistada, a atividade pode ser alterada para desenvolver mais força em músculos específicos. Mais uma vez, o número de séries e repetições deve ser definido pela atividade em mente, mas normalmente 5 ou 6 repetições em 2 ou 3 séries será eficaz para a maioria de atividades de força. Finalmente, o atleta será capaz de exercer de 2 a 2 e meia vezes mais resistência do que encontrarão em sua atividade.
 
Potência muscular
Potência muscular é a habilidade de exercer força sobre a distância em relação ao tempo. Potência não pode ser desenvolvida antes do atleta adquirir força. Este é um erro comum em treinamentos, que pode causar lesões. Treinamento de potência combina força e velocidade em atividades específicas de cada esporte. Por exemplo, instrua o atleta a levantar de 30 a 60% da carga máxima rapidamente em 15 repetições em duas séries. Outro exemplo de atividades de potência são exercícios pliométricos, ou atividades intensas, que constroem a força necessária para saltos ou atividades com amarras.
 
Velocidade muscular
Velocidade muscular é o treinamento para músculos de arranque. Treinamento de velocidade livra o atleta das necessidades do sistema de energia definidos pelo arranque. Por exemplo, um atleta de 200 metros rasos treinando por resistência a velocidade precisa correr rápido, numa alta porcentagem de seu esforço máximo. Portanto, o atleta não poderá treinar por resistência a velocidade com menos de 90%, ou ele / ela estará limitado a um recrutamento muscular lento, com reações musculares lentas – e pouca velocidade. Quer correr rápido? Treine rápido.
 
Preparo físico 
 
Preparo físico é o nível de adaptação e capacidade de um indivíduo de viver determinado estilo de vida. O preparo físico esperado de nossos atletas é superior àquele esperado de não-atletas. A teoria de treinamento agrupa toda a informação sobre esportes proveniente de fontes sociais e científicas. O técnico e o atleta trabalham juntos para produzir um programa de treinamento eficaz para o aumento do preparo físico do atleta e principalmente melhorar sua performance atlética.
 
Preparo Físico é baseado em 5 componentes elementares.
  1. Força
  2. Resistência
  3. Velocidade
  4. Flexibilidade
  5. Coordenação
 Cada exercício do treinamento desenvolve um componente específico. Eventos diferentes requerem diferentes necessidades de preparo físico
 
Exercício Demanda Carga
  • Força
  Máxima
  • Resistência
  Seta   Duração e distância máxima
  • Velocidade
Rapidez e freqüência
  • Flexibilidade
Agilidade e condicionamento
  • Coordenação
  Movimentos complexos

Desenvolver um circuito de força e condicionamento

Inicie seu circuito de treinamento atlético com exercícios de baixa intensidade, aumentando a intensidade no decorrer do ano. É uma boa idéia começar a temporada com um período de 2 a 3 semanas de condicionamento geral antes de iniciar um circuito de treinamento como este, embora atletas que tenham recém terminado outra temporada esportiva estejam suficientemente condicionados para começar imediatamente.
 
Certifique-se de incorporar ao menos 15 a 20 minutos de exercícios de treinamento e condicionamento de força nas primeiras 2 ou 3 semanas da temporada. Isso ajudará seus atletas a desenvolver uma base sólida para iniciar práticas mais vigorosas, enriquecendo suas experiências de competição.
 

Treinamento de circuito é o termo dado a exercícios de resistência agrupados de forma a alcançar condicionamento geral ou específico. Os exercícios são realizados de forma cíclica, que permita aos atletas progredir de um estágio de exercícios ao outro, até que todos os estágios tenham sido completados. A conclusão de todos os exercícios estabelece um circuito. Este tipo de treinamento é ideal para grupos pequenos ou grandes de atletas. Treinamento de circuito é também uma boa ferramenta de desenvolvimento de preparo físico.
 

Antes de iniciar um circuito de treinamento, diversas considerações prévias devem ser estabelecidas para a prescrição de exercícios a todos os atletas.
  1. Verifique idade, peso corporal e o estágio de desenvolvimento físico de cada atleta.
  2. Verifique os níveis de treinamento anteriores e atuais de cada atleta em relação a treinamentos de força e velocidade.
  3. Avalie as necessidades de treinamento de força para cada grupo de atletas de acordo com sua classificação.
 

Ao implantar o circuito de treinamento, concentre-se na seqüência e freqüência de exercícios a serem realizados. É recomendado que cada sessão de treinamento consista em 2 a 4 exercícios para cada uma das quatro categorias de exercícios, e que haja tempo adequado de descanso entre as etapas. A seqüência de exercícios deve seguir um padrão: membros superiores e inferiores, ou agilidade e condicionamento para exercícios abdominais, com repetição da mesma seqüência. Este tipo de sistema permitirá um tempo de recuperação para grupos musculares específicos, uma vez que estes não serão usados em exercícios consecutivos.
 
  Seqüência dos exercícios
 
O circuito de treinamento deve ser realizado no trecho de grama da pista na maioria dos exercícios. Esta superfície reduz o impacto do solo, o que é especialmente importante para exercícios pliométricos dos membros inferiores. De maneira ideal, o circuito de treinamento pode ser realizado até três vezes por semana, em uma programação que permita ao menos 48 horas de descanso entre as sessões. No início da temporada de competições, o circuito de treinamento pode ser reduzido para duas vezes por semana, de forma a permitir maior descanso antes das competições. Se o técnico planejar uma programação que adote o circuito de treinamento apenas duas vezes por semana, ele / ela pode permitir 72 horas de recuperação entre as sessões.
 
Opções de Treinamento
 
 Dias de Treinamento  Dia 1  Dia 2 Dia 3  Dia 4   Dia 5
 Treinamento 5 dias / semana  Circuito ST&C      Circuito ST&C  
   Circuito ST&C      Circuito ST&C
 Treinamento 4 dias / semana  Circuito ST&C      Circuito ST&C  
 Treinamento 3 dias / semana  Circuito ST&C        
 
Treinamento de força & condicionamento
 

Rotinas amostrais de circuito de treinamento

Ao prescrever os exercícios, você deve focar naqueles que atenderão necessidades específicas do atleta que ocupa determinada posição. A tabela abaixo é um guia básico para ajudá-lo a começar. Estes exercícios podem ser incorporados a um circuito de treinamento de forma a oferecer uma variedade de exercícios divertidos para todos os atletas. Mude ligeiramente os exercícios, se perceber que um dos atletas já dominou a atividade e está ficando entediado.
 
Um exemplo de atletismo
Atletas de todas as modalidades  podem se beneficiar de Agilidade e condicionamento
Abdômen e costas
Velocistas, saltadores e arremessadores
(atletas de força)
Agilidade e condicionamento
Pliometria
Arremessadores com membros inferiores desenvolvidos Pliometria
Atletas de todas as modalidades
Arremessadores
Arremessos de bolas medicinais
 
Usar circuitos de condicionamento diminui a pressão sofrida pelos atletas, pois a ênfase está na duração de cada etapa e não no número de repetições. O objetivo é fazer os atletas realizarem o maior número possível de repetições, na forma mais correta possível, no tempo determinado.
 
Exercício Duração
  1. Flexões
30 segundos
  1. Abdominais
30 segundos
  1. Levantamentos de perna
1 minuto
  1. Investidas
30 segundos
  1. Dips de tríceps
30 segundos
  1. Corrida
1 minuto e meio
 
 
Circuito de condicionamento geral
 
 
Número de circuitos: 1-5
Duração de cada etapa: 30 segundos a 1 minuto e meio
Descanso entre exercícios: 15 a 45 segundos
Descanso entre circuitos: 2 a 5 minutos
Circuito de condicionamento geral — Amostra 2
 
Circuito de condicionamento geral



  







Nutrição

Nesta seção, veremos como os alimentos que comemos impacta treinamento e competições bem-sucedidas. Basicamente, nutrição significa toda a comida e bebida que consumimos. Alimentos são o combustível de nosso corpo, que nos dá força e energia. Sem eles, o desempenho atlético decai.
 
Hidratação – mantendo a água no corpo
Durante os exercícios, o corpo perde água principalmente através do suor, mesmo dentro da água. O corpo tem diversos mecanismos para se proteger dos efeitos negativos da desidratação, mas a sede não ocorre até o indivíduo já estar desidratado! Mesmo uma perda tão ínfima como 4% do peso corporal (2 kg em uma pessoa  de 50kg) pode afetar seriamente a performance.
 
O objetivo é manter o atleta hidratado e não permitir que venha a ficar desidratado. O modo mais fácil é criar um simples e rotineiro sistema a ser seguido por todos os seus atletas:
 
 
Quando beber água Quanta água beber
À noite antes da prática ou competição Copo d´água (8 onças)
4 horas antes do evento Copo d´água (8 onças)
15 minutos antes do evento meio copo d’água (4 onças)
Durante o evento < 1 hora Um intervalo para água
Durante o evento < 1 hora meio copo a cada 20 minutos
Depois do evento Copo d’água a cada 3 horas até o dia seguinte
 
Atletas não devem ser instruídos a beber “quanta água quiserem” Diversos problemas médicos podem decorrer de excesso de água. Se você está praticando em ambientes quentes, pode precisar aumentar a freqüência de ingestão de água.
 
O atleta pode se hidratar com diversos tipos de líquidos; porém, a melhor reposição na maioria dos eventos é água pura.
  • Água
  • Bebidas carbo-hidratadas (PowerAde, Gatorade)
  • Mistura de um terço de suco de frutas e dois terços de água é a melhor opção quando a atividade dura mais que uma hora
 
Calorias
A energia que o corpo obtém é medida em calorias. Alimentos diferentes oferecem diferentes quantidades de energia, e portanto quantidade variável de calorias. A quantidade de calorias que uma pessoa precisa depende de vários fatores. Nossa taxa de metabolismo é a velocidade em que convertemos alimentos em energia. Essa taxa pode ser rápida, lenta ou moderada, dependendo de cada atleta. Por exemplo, atletas mais jovens requerem em média 3.000 calorias por dia. Isso pode diminuir para atletas mais velhos que têm programas de treinamento e competição menos rigorosos. Todos esses fatores determinam a dieta de um atleta. Se calorias insuficientes não podem ser consumidas, a performance de um atleta será negativamente impactada.
 
Equilíbrio de energia
Equilíbrio de energia é importante para o treinamento e competição bem-sucedidos.
 
Equilíbrio de nutrientes
Os nutrientes têm papéis diferentes, embora trabalhem juntos ou precisem da presença de outros componentes para agir. O equilíbrio de nutrientes é como o equilíbrio de energia. Atletas devem consumir todos os nutrientes necessários para saúde e força durante treinamento e competições. Uma típica dieta de alta performance para um atleta fornecerá a maior parte da energia a partir de carboidratos, e baixo teor de gordura e proteína em quantidades praticamente iguais.
 
Dieta de Alta Performance Recomendada
 
 
Proteína — o principal nutriente para desenvolvimento corporal
  • Demanda contínua
  • Alta qualidade: ovos, leite, peixe, carne
  • Baixa qualidade: nozes, lentilhas, feijões
  • Proteína em excesso é convertida em fonte de energia ou em armazenamento de gordura
 
Carboidratos — nossa comida energética
  • A maior fonte de energia do corpo
  • É fácil e rapidamente processado no sistema digestivo
  • Fontes boas (complexos): arroz, milho, batatas, feijões, frutas
  • Fontes fracas: açúcar refinado, mel, refrigerantes, chocolate
  • Carboidratos complexos devem ser a parte principal da dieta
 
Gorduras — comida de energia lenta
  • Fonte concentrada de energia, o dobro dos carboidratos
  • É processada muito lentamente e utiliza mais oxigênio para gerar energia
  • É pouco necessária para uma boa saúde
  • Gorduras visíveis: manteiga, margarina, óleos vegetais e de peixe, gordura da carne
  • Gorduras invisíveis: leite, queijo, nozes, certos vegetais (gordura vegetal é mais benéfica para nós)
 
Vitaminas — mais facilmente consumidas em dietas bem balanceadas
  • Há necessidade de pequenas quantidades diariamente
  • Baixos níveis podem reduzir a performance
  • Mais concentrada em alimentos frescos e naturais
  • Solúvel na gordura: armazenada no corpo e pronta para o uso
  • Solúvel em água: não pode ser armazenada e deve ser ingerida diariamente
  • A vitamina C não pode ser usada sem ferro
 
Minerais — mais facilmente consumidos em dietas bem balanceadas
  • Há necessidade de pequenas quantidades diariamente
  • Essenciais: cálcio, sódio, potássio, ferro, iodo
  • O ferro é essencial para o transporte do oxigênio no corpo
  • O ferro não pode ser usado sem vitamina C
  • O iodo controla a taxa de liberação de energia
  • O cálcio ajuda os músculos a reagir normalmente e a se recuperar dos exercícios
 
Água — necessária para a sobrevivência do corpo
  • O desempenho é imediatamente impactada se a necessidade de água não é atendida, especialmente para atletas aquáticos
  • Quanto mais duro for o treinamento e os exercícios, mais água você precisará
  • Beba água freqüentemente e em pequenas quantidades antes, durante e depois da competição
  • Comida contém mais água do que pensamos
 
Percentagem de Água nos Alimentos
 
Fibras — importantes, porém freqüentemente ignoradas
  • Não são absorvidas pelo corpo
  • Ricos em fibras: vegetais naturais
  • Fibras boas: trigo, aveia, arroz integral
  • Pobres em fibras (alimentos processados): farinha, açúcar refinado, arroz branco, massas brancas
  • Sinta-se satisfeito sem engordar
 
Sua dieta – um ato de equilíbrio
 
 
Dieta balanceada
Uma dieta balanceada mantém o equilíbrio de energia e de nutrientes. Não precisa ser cara se você seguir algumas das idéias abaixo.
 
Guia para um dieta balanceada
 
  • Coma grandes quantidades de alimentos diferentes — vegetais, frutas, peixe, carbes, laticínios e grãos
  • Coma alimentos frescos no lugar de comidas preparadas, enlatadas ou congeladas
  • Coma uma alta taxa de alimentos ricos em carboidratos complexos
  • Prefira alimentos grelhados, assados ou no vapor. Evite cozidos ou fritos
  • Evite refeições gordurosas e doces e salgadinhos
  • Garanta a ingestão de fibras, comendo pães integrais, cereais e massas
  • Coma arroz integral invés de arroz branco
  • Tempere a comida com ervas e especiarias no lugar de sal
  • Beba pequenas quantidades de água e suco de frutas freqüentemente
 
As idéias de preparo físico / nutrição!
Faça seu teste de preparo físico e nutrição abaixo. Toda a família pode se beneficiar ao seguir estas dicas sobre o que comer e como fazer mais exercícios.
 
Dicas de exercício Dicas de alimentação
Seja ativo como uma família ou grupo de amigos. Faça uma caminhada ou jogue basquete — mas FAÇA algo! Tente consumir alimentos de grãos integrais como aveia, arroz integral e pão de trigo integral.
Acompanhe seu progresso no formulário de avaliação de habilidade no basquete deste livro — faça uma para cada pessoa da família! Tente comer vegetais verdes ou laranja, como espinafre, brócolis, cenouras e batatas doces.
Reserve um tempo diário para atividades físicas. Deve durar de 30 a 60 minutos por dia. Coma frutas nas refeições e nos lanches — elas podem ser frescas, congeladas, enlatadas ou secas — mas evite os sucos açucarados
Sua próxima festa pode ser uma festa de ESPORTES. Beba leite com pouca ou nenhuma gordura, várias vezes ao dia.
Monte uma sala de ginástica em casa, com latas de comida no lugar de pesos etc. Tente comer carnes, frango ou peixe com pouca gordura, consumindo-os com feijões ou ervilhas!
Caminhe enquanto fala ao telefone ou assiste TV. Óleos provenientes de alimentos são ótimos. Você pode obter óleo de peixe, nozes, além dos usuais de milho, canola e oliva.
Presenteie outras pessoas com itens que as incentivarão a ser mais ativas e a jogar — talvez elas o convidem para jogar também. Tente evitar açúcar quando puder — especialmente se estiver listado como o primeiro ingrediente na embalagem.
 
Nutrientes e refeições antes de competições
Os níveis de energia do corpo precisam ser altos antes do treinamento e da competição. A dieta de alto desempenho acima suprirá a demanda diária de energia. Atletas são indivíduos e precisam de alimentos diferentes. Seus corpos respondem de forma diferente a determinados alimentos. De forma geral, as dicas abaixo ajudarão seus atletas a consumir os nutrientes adequados antes de competir.
  • Faça uma pequena refeição, de fácil digestão, geralmente com menos de 500 calorias
  • Coma entre 2 e meia a 4 horas antes de competir
  • Limite proteínas e gorduras, pois elas são digeridas lentamente
  • Evite comidas que formam gases no sistema digestivo
  • Beba pequenas quantidades de água antes, durante e depois da competição
 
  • Além de hidratação, nutrientes não são necessários para eventos com duração inferior a uma hora.
  • Para eventos com mais de uma hora de atividade contínua, bebidas de carboidratos ou frutas suprirão a energia para um esforço continuado.
  • Durante torneios de mais de duas horas, deixe que seus atletas comam pequenos pedaços de banana, sanduíches de manteiga de amendoim e macarrão (carboidratos complexos) quando tiverem ao menos meia hora de intervalo antes do próximo jogo. Isso os ajudará a manter altos os níveis de energia. Não faça seus atletas jejuarem durante um evento de 6 a 8 horas.
 
  • Para recuperar as energias, alimentos com carboidratos (frutas, bebidas carboidratadas, barras de cereal) devem ser consumidas em pequenas quantidades imediatamente após o exercício.
  • Durante o resto do dia, as refeições devem conter 65% de carboidratos complexos para reposição de energia.
 
Analise sua dieta
As perguntas a seguir o ajudarão a analisar a dieta de seus atletas (e a sua). Marque a coluna com a resposta mais adequada.
 
Pergunta Sim Não Eu não sei
Há muitos alimentos diferentes em sua dieta?
Você come carboidratos suficientes?
Você come principalmente carboidratos complexos?
Você come proteína animal?
Se sim, são principalmente de carne vermelha?
Principalmente de peixe e carne branca?
Você come ovos?
Você come laticínios?
Você come proteínas vegetais variadas?
Há muita gordura vegetal em sua dieta?
Sua comida é fresca?
Sua comida é enlatada?
Você bebe um litro ou mais de água todos os dias?
Você bebe principalmente refrigerantes?
Há fibras suficientes em sua dieta?
Como você costuma preparar sua comida?      
                                   No vapor?
                                   Grelhada?
                                   Assada?
                                   Frita?
                                   Cozida?
                                   Frita?
 
 
Recomendações
 
Alimentos a adicionar  
Alimentos a diminuir  
Mudanças na dispensa  
Mudanças no preparo  
 





Treinamento de Pliometria

Exercícios pliométricos consistem na rápida desaceleração e aceleração dos músculos que criam um ciclo de alongamento e contração. Os exercícios treinam os músculos, tecidos conectivos e sistema nervoso para passar efetivamente pelos ciclos de alongamento e contração, e assim melhorando o desempenho do atleta. Exercícios pliométricos podem ser parte fundamental do treinamento em todos os eventos esportivos. Esportes mais competitivos requerem uma rápida desaceleração do corpo seguida de aceleração quase imediata na direção oposta.
 
Exercícios pliométricos ajudam a desenvolver ritmo, velocidade, força e até resistência muscular. A pliometria, usada corretamente para um propósito específico, pode ser um atributo valioso para seu atleta, bem como para o condicionamento geral e específico de todo seu programa esportivo.
 

Pliometria – gráfico de referência rápida

Exercício pliométrico / evento [Evento] [Evento] [Evento] [Evento] [Evento] [Evento]
Exploding Harvards            
Limites:            
           
           
           
           
  • Uma perna
           
  • Duas pernas
           
Pulos:            
           
           
           
           
Saltitar            
Líder da Bateria            
Salto em Profundidade            
 
 

Diretrizes do Técnico para Ensino de Pliometria

  1. Todos os exercícios pliométricos devem ser feitos em superfícies lisas e flexíveis.
  2. Comece com um grupo de cada exercício, trabalhando para alcançar mais três seqüências.
  3. Julgue se o atleta tem as habilidades motoras para executar os exercícios adequadamente. Se o atleta não estiver em forma, pare o exercício.
  4. Comece sempre com exercícios simples e progrida para os mais difíceis.
  5. Faça o aquecimento e alongamento adequados antes de iniciar cada ginástica pliométrica, com um resfriamento apropriado.
  6. Faça com que os atletas executem os exercícios com 100 por cento de esforço, para garantir melhores resultados de treino.
  7. Descanse de 1 a 2 minutos entre seqüências sucessivas de exercícios.
  8. Realize um número de repetições conforme a intensidade do exercício e a condição do atleta. O atleta se beneficia somente das repetições realizadas de maneira adequada.
  9. Nunca realize exercícios pliométricos no mesmo dia de uma sessão de treinamento com peso.
  10. Cada grupo deve durar no máximo 6-8 segundos.
  11. Deve haver recuperação total entre os grupos.
  12. Comece com exercícios fáceis e os desenvolva em intensidade e complexidade.
  13. Pare antes que a fadiga destrua a técnica.
  14. Enfatize sempre a técnica adequada.
  15. Integre a pliometria como parte do programa de treinamento.
  16. Lembre-se de que uma grande parte do treinamento inicial pode ser passada no ensino de seus atletas.
 

Treinos pliométricas

Exploding Harvards
Repetições: 10 saltos com cada perna; aumente gradualmente para 20 saltos com cada perna.
 
Finalidade
  • Apresente o treinamento pliométrico aos atletas
 
Equipamentos
  • Caixa ou degrau para criar um ângulo de80-120 graus para o joelho
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall” (quadril alto) de frente para a caixa
  2. Pise com um pé sobre a caixa; o peso está para frente e sobre a perna flexionada na caixa
  3. Os braços se movimentam como numa corrida
  4. Empurre a perna que está na caixa com força, traga o quadril diretamente sobre a perna que está na caixa; mantenha a posição "hips tall"
  5. Retorne à posição inicial
  6. Repita rapidamente
 
Pontos de Ênfase   
  • Um ângulo de joelho muito menor que 80 graus estressa indevidamente o mesmo
  • Obtenha a altura máxima
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
  
 
Salto Baixo Lento
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve flexibilidade dinâmica na junta do quadril
  • Desenvolve resistência e força
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall” e se curve até ficar de cócoras
  2. Salte para o exterior, dobrando o joelho direito até o peito enquanto estende a perna esquerda
  3. Mantenha-se abaixado
  4. Ao aterrissar, estenda com força a perna enquanto retorna o joelho da perna para o peito
  5. Balance o braço como se estivesse correndo
 
Pontos de ênfase   
  • Flutue brevemente no topo do salto — ambas as pernas estão fora do chão
  • O pé deve bater em direção ao calcanhar
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
Saltos de Força
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve flexibilidade dinâmica na junta do quadril
  • Desenvolve resistência e força
  • Cria maior sensibilidade aos exercícios
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall”
  2. Pule para fora e para cima curvando o joelho direito para o peito enquanto estende a perna esquerda
  3. Ao aterrissar, estenda com força a perna enquanto retorna o joelho da perna para o peito
  4. Balance o braço como se estivesse correndo
 
Pontos de ênfase   
  • Uma pequena corrida inicial constrói o momento e a velocidade
  • O tempo de ar é longo, mais longo do que no salto baixo lento
  • O torso e o tronco também ficam altos
  • O pé está reto quando acerta
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
 
Salto de Velocidade
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve a resistência
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall”
  2. Pule para fora e para cima curvando o joelho direito para o peito enquanto estende a perna esquerda
  3. Ao aterrissar, estenda com força a perna enquanto retorna o joelho da perna para o peito
  4. Balance o braço como se estivesse correndo
 
Pontos de Ênfase   
  • Uma corrida inicial desenvolve a velocidade
  • Tempo curto de contato com o chão — seja muito rápido
  • Sem tempo de ar
  • O pé acerta de maneira muito ativa e em direção ao calcanhar
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
 
Saltos de Perna Ereta
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve a força, especialmente do quadríceps
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall”, comece com uma leve corrida
  2. Estenda a perna esquerda e leve-a em direção ao céu, o pé está flexionado
  3. Pernas alternadas
  4. Braço balançando, em atitude de corrida
 
Pontos de Ênfase   
  • Sensação de empurrar o chão com os pés
  • Tempo curto de contato com o chão — seja muito rápido
  • O tempo de contato com o chão é levemente na frente do corpo
  • O pé acerta de maneira muito ativa e em direção ao calcanhar
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
Saltitação Sueca
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve o uso eficiente das pernas
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall”
  2. Pise para fora com um pé; pulando para cima, levante o outro joelho o mais alto possível
  3. Flexione completamente a perna dobrada, com os pés sob as nádegas
  4. Use os braços para atingir o alçamento máximo
  5. Ao aterrissar, pule rapidamente para frente de novo, erguendo a perna posterior para o céu, com o pé sob as nádegas
 
Pontos de Ênfase   
  • A ênfase é no alçamento máximo
  • Trabalhe para aumentar a altura e a distância, não sacrifique a taxa de repetição
  • Aparência de saltitos altos e contínuos
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
 
Saltitos de Uma Perna
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve a coordenação e a força
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall”, colocando uma perna na frente da outra, a perna da frente é a saltitante
  2. Lance o quadril para cima e para frente com força
  3. Puxe o calcanhar da perna saltitante para as nádegas, em seguida, balance o joelho para frente e para cima
  4. Quando a coxa estiver paralela ao chão, estenda a perna abruptamente
  5. Acerte o chão com o pé em alta velocidade para trás
  6. Ciclos de pés opostos como se acostumado, mesmo assim não toca o chão
  7. Braço balançando, em atitude de corrida
 
Pontos de ênfase: O pé acerta com a planta
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
 
Saltitos de Duas Pernas
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve a força
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall” e se curve até ficar de cócoras
  2. Curve o quadril enquanto leva os braços de volta
  3. Pule com força para o alto e para fora, estendendo as pernas e levando os braços acima da cabeça
 
Pontos de ênfase: O pé acerta com a planta
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
 Saltos com Obstáculos
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve flexibilidade dinâmica na junta do quadril
  • Desenvolve a explosão e a energia
  • Fortalece os abdominais
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall”
  2. Salte, levando ambos os joelhos em direção ao peito
  3. Os braços vão para cima quando você atinge o topo do obstáculo
  4. Repita sobre 5 a 8 obstáculos
 
Pontos de ênfase: Movimento alto e forte do joelho
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
 
Pulos
Repetições: 2x40-50M, aumente gradualmente para 3x100M
 
Finalidade
  • Desenvolver o uso eficiente das pernas
 
Etapas de ensinamentos
  1. Comece com uma perna para frente
  2. Mova a perna de trás; comece a dar pulos como passos curtos com pernas opostas
  3. Leve o joelho em direção ao peito
  4. Ao aterrissar, repita com a outra perna
 
Pontos de ênfase:   
  • Ganhar a maior altura possível com o máximo tempo de ar
  • Bom para saltos em distância e em altura
Quando usar:  Comece na segunda semana de treinamento; pare duas semanas antes das principais competições
 
 
 
Líder de Bateria
Repetições: 2x30M, aumente gradualmente para 3x50M
 
Finalidade
  • Desenvolve flexibilidade dinâmica na junta do quadril
  • Fortalece os abdominais
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição “hips tall”
  2. Leve o joelho direito ao peito
  3. Estenda a perna para fora, com o pé flexionado
  4. Leve a perna ao chão
  5. Pernas alternadas
 
Pontos de ênfase: Movimento alto e forte do joelho
 
 
 
Salto em Profundidade para Saltadores
Repetições: 10 saltos com cada perna, aumente gradualmente para 20 saltos com cada perna
 
Finalidade
  • Desenvolver a força da perna
 
Etapas de ensinamentos
  1. Fique sobre uma caixa na posição "hips tall"
  2. Pule da caixa para baixo e, imediatamente, leve os joelhos para cima, pulando na próxima caixa
 
Ou
 
Etapas de ensinamentos
  1. Faça a posição "hips tall"
  2. Leve os joelhos/braços para cima ao pular na caixa
  3. Pule da caixa para baixo e, imediatamente, leve os joelhos para cima, pulando na próxima caixa
 
Variações do Pulo:
  • Caixa Baixa — Chão — Caixa Baixa
  • Caixa Baixa — Chão — Caixa Alta
  • Caixa Baixa — Chão — Caixa Alta  — Chão — Caixa Baixa
  • Caixa Alta — Chão — Caixa Alta  — Chão — Caixa Baixa
 
Pontos de ênfase:   
  • Saltos de uma perna sobre caixa: a caixa tem aproximadamente 30 cm de altura
  • Saltos de duas pernas sobre caixa: a caixa tem aproximadamente 45-60 cm de altura
Quando usar:   
  • 1-2 vezes por semana com 1-2 dias entre as sessões
  • Os atletas precisam de 10-14 dias de recuperação antes da competição

Exercícios de força de músculos específicos

É recomendado que técnicos da Special Olympics concentrem-se em desenvolver a força corporal total de seus atletas. Os tipos de exercícios usados para o programa de treinamento de força e condicionamento geral de um atleta incluem os seguintes exercícios a fim de desenvolver vários grupos musculares. Os exercícios iniciais deste guia usam o peso corporal como resistência, além de bolas de treinamento. Conforme o atleta amadurece, podem ser introduzidos treinamentos com pesos e outras atividades que demandam força e condicionamento.
 
Braços e ombros Costas e abdômen Pés e pernas Agilidade &

Condicionamento
Flexões Abdominais Saltar e alcançar Balanço de perna
Saltos de canguru
Agachamento – lento
Investidas
Oscilação horizontal Levantamentos de tronco  
Dip de tríceps Torção peitoral com bola Burpees  
Bola de treinamento Arremesso Levantamentos de perna Alpinistas  
  Levantamento de panturrilha  
     
     
     
     
 
Há muitos tipos de exercícios que cobrem cada um destes três grupos musculares principais e exercícios de agilidade e condicionamento. Técnicos devem considerar exercícios para um atleta com base em seu estágio de desenvolvimento e nível de habilidade. Os exercícios descritos abaixo são aceitáveis em um programa de treinamento de força genérico para os atletas da Special Olympics. Por favor procure Habilidades de ensino no guia específico de treinamento esportivo, integrando estes exercícios aos treinamento específico para cada evento ou esporte.

Treinamento e condicionamento de força

Nesta seção vamos enfatizar os exercícios que podem ser praticados fora da sala dos aparelhos, pois muitos podem não ter acesso a instalações como essa. Um programa abrangente de força e condicionamento pode ser realizado na grama ou em superfícies macias para quase todos os movimentos e músculos associados ao esporte, através do uso de bolas de treinamento, exercícios pliométricos, cones de tráfego ou exercícios de resistência pelo peso corporal. Por favor consulte o final desta seção para treinamento com pesos.


Força muscular é a habilidade do corpo de exercer força. Força é importante em todos os eventos atléticos. Aqui, as informações sobre força pretendem levar os atletas a uma série sistemática de exercícios que trará resultados específicos. Assim, o programa de treinamento de força que você planejar para os atletas precisa otimizar, e não substituir, o treinamento atual para atividades específicas de cada atleta.
 
Tipos de força
  1. Força máxima
  2. Força elástica
  3. Resistência de força
 
Força máxima

Força máxima é o máximo de força que um músculo contraído pode produzir. Força máxima não determina a velocidade com que um movimento pode ser continuado. Força máxima é o mais importante em eventos onde grande resistência precisa ser superada ou controlada.
 
Contribuição máxima de força aos eventos de atletismo
 
Contribuição máxima de força aos eventos de atletismo
 
Força elástica

Força elástica é nossa fonte de força. É a combinação entre as velocidades de contração e de movimento. Força elástica é o mais importante em eventos intensos — agachamentos, saltos e arremessos.
 
Resistência de força

Resistência de força é a habilidade para continuar a exercer força enquanto a fadiga aumenta. Fazer abdominais até a exaustão é um teste de resistência de força. Corridas entre 60 segundos e oito minutos requerem grande resistência de força.
 
Como desenvolver força

Tanto os treinos de resistência quanto de pesos desenvolvem a força. Evite treinamento com pesos com atletas jovens. Exercícios de resistência pelo peso corporal, treinamento de circuito e exercícios com bolas ajudarão os atletas a atingir seus objetivos.
 
Desenvolvimento de força
 
Desenvolvimento de força
 
 

Princípios imediatos de Treinamento de força & condicionamento

Treinamento de força e condicionamento tem como objetivo ajudar os atletas em seu desenvolvimento em geral. Há dois tipos de programa de treinamento de força: genérico e específico. Os exercícios usados em cada programa refletem as necessidades do atleta para desenvolvimento de força. Um treinamento genérico de força e condicionamento dá aos atletas força adicional nos músculos necessários para um bom desempenho em eventos esportivos. Além disso, treinamento de força e condicionamento ajuda a prevenir lesões em atletas, ao torná-los mais saudáveis, flexíveis e com músculos e ossos mais fortes.
 
Flexibilidade
  • Alongue lenta e controladamente.
  • Não estale nem sinta dor.
  • Respire lenta e compassadamente; não segure o fôlego.
  • Alongue levemente: de pouca a nenhuma tensão – segure por 5 a 12 segundos.
  • Alongamento de desenvolvimento: alongue mais até sentir uma leve tensão novamente – segure por 15 a 30 segundos.
 
Equilíbrio muscular
  • Exercite tanto os músculos anteriores quanto os posteriores ao fazer treinamento de força
  • Exemplo: se exercitar os bíceps, faça o mesmo com os tríceps
  • Importante na prevenção de lesões
 
Seleção de exercícios
  • Dê atenção às condições gerais do corpo.
 
Seqüência de exercícios
  • Muito importante para aproveitar ao máximo cada exercício
  • Exercícios e elevações que trabalham muitos grupos musculares e demandam maior concentração mental - realizar em primeiro lugar
  • Exercícios e elevações que trabalham grupos musculares pequenos e requerem menor concentração - realizar no final da sessão
 
Freqüência de treinamento
  • Inclua sempre um dia de repouso entre os exercícios de força
 
Número de séries
  • Uma série de cada exercício é recomendada durantes a primeira ou segunda semana de treinamento. Aumente o número de séries conforme o programa avança.
 
Repouso entre as séries
  • Depende dos resultados desejados dos exercícios
  • Resistência muscular: período curto de repouso – recuperação completa não é necessária
  • Força e poder: período longo de repouso – recuperação completa necessária
 
Repouso ativo
  • Um período ativo, de nível recreativo, após a conclusão de uma temporada esportiva
  • Pode ou não incluir treinamento de força
  • Dá aos atletas um intervalo e a seus corpos tempo de recuperação e descan
 
 


fonte:
 Voltar para a página inicial da Special Olympics 
 

postado: luciano sousa
email:lucianofisiol@gmail.com
facebook:lucianosousa lucianosousa

sábado, 4 de agosto de 2012

MATURAÇÃO SEXUAL PARTE II


INTRODUÇÃO



Podemos definir adolescência como uma fase lenta de transição que ocupa o período entre a infância e a idade adulta. Tem como característica transformações psicológicas, sociais e somáticas.
O critério cronológico, isto é, uma faixa etária entre 10 e 20 anos, é utilizado pela OMS para demarcar este período. Apesar desses números facilitarem as ações e os programas de assistência à saúde, sabemos que existe uma ampla variação quanto à idade de início da adolescência entre indivíduos dentro de um mesmo contingente populacional ou pertencentes a grupos populacionais distintos. E escolar ou adolescente? De fato, concordamos que a adolescencia começa quando começam a aparecer os carateres sexuais secundarios.
Com base em critérios biológicos, a adolescência abrange uma fase de modificações anatômicas e fisiológicas que transformam a criança em adulto. Corresponde ao período que vai do aparecimento de caracteres sexuais secundários e início da aceleração da velocidade de crescimento estatural (estirão pubertário), até o desenvolvimento físico completo (função reprodutora já estabelecida e parada de crescimento.

Todo processo de maturação biológica que ocorre durante o período da adolescência é designado de puberdade.
Segundo o critério psicológico, o adolescente vivência um período de mudanças, onde a busca de identidade, a aceleração do desenvolvimento intelectual e uma evolução da sexualidade estão incluídos. Nesta fase observa-se também um desenvolvimento do pensamento abstrato e uma necessidade crescente de independência além de atitudes contestadoras.
Podemos considerar a adolescencia como ser formada de tres fases: inicial, medio e final.
Na fase inicial ja temos o desenvolvimento biologico - que as vezes começa a idade de 6 anos com a produção dos hormonios pela adrenala.
Desse jeito, podemos encontrar criança de 6 anos que ja tem um pouco de pelo debaixo do braço (uma puberdade precoce).
Então, não trata-se de uma produção de hormonios sexuais pelas gonadas, mas sim pela adrenal.
De fato, quando vão começar as verdadeiras mudanças?
Normalmente quando começa a "resposta", a reação das gonadas.
Primeiro, vai aumentar a sensibilidade da hipofise ao estimulação exercitada pelo hipotalamo (o hormonio Gn-RH). Neste momento desencadeia - se as reações interligadas de secreção hormonal - secreção das gonadotrofinas hipofisarias, isto e, LH e FSH.
Normalmente, a liberação dos hormonios acontece durante a noite, de uma forma pulsatil.
O resultado e que os androgenos e os estrogenos começam a ser produzidos pelas gonadas. Isto e o começo do desenvolvimento das gonadas e dos carateres secundarios - o começo, então, da adolescencia.
CRESCIMENTO FíSICO
Como vimos antes, os termos puberdade e adolescência não podem ser empregados como sinônimos.
Puberdade se refere exclusivamente aos eventos biológicos que ocorrem nessa fase. Adolescência tem um significado mais amplo, pois, além de englobar as modificações corporais características da puberdade, inclui também modificações psicossociais.
A puberdade apresenta duas modificações biológicas típicas deste período:
  • a maturação sexual
  • o grande crescimento físico - o estirão da puberdade ou pubertário.
Excluindo o primeiro ano de vida, é a fase que um indivíduo mais cresce.
O estirão ocorre cerca de dois anos mais cedo nas meninas. Situa-se entre 9,5 e 14,5 anos no sexo feminino e entre 10,5 e 16 anos no sexo masculino.
O início do desenvolvimento puberal apresenta grande variabilidade, podendo ser encontrado aos oito anos no sexo feminino e aos nove anos em meninos. A idade mais freqüente de início é entre os 10 e 12 anos.
Consideramos a puberdade precoce quando ela se inicia antes dos oito anos em meninas e antes dos nove anos em meninos.
Do contrário, ela é tardia quando desenvolve-se após os 13 anos no sexo feminino e após os 14 anos no sexo masculino.
A seqüência dos eventos pubertários que constituem a maturação sexual é geralmente constante para ambos os sexos. No entanto, apresenta amplas variações individuais, em relação a idade de início, bem como a duração dos eventos puberais, podendo a maturação sexual se completar em um período de dois até cinco anos.
A maturação sexual na adolescência é representada pelo desenvolvimento das gônadas e pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários. No sexo feminino a maturação sexual geralmente ocorre cerca de um anos antes.
Tanner classificou esta seqüência de eventos pubertários em cinco estágios. Estes tem como base o desenvolvimento da mama no sexo feminino, o desenvolvimento dos testículos e genitália externa no sexo masculino e distribuição dos pêlos pubianos em ambos os sexos.
Os estagios do Tanner usam as prescurtaçoes GP por criança masculin (isto e - G=genitalia e P= pilosidade pubiana), enquanto para as meninas usam MP (M=mama e P=pilosidade pubiana tambem).
Os estagios do Tanner variam de 1 a 5 por cada sexo. Tanner 1 normalmente e assimilado com criança e Tanner 5 e assiimilado com estagio de adulto.
O desenvolvimento da pilosidade pubica e da mama, respetivamente genitalia não e sincronizada. Por exemplo, pode ter G2 antes de P2.

Sexo Feminino


A primeira manifestação da puberdade em meninas é o aparecimento do broto mamário (telarca), que ocorre entre os oito e 13 anos. O surgimento de pêlos pubianos (pubarca) ocorre em seguida.



Em M2 o broto mamario cresce, mas somente embaixo da areola. Essa e a telarca, e o começo da puberdade. Isto ja da ideia que esta menina vai menstruar mais ou menos em dois anos.

Em M3 o tecido debaixo da areola continua crescendo, mas tambem aumenta o tecido de acima. Interessante e que esse M3 e igual e M5, a diferença constando somente em tamanho. tanto em M3 quanto em M5 a areola e o seio constituam uma massa comum.
Em M4 a areola se destaca da mama.
O intervalo entre os diferentes estágios varia de uma menina para outra. Os pêlos axilares usualmente surgem após o aparecimento da pilosidade pubiana. O crescimento do ovário se processa lentamente desde a infância, porém apresenta um aumento importante de tamanho cerca de dois anos antes da menarca (primeira menstruação).
A menarca ocorre em uma fase avançada de maturação sexual, entre os estádios M3 e M4, época em que se observa uma desaceleração do crescimento físico que se completa aos 18 anos. Após a menarca o ganho estatural é cerca de sete centímetros ao ano.
Inicialmente os ciclos menstruais são anovulatórios e irregulares, e persistem assim por cerca de um ou mais anos.
O crescimento estatural encontra-se acelerado na época do aparecimento do broto mamário (M2). A velocidade máxima de crescimento estatural é encontrada quando as mamas acham-se no estádio M3.
Quando posso considerar a puberdade precoce?
Veja bem, a telarca (isto e o aumento do broto mamario - estadio M2) - começa as 10 anos de idade. Aceita-se que ate 8 anos isso pode acontecer mais cedo. No caso que a telarca aparece mais cedo de 8 anos, então podemos pensar numa puberdade precoce. Isto não e nada de bom, normalmente são tumores secretorias na esfera endocrina.
Pelo contrario, a puberdade e atrasada se for a telarca acima de 13 anos de idade.
MENSTRUAÇÃO:
A menstruação vai aparecer 2-2 anos e meio depois a telarca. Isto e, ela pode ocorrer entre 10 e 16 anos sendo aceitavel. Interessante em relação com a menstruação e o crescimento somatico. A menstruação, geralmente bate como o pico de estiração da menina. De fato, desde quando começa a telarca a menina vai ter uma acceleração consideravel.

Sexo Masculino


O primeiro sinal de puberdade no sexo masculino é o crescimento dos testículos, podendo ocorrer entre os nove e 14 anos, em média aos 10 anos e nove meses. Este fenômeno é resultado do aumento de tamanho dos túbulos seminíferos.
Segue-se, posteriormente, o aparecimento dos pêlos pubianos e o aumento do pênis.
Após o desenvolvimento dos túbulos seminíferos, ocorre a maturação das células de Leydig e a produção de andrógenos testiculares. Esta é a razão dos pêlos pubianos (ação dos androgênios) aparecerem depois do crescimento dos testículos.
Os pêlos axilares usualmente surgem após dois anos da pubarca. Acompanham o seu aparecimento o desenvolvimento das glândulas sudoríparas. A pilosidade facial desenvolve-se depois da axilar.
O crescimento testicular é importante na puberdade. Antes de seu início o volume encontra-se em torno de um a 3mL. Um volume de 4mL ou mais é indicativo de puberdade. Os volumes encontrados no adulto variam de 12,5 a 25mL.
No início do desenvolvimento genital a velocidade de crescimento estatural é constante, encontrando-se entre 5 a 6cm por ano. A aceleração do crescimento começa cerca de um ano depois, com o menino no estágio G3. A velocidade máxima de crescimento linear coincide com o estágio G4 e a desaceleração gradual com G5.

  1. Pelo que vîmos, o primeiro desenvolvimento sexual do homem e o crescimento testicular. Por isso, G2 masculin e representativo pelo aumento do testiculo. Existe mesmo a possibilidade de medir o testiculo. Começou a crescer o testiculo - começou a puberdade do menino de fato. O testiculo vai continuar crescer ate G5.
  2. Em G3 o testiculo vai continuar crescendo, mas neste estadio começa tambem a aumentar o penis. O aumento acontece em comprimento e não em diametro.
  3. O aumento do diametro começa no G4, e, como aumento do comprimento e do testiculo vão junto, começa a se distinguir melhor o glando. Então, se encontraremos um menino com o glando bem definido, istoja encaixa ele na classe G4.
  4. Em G5 o penis ja esta adulto.
A CLASSE P (Pelo pubiano):
  1. Em P1 não tem pelo nenhum
  2. P2 carateriza pelos finos - começa a crescer na base do penis. São pelos curtos, finos, lisos.
  3. P3 pelo mais grosso - começa a encaracolar.
  4. P4 e pelo igual do adulto
  5. P5 - o que marca o P5 de P4 e a distribuição do pelo - envolve a face interna da coxa. LOGO,

ATENÇÃO !
A escola do São Paulo e não somente ela define ate um sexto estagio do Tanner (P6) como o momento em qual o pelo pubiano passa do limite do pubis tendo uma forma triangular.
O testiculo começa a crescer em volta de 9 anos. Sempre, o testiculo esquerdo e mais baixo que o direito. So tem uma situação que pode serdo contrario - o situs inversus (interessante, não é?)
Ginecomastia puberal
É o aumento das mamas no sexo masculino. Atinge 40-50% dos meninos na puberdade.
Constitui-se em fenômeno normal durante a puberdade.
O aumento da mama pode ser uni ou bilateral.
Ocorre involução espontânea na maioria dos casos cerca de um a dois anos após seu aparecimento. A ginecomastia fisiológica não precisa de terapia, somente acompanhamento.
Caso não haja involução da mama e isto traga problemas de ordem estética e psicossocial para o adolescente, a ginecomastia deve ser tratada cirurgicamente.
Em 2% dos meninos a mama pode, porem, crescer, mais que normal - isto e, ja, uma ginecomastia normal. Ela pode ou não se acompanhar de dor discreta.
O normal de crescimento e de 4 cm - se for mais, e sem obesidade, provavelmente que vai precisar de uma cirugia.
A ginecomastia e muito associada com a obesidade infantil. O cumulo do tecido adiposo em volta da areola pode dar a falsa impressão que trata-se de uma ginecomastia real.
O estiramento pubertario no menino começa nos estadios III ou IV do Tanner. A problema mais encontrada e que as meninas crescem antes. Os meninos crescem 2-3 anos depois elas, mas ele para de crescer depois. O periodo de crescimento e mais ou menos igual.
ASSIMETRIA DE CRESCIMENTO
Como ja foi mencionado, o crescimento puberal e assimetrico.
O adolescente começa a crescer especialmente nas pernas (vai começar a mudar frequentemente a medida do sapato). Isso da um tipo de disproprorcionalidade fisica que contribui no agravo das problemas psico-somaticas da adolescencia.
Puberdade atrasada – Classificação e diagnóstico
Puberdade corresponde ao período fisiológico de aparecimento dos caracteres sexuais secundários, até a completa maturação física. Ocorre, nas meninas, entre 8 e 13 anos e, nos meninos, entre 9 e 14 anos, e é decorrente de dois processos distintos: a maturidade da função gonadal e o aumento da secreção dos androgênios supra-renais.
Após um intervalo de latência na infância, o sistema nervoso central (SNC) faz com que o hipotálamo seja estimulado e inicie a liberação do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). Este, por sua vez, estimula a hipófise a produzir as gonadotrofinas: os hormônios LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante). O LH e o FSH estimulam os ovários ou testículos, resultando no aumento da produção de hormônios esteróides pelas gônadas (estrógeno pelos ovários e testosterona pelos testículos), culminando com o desenvolvimento das características sexuais secundárias, aceleração no crescimento (“estirão puberal”), fertilidade e amadurecimento do osso. Associado a isso, ocorre a produção de hormônios sexuais masculinos a partir das glândulas supra-renais, o que acaba por provocar o aparecimento de pêlos pubianos e axilares em ambos os sexos.
A puberdade atrasada ocorre quando os sinais de desenvolvimento puberal encontram-se ausentes em meninas com 13 anos ou mais e meninos com 14 ou mais, resultado de um defeito em qualquer ponto do mecanismo de maturação sexual supracitado. Assim, pode-se considerar a existência de três tipos de retardo puberal:

  • Retardo simples ou atraso constitucional de crescimento e desenvolvimento
Causa mais freqüente de puberdade atrasada;
Predomina no sexo masculino;
É considerada uma variação normal do desenvolvimento, sendo caracterizado por um atraso no início do desenvolvimento das características sexuais secundárias, mas com progressão espontânea da puberdade. Apesar de possuir estatura baixa, o ritmo de crescimento encontra-se dentro dos limites de normalidade (4-5cm/ano), com proporções corpóreas normais;
Comumente, os sinais de puberdade aparecerão após o paciente atingir uma idade óssea de 11 anos (meninas) e 12 anos (meninos);

  • Relacionado a fatores genéticos (causa mais comum), mas também pode decorrer de má condições de vida e alimentação, ou serem secundários a doenças viscerais ou metabólicas de longo curso (p. ex.: nefropatias, cardiopatias, infecções crônicas, etc);
  • Laboratório: LH, FSH e esteróides gonadais baixos;
  • Hipogonadismo Hipogonadotrófico
Comprometimento de liberação hipotalâmica de GnRH e/ou da produção hipofisária de gonadotrofinas;
Pode ser completo ou parcial;
Causas: anomalias congênitas, neoplasias e distúrbios funcionais que comprometam a liberação de GnRH pelo hipotálamo e/ou a produção de LH ou FSH pela hipófise (ver tabela 1);
Laboratório: nível de gonadotrofinas sangüíneas e urinárias baixo (terão verdadeiro significado após ultrapassada a idade óssea no qual a puberdade deveria aparecer. Até essa ocasião, as chances de estarmos diante de um caso de retardo simples da puberdade são grandes);
Importante: uma vez que hipotálamo e hipófise também são responsáveis pela produção de outros hormônios, o retardo puberal pode vir acompanhado de outros sintomas, como deficiência de crescimento e hipotireoidismo. 

Causas de retardo puberal:
Hipogonadismo hipogonadotrófico
Pan-hipopituitarismo congênito ou adquirido
Deficiência isolada de gonadotrofinas
Disfunções congênitas do SNC (Síndrome de Kallmann, de Prader-Willi, de Laurence-Moon-Bield)
Disfunções adquiridas do SNC (Tumores, radioterapia, cirurgias, mal-formações congênitas, infecções, sarcoidose, histiocitose X, etc)
Deficiência funcional de gonadotrofinas (déficit grave de peso corporal, anorexia nervosa, doenças sistêmicas graves – DM I, anemias, infecções pelo HIV, síndromes de má-absorção, insuficiência renal, neoplasias, síndrome de Cushing, etc)
3. Hipogonadismo Hipergonadotrófico
- Disfunção primária na gônada, levando a diminuição da secreção de esteróides sexuais;
- Causa: a grande maioria dos casos está relacionada a anormalidades cromossômicas (ver tabela 2);
- Laboratório: elevação das gonadotrofinas sangüíneas (atingindo mais o FSH que o LH);

Causas de retardo puberal:
Hipogonadismo hipergonadotrófico
Distúrbios congênitos: disgenesia gonadal pura
Em meninas: Síndrome de Turner e síndrome de resistência periférica aos andrógenos
Em meninos: Síndrome de Klinefelter e síndrome de Noonan
Distúrbios adquiridos: radio e quimioterapia, infecções, doenças auto-imunes, etc
Em meninas: resistência ovariana e síndrome pseudo-Turner 

O diagnóstico da puberdade atrasada

>> 1a. Etapa: Anamnese
Pode fornecer importantes informações sobre antecedentes familiares, como consangüinidade, atraso similar em familiares próximos, infertilidade entre parentes e idade da menarca da mãe e puberdade do pai; além de dados como problemas de gestação, traumas de parto ou após o parto, peso ao nascimento, condições de alimentação, doenças crônicas e ambiente psicossocial. Deve-se incluir no interrogatório questionamento sobre o olfato (ver Síndrome de Kallmann).
>> 2a. etapa: Exame físico
Nessa etapa é importante verificar peso e altura do paciente (lembrar de considerar a estatura dos pais), bem como, no caso de meninos, a presença do hábito eunucóide (ver Síndrome de Klinefelter). Dados possivelmente relacionados a atraso puberal (por exemplo, cardiopatias) e estigmas de disgenesia gonadal (nevos, anomalias somáticas) também devem ser pesquisados. Sinais de puberdade como acne, buço, pêlos axilares e pubianos (verificar quantidade e disposição), timbre de voz, mamas (com atenção para ginecomastia em meninos) e genitálias devem ser cuidadosamente avaliadas.
O exame da genitália, no caso de meninas, inclui avaliação do desenvolvimento dos lábios genitais, clitóris e óstio vaginal, com atenção maior quanto a presença de hímen imperfurado e agenesia vaginal e, se possível, realização de toque retal para verificar a existência e tamanho do útero. Já no caso dos meninos, verificar comprimento e circunferência do pênis, localização do meato uretral, tamanho e consistência dos testículos, rugosidade e pigmentação da bolsa escrotal.
O exame neurológico também é pertinente, incluindo a avaliação do olfato (ver Síndrome de Kallmann).

>> 3a. etapa: Exames complementares
- Raio X de crânio (perfil e sela), que poderia sugerir a presença de tumores (como os craniofaringiomas). Caso haja suspeita da presença de tumor, tomografia computadorizada e ressonância magnética poderiam ser solicitadas;
- Raio X da mãos, para avaliação de idade óssea, útil quando se pensa em retardo constitucional;
- Dosagens hormonais, que podem orientar, muitas vezes de imediato, o diagnóstico.

A avaliação dinâmica mais usada é o teste de estímulo de GnRH, onde são injetados 100mg EV e analisa-se a resposta do LH e FSH nos tempos basal, 15, 30, 45 e 60 minutos. Considera-se resposta adulta um incremento de duas a três vezes o valor basal do LH e FSH, assim como níveis maiores do que 12 mUI/ml aos 30 minutos e FSH maior do que e mUI/ml aos 45 minutos.  
Obs: Dosagem de outros hormônios, como TSH, T4 e prolactina, que podem estar concomitantemente comprometidos, poderiam ser também solicitados.

FASE INTERMEDIARIA DA ADOLESCENCIA
isto e, mais ou menos em volta de 14-16 anos. A caracteristica disproporcional se relflete tambem no raporto altura/peso. primeiro, o adolescente cresce em altura. Depois, ganha em peso.
O jeito de crescer ou aumentar o peso e disigual em varios adolescentes. Desse jeito, as leis de crescimento que estavam aplicadas na infancia não tem mais aplicação - e melhor avaliar o crescimento e o desenvolvimento relacionando-lhe com os estagios do Tanner. Um Tanner muito avançado significa que o adolescente deveria ja crescer bastante.
Tambem e uma fase de grande mudança na adolescencia. E a fase em qual ja aparece a menarca nas maninas, Mais que o tanner esta avançado, maior q probabilidade que a menstruação ja tinha começado.
FASE FINAL DA ADOLESCENCIA
Isso e, entre 17-20 anos, a consolidação e perto, entre 17-19 anos os adolescentes ja estão no Tanner final.

AVALIAÇÃO PARA O CRESCIMENTO. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NO LABORATORIO DE PEDIATRIA
O basico no laboratorio de pediatria pra ver o crescimento e peso, estatura e perimetro cefalico.
A estatura e o comprimento (altura).
Qual e a diferença da altura pra comprimento?
Altura e medir a pessoa em pé. Normalmente, ate 12 anos costumamos medir os meninos em posição deitada (isto é, o comprimento).
Acima de 12 anos ja medimos a criança ficando de pé e aí, medimos a altura mesmo.
Estas medidas antropometricas, isoladamente, geralmente tem pouco valor. Essencial por pedico e fazer o grafico de crescimento, isto é, fazer o acompanhamento do crescimento. A criança vai ser avaliada com base neste grafico,
Em termos leigos "não adianta ver a foto, tem que ver o filme ".
Seguido este grafico, na maioria dos casos, o crescimento vai ser normal, dentro de um nivel de aumento que vai ser relacionado com a estatura do pai e da mãe. Isto vai ser evidente a partir dos 2 anos de idade. mais cedo não adianta porque, por exemplo, existem fetos nascidos de mães diabeticas que podem nascer com cumprimento ou peso muito alto. esse criança, nos primeiros dois anos de vida pode ser muito grande - vamos achar ele dentro da percentil 97. De repente, depois doisanos ele começa a entrar no ouotro nivel do crescimento - que e geneticamente determinado - isto e, am função dos parametros de altura ou peso dos pais dele.
Existe ate uma formula para calcular O ALVO GENETICO isto e, quanto que uma criança deve ter em altura, baseado em estatura paterna e materna:
ALVO GENETICO:
[(Estatura do pai + Estatura da mãe) + 13] / 2 por meninos
[(Estatura do pai + Estatura da mãe) - 13] / 2 por meninas
Assim, forma-se um canal de crescimento entre +8 e -8 cm. Provavelmente, a criança não vai sair desta.
A analise e muito mais complexa na idade de adolescencia.
As vezes o pediatra encontra o ATRASO CONSTITUCIONAL DO CRESCIMENTO.
O que e isso?
Por exemplo, um menino que tem o peso/estatura na percentil 5, mas com ritmo de crescimento normal. Chegando a adolescencia, constatamos que ele ainda não cresceu. O Tanner dele e G1P1, então, mesmo que tem 12-13 anos ainda não desenvolveu os caraterres sexuais secundarios.
Vasculhando os antecedentes HC desse menino, porem, veremos que a mãe teve a menarca com 16 anos, e que o pai estava baixinho e so cresceu no final da adolescencia.
Então o que essa criança tem e o ATRASO CONSTITUCIONAL DE CRESCIMENTO, isto significando que ele tem um atraso mas que a estatura dele vai se encaixar no alvo genetico dele.
Alem da historia familiar pode tambem ajudar:
a) a idade ossea vai estar tambem atrasada (por exemplo, vai achar idade ossea de 11 anos, e o menino tem 14)
b) a baixa estatura familiar - se existir, claro que o alvo genetico vai ser baixo.
Existem sindromes relacionados com a baixa estatura.
Baixa Estatura
1- INTRODUÇÃO
O crescimento geralmente espelha a saúde de uma criança, sendo sua alteração um sinal de alerta para a presença de algum distúrbio.
O valor médio esperado para a altura e o peso em relação às diferentes idades corresponde ao percentil 50.
Na análise da altura, são consideradas normais todas as crianças que encontram-se entre os percentis 2,5 e 97,5.
Sendo assim a baixa estatura é definida como a presença de uma altura abaixo do percentil 2,5.
Mas a análise pura e simples de um dado isolado, muitas vezes não nos fornece o diagnóstico correto da desordem subjacente responsável pela diminuição na altura de um indivíduo. Desta forma, é interessante sempre avaliarmos o padrão do crescimento para tentarmos diferenciar uma variação do normal de condições patológicas.
Um método útil para categorizarmos os padrões de crescimento
tem como base as análises da velocidade de crescimento estatural, da relação peso-altura e dos achados físicos anormais.
A determinação da velocidade de crescimento estatural é o fator de maior importância na avaliação do crescimento de uma criança.

A maneira mais simples de analisarmos se uma velocidade de crescimento é normal para a idade é observarmos se a altura está "cruzando" os percentis da curva de crescimento linear.
A relação peso-altura pode ser útil em distinguir desordens sistêmicas (doenças renais, gastrintestinais, renais, pulmonares e imunológicas) de endocrinopatias. A criança com baixa estatura que apresenta alguma doença sistêmica geralmente encontra-se emagrecida; um estado nutricional adequado, o sobrepeso ou mesmo a obesidade, acompanham as doenças endócrinas.
Uma desproporção entre extremidades e tronco, achados dismórficos, uma história de retardo de crescimento intra-uterino e retardo mental nos falam a favor de doenças genéticas, como a displasia esquelética e anormalidades cromossômicas.

2- REGULAÇÃO DO CRESCIMENTO E PADRÕES DE CRESCIMENTO


O crescimento intra-uterino é influenciado pelo estado nutricional, pelo tamanho do útero e pelo ambiente metabólico. Hormônios como a insulina, o fator de crescimento insulina-símile tipo 1 (IGF-1) e suas proteínas ligadoras, tem importância fundamental no crescimento do feto.
O hormônio do crescimento (GH)
e o hormônio tireoidiano produzidos pelo feto não parecem ter participação no crescimento do mesmo. Este fato é evidenciado em crianças com deficiência congênita de GH ou hipotireoidismo, que apresentam peso e altura normais ao nascimento. Por outro lado, o GH e o hormônio tireoidiano são os principais fatores que controlam o processo de crescimento pós-natal.
O crescimento normal depende de uma ótima interação entre hormônios e tecidos, estes últimos capacitados geneticamente para responder aos primeiros. Em humanos o crescimento usualmente cessa após a puberdade como resultado da maturação e fusão das epífises ósseas induzidas pelo estrogênio.
O período pós-natal é caracterizado por uma rápida velocidade de crescimento estatural, que declina progressivamente (aproximadamente 25, 12 e 8 cm por ano, durante os três primeiros anos de vida). Deste ponto até o início da puberdade, o crescimento linear ocorre em uma taxa constante de cerca de 4 a 7cm por ano.
Uma discreta desaceleração no crescimento linear é observado antes do início da puberdade. Os primeiros sinais de puberdade na menina (aumento da glândula mamária) usualmente precedem os do menino (tipicamente aumento dos testículos) por um período de seis meses. Sabemos também que o estirão do rescimento ocorre dois anos mais cedo no sexo feminino.

O valor máximo da velocidade de crescimento estatural é menor nas meninas (8,3cm/ano) do que nos meninos (9,5cm/ano). Este fato, combinado com um período dois anos mais longo de crescimento pré-puberal no sexo masculino, explica uma diferença em altura de cerca de 13 cm em favor dos meninos.
Nas avaliações ambulatoriais, a estatura do indivíduo deve ser assinalada nos gráficos de crescimento.
Desvios na taxa de crescimento ou na velocidade de crescimento estatural não são incomuns durante os três primeiros anos de vida. Estas pequenas alterações geralmente não significam doença e tem correlação com a estatura dos pais. Crianças grandes nascidas de pais pequenos tendem a apresentar uma desaceleração tardia de seu crescimento, enquanto crianças pequenas (saudáveis sob todos os aspectos) nascidas de pais altos, tendem a acelerar o seu crescimento de forma precoce (durante os seis primeiros meses de vida).
Alterações da velocidade de crescimento estatural após o terceiro ano de vida independente da altura apresentada pela criança, não são consideradas normais e requerem avaliação e investigação.
Durante a puberdade, a criança pode novamente cruzar os canais de crescimento, tanto para baixo quanto para cima. Isto vai depender da época em que ocorreu o seu estirão pubertário quando comparado à referência normal.

3- FISIOLOGIA DO CRESCIMENTO


O crescimento somático normal resulta de uma interação complexa entre fatores hormonais, nutricionais e genéticos, todos trabalhando em conjunto com um ambiente celular propício.
O GH é elemento fundamental na condução de todo o processo.
Sabemos também que outros hormônios (tireoidianos, esteróides sexuais e glicocorticóides) assim como fatores psicossociais, também participam, interagindo no nível do eixo hipotálamo-hipofisário-GH-IGF.
Secreção do GH e Fatores que a Regulam
O GH é secretado pelas células somatotrópicas da hipófise anterior de uma forma pulsátil. Os pulsos ocorrem durante o sono, exercício físico e estresse fisiológico.
A secreção do hormônio resulta de uma interação entre dois peptídeos hipotalâmicos que apresentam efeitos contrários: o GHRH, hormônio liberador do GH (GH-releasing hormone). e o hormônio inibidor da liberação da somatotropina (SRIH - somatotropin release inhibiting hormone), também conhecido como somatostatina.
O GHRH estimula diretamente a secreção de GH, os picos deste hormônio hipotalâmico tem correlação com os pulsos de GH. A somatostatina regula o tônus basal do GH.
A diferenciação e o desenvolvimento do somatotropo, assim como a expressão do gene do GH
(GH-1), são regulados por um fator de transcrição, o Pit-1. Mutações no gene do Pit-l resultam em deficiência combinada de GH, hormônio estimulante da tireóide (TSH) e prolactina.
Mecanismos de feedback regulam também a secreção de GH: o GH e o IGF-1 plasmáticos inibem a produção do GHRH e GH nos níveis hipotalâmico e hipofisário, respectivamente.

4- AÇÃO MEDIADORA DO CRESCIMENTO EXERCIDA PELO GH E IGF


O GH circula em uma forma livre e a outra ligada a proteína de transporte, esta última se assemelha estruturalmente ao receptor do hormônio. O GH liga-se a seu receptor, uma glicoproteína de cadeia única e induz a multiplicação de condrócitos na placa epifisária de crescimento, além de estimular a secreção de IGF-1 pelo fígado e outros tecidos.
Muitas das ações do GH que promovem o crescimento são mediadas pela IGF-1. Como vimos antes, este peptídeo é produzido e secretado pelo fígado. No entanto, o IGF-1 também é formado localmente, como nas células ectodérmicas e mesodérmicas da placa de crescimento, onde exerce funções autócrinas e parácrinas.
Numerosos avanços recentes em pesquisa têm enfatizado a ação biológica não só do IGF-1, mas também de outras IGFs e de suas seis bem definidas proteínas de ligação.

O IGF influencia o crescimento fetal, independente do GH. A proteína de ligação do IGF do tipo três (IGFBP-3) é altamente dependente do GH. estando sua concentração relacionada diretamente com o status de secreção do hormônio.
O IGF-1 circula unido a várias proteínas de ligação; a forma principal é representada por um complexo de 150-kd (IGF-BP3); este último encontra-se diminuído em crianças com deficiência de GH.
As concentrações circulantes do IGF-1 e IGFBP-3 encontram-se reduzidas nos cinco primeiros anos de vida; após este período o nível destes peptídeos aumenta progressivamente. para atingir um pico na adolescência.

5-ANÁLISE DA CURVA DE CRESCIMENTO


Uma análise apropriada do auxograma é o passo mais importante na avaliação de uma criança com problemas em seu crescimento. Quatro aspectos devem ser levados em consideração:
A) Confiabilidade nas medidas
A obtenção das medidas de forma correta e a sua transposição para os gráficos de peso e altura parecem ser tarefas simples, no entanto elas exigem algum treinamento e requerem atenção. Sabemos que erros durante esta etapa respondem pela maior parte dos diagnósticos equivocados.
B) Altura absoluta
A altura, em termos absolutos, não é um parâmetro tão fidedigno, porém guarda alguma relação com condições patológicas.
Por exemplo:
1) uma criança cuja estatura está a três desvio-padrões abaixo da média apresenta uma maior chance de ter alguma doença do que aquela criança que está a um desvio-padrão.
2) crianças que apresentam percentil menor do que 10 requerem vigilância constante e avaliação clínica cuidadosa.
Devemos lembrar que o percentil menor do que 2,5 define a baixa estatura.
C) Velocidade de Crescimento Estatural
O aspecto mais importante quando avaliamos o crescimento linear de uma criança é observarmos a variação de sua altura no decorrer do tempo, que nada mais é do que a velocidade de crescimento estatural. Para uma maior acurácia desta medida é necessário um tempo de observação entre quatro a seis meses.
Uma desaceleração substancial na velocidade de crescimento entre 12-13 anos de idade, até prova em contrário, indica patologia. Durante os três primeiros anos de vida, uma desaceleração do crescimento linear é normalmente observada. Alterações no canal de crescimento (desacelerações) podem ser encontradas no período pré-puberal e na puberdade, uma vez que o início da puberdade (e, portanto, o estirão pubertário) varia entre indivíduos.
Para uma velocidade de crescimento estatural dentro da normalidade, mesmo com uma altura absoluta abaixo do percentil 5, é improvável a presença de alguma patologia.

D) Relação Peso-Altura
Como vimos antes, a determinação da relação peso-altura em uma criança baixa, tem algum valor diagnóstico. Em crianças portadoras de endocrinopatias como causadoras de baixa estatura, o ganho ponderal geralmente encontra-se dentro da normalidade, com a obesidade sendo observada em alguns casos. Por outro lado, na presença de doenças sistêmicas graves, o ganho ponderal insuficiente é ainda mais importante do que o déficit de crescimento linear, resultando em crianças com baixa estatura e emagrecidas.
E) Alvo Genético
É um parâmetro que nos auxilia quando avaliamos uma criança com baixa estatura. Este dado nos informa se uma determinada altura está ou não adequada para os padrões familiares do paciente.
A maioria das crianças atinge uma estatura, quando adultas, dentro de aproximadamente 10 cm do alvo genético (ou para mais ou para menos). Embora existam variações, o cálculo deste parâmetro nos permite avaliar o potencial genético de crescimento de um indivíduo.

F) Idade Óssea
Durante a infância, o processo de crescimento geralmente refere-se à um aumento no comprimento dos ossos, que progride concordante com a maturação esquelética.
A idade óssea procura estabelecer a maturidade esquelética, comparando o aparecimento de centros epifisários representativos na radiografia simples com padrões já estabelecidos para uma determinada idade. O método mais comumente usado para avaliar a idade óssea examina a maturação epifisária das mãos e punhos (gráfico ou padrão de Greulich e Pyle).
Métodos que examinam outros centros epifisários, como o joelho, podem ser especialmente úteis em crianças com placas de crescimento nas mãos e punhos muito imaturas para uma determinação confiável.
A maioria das condições relacionadas à crescimento linear insuficiente também cursa com atraso na maturação esquelética e atraso na idade óssea. Desta forma, a observação de um atraso na idade óssea, mesmo significativo, nos ajuda muito pouco para estabelecermos o diagnóstico etiológico de uma baixa estatura. Uma idade óssea atrasada simplesmente indica que a baixa estatura é "parcialmente reversível", uma vez que o crescimento linear progride até o fechamento das epífises.
A ausência de atraso na idade óssea em uma criança com baixa estatura nos preocupa muito mais. Esses casos podem ser de algum valor diagnóstico sob certas circunstâncias: metacarpos encurtados, epífises em cone ou alterações raquíticas podem nos apontar para determinados diagnósticos, incluindo síndromes, condrodisplasias e raquitismo.
G) Estabelecimento da proporção corporal
A relação entre o segmento superior e inferior do corpo (relação U/L - upper to lower body segment ou SS/SI) pode nos fornecer algumas pistas para o diagnóstico etiológico de baixa estatura. Quando avaliamos a relação U/L em uma criança baixa, dizemos que existe uma baixa estatura proporcional (envolvendo o tronco e as extremidades inferiores) ou desproporcional (envolvendo um segmento mais do que o outro). O valor da relação U/L ao nascimento é de 1,7 com diminuição progressiva até atingir um valor de 1,0 aos 7 e 8 anos. A partir de então, este número não sofre mais modificações.
A medida do segmento inferior é obtida a partir da distância entre a parte superior da sínfise púbica até o chão, com o paciente em pé em uma superfície plana. A medida do segmento superior é conseguida subtraindo-se a medida do segmento inferior da altura da criança. A relação U/L declina progressivamente a partir do nascimento, para atingir o seu valor mais baixo durante o inicio da puberdade.
Com o início do crescimento pubertário, a relação U/L aumenta de forma discreta até o fechamento das epífises. Displasias esqueléticas envolvendo primariamente a coluna cursam com relação U/L diminuída para a idade. Aquelas envolvendo basicamente ossos longos (acondroplasia) estão associadas com um aumento na relação U/L.
Na puberdade observamos um maior crescimento do tronco
(embora discreto) em relação às extremidades inferiores. Sendo assim uma relação U/L ausentada para idade pode ser um dos primeiros sinais de puberdade precoce. Uma relação U/L diminuída para a idade pode ser encontrada em distúrbios associados com puberdade incompleta ou retardada (síndrome de Kallmann ou Klinefelter).

6- ENTIDADES CLÍNICAS ASSOCIADAS A BAIXA ESTATURA


Variações Normais do Crescimento
1) Atraso Constitucional do Crescimento e Puberdade
O crescimento de uma criança que apresenta atraso constitucional do crescimento e puberdade (CDGA - constitucional delay of growth and adolescence) é caracterizado por:
1) ldentificação do crescimento linear durante os três primeiros anos de vida, tipicamente com o peso e a altura cruzando para baixo os percentis;
2) uma taxa de crescimento linear normal ou próxima do normal, abaixo, porém paralela, ao quinto percentil durante os anos pré-puberais;
3) atraso na idade óssea e na maturação sexual;
4) altura na idade adulta na faixa normal, embora freqüentemente inferior a esperada para a estatura dos pais.

Tipicamente a criança com CDGA é um menino saudável que não apresenta anormalidade fenotípica. Existe sempre uma história familiar positiva, com o pai tendo sido baixo quando criança e apresentado um estirão pubertário um pouco mais tardio. A idade óssea da criança é sempre atrasada e usualmente corresponde à altura observada (que também é inadequada para a idade).

2) Baixa Estatura Familiar
Durante a infância até a puberdade, a criança que apresenta baixa estatura familiar (genética ou intrínseca) cresce em um padrão muito similar à maioria dos pacientes com CDGA. Como o crescimento fetal é influenciado por outros fatores (e não a altura dos pais), como tamanho uterino, nutrição feto-materna etc., as crianças com baixa estatura familiar apresentam-se com peso e altura normais ao nascimento. Durante os dois primeiros anos de vida a linha de crescimento irá cruzar para baixo os percentis. A partir de então haverá uma velocidade de crescimento estatural constante, abaixo, porém paralela, às curvas de crescimento normais. O início da puberdade e sua taxa de progressão são normais para a idade cronológica. Quando adulto o indivíduo será considerado baixo, entretanto com uma medida apropriada para a altura dos pais. A idade óssea é compatível com a idade cronológica.

Causas Patológicas de Baixa Estatura


Baixa Estatura Proporcional com Aumento da Relação Peso-Altura (Endocrinopatias)
A) A deficiência de GH (DGH) pode ser congênita ou adquirida, podendo ocorrer em associação com deficiências de outros hormônios hipofisários.
I) A DGH congênita apresenta dois padrões não-genéticos bem descritos.
  1. O primeiro está associado com malformações embrionárias, incluindo as do sistema nervoso central (displasia septo-óptica), anormalidades na linha média da face (coloboma do olho, hipoplasia da porção média da face, fenda palatina e incisivos centrais únicos) e micropênis nos meninos.
  2. O segundo padrão está provavelmente relacionado à asfixia perinatal, pois existe uma história de estresse perinatal, parto pélvico, operação cesariana e baixos valores no escore APGAR.
  3. Um terceiro grupo de crianças com DGH congênita pode apresentar uma das seguintes mutações: no gene que codifica o receptor do GHRH na hipófise, no gene do GH propriamente dito (GH-1) ou no gene Pit-1, o que resulta em deficiências combinadas de GH, prolactina e TSH. O curso pós-natal é semelhante nas três variedades, com icterícia prolongada e hipoglicemia. Inicialmente observa-se um crescimento linear relativamente normal. Após o primeiro ano de vida, a criança apresenta uma desaceleração de seu crescimento linear e ganho normal de peso.
    II) A DGH adquirida ocorre mais freqüentemente como resultado de tumor (craniofaringioma, germinoma, gliomas), trauma, pós-infecciosa, pós-irradiação ou pós dano cirúrgico à hipófise e hipotálamo. Embora achados clínicos específicos variem de acordo com a etiologia, uma desaceleração intensa do crescimento linear é um achado proeminente na maioria dos casos.

B) A síndrome de insensibilidade ao GH é autossômica recessiva, sendo ocasionada por um defeito no receptor do GH. O fenótipo destes pacientes é semelhante ao apresentado por crianças com deficiência de GH. Na análise bioquímica. identifica-se elevadas concentrações séricas de GH acompanhada de baixos níveis de IGF-l e IGFBP-3.
Duas outras causas importantes de baixa estatura de origem endócrina são hipotireoidismo e a síndrome de Cushing. Muitas vezes o crescimento insuficiente é o único achado destas síndromes.
Baixa Estatura Proporcional com Relação Peso-Altura Diminuída
Crianças com deficiência nutricional relativa ou absoluta (desnutrição primária, anorexia nervosa, má-absorção, diabetes mellitus tipo I descontrolado) tipicamente apresentam diminuição do crescimento linear e desenvolvimento sexual atrasado. Estas alterações são geralmente precedidas de um declínio no ganho de peso ou perda ponderal.
A idade óssea também encontra-se retardada.
Com a nutrição adequada, o crescimento acelera-se (catch up growth), embora a altura na idade adulta ficar comprometida. Má-absorção e doença intestinal inflamatória requerem atenção especial. A primeira pode passar despercebida durante uma avaliação inicial e a última pode resultar em retardo no crescimento antes do início das manifestações gastrintestinais.
A diminuição da velocidade de crescimento estatural na criança vítima de abuso é geralmente nutricional, resultado de uma ingesta calórica insuficiente. Estas crianças apresentam um comprometimento mais significativo no ganho de peso do que no crescimento linear.
A criança pequena vítima de abuso ou negligência desenvolve uma síndrome clínica semelhante à deficiência de GH (nanismo psicossocial). Estes pacientes costumam apresentar comportamentos bizarros (encoprese, desordens na personalidade, hábitos impulsivos referentes à alimentos e água) e possuem resposta anormal de hormônios hipofisários à testes provocativos. Quando retiradas do ambiente hostil, as crianças reassumem um padrão normal de crescimento.
As doenças renais, como a acidose tubular renal, o diabetes insipidus nefrogênico e a insuficiência renal, resultam em um crescimento linear deficiente, embora o ganho ponderal insuficiente chame mais a atenção do pediatra.
Concluímos que qualquer desordem sistêmica crônica prejudica o crescimento da criança. O distúrbio no crescimento tipicamente se correlaciona com a atividade da doença e o controle da mesma faz com que o paciente reassuma os padrões normais. A maioria das doenças que prejudicam o crescimento de uma criança são evidentes durante uma avaliação clínica. Lembrando mais uma vez: isto nem sempre é verdadeiro para as doenças gastrintestinais e renais.
4) Baixa Estatura Desproporcional
A displasia esquelética pode se apresentar com um encurtamento exuberante dos membros (acondroplasia típica) ou da coluna (espondilodisplasias). Na avaliação clínica notamos uma alteração evidente na relação U/L.
5) Baixa Estatura associada com Achados Dismórficos
A baixa estatura é parte integral de numerosas síndromes (algumas clinicamente definidas, enquanto outras não) e diversas desordens cromossômicas; citamos as síndromes de Turner, Prader-Willi e Down. Considerações especiais devem ser feitas a respeito da síndrome de Turner, uma vez que a baixa estatura pode ser sua única manifestação. Entretanto a maioria das crianças apresenta achados dismórficos como pescoço alado, alterações faciais características, prega palmar única e hipogenitalismo.
Outras síndromes (que inclusive apresentam retardo de crescimento intra-uterino) associadas a achados dismórficos, e que cursam com baixa estatura incluem: a fetal-acoólica, a de Russel-Silver e a de Cornelia deLange.

Abordagem Diagnóstica da Criança com Baixa Estatura

Sabemos que toda a criança que apresenta baixa estatura (abaixo do percentil 2,5) ou que encontra-se entre os percentis 2,5 e 10 merece investigação cuidadosa.
O primeiro passo consiste em uma história clínica detalhada na procura de condições patológicas que possam ser responsabilizadas. A história familiar deve incluir a altura e a idade do início da puberdade de ambos os pais. Qualquer relato de consangüinidade ou anomalias congênitas familiares deve ser registrada. Um exame sistemático inclui uma busca atenta para achados dismórficos e o cálculo da relação U/L, para exclusão de baixa estatura desproporcional.
O pediatra, então, deve analisar a curva de crescimento, prestando especial atenção na confiabilidade das medidas, na velocidade de crescimento estatural e na relação peso-altura.
Desaceleração do Crescimento Linear em uma Criança Bem Nutrida ou Obesa
Este é o padrão típico de crianças com alguma endocrinopatia.
A avaliação inicial deve começar com as medidas do T4 e TSH, a determinação da idade óssea e as concentrações de IGF-1 e IGFBP-3.
Concentrações elevadas de TSH e baixas de T4 estão presentes no hipotireoidismo primário, teste de função tireoidiana normal, uma idade óssea atrasada de forma importante e baixos níveis de IGF-1 e IGFBP-3 para a idade, em uma criança bem nutrida. nos fala a favor de deficiência do hormônio do crescimento.
Uma criança obesa com baixa estatura e que apresenta provas de função tireoidiana normais e avaliações do hormônio do crescimento também dentro da normalidade, deve ser investigada para estados associados à excesso de glicocorticóides (síndrome de Cushing). Nestes casos, a solicitação do cortisol urinário livre ou o teste de supressão de dexametasona, são os exames iniciais.
Desaceleração Linear do Crescimento em uma Criança Magra
Uma relação peso-altura diminuída ou um declínio inicial no ganho ponderal seguido de diminuição na velocidade estatural, são características encontradas nas desordens sistêmicas, como as doenças gastrintestinais, renais, nutricionais etc.
Uma pesquisa cuidadosa, buscando evidências de má-absorção ou revelando incapacidade de concentrar (poliúria, nictúria ou enurese) ou acidificar a urina, pode revelar doenças do tubo digestivo ou renais ocultas. O restante das desordens crônicas que ocasionam distúrbios no crescimento apresentam manifestações clínicas que não deixam dúvidas quanto ao diagnóstico.
Criança com Baixa Estatura que apresenta Achados Dismórficos ou Baixa Estatura Desproporcional
Se os achados dismórficos sugerem anormalidades cromossômicas ou uma síndrome, o cariótipo deve ser realizado por um geneticista. Na presença de baixa estatura desproporcional, recomenda-se um inventário radiológico na busca displasia esquelética.
Desaceleração do Crescimento Linear na Adolescência
O atraso na puberdade faz parte do padrão de crescimento da CDGA. A desaceleração do crescimento linear em relação a população é natural. A criança com CDGA por entrar na puberdade em uma idade mais avançada, "fica para trás" quando outras crianças da mesma idade apresentam o estirão pubertário na época prevista.
As crianças que possuem causas patológicas de atraso na puberdade, não apresentam baixa estatura no período pré-puberal, mas entre 12 e 15 anos a estatura observada cruza para baixo os percentis da curva de crescimento, época em que as crianças da mesma idade apresentam o estirão da puberdade.

O exame físico usualmente confirma o atraso na puberdade e uma baixa relação U/L pode ajudar na identificação da criança hipogonádica. A idade óssea virtualmente encontra-se retardada em todas as crianças com atraso na puberdade. Valores elevados de gonadotrofina sérica indicam insuficiência gonadal primária; baixos níveis são consistentes ou com CDGA ou com deficiência hormonal.
Velocidade de Crescimento Estatural Normal em uma criança com Baixa Estatura
Esta situação é encontrada em crianças com CDGA ou baixa estatura familiar. O indivíduo é proporcionalmente baixo, saudável, e sua linha de crescimento encontra-se abaixo, porém paralela, aos percentis da curva de crescimento.
Um atraso na idade óssea, uma história familiar compatível com atraso na puberdade e um alvo genético dentro da normalidade para um adulto, nos falam a favor de CDGA. Por outro lado, uma idade óssea compatível com a cronológica e um baixo alvo genético nos sugere a presença de baixa estatura familiar.
fonte: MISODOR, 10 DE AGOSTO 2008

 

postado: luciano sousa
email:lucianofisiol@gmail.com
facebook:lucianosousa lucianosousa