segunda-feira, 28 de julho de 2014

Escoliose

Escoliose: É o desvio da coluna no sentido lateral e rotacional. Assim, temos a formação de gibosidade vertebral (corcunda) na região toráxica. O desvio rotacional pode ser visto radiologicamente pela assimetria dos pedículos vertebrais e a lateralização da coluna é feita pelo deslocamento a partir do seu eixo central, constituindo-se assim, de deformidades vista no sentido antero-posterior. A escoliose pode estar compensada ou descompensada. A escoliose compensada apresenta os ombros no mesmo nível, revelando que a curva principal se equilibra com a curva compensatória. Curva principal é a curva responsável pela deformidade, e a curva compensatória ou secundária é aquela que busca a compensação para manter o tronco ereto.

As escolioses podem ter diversas etiologias. A mais comum é a idiopática ou escoliose do adolescente, que evolui durante o período de crescimento. Costumeiramente tem uma curva em "S" e atinge o segmento dorsal e lombar com curvas leves e moderadas. Podemos ter ainda as escolioses congênitas, cujas causas são deformidades congênitas da coluna vertebral. Os principais exemplos estão nas agenesias vertebrais, hemi-vértebras e barras ósseas, constituindo-se em deformidades a partir da concepção, atingindo curvas severas de até 180º, quando a coluna processa uma curva completa sobre si mesma. Invariavelmente o tratamento é cirúrgico e precoce, buscando corrigir o defeito ósseo a partir do seu nascimento.
A paralisia de grupos musculares na sustentação da coluna são causadas pelas escolioses paralíticas. Observando-se o corpo humano pelas costas, a coluna vertebral normal apresenta-se reta, da cabeça até a região sacral. Quando a coluna se apresenta curva, no plano das costas, essa deformidade é denominada escoliose, sendo caracterizadas pela curva em "C" e pela hipotrofia muscular, causando assim, a queda lateral da c.v. Outros exemplos de escoliose são causadas por seqüelas de efeitos traumáticos, processos infecciosos, doença de Von-Recklin Gausen (doença pseudo tumoral de estrutura nervosa), as escolioses por doenças endócrinas, por seqüelas das osteosporoses, etc. Podemos ainda classificar as escolioses como funcionais e estruturais.
As funcionais são aquelas cujo desvio da coluna depende de alterações extrínsecas à mesma, como por exemplo o encurtamento com disparidade entre os membros inferiores, causando assim, um desvio do eixo da coluna pela variação de comprimento entre os dois membros. As estruturais são aquelas em que a causa do desvio encontra-se localizada diretamente com as estruturas ósteo ligamentares vertebrais. Ainda devemos classificar as curvas das deformidades como móveis e rígidas. A importância dessa classificação se faz para o planejamento da correção cirúrgica da deformidade. Durante a infância, a escoliose afeta meninos e meninas. Na fase adolescente, as meninas são 5 a 8 vezes mais afetadas pela escoliose. Entretanto, 90% dos casos de escoliose idiopáticas são devidos a acréscimos moderados da curvatura da coluna e, geralmente, não são contemplados com tratamento intensivo. Durante a juventude, geralmente, a escoliose não apresenta processos de dor. Se a escoliose não for corrigida, na fase adulta,podem ocorrer dores nas costas. A recondução da coluna para a sua posição normal poderá ser feita facilmente com o emprego de uma força de tração na mesma. A tração aumenta o espaço entre as vértebras e alem disso reduz a curvatura nos pontos críticos. A aplicação de tração na coluna é uma forma engenhosa para promover o seu "endireitamento" sem que seja necessário pegar ou manusear vértebras e discos. A recondução da coluna para a sua posição normal poderá ser feita facilmente com o emprego de uma força de tração na mesma. A tração aumenta o espaço entre as vértebras e alem disso reduz a curvatura nos pontos críticos. A aplicação de tração na coluna é uma forma engenhosa para promover o seu "endireitamento" sem que seja necessário pegar ou manusear vértebras e discos.
A cada aplicação ocorrerá uma redução nas curvaturas, nos pontos mais críticos, em um processo totalmente indolor. É recomendável que o emprego de MAGNASPINE(r) seja acompanhado por uma fisioterapia que vá adaptando a musculatura às novas posições alcançadas pela coluna. Entretanto, mesmo sem esse acompanhamento, MAGNASPINE(r) conseguira reduzir as curvaturas mas, obviamente, com um tempo maior. Neste caso seria recomendável um acompanhamento com natação.
IMPORTANTE: O tratamento fisioterápico usando alongamentos e respiração são essenciais para a melhora do quadro: Costa Plana, Hérnia de disco.


 
NORMAL ESCOLIOSE
Coluna com escoliose Efeito da tração na coluna Coluna normal depois da tração
O esforço de flexão ( Mf ), provocado pela força de tração ( Ft ), tende a "endireitar" o trecho curvo da coluna vertebral.

Cifose: são exageros da curvatura toráxica fora dos eixos dos limites fisiológicos. Várias etiologias podem ser causas de cifose na coluna vertebral. Assim, temos os defeitos congênitos, infecções, fraturas, doenças ósseas como a osteoporose e a doença de Scheuermann ou dorso curvo do adolescente. A doença de Scheuermann se caracteriza pela necrose da epífise de crescimento dos corpos vertebrais constituintes do centro da curva dorsal (6ª a 9ª vértebra dorsal). Esta necrose ou morte da estrutura óssea epifisária, gera uma deformidade em acunhamento do corpo vertebral, fazendo com que haja uma acentuação da curvatura toráxica. A causa dessa doença é desconhecida. Muitos autores relacionam com a hiper-pressão sobre a região dorsal em crianças rígidas com mal preparo músculo-ligamentar durante a fase de crescimento do esqueleto.



Lordose: É o aumento anormal da curva lombar ou cervical levando a uma acentuação da lordose lombar ou cervical normal (hiperlordose). Os músculos abdominais fracos e um abdome protuberante são fatores de risco. Caracteristicamente, a dor nas costas em pessoas com aumento da lordose lombar ocorre durante as atividades que envolvem a extensão da coluna lombar, tal como o ficar em pé por muito tempo (que tende a acentuar a lordose lombar). A etiologia mais freqüente das hiperlordose são os distúrbios músculo-esquelético do ilíaco psoas e dos ísquios surais. Nas patologias ósseas, a freqüência maior está relacionada às espondilolisteses e pseudo-espondilolistese que produzem o deslizamento intervertebral freqüentemente localizados entre a 4ª e a 5ª lombar e a 5ª lombar e 1ª sacra. 




MAGNASPINE(r) aplica a tração ideal para esses objetivos, em um processo totalmente indolor. Nos casos de lordose, por exemplo, MAGNASPINE(r) tem apresentado resultados notáveis. Com apenas algumas aplicações ficam eliminadas as dores e a hiperlordose. Nos casos de cifose a resposta também tem sido muito boa com a eliminação de hérnias de disco na parte interna do tórax (região côncava). Quando ocorrem deformidades com o aumento dessas curvaturas elas são chamadas de hipercifose (corcunda) e hiperlordose, respectivamente. Na grande maioria dos casos, a curvatura excessiva é de origem postural e pode ser corrigida com o emprego de uma força de tração e exercícios de correção de postura. Em principio, desde que não haja doença nos ossos das vértebras, que não haja fissuras ou trincas nas vértebras, nem qualquer contra indicação de ordem medica, o emprego de uma força de tração na coluna poderá aliviar, ou mesmo eliminar, as possíveis dores, já que reduz as curvaturas nos seus pontos mais críticos.
OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERÁPICOI. Manutenção e/ ou melhora da força muscular
II. Prevenção de deformidades (manutenção e/ ou ganho de amplitude articular)
III. Manutenção da funcionalidade
IV. Manutenção da capacidade vital


CONDUTA FISIOTERÁPICACinesioterapia e Hidroterapia 
A CINESIOTERAPIA tem como principais objetivos, manter e/ ou retardar a perda da força muscular e da capacidade respiratória, manter os graus de movimento das articulações e minimizar os encurtamentos musculares e suas conseqüências. Ela consiste em exercícios de alongamento muscular, mobilização global, exercícios passivos, ativo - livre, ativo - assistido e exercícios respiratórios ( manobras de expansão pulmonar, inalação, tapotagem, vibração, drenagem postural, indução de tosse e os exercícios respiratórios propriamente ditos); são realizados nas diversas posturas: decúbito ventral (barriga para baixo), decúbito lateral (de lado), decúbito dorsal (barriga para cima), sentado, e de acordo com a fase em que o paciente se encontra.


IMPORTANTE:

Os exercícios contra resistência (saquinhos de areia, pesos) não devem ser realizados pois isto pode fazer com que a musculatura entre em fadiga e acelere o processo de degeneração da fibra muscular. Além disso, o posicionamento adequado e as adaptações para facilitar a realização das atividades de vida diária também são muito importantes para não acelerar a perda da força muscular e a instalação de contraturas e futuras deformidades ósseas. A indicação para o uso de goteira noturna também é um recurso utilizado que visa a manutenção do comprimento muscular. O posicionamento inadequado dos segmentos corporais, nas diversas posturas e em todas as atividades do dia - a - dia, é um dos fatores que aceleram a instalação das deformidades ósseas. O posicionamento correto é elementar principalmente quando faz o uso de cadeira de rodas, pois a tendência é acomodar-se e com isso as deformidades na coluna e membros se estruturam com maior rapidez.

A HIDROTERAPIA realizada em piscina terapêutica é utilizada para manter a força muscular, a capacidade respiratória, as amplitudes articulares e evitar os encurtamentos musculares. Devido as propriedades físicas da água, a movimentação voluntária e adoção das diversas posturas podem ser facilitados e os exercícios de alongamento muscular podem ser realizados com alívio da dor. Além disso, a liberdade de movimento proporciona alegria e satisfação, porque os pacientes são capazes de realizar atividades que podem não ser possíveis em terra devido a ação da gravidade. Na piscina terapêutica utiliza-se as propriedades físicas da água.

Efeitos terapêuticos da água:

* Alívio da dor durante o alongamento muscular;
* Relaxamento muscular;
* Manutenção ou aumento do grau de movimentação das articulações;
* Reeducação de músculos comprometidos;
* Fortalecimento de músculos enfraquecidos;
* Aquisição e vivências de diversas posturas;
* Treino de marcha;
* Melhora das condições respiratórias;
* Reforço psicológico através da movimentação independente na água.

PARTE RESPIRATÓRIA

Os pacientes afetados apresentam uma dinâmica diferente, decorrente da fraqueza muscular e também devido a alterações da caixa torácica, causada pelo aparecimento da escoliose ( desvios de coluna). Uma simples gripe pode repercutir de forma importante, pois a secreção produzida não é eliminada devido à debilitada musculatura expiratória, levando a uma diminuição da eficácia da tosse, além de prejudicar a movimentação completa do pulmão. Por esta razão essa secreção acumulada facilita o desenvolvimento de bactérias causando infecção que quando não tratada adequadamente, acarreta complicações respiratórias graves.
Como citado acima, a escoliose (curvas anormais da coluna), que pode decorrer da fraqueza muscular, leva também à diminuição da expansibilidade pulmonar.

AVALIAÇÃO POSTURAL

A Avaliação Postural na Fisioterapia, tem como finalidade prevenir e futuramente corrigir possíveis alterações posturais existentes.Consiste em determinar e registrar, se possível através de fotografias, os desvios posturais ou atitudes posturais erradas dos indivíduos. Em primeiro lugar, para se caracterizar um desvio postural, deve-se ter o conhecimento do que é postura correta. A boa postura é aquela que um indivíduo, em posição ostostática exige pequeno esforço da musculatura e dos ligamentos para se manter nessa posição. Representa um alinhamento dinâmico dos vários segmentos corporais, nas várias posições, de tal maneira que, cada segmento ocupe uma posição próxima à sua posição de "equilíbrio mecânico". Assim, ele encontra o melhor equilíbrio estático.

CINTURA ESCAPULAR

- Protrusão (Rotação interna dos ombros)
- Protração escapular
- Retração escapular
- Depressão escapular
- Ombros assimétricos: elevação de ombro esquerdo direito
- Encurtamento do trapézio

CINTURA PÉLVICA

- Desvio de quadril
- Assimetria de quadril
- Protusão abdominal

MEMBROS INFERIORES

- Joelhos genu flexo
- Joelhos genu recurvato
- Joelhos genu valgo
- Joelhos genu varo
- Pé abduto
- Pé aduto
- Pé valgo
- Pé varo
- Pé plano
- Pé cavo
- Pé calcâneo
- Pé equino

Causas

Se você nunca se preocupou com a saúde das suas costas, adotando posturas erradas e movimentos inadequados, saiba que essas são as principais causas da dor nas costas. Com o passar do tempo, vai ocorrendo um desgaste das articulações da coluna, podendo levar à degeneração dos discos intervertebrais (hérnia de disco) e à osteofitose (bico de papagaio). Em um grande número de casos de dor nas costas, não se chega a um diagnóstico claro. Geralmente, no decorrer do tempo, vários fatores de risco atuam em conjunto ocasionando a dor: condicionamento físico deficiente, má postura, mecânica anormal dos movimentos, pequenos traumas, esforço repetitivo, etc..
Várias estruturas da coluna podem causar dor, incluindo os ligamentos que conectam as vértebras, fibras externas do disco intervertebral, músculos, vasos sanguíneos e raízes nervosas.

BIBLIOGRAFIAwww.magnaspine.com.br/escoliose
www.abdim.com.br
www.doresnascostas.com.br/desvios_posturais

  

contato: 
email:lucianofisiol@gmail.com
        facebook: luciano sousa lucianosousa
 

  
 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Ácido Linoléico Conjugado e Perda de Peso


O tratamento e a prevenção da obesidade têm sido considerados uma enorme batalha para os profissionais da área de saúde. As indústrias de alimentos e de fármacos, por sua vez, têm oferecido cada vez mais uma vasta gama de novos produtos que preconizam a perda de peso. O ácido linoléico conjugado, encontrado em maiores concentrações na gordura de animais ruminantes, parece apresentar efeitos favoráveis quanto à manutenção do peso corporal. Esta revisão apresenta uma análise crítica dos dados disponíveis na literatura, que relacionam o ácido linoléico conjugado com o metabolismo energético e a composição corporal. Os estudos realizados com humanos ainda não são conclusivos, embora alguns apontem um possível aumento da lipólise e/ou redução da lipogênese, que reflete em alterações apenas na composição corporal, especialmente no tecido adiposo abdominal, mas não na perda de peso. Entretanto, as altas doses usadas nesses estudos podem implicar efeitos colaterais indesejáveis. Portanto, mais estudos são necessários para uma indicação desse ácido graxo como um agente para a melhora da composição corporal e/ou como um agente anti-obesidade.
Termos de indexação: ácido linoléico, composição corporal, obesidade, perda de peso.

INTRODUÇÃO
Muito tem sido falado sobre alimentos funcionais e seus efeitos benéficos para a saúde humana1, de forma a incentivar fortemente o uso de produtos e/ou alimentos que contenham propriedades com alegação funcional. Entretanto, muitas pesquisas ainda não são conclusivas em muitos pontos, especialmente quanto aos reais efeitos "protetores" preconizados, quanto às doses indicadas para que esses efeitos possam ser alcançados, e quanto aos possíveis efeitos adversos provenientes do uso prolongado desses produtos.
O Comitê de Alimentos e Nutrição dos EUA2 definiu alimentos funcionais como "qualquer alimento ou ingrediente que possa proporcionar um benefício à saúde além dos nutrientes tradicionais que ele contém". Ainda segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a alegação de propriedade funcional é relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, maturação e outras funções normais do organismo humano3.
O crescente aumento da prevalência de pessoas com sobrepeso tem preocupado os órgãos federais em todo o mundo, pois a obesidade já é considerada um problema de saúde pública mundial4. Assim, as novas gerações, cada vez mais preocupadas com a saúde, têm feito dos alimentos funcionais o carro mestre da indústria alimentícia1. A demanda de produtos para perda de peso é um potente estímulo para essa indústria. Em 1999, os consumidores americanos gastaram mais de 35 bilhões de dólares em produtos que preconizavam eficiência para perda de peso. Entretanto, em 2002, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos verificou que 55% de uma amostra de 300 produtos com rótulos relacionados à perda de peso eram falsos ou não apresentavam evidências científicas com relação a sua eficiência5. Assim, é necessário que mais pesquisas sejam feitas para comprovar a eficiência desses produtos de forma a garantir ao consumidor que seu uso realmente seja eficaz no combate à obesidade. O ácido linoléico conjugado (CLA), que representa um conjunto de isômeros do ácido linoléico (18:2 n-6), tem sido considerado um potente agente anti-obesidade, pelas suas possíveis propriedades moduladoras no metabolismo lipídico. Entretanto, seu efeito quanto à perda de peso ainda é controverso. Este trabalho teve como objetivo fazer uma análise crítica sobre os dados disponíveis na literatura que relacionam o CLA com o metabolismo energético, a fim de delinear as deficiências existentes nos estudos e esclarecer suas reais e/ou possíveis ações na composição corporal.
Considerações gerais sobre o ácido linoléico conjugado
O CLA se refere a uma mistura de isômeros do ácido linoléico (18:2 n-6) em que as duplas ligações são conjugadas em vez de existirem na configuração interrompida metilênica típica. É produzido no rúmen de animais pelo processo de fermentação, envolvendo a bactéria Butyrovibrio fibrisolvens, ou pela síntese via a9-dessaturase do ácido 11-trans octadecanóico. Nove isômeros diferentes do CLA foram relatados como de ocorrência natural nos alimentos, sendo que o 9-cis, 11-trans é o de maior ocorrência e é incorporado à membrana plasmática. Já o isômero 10-trans, 12-cis não é incorporado às membranas, parecendo estar mais relacionado ao metabolismo energético. O CLA é encontrado em maiores concentrações na gordura de ruminantes, como, por exemplo, carne de gado, laticínios, entre outros. Em produtos lácteos, a concentração de CLA varia de 2,9 a 8,92mg CLA/g de gordura, sendo que o isômero 9-cis, 11-trans contribui com cerca de 73% a 93% do total de isômeros do CLA nesses produtos. A gordura da carne de gado contém cerca de 3,1 a 8,5mg de CLA/g de gordura, com os isômeros 9-cis, 11-trans contribuindo com cerca de 57% a 85% do CLA total6.

CLA E COMPOSIÇÃO CORPORAL
Experimentos com animais
Vários modelos experimentais têm demonstrado que animais alimentados com CLA reduzem a gordura corporal. Evidências também sugerem que os diferentes isômeros do CLA possam apresentar efeitos variados na perda de peso e composição corporal em animais. O primeiro estudo a investigar tais efeitos foi o de Park et al.7, no qual camundongos suplementados com 0,5% de CLA (com predominância dos isômeros 9-cis, 11-trans e 10-trans, 12-cis, 1:1) exibiram diminuição de 60% da gordura corporal e aumento de 14% na massa magra, quando comparados com os controles. Verificou-se, ainda, nesse trabalho, redução na atividade da lipase lipoprotéica (LPL) em cultura de adipócitos 3T3-L1, também tratados com 0,0029% de CLA, e maior liberação de ácidos graxos (AG), possivelmente pela redução da deposição de lipídios e aumento da lipólise.
Em outro estudo, camundongos AKR/J (com forte suscetibilidade à obesidade) foram alimentados com dieta rica em lipídios com ou sem CLA a 1% (também com predominância dos isômeros 9-cis, 11-trans e 10-trans, 12-cis), por cinco semanas. Verificou-se uma redução de 50% no peso do tecido adiposo dos animais alimentados com CLA, quando comparados aos controles. Entretanto, o peso corporal final foi semelhante, sugerindo tanto aumento da massa magra, quanto redução do tecido adiposo nos animais suplementados com CLA8. Diferentes doses de CLA (0,00%, 0,25%; 0,50%; 0,75%; e 1,00%) foram testadas em camundongos por doze semanas. Verificou-se redução de tecido adiposo dos animais tratados com doses acima de 0,50% e aumento da massa magra no grupo tratado com 1,00% de CLA9.
Outros experimentos com camundongos de variedades genéticas específicas mostraram mudanças similares e positivas na composição corporal após tratamento com doses de 0,5% a 1,0% de CLA7,10,11. A redução de tecido adiposo subseqüente à alimentação com CLA em camundongos tem sido verificada em dietas com diferentes níveis de lipídios, 45,0%8,9,12 e 15,0%12 das calorias totais. Enquanto alguns trabalhos verificaram não haver mudança na quantidade total da dieta consumida por camundongos alimentados com CLA8,9, outros verificaram uma redução significativa no total de calorias consumidas após a utilização do mesmo10. O CLA parece não produzir resultados idênticos em todos os modelos animais. Ratos suplementados com 0,5% de CLA apresentaram redução modesta (15,0% a 25,0%), porém mais rápida (sete dias), do tecido adiposo13, ao passo que em camundongos essa redução pareceu ser maior (50,0% a 80,0%) porém mais lenta13,14. Ainda não é claro por que ratos são menos responsivos do que camundongos aos efeitos do CLA no tecido adiposo. Entretanto, postula-se que o decréscimo no tecido adiposo de animais tratados com CLA seja devido à redução no tamanho das células, e não no número7,10,15. De qualquer forma, já se sabe que dentre os diferentes isômeros do CLA, o 10-trans, 12-cis é o que tem maior influência sobre as mudanças na composição corporal em animais15.
Estudos com humanos
Comparados à quantidade de estudos conduzidos em modelos animais que investigaram mudanças na composição corporal, trabalhos em humanos ainda são limitados e discordantes. Porém, algumas evidências sugerem que a suplementação de CLA talvez possa gerar mudanças favoráveis na composição corporal de algumas pessoas14.
Em um estudo randomizado e duplo-cego, 80 indivíduos obesos participaram de um programa para perda de peso, com dieta hipocalórica contendo ou não CLA (2,7g/dia) e exercício físico, por seis meses. Não houve diferença na perda de peso e tecido adiposo entre os grupos, apesar de ter sido detectada uma tendência de maior ganho de massa magra e perda de tecido adiposo em alguns indivíduos no grupo tratado com CLA16. Entretanto, por estarem os indivíduos utilizando dieta hipocalórica e fazendo atividade física, torna-se difícil a interpretação dos resultados, já que tanto a dieta quanto a atividade física interferem no metabolismo energético e na composição corporal. Zambell et al.17 não verificaram mudanças na composição corporal, gasto energético, quociente respiratório e taxa de oxidação de lipídios em mulheres obesas (n=10), com gordura corporal total de 31±1,5% que receberam 3g de CLA, mistura dos vários isômeros, por 64 dias.
No estudo de Blankson et al.18, também randomizado e duplo-cego, 60 voluntários com sobrepeso ou obesidade (IMC entre 25 e 35kg/m2) receberam uma dieta com 9g/dia de óleo de oliva (grupo placebo), ou uma dieta com 1,7; 3,4; 5,1 ou 6,8g de CLA/dia, por doze semanas, sendo os isômeros predominantes o 9-cis, 11-trans e o 10-trans, 12-cis, 1:1. Verificou-se uma redução significativa no tecido adiposo dos indivíduos que receberam as doses de 3,4 (n=7) e 6,8 (n=10); e aumento da massa magra somente no grupo que recebeu 6,8g de CLA. Entretanto, como um treinamento físico foi realizado conjuntamente com o uso do CLA, e os níveis de atividade diferiram entre os grupos, também não foi possível avaliar se o efeito da modificação na composição corporal foi devido ao uso do CLA, do exercício, ou da combinação dos dois fatores.
Todavia, em homens de meia idade (n=14) que apresentavam obesidade andróide, a suplementação de 4,2g de CLA/dia (9-cis, 11-trans e o 10-trans, 12-cis) reduziu a gordura sagital abdominal após quatro semanas19. Porém, seria necessária a utilização de um método mais sensível, como a tomografia, que permite discriminar os diferentes tecidos, especialmente a gordura abdominal visceral da subcutânea, para melhor avaliação do resultado. No estudo mais recente sobre o efeito do CLA na composição corporal, o metabolismo de 54 indivíduos obesos foi investigado em processo de novo ganho de peso. Os autores acreditavam que pelo fato de o CLA reduzir indiretamente a captação de AG pelos adipócitos, pela redução da atividade da LPL, assim como da dessaturase esteroil-CoA (SCD), o que na verdade pode ocorrer é um efeito bloqueador no ganho de tecido adiposo, e não a sua redução pelo aumento da lipólise, como se pensava até então. Assim, primeiramente, os indivíduos (n=54) foram submetidos a uma dieta restrita em caloria (+900kcal) por três semanas, para que houvesse perda de peso significativa. Posteriormente, foram submetidos à suplementação com CLA (1,8 ou 3,6g/dia) 9-cis, 11-trans e o 10-trans, 12-cis predominantemente, por treze semanas, verificando-se então diminuição na recuperação da gordura corporal pelo aumento da massa magra, e conseqüentemente aumento no gasto energético de repouso20.
A Tabela 1 resume os principais trabalhos com humanos que relacionam a composição corporal e efeitos do CLA.

Possíveis mecanismos de ação do CLA relacionados à composição corporal
Dentre as várias possibilidades de mecanismos de ação do CLA, Park et al.7 verificaram um aumento na atividade da lipase hormônio-sensível, e conseqüentemente da lipólise em adipócitos, acompanhado por uma maior oxidação de AG tanto no músculo esquelético quanto no tecido adiposo, pelo aumento também da atividade da carnitina palmitoil-transferase (CPT).
Os efeitos do CLA in vitro, de aumentar a lipólise e reduzir a atividade da LPL7,21, foram posteriormente confirmados também em camundongos6,12,15,21, estando em concordância com aumento no gasto energético e oxidação de lipídios em animais. Essa ainda é a teoria predominante quanto aos possíveis mecanismos de ação do CLA sobre a composição corporal.
Outras teorias também têm sido propostas. Segundo Bjorntorp22, os adipócitos da gordura abdominal visceral de homens obesos parecem ter maior habilidade de mobilização do que os adipócitos da gordura subcutânea, em resposta às catecolaminas. Assim, uma hipótese das ações do CLA na composição corporal seria a indução da lipólise pelas catecolaminas, como demonstrado por Park et al.7 in vitro, o que poderia causar redução seletiva de gordura visceral, e indiretamente da gordura abdominal sagital, como verificado por Riserus et al.19. Essa teoria também poderia, em parte, explicar um efeito diferenciado do CLA, sendo mais pronunciado em homens obesos (predominância de obesidade andróide) do que em mulheres obesas (preferencialmente obesidade ginóide). Tem sido postulado ainda que a inibição do crescimento de células epiteliais de mamíferos pelo CLA está associada à apoptose (morte celular programada)23, e à redução do número de células em culturas de pré-adipócitos24,25. Foi também verificado aumento de cerca de quatro vezes na incidência de apoptose na gordura retroperitoneal em camundongos tratados com 2% de CLA após cinco ou catorze dias26. O possível efeito termogênico do CLA tem sido relacionado à indução na expressão gênica de proteínas desacopladoras (UCPs), verificada no tecido adiposo marrom de ratos diabéticos (ZDF)27,28. Entretanto, ao contrário do observado em ratos, esse efeito é pouco expressivo em humanos29. Adicionalmente, algumas evidências mostraram que vários isômeros do CLA têm afinidade de ligação aos receptores de ativação e proliferação peroxissomal (PPARs), fatores de transcrição que controlam a betaoxidação, as vias de transporte dos AGs, e diferenciação de adipócitos30. Tal afinidade parece ocorrer especialmente com o PPARa31, que está envolvido diretamente com a manutenção da homeostase lipídica, e possivelmente, também com o PPARy32, que induz a expressão gênica das isoformas das UCPs-2 tanto no músculo esquelético quanto no tecido adiposo marrom33.
A Tabela 2 apresenta alguns mecanismos de ação do CLA propostos em estudos de cultura de células ou em animais, relacionados à composição corporal. Os possíveis mecanismos de ação do CLA relacionados à composição corporal estão também apresentados nas Figuras 1 e 2.




Considerações sobre o uso do CLA e seus efeitos na composição corporal
Em animais, já foi demonstrado que o isômero 10-trans, 12-cis, dentre os vários isômeros do CLA, é o que tem maior influência em modular ações relacionadas a mudanças na composição corporal15. Entretanto, em humanos, ainda é cedo para afirmar que exista um isômero com maior efeito específico, pois, na maioria dos estudos já conduzidos, utilizou-se uma mistura de isômeros17 ou os dois isômeros predominantes (9-cis, 11-trans e o 10-trans, 12-cis) na mesma proporção18-20.
Especialmente em camundongos, o CLA parece afetar substancialmente a composição corporal pela redução de tecido adiposo, porém de forma mais lenta do que em ratos13,14.
Ainda não existem comprovações científicas de que a suplementação com CLA reduza o peso corporal ou o índice de massa corporal em humanos, porém algum efeito relacionado à redução do tecido adiposo parece ocorrer com doses acima de 3g de CLA por dia, especialmente na região abdominal de homens obesos, e no tecido muscular esquelético19.
Existem alguns indícios de que indivíduos pós-obesos, em novo ganho de peso, sejam mais suscetíveis aos efeitos do CLA do que os de peso estável20; assim como homens obesos em relação a mulheres obesas. Contudo, essas suposições ainda são inconsistentes devido à grande variabilidade nos delineamentos experimentais, especialmente quanto à dose, ao tipo de isômero(s) usado(s), e ao tempo de intervenção. Também o uso de diferentes métodos para a avaliação da composição corporal pode contribuir negativamente para a comparação entre estudos. Entretanto, segundo Riserus et al.34, a ausência de resultados positivos do CLA em reduzir tecido adiposo pode estar mais associada ao número reduzido de participantes em estudos com humanos do que a erros relacionados aos métodos de avaliação da composição corporal.
É importante ressaltar ainda que alguns efeitos indesejáveis relacionados ao uso do CLA foram encontrados tanto em estudos com humanos quanto em animais, como aumento da resistência à insulina11,35, aumento da glicose e insulina de jejum35; elevação da peroxidação lipídica34, redução da HDL-colesterol em indivíduos com síndrome metabólica (dislipidemia, hiper-tensão) tratados com o isômero 10-trans, 12-cis36.
CONCLUSÃO
Muitas dúvidas ainda permanecem com relação aos reais efeitos do CLA na modificação da composição corporal em humanos. Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de mais pesquisas que, entre outras coisas, avaliem separadamente os efeitos dos dois principais isômeros do CLA em humanos, e também estudos incluindo medidas de atividade enzimática, como, por exemplo, carnitina palmitoiltransferase, lipase lipoprotéica e lipase hormônio sensível, a fim de esclarecer os reais mecanismos de ação do CLA, e para uma melhor avaliação da hipótese de aumento da lipólise e/ou redução da lipogênese. Assim será possível avaliar melhor os efeitos desses AGs no metabolismo energético em humanos, para que então possam ser usados com segurança e eficiência nas prescrições relacionadas à melhoria da composição corporal e como agente anti-obesidade.
REFERÊNCIAS
1. Bell S, Goodrick G. A functional food product for the management of weight. Crit Rev Food Sci Nutr. 2002; 42(2):163-78.2. Institute of Medicine. National Academy of Science. Opportunities in the Nutrition and Food Sciences. Washington DC: Institute of Medicine; 1994.
3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais. In: Regulamento técnico. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; 1999. Resolução n. 18.
4. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization; 1998.
5. Federal Trade Comission. [homepage on the internet]. Weight-loss advertising. An analysis of current trends: a federal trade commission staff report [updated, 2002 Sep 17]. Available from: URL: http://www.ftc.gov
6. Pariza MW, Park Y, Cook ME. The biologically active isomers of conjugated linoleic acid. Prog Lipid Res. 2001; 40(4):283-98.
7. Park Y, Albright KJ, Liu W, Storkson JM, Cook ME, Pariza MW. Effect of conjugated linoleic acid on body composition in mice. Lipids. 1997; 32(8): 853-8.
8. West DB, Blohm FY, Truett AA, DeLany JP. Conjugated linoleic acid persistently increases total energy expenditure in AKR/J mice without increasing uncoupling protein gene expression. J Nutr. 2000; 130(10):2471-7.
9. DeLany JP, Blohm F, Truett AA, Scimeca JA, West DB. Conjugated linoleic acid rapidly reduces body fat content in mice without affecting energy intake. Am J Physiol. 1999; 276(4 Pt 2):R1172-9.
10. Park Y, Albright KJ, Storkson JM, Liu W, Cook ME, Pariza MW. Changes in body composition in mice during feeding and withdrawal of conjugated linoleic acid. Lipids. 1999; 34(3):243-8.
11. Tsuboyama-Kasaoka N, Takahashi M, Tanemura K, Kim HJ, Tange T, Okuyama H, et al. Conjugated linoleic acid supplementation reduces adipose tissue by apoptosis and develops lipodystrophy in mice. Diabetes. 2000; 49(9):1534-42.
12. West DB, Delany JP, Camet PM, Blohm F, Truett AA, Scimeca J. Effects of conjugated linoleic acid on body fat and energy metabolism in the mouse. Am J Physiol. 1998; 275(3 Pt 2):R667-72.13. Azain MJ, Hausman DB, Sisk MB, Flatt WP, Jewell DE. Dietary conjugated linoleic acid reduces rat adipose tissue cell size rather than cell number. J Nutr. 2000; 130(6):1548-54.
14. Kelly GS. Conjugated linoleic acid: A review. Altern Med Rev. 2001; 6(4):367-82.
15. Park Y, Storkson JM, Albright KJ, Liu W, Pariza MW. Evidence that the trans-10,cis-12 isomer of conjugated linoleic acid induces body composition changes in mice. Lipids.1999; 34(3):235-41.16. Atkinson R. Conjugated linoleic acid for altering body composition and treating obesity. In: Yuraweez M, Mossoba M, Kramer J, Pariza M, Nelson G, editors. Advances in conjugated linoleic acid research. Champaign, IL: AOCS Press; 1999. P.353-438.
17. Zambell KL, Keim NL, Van Loan MD, Gale B, Benito P, Kelley DS, et al. Conjugated linoleic acid supplementation in humans: Effects on body composition and energy expenditure. Lipids. 2000; 35(7):777-82.
18.Blankson H, Stakkestad JA, Fagertun H, Thom E, Wadstein J, Gudmundsen O. Conjugated linoleic acid reduces body fat mass in overweight and obese humans. J Nutr. 2000; 130(12):2943-8.
19. Riserus U, Berglund L, Vessby B. Conjugated linoleic acid (CLA) reduced abdominal adipose tissue in obese middle-aged men with signs of the metabolic syndrome: a randomised controlled trial. Int J Obes. 2001; 25(8):1129-35.
20. Kamphuis MM, Lejeune MP, Saris WH, Westerterp-Plantenga MS. The effect of conjugated linoleic acid supplementation after weight loss on body weight regain, body composition, and resting metabolic rate in overweight subjects. Int J Obes. 2003; 27(7):840-7.21. Park Y, Pariza MW. Lipoxygenase inhibitors inhibit heparin-releasable lipoprotein lipase activity in 3T3-L1 adipocytes and enhance body fat reduction in mice by conjugated linoleic acid. Biochim Biophys Acta. 2001; 1534(1):27-33.
22. Bjorntrop P. Visceral obesity: a "civilization syndrome". Obes Res. 1993; 1(3):206-22.
23. Ip M, Masso-Welch P, Shoemaker S, Shea-Eaton W. Conjugated linoleic acid inhibits proliferation and induces apoptosis of normal rat mammary epithelial cells in primary culture. Exp Cell Res. 1999; 250(1):22-34.
24. Brodie A, Manning V, Ferguson K, Jewell D, Hu C. Conjugated linoleic acid inhibits differentiation of pre-and post-confluent 3T3–L1 preadipocytes but inhibits cell proliferation only in preconfluent cells. J Nutr. 1999; 129(3):602-6.
25. Satory D, Smith S. Conjugated linoleic acid inhibits proliferation but stimulates lipid filling of murine 3T3–L1 preadipocytes. J Nutr.1999; 129(1):92-7.
26. Miner JL, Cederberg CA, Nielsen MK, Chen X, Baile CA. Conjugated Linoleic Acid (CLA), Body Fat, and Apoptosis. Obes Res. 2001; 9(2):129-34.
27. Portocarrero C, Bauman D, Barbano D, Zierath J, Houseknecht K. Regulation of UCP1 and UCP2 gene expression by dietary conjugated linoleic acid (CLA) in zucker diabetic fatty (ZDF) rats. In: American Diabetes Association (ADA) annual meeting; 1999 June 17-24; San Diego; 1999. (Abstract – 0021).
28. Ryder JW, Portocarrero CP, Song XM, Cui L, Yu M, Combatsiaris T, et al. Isomer-Specific Antidiabetic Properties of Conjugated Linoleic Acid: Improved Glucose Tolerance, Skeletal Muscle Insulin Action, and UCP-2 Gene Expression. Diabetes. 2001; 50(5):1149-57.
29. Rothwell N. Thermogenesis: where are we and where are we going? Report of a workshop held in London 21st April 2001, convened by Professor Mike Stock. Int J Obes. 2001; 25(9):1272-4.
30. Kawada T. Lipid metabolism related nuclear receptor: the structure, function, expression and classification of peroxisome proliferation-activated receptor (PPAR). Nippon Rinsho. 1998; 56(7): 1722-8.
31. Moya-Camarena SY, Vanden Heuvel JP, Blanchard SG, Leesnitzer LA, Belury MA. Conjugated linoleic acid is a potent naturally occurring ligand and activator of PPAR alpha. J Lipid Res. 1999; 40(8): 1426-33.
32. Adams M, Montague CT, Prins JB, Holder JC, Smith As, Sanders L, et al. Activators of peroxisome proliferator-activated receptor gamma have depot-specific effects on human preadipocyte differentiation. J Clin Invest. 1997; 100(12): 3149-53.
33. Camirand A, Marie V, Rabelo R, Silva J. Thiazolidinediones stimulate uncoupling protein-2 expression in cell lines representing white and brown adipose tissues and skeletal muscle. Endocrinology. 1998; 139(1):428-31.
34. Riserus U, Smedman A, Basu S, Vessby B. Conjugated Linoleic Acid (CLA) and Body Weight Regulation in Humans. Lipids. 2003; 38(2): 133-37.
35. Smedman A, Vessby B. Conjugated linoleic acid supplementation in humans-metabolic effects. Lipids. 2001; 36(8):773-81.
36. Choi Y, Park Y, Pariza M, Ntambi J. Regulation of stearoyl-CoA desaturase activity by the trans-10,cis-12 isomer of conjugated linoleic acid in HepG2 cells. Biochem Biophys Res Commun. 2001; 284(3):689-93.
 Fonte: Publicado na Revista de Nutrição v.18 n.3 Campinas maio/jun. 2005
Durante muito tempo as pessoas discutiram a chamada “zona queima-gordura” para se referir a um umbral de intensidades no qual a taxa de perda de gordura é prioridade e a mais alta possível. Mas isso existe ou é um mito? Revelamos o melhor segredo para perder peso. 
O ritmo para queimar gordura é muito suave ainda que a contribuição dos carboidratos como forma de produzir energia é muito elevada. Portanto, você primeiro queima o estoque de carboidratos para depois atingir as gorduras. Na medida que você aumenta a intensidade a gordura queimada do total de calorias passa de 85% para 60% quando você se move a cerca de 65% de seu VO2 Máximo e baixa ainda mais, para 30% de gordura queimada do total quando você atinge um ritmo de 85% de seu VO2 máximo (mais ou menos o ritmo de competição de uma prova de 10 km).
Mas o que você prefere: ter 85% dos bens de um homem sem posses ou 30% dos bens do homem mais rico do mundo? É essa relação de custo benefício que você deve ter em conta. Tenha em mente também que esses números variam de pessoa para pessoa. Cada organismo reage de uma maneira.
Veja o exemplo e como a queima de gordura pode ser mais efetiva, sob o ponto de vista do maior consumo calórico, ou seja correr a 85% de seu VO2 máximo, mais rápido. Esse valor supõe que você perca 0.3 Kcal por kg e por minuto, como pode ver na tabela (esquerda).
Exemplo
Uma pessoa de 80 kg, em 45 minutos de exercício, na intensidade de 85%, consumirá: 0.3 x 80 x 45 = 1.080 Kcal
Já uma pessoa, do mesmo padrão físico, a 65% de intensidade, consumirá cerca de 0.23 kcal/kg/minuto. Portanto temos a fórmula: 45’, 0.23 x 80 x 45 = 828 Kcal totais. Em uma intensidade baixa de 25% do VO2 máximo, por exemplo, você consumirá muito mais gordura, porém, só isso: 0.1 Kcal por kg e minuto, ou seja, em 45’ gastará 0.1 x 80 x 45 = 360 Kcal. 
 Fonte: http://www.runners.es/

  

contato: 
email:lucianofisiol@gmail.com
        facebook: luciano sousa lucianosousa

Doping genético

A medicina do esporte vem se desenvolvendo muito movida pelo objetivo de melhorar o desempenho principalmente nos esportes de alto rendimento. Dentro dessa evolução estão incluídos os métodos ou substâncias que aprimoram as capacidades orgânicas do ser humano a um nível superior ao fisiológico – Doping.
O doping pode ser compreendido como a utilização de substância ou método que possa melhorar o desempenho esportivo, indo contra a ética esportiva em determinado tempo e lugar, com ou sem prejuízo à saúde do esportista e surge do deliberado desejo de melhora de desempenho, mesmo que para isso o atleta tenha que violar princípios que regem a pratica profissional de esportes.
Muito tem se falado sobre o uso da tecnologia no esporte e dentre essas inovações uma das mais interessantes é o doping genético. Este, surge das pesquisas avançadas na área da terapia gênica e tecnologias biomoleculares que usam o conjunto das técnicas de manipulação do DNA, RNA e/ou proteínas para tratamento de disfunções do organismo. Segundo a Agência Mundial Antidoping (WADA – World Anti-Doping Agency) o doping genético é entendido como o uso para fins não terapêuticos de genes ou células manipuladas com o potencial de aumentar a capacidade física ou mental do atleta, e está incluído desde 2003 na lista de substâncias e métodos banidos pela própria agência.
Para controle dessa forma de manipulação foram mapeados os genes que estariam relacionados com características ideais para resultados esportivos, totalizando mais de 140 genes envolvidos. Dentre eles os mais conhecidos são: EPO, responsável pela produção de eritropoietina, que é o principal regulador da produção de células vermelhas, com função de promover a diferenciação destas células e o início da síntese de hemoglobina; sendo a administração de EPO uma das formas de aumentar o transporte de oxigênio e, consequentemente o desempenho esportivo em modalidades de longa duração. Outro é o IGF-1 (Fator de crescimento semelhante a insulina) que permite a ação do hormônio de crescimento (GH) por ser mediador de muitos, se não de todos, os efeitos desse hormônio que  promove a hipertrofia através de um aumento na síntese proteica e proliferação de células satélites, o que leva ao aumento da massa muscular e força. Talvez o mais promissor deles seja o GDF-8, que é um gene responsável pela codificação da miostatina, uma proteína de controle e manutenção da massa muscular esquelética, ou seja quanto maior for sua expressão maior será a dificuldade em conseguir ganhar massa muscular. Além disso, a terapia gênica oferece um caminho promissor na recuperação de tecidos de baixa capacidade regenerativa, tais como tendões, cartilagens e músculos esqueléticos, facilitando a recuperação de rompimentos de ligamentos cruzados (anterior e posterior), meniscos, lesões em cartilagens, e calcificação óssea tardia. Analisando cientificamente a terapia gênica e o doping genético, de fato, ocorrem por procedimentos idênticos, porém com finalidades diferentes, sendo desse modo de certa forma insensato a inserção de material genético em indivíduos saudáveis, uma vez que as técnicas de terapia gênica ainda estão sendo estudadas e estão proibidas no esporte.
O esporte deve sempre premiar aquele que tiver o melhor desempenho em cada modalidade, porém é importante lembrar que uma competição só deve ser validada quando ocorre de forma justa. Dessa forma, seja qual for o tipo de doping deve ser mantido longe do meio esportivo!
 fonte: SNC Seg, 13 de Agosto de 2012

O doping genético desafia os cientistas

  Muitos especialistas já dão como certo que a próxima batalha do Comitê Olímpico Internacional será o controle do doping genético. O doping genético é a alteração genética dos atletas para melhora do desempenho nas provas.

Apenas no ano de 2003 é que a Agência Mundial Antidoping (Wada) inclui o doping genético como prática condenada no esporte. Apesar de ser uma prática relativamente nova, esse tipo de doping possui várias curiosidades.
No doping comum, o atleta ingere substâncias que lhe darão mais velocidade, mais resistência, ou seja, seus resultados serão melhores. No doping genético, o atleta utiliza métodos para alterar e transformar os genes responsáveis pelas habilidades requeridas no esporte. Na prática do esporte, essas habilidades podem ser atribuídas aos músculos. Para melhorar o seu desempenho, o atleta deve ter músculos mais fortes, mais rápidos e principalmente músculos que se recuperem depois de treinamentos.
Uma das substâncias mais famosa nesse tipo de doping é a eritropoietina, EPO. Trata-se de um hormônio secretado pelo rim que estimula a produção de células vermelhas do sangue. Essas células vermelhas são chamadas de hemoglobina e têm a função de transportar oxigênio pelo sangue. O hormônio sintético de EPO elevará os níveis de hemoglobina no sangue e mais oxigênio chegará aos músculos. Com a abundância de oxigênio, a produção de energia na forma aeróbica é alta, melhorando o desempenho do atleta principalmente nas provas de resistência.
Mas nem tudo são maravilhas. O doping genético pode ser muito perigoso para a saúde. Há vários casos suspeitos de atletas mortos por problemas cardíacos. No caso do EPO, ao elevar o nível de hemoglobina, a densidade do sangue aumenta e o risco de ataques cardíacos é elevado. Os testes de antidoping genético são ainda muito controversos e complicados. O desenvolvimento de técnicas para coibir o doping genético ainda é muito caro e levam anos de pesquisas. Porém, o COI mostra toda a sua preocupação com a evolução do doping genético.

Exame de doping genético
Cientistas das universidade de Tübingen e Mainz, na Alemanha, desenvolveram um exame de sangue capaz de detectar o doping genético de forma confiável.
"Pela primeira vez, está disponível um método direto que utiliza amostras de sangue convencionais para detectar o doping pela transferência de genes. Ele é eficaz mesmo se o doping real ocorreu até 56 dias antes," diz o Dr. Péricles Simon, um dos membros da equipe. "Isso representa um método de custo relativamente baixo para detectar vários dos genes mais comumente usados na dopagem."
Até agora, era impossível provar que um atleta tivesse passado por um doping genético. O estudo mostrando a criação do novo teste para doping genético estudo foi publicada no site da revista científica Gene TherapySegundo o estudo, o teste fornece respotas claras do tipo "sim" ou "não", baseado na presença ou na ausência dos chamados DNA transgênicos em amostras de sangue.
O que é doping genético
Em vez de tomar uma substância que melhore seu desempenho, no doping genético o atleta recebe um DNA transgênico que força seu próprio corpo a produzir a substância desejada.
"O processo de inserção de genes individuais em células específicas do corpo vem da ideia de curar doenças graves. Imaginava-se que só seria possível detectar o doping genético pela transferência de genes usando um procedimento analítico indireto extremamente dispendioso no campo da medicina molecular," explicou o professor Michael Bitzer, coautor da pesquisa. O DNA transgênico - ou DNAt - não se origina da pessoa que está sendo examinada, mas é transferido para o seu corpo - muitas vezes usando vírus como meio de transporte - para criar substâncias que melhorem o desempenho, tais como a eritropoietina (EPO), para a formação de glóbulos vermelhos.
"O corpo de um atleta dopado geneticamente produz sozinho os hormônios que melhoram o desempenho, sem a necessidade de introduzir substâncias estranhas ao corpo. Ao longo do tempo, o corpo torna-se seu próprio fornecedor de doping", explicou Simon.
Teste antidoping genético
"O desenvolvimento de um método confiável para a detecção de mau uso da transferência de genes será usado para garantir que esta nova tecnologia, da qual os efeitos colaterais são apenas parcialmente conhecidos, seja usada exclusivamente no tratamento de doenças graves", disse Bitzer.
O funcionamento do exame para detectar doping genético foi comprovado em um chamado teste de especificidade, em 327 amostras de sangue colhidas de atletas profissionais e amadores.
Os pesquisadores acreditam que agora os atletas deixarão de tirar vantagem do uso da terapia gênica para fins de doping. "No mínimo, o risco de ser descoberto meses depois da transferência de genes ter ocorrido deve intimidar até mesmo os dopados mais ousados", acredita Simon.
FONTE: Redação do Diário da Saúde

 

contato: 
email:lucianofisiol@gmail.com
        facebook: luciano sousa lucianosousa