domingo, 1 de março de 2020

O CÉREBRO DE UM ATLETA


A medicina do esporte já comprovou que o cérebro dos atletas é diferente do cérebro de pessoas comuns, principalmente porque eles são constantemente desafiados.
Atletas precisam ter talento, força e preparo físico, mas é imprescindível também que tenham habilidade mental para lidar se concentrar e decidir com rapidez diante das pressões do adversário e os apelos da torcida. Mentes mais ágeis, focadas e lógicas transformam atletas em verdadeiros campeões.
Por estas e outras razões, o treinamento cerebral vem sendo cada vez mais procurado por esportistas, como pilotos, jogadores de basquete, nadadores, judocas e lutadores de jiu jitsu.Segundo Howard Gardner, psicólogo americano considerado o pai das múltiplas inteligências, o que faz a diferença para o desempenho de jogadores de futebol são as inteligências corporal (habilidade motora), espacial (visão de jogo) e lógico-matemática. Muitos jogadores habilidosos não se tornam craques por apresentar deficiências relacionadas a raciocínio lógico, criatividade e pensamento lateral.
  • VISÃO PANORÂMICA DE JOGO
  • COMPREENSÃO DAS ORIENTAÇÕES TÉCNICAS TÁTICAS E FÍSICAS
  • CAPACIDADE E VELOCIDADE  DE REAÇÃO NA DECISÃO
  • SER CRIATIVO E ALTERNAR AS JOGADAS NO JOGO
  • BUSCAR ANTEVER O OPONENTE
  • CAPACIDADE DE SUPERAÇÃO
 Dentro da mente dos melhores atletas do Mundo
 Você sabe o que é preciso para ser mentalmente forte como os melhores atletas do mundo? No esporte de competição, o objetivo último do treino é o máximo rendimento. Dia após dia atletas e treinadores aperfeiçoam a metodologia do treino, incrementam cargas, melhoram técnicas, inovam táticas, tudo com o objetivo de alcançar a melhor performance possível nas competições mais importantes. O atleta esforça-se para estar no seu pico máximo de desempenho na sua competição mais importante, no caso dos atletas de elite, por exemplo os Jogos Olímpicos, Copa do Mundo, ou Campeonatos do Mundo.
 O dia “D” é o momento em que o esportista se define como um atleta. Ele mostra a si mesmo o que é capaz de fazer, apresenta as suas habilidades para os outros, o quanto está bem preparado fisicamente, e mais importante, como ele é forte psicologicamente. Todo o meu trabalho na Psicologia é direcionado para o pico de performance, para o máximo rendimento nas competições importantes. Preparo o atleta mentalmente para conseguir ter um elevado desempenho sobre pressão interna e externa, é um grande diferencial para um excelente desempenho. 

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A SUA CABEÇA TEM QUE ESTA FOCADA NO SEU ESPORTE DE PREFERÊNCIA, SEMPRE EM BUSCA DE FAZER O MELHOR, DENTRO OU FORA DO CENÁRIO ESPORTIVO,.luciano  sousa.

É nas competições mais importante de uma época que se enfrentam os melhores adversários e consequentemente onde a competição se torna mais exigente e difícil. É neste tipo de competições que o atleta é colocado à prova. É a razão pela qual o atleta (eventualmente você) trabalha tão duro em todos os aspectos do seu esporte. E saber como ter um excelente desempenho e atingir o pico de performance numa grande competição, é provavelmente a razão pela qual você está lendo este artigo.É nas competições mais importante de uma época que se enfrentam os melhores adversários e consequentemente onde a competição se torna mais exigente e difícil. É neste tipo de competições que o atleta é colocado à prova. É a razão pela qual o atleta (eventualmente você) trabalha tão duro em todos os aspectos do seu esporte. E saber como ter um excelente desempenho e atingir o pico de performance numa grande competição.

Algumas perguntas para reflexão:
  • Você já se questionou porque atletas de renome falham nas competições importantes?
  • Porque é que muitos atletas que tinham todas as condições físicas ideais, nunca se efetivaram como atletas de elevado nível?
  • Porque é que alguns atletas numa primeira fase das suas carreiras se efetivam como grandes talentos, e posteriormente, mesmo treinando diariamente nunca conseguem expressar o real potencial que lhes foi identificado?
  • Porque é que existem campeões que demonstram grande consistência competitiva, e outros apesar de já terem provado ter o mesmo nível são tremendamente inconsistentes?
Estas questões, evidentemente podem ser respondidas por vários prismas. Mas o que eu pretendo aqui evidenciar são os aspectos psicológicos do treino e da competição. Vamos abordar primeiro as questões relacionadas com os aspetos psicológicos do treino.

MOTIVAÇÃO

É do conhecimento do senso comum que os aspectos motivacionais jogam um papel importante no ímpeto, vontade e intenção que o atleta aplica no treino. A motivação usualmente é percepcionada através dos níveis de energia e empenho que o atleta coloca naquilo que executa, de acordo com a prévia programação do treino. Mas, o que são os conteúdos daquilo a que todos nós apelidamos de motivação?

Do que é constituida a motivação? 
 Será igual para todos os atletas? Certamente que não. É algo que possa ser medido, quantificado? Em certa medida sim, mas será sempre uma medida subjetiva e única, específica de cada atleta. Pode ser melhorada? Sim. Mas de que forma?
Se partirmos do princípio que podemos considerar a motivação, como um motivo para a ação. Então todos os atletas que se deslocam ao local de treino estão a exercer os principios da motivação. Talvez você caro leitor até possa concordar com esta ideia. Mas se concordarmos com esta ideia, então a motivação não seria um fator diferenciador? Bem poder podia, mas apenas em termos de intensidade. E essa intensidade, então seria aquilo sobre o qual cada atleta poderia trabalhar, certo? A motivação poderia resumir-se à quantidade de energia (motivo) que cada atleta coloca naquilo que faz. Até parece simples, mais energia mais motivação.
Constatação: Mas se a energia é algo que não se vê, se é algo que não é colocado nos programas de treino físico, técnico e tático, podemos afirmar que o dito treino físico, perde grande parte do seu efeito se o atleta supostamente tiver níveis de energia reduzidos.
Mas será que a  motivação  se confunde com os níveis de cansaço do atleta? Se quando o atleta está mais cansado, tem menos energia disponível, então podemos dizer que está com menos motivação? Certamente que não. Voltamos então à questão inicial: Será a motivação apenas definida como energia para a ação, ou algo mais?
A motivação é algo mais do que apenas vontade para ação e energia. A motivação relaciona-se fortemente com outros fatores psicológicos. A motivação é um construtor que está para lá da vontade e energia expressa pelo atleta em treino.
A saber: A motivação estabelece relação com a auto confiança com os objetivos previamente definidos, com a percepção de valor do esforço, com a percepção da crença de eficácia do treino, com a percepção de capacidade de atingir o resultado esperado.
Até agora, os aspetos psicológicos que descrevi, será que num modelo tradicional do treino são levados em consideração? São trabalhados, melhorados, ou deixados ao acaso?
Do género: o atleta tem ou não tem competências psicológicas vantajosas?
Se não tem, o treinador e o psicólogo  deverá teimosamente continuar a programar o treino da mesma forma, ignorando aquilo que desconhece, mas sabendo que exerce tremenda influência no tão elaborado treino físico? Este artigo provavelmente poderá começar a parecer um concurso de perguntas e respostas. Mas, mais adiante irá perceber que foi necessário para perceber o quanto pode ganhar e enriquecer o treinamento.
Eu defino a motivação como a afirmação de um valor. Enquanto seres humanos somos motivados para afirmar os nossos valores, aquilo que nos é significativo, que nos orienta. Toda a motivação pode ser vista como uma afirmação de valores, e não como uma descarga de energia. Dos valores emergem os motivos, e pelos motivos de cada um de nós podemos inferir os nossos valores.
Dica: Se queremos entender as pessoas, eu acho que nós precisamos descobrir o que elas estão tentando fazer com o seu comportamento. Se queremos perpetuar o potencial de um atleta, devemos levar em consideração o que ele está querendo alcançar com o seu comportamento esportivo. E, acima de tudo como está querendo alcançar.

PADRÕES COGNITIVOS (PENSAMENTO)Resultado de imagem para fotos do cerebro de  um atleta

Um estudo publicado no Journal of Cognitive Therapy and Research, questionou treze ginastas masculinos durante os ensaios finais para a equipe olímpica dos Estados Unidos da América. Tentaram econtrar correlações entre os fatores psicológicos e as estratégias cognitivas para o desempenho atlético superior.
O estudo sugere que “padrões variáveis ​​de cognição podem ser fortemente correlacionados com o sucesso e desempenho superior na ginástica“. Fatores como, frequência de sonho, auto-verbalizações, os padrões de ansiedade, métodos diferentes de lidar com o stress competitivo e certas formas de imagens mentais definem os melhores ginastas do grupo.
Um estudo semelhante foi publicado no Journal of Applied of sport Psychology, examinaram as características psicológicas e o seu desenvolvimento nos campeões olímpicos. Dez campeões olímpicos norte-americanos foram entrevistados, assim como um dos seus treinadores e um dos pais, tutor ou outra pessoa significativa. Os atletas também fizeram uma série de testes psicológicos. Depois de avaliados os resultados, os psicólogos caracterizaram todos os atletas por:
  • A capacidade de lidar e controlar a ansiedade
  • Confiança
  • Tenacidade mental / resiliência
  • Inteligência esportiva
  • A capacidade de focar e bloquear as distrações
  • Competitividade
  • A ética de trabalho duro
  • A capacidade de definir e atingir metas
  • Capacidade do treinador
  • Altos níveis de esperança disposicional
  • Otimismo
  • Perfeccionismo adaptativo

Existem um conjunto de habilidade que se fundamentam na forma como o atleta organiza o conteúdo dos seus pensamentos, e isso joga um papel preponderante na forma como influencia positivamente ou negativamente todo o processo de treino, e consequentemente o redimento esportivo.

Principais características psicológicas associadas à estrutura mental diferenciadora dos atletas de elite (Jones et al, 2002):


Auto-confiança:
  • Ter uma crença inabalável na sua capacidade de atingir as metas competitivas
  • Qualidades únicas que o fazem melhor do que os seus adversários.
Motivação:
  • Ter um desejo insaciável e motivação interna para ter sucesso (você realmente tem que querer isso)
  • Capacidade de se recuperar das derrotas e do fraco desempenho com determinação crescente para ter sucesso.
Foco:
  • Permanecer totalmente concentrado na tarefa em mãos perante distrações específica da concorrência
  • Capacidade de mudar o foco sempre que necessário
  • Não ser negativamente afetado pelo desempenho dos adversários ou pelas suas próprias distrações internas (preocupação, padrão mental negativo)
Compostura sobre pressão/ Manipulação:
  • Capaz de recuperar o controle psicológico na sequência de acontecimentos inesperados ou distrações, prosperando sobre a pressão da concorrência (abraçando a pressão, entrando no momento)
  • Aceitar que a ansiedade é inevitável na competição e saber que pode lidar com ela
  • A componente-chave da tenacidade mental é aprender a condicionar a sua mente para pensar com confiança e ser capaz de superar a frustração / auto-crítica negativa (resignificação de auto-verbalização para o que deseja que ocorra)

Todas as estratégias cognitivas, que eu apelido de Estratégias Mentais de Êxito, estabelecem uma forte relação com a capacidade que o atleta possa ter para ser positivo. Pensar positivamente ter atitudes positivas , expressar verbalizações positivas revela-se tão importante em treino quanto em competição. Em competição, quanto mais você enfrenta a adversidade, mais positivo você tem que ser para construir a sua confiança e auto estima. 

CITO 6 PASSOS NO DESENVOLVIMENTO DA TENACIDADE MENTAL

1. Comece com a atitude certa e estado de espírito alinhado com os seus objetivos de performance (coloque os seus sentimentos e PENSAMENTOS CAPACITADORES  na linha da frente, chame todos os recursos psicológicos até si e atinja um estado mental facilitador):
  • A confiança vem em saber que você está preparado e se tem uma crença inabalável nas suas habilidades para alcançar os objetivos pretendidos. A confiança é sobre quem tem a coragem de competir como um guerreiro, sem medo do fracasso
  • Capacidade de acionar o modo competitivo “Guerreiro Competitivo
  • Coragem para dar tudo no recinto esportivo, jogar com o coração, determinação e foco total

2. Programe a sua mente para o sucesso antes do tempo (antes da competição importante) com expectativas e afirmações positivas:
  • Espere o melhor de si mesmo. Afirme que é que você que vai fazer tudo para ser bem sucedido
  • Declarações de objetivos orientados e confiantes começam com “eu quero, eu posso, eu vou …”)
  • Focalize-se naquelas coisas que você quer que ocorram, ao invés de coisas que você tem medo que possam dar errado
  • Visualize-se a realizar a sua performance da maneira que pretende (confiante, focado, completamente energizado)

3. Padronize os seus comportamentos: Desenvolva uma rotina pré-performance ou pré-competitiva sistemática que promova o estado mental/emocional desejado (prática, pré-competição, competição)
  • Prática (uma vez que você inicie o treino, comprometa-se a dar tudo que você tem, o que inclui fazer um compromisso de escutar, aprender, executar as habilidades / treinos com precisão e foco total)
  • Pré-competição, desenvolva uma rotina sistemática de exercícios físicos e mentais (motivacionais, energéticos de confiança e elevado estado de recursos)
  • Durante a competição (elevado foco atencional orientado para a elevada perfomance)

4. Atitude e compostura: Em caso de emergirem erros, rapidamente refocalizar a atenção para o que promove o elevado desempenho.
  • Grande parte do treinamento mental é acerca de compensação, ajustamento, e confiança.
  • Se o plano A não funcionar, vá para o plano B ou C
  • Uso de “Pontos Focais” são eficazes para ajudar a retomar a atenção de volta para a tarefa em mãos
  • Seja persistente e mentalmente tenaz, não permite que a frustração possa minar a sua confiança e foco

5. Assuma o controle das auto-verbalizações negativas: “pensamento negativo” Reenquadre com sugestões de tarefas positivas orientadas:
  • Inicie tomando consciência de situações que fazem você ficar frustrado, apressado, intimidado, perder o foco. depois reenquadrar a negatividade, acionando a tenacidade mental através de auto-sugestões positivas
  • Exemplo do Basquetebol: Em vez de dizer “Eu tenho de incestar como se a minha vida dependesse disso”, liberte-se dessa pressão negativa, reformule essa vontade em algo mais positivo e orientado para tarefa “dê uma boa olhada no cesto, veja-o, sinta-o, ganhe confiança.”
6. Olhe para o fracasso como um trampolim para a realização futura:
  • A abordagem dos campeões para superar a adversidade é: Jogar para ganhar, em oposição a temer cometer um erro
  • Ele falhou 9.000 lances, perdeu 26 jogos em que lançou para ganhar, perdeu 300 jogos – Michael Jordan, NBA 6 vezes Campeão do Mundo. “Eu falhei repetidamente, é por isso que eu consegui”
  • Concentre-se no processo de competir com elevado desempenho. Diferencie-se, impulsione-se a ter um elevado desempenho, quando mais importa.
Uma das técnicas que tem vindo a comprovar-se como tendo grande eficácia no treino das competências e habilidades psicológicas anteriormente descritas é a auto-hipnose. Para aprofundar este assunto, leia: 7 Passos explicam a auto-hipnose para atletas.

AUTO DOMÍNIO E MOTIVAÇÃO

A capacidade do atleta para controlar elementos mentais e emocionais auxilia o desempenho de tarefas, bem como a criação de uma base psicológica para a confiança e bem-estar (Boyd & Zenong, 1999). Quando o atleta possuí um elevado domínio dos seus recursos psicofisiológicos, quando sabe mobilizar as suas capacidades, habilidades e competências físicas e mentais aumenta drasticamente o seu desempenho. No entanto, quando a capacidade do atleta para controlar o seu estado psicológico é diminuída, afeta redondamente todos os seus recursos, inibe o seu potencial diminuindo a autoconfiança, bem-estar e desempenho.
Assim: A primeira premissa no treinamento das habilidades mentais é a implementação de uma metodologia de auto-domínio, promovida através do auto-conhecimento, para melhorar o estado psicológico do atleta (o estado de forma).
Como qualquer forma de treinamento, os métodos para desenvolver o autoconhecimento exigem metas especificadas no tempo, distintas e definidas. Além disso, o tempo reservado para a prática das estratégias mentais, e a crença dos métodos utilizados, requerem um certo nível de motivação, ainda mais, do que o treinamento baseado na condição física e técncia que tem resultados quantificáveis​​ desde o início, e podem ser avaliados e medidos com regularidade. No treinamento das estratégias mentais a paciência é um aliado promotor, assim como a confiança na sua aplicação, porque os resultados podem não aparecer de imediato.
Dica: Manter a motivação individual com paciência e persistência é importante desde o início.
As dificuldades iniciais associados à implementação de um programa de treinamento de estratégias mentais, podem ser dissipadas determinando as características motivacionais ou o grau de motivação por trás do objetivo que o atleta possa ter para melhorar o seu desempenho .
Para aprofunda este assunto leia:

A motivação intrínseca deriva de um desejo de atingir uma determinada realização específica. Em vez de definir-se a partir da perspectiva de agentes externos, o atleta orienta-se por si mesmo, o sucesso estabelece uma forte relação com as performances realizadas anteriormente, independentemente da recompensa externa (Dishman, 1984).
É na relação que o atleta estabelece consigo mesmo, com o seu desejo de alcançar um determinado desempenho que tudo pode ser potenciado, ou ao invés autosabotado. Se o atleta consegue estabelecer uma forte ligação entre o seu nível motivacional e associar-lhe um elevado sentimento de crença, certeza e possibilidade de vir a atingir o objetivo desejado, ele cria o seu próprio estado mental favorável. O atleta passa a ser um facilitador e promotor do seu desenvolvimento e crescimento atlético. Se o atleta conseguir desenvolver a capacidade de criar envolvimento com o seu treinamento, tendo como chama, combustível ou potenciador os sentimentos e emoções que espera vir a sentir no momento em que conseguir realizar a performance desejada, criará uma enorme vantagem competitiva.
Para aprofundar este assunto leia:

A motivação intrínseca permite ao atleta uma perspectiva mais objetiva de si mesmo, diminuindo uma posição egocêntrica, que normalmente seria associada com a motivação externa, e libertando o atleta para ver o seu desempenho como um meio de auto-desenvolvimento. Compreendendo isso, o atleta aumenta o seu nível de consciência dos recursos psicológicos que possuí, conseguindo orientar diariamente a sua atenção para a importância da persistência no treinamento intencional (emoção focada na tarefa).
A reter: A intenção focada nas emoções como potenciador do processo de treinamento, é vital para um contínuo progresso na performance esportiva.

É importante que o atleta não se limite por acontecimentos externos, como por exemplo motivar-se apenas para “ganhar” ao seu adversário. Este tipo de motivação à primeira vista até pode parecer benéfico. Mas, na verdade tem muito mais de prejudicial do que vantajoso. O atleta deve focar-se naquilo que ele pode influenciar, que é a si mesmo. Se o atleta não abrir a porta para fins muito mais elevados de desempenho, certamente irá enfrentar duros obstáculos à melhoria.
Existe uma elevada incontrolabilidade inerente aos eventos externos. Se o atleta pretende potenciar-se ao máximo, criar uma mente tenaz, com característica psicológicas facilitadoras que lhe permitam projetar-se mais além, deverá esforçar-se por focalizar-se principalmente nas coisas que acredita ser capaz de realizar. O atleta conscientemente deverá imaginar o que pretende alcançar, construir na sua mente imagens o mais claras possível e associar-lhe um forte sentimento (sentir no corpo o seu desejo e realização). É esse estado psicofisiológico que deve promover no seu treinamento. É nesse estado que deve propor-se às tarefas exigentes do treinamento. Treinar como se soubesse que aquilo que pretende irá ser alcançado, certificando-se que todo o seu ser está envolvido no treinamento que realiza diariamente. Perante a autoridade da motivação intrínseca, o atleta aumenta drasticamente as possibilidades de auto-desenvolvimento e auto-aperfeiçoamento.
A saber: Antes do treinamento das estratégias psicológicas (mentais) importa fazer uma avaliação da motivação (emoção e ação) subjacente aos objetivos desejados. É importante por causa da natureza qualitativa dos resultados e progressão gradual do treinamento geral (físico e psicológico).

Rafael Nadal

COMO OS ATLETAS DE ELITE MANTÊM O SEU FOCO?

Parte da resposta é que eles são capazes de imaginar a cena uma e outra vez num ciclo repetitivo de construção positiva do cenário competitivo. Mas, o que define mentalmente os atletas de elite do resto de nós? Como é que eles são capazes de ir além dos seus limites comparativamente ao mero dos mortais?
A prática da imagética mental que é composta por três tipos de imagens mentais distintas (ensaio mental, visualização e imagética)  é uma das ferramentas que os atletas podem usar para atingirem o seu potencial psicológico máximo, e consequentemente o físico. Para um atleta de elite, dominar todos os fatores mentais é tão importante quanto dominar as várias habilidades físicas .
A saber: Existem cinco fatores mentais que podem ser treinados para potenciar ao máximo o rendimento esportivo dos atletas. A Motivação, confiança, capacidade de lidar com a pressão ou stress, a capacidade de foco e as  emoções. 
Os melhores atletas conseguem agregar estas cinco áreas, tornando-as numa vantagem competitiva.

Todos os fatores se interrelacionam e facilitam a elevada performance, mas existe um que se destaca de todos os outros e que estabelece uma forte relação com a motivação, que é a confiança. Quando o atleta tem um forte sentimento de confiança emerge uma forte motivação. A  motivação (emoção + ação) garante o combustível para a preparação, e a boa preparação torna-se em confiança. O fator psicológico mais importante  é a confiança. A confiança funciona como o gatilho que permite potenciar e aumentar a eficácia dos restantes fatores. O atleta pode ter toda a capacidade do mundo para ter sucesso, mas se não acredita que tem capacidade para produzir um resultado de topo, não vai ter sucesso.
A mensagem que mais corria na sua cabeça era: “Acho que o fator chave é nunca deixar-me acreditar que há um limite”
Na verdade se o atleta tiver a crença de que existem limites, fica num beco sem saída. Refiro-me aos limites evolutivos da sua capacidade de produzir melhores resultados.

O ESTADO DE FORMA É UM ESTADO PSICO FISIOLÓGICO

 Resultado de imagem para PSICOLOGIA NOFUTEBOL


Tudo o que o atleta treina diariamente tem como objetivo produzir o melhor resultado possível em competição. O treinamento físico é preponderante para o atleta aumentar a sua condição física, melhorar as questões técnicas do seu esporte, e ir aprimorando a tática que possa ser aplicada em competição. Não existe atividade motora sem atividade mental. O que pensamos influencia a forma como nos comportamos. O que pensamos influencia igualmente a forma como nos sentimos. Ou seja, durante o treino estes três processos inter-relacionar. O atleta durante o treino pensa, sente e age. É nesta inter relação que é criado um determinado estado de ser, um determinado estado psico fisiológico.
Quanto mais autoconhecimento o atleta tiver acerca da forma como pode influenciar positivamente o seu estado de ser, o seu estado psicofisiológico, mais rendimento terá no seu treinamento. Os estados de ânimo influenciam todo o nosso comportamento.
Os treinadores preocupam-se tremendamente com a programação do treino físico, quantidades, volumes, frequências, intensidades, entre outras. No entanto, independentemente daquilo que se faz, a forma como se faz joga um fator preponderante na progressão do atleta. O envolvimento emocional que o atleta coloca no seu treinamento, o domínio das estratégias psicológicas que evidencia e o grau de confiança que tem em si mesmo, podem promover ou sabotar o estado de forma ótimo que tanto se quer atingir.
Concluindo: Promover diariamente o estado psico fisiológico ótimo do atleta, é um fator potenciador de todos os conteúdos do treino.
 TESTES PSICOLÓGICOS PODE PREVER O SUCESSO NO FUTEBOL
Teste psicológico pode prever sucesso no futebol



Os estudiosos do futebol já sabem há muito tempo que a habilidade física e a noção de bola não são suficientes para alguém se tornar um jogador de futebol de elite. Um terceiro componente vital geralmente mencionado é a “inteligência de jogo”, que é a habilidade de “ler”a jogada, estar sempre no lugar certo na hora certa e participar dos gols. Muita gente tem considerado a inteligência de jogo quase como uma habilidade mágica, algo impossível de se medir.
Os cientistas do Karolinska Institutet, entretanto, afirmam que não há nada de mítico na inteligência de jogo e que ela pode ser compreendida de uma perspectiva científica. Trata-se, na realidade, de um exemplo do que os cientistas cognitivos chamam de funções executivas, que engloba a habilidade de ser imediatamente criativo, de enxergar novas soluções para problemas, de mudar de tática rapidamente e de revisar comportamentos anteriores que comprovadamente não funcionaram.

No estudo pelo grupo de cientistas suecos  foram feitos testes de certas funções cognitivas em jogadores de futebol da primeira e segunda divisão da Suécia, totalizando 57 jogadores de elite. Os cientistas descobriram que os jogadores de futebol das duas divisões tiveram um desempenho muito acima da média da população em geral nos testes de funções executivas. E também que os jogadores da primeira divisão tiveram resultados muito melhores nesses testes do que os da segunda divisão.
O próximo passo foi comparar os resultados desses testes com o desempenho dos jogadores em campo. Os cientistas acompanharam vários desses jogadores por alguns anos e registraram o número de gols e de assistências de cada jogador. Assim, cada jogador recebia pontos de acordo com seu desempenho em campo.
Uma clara correlação apareceu entre os resultados dos testes de funções executivas e o número de pontos obtido em campo (depois de corrigir os dados de acordo com a posição do jogador e idade). Desta forma, ficou demonstrado que os melhores jogadores em campo também tinham o melhor desempenho em funções executivas.
O investimento em jogadores de futebol é um negócio arriscado, onde faltam ferramentas preditivas. Esse estudo sugere que a seleção de futuras estrelas deve incluir não apenas a avaliação da capacidade física, de controle de bola e quão bem o atleta desempenha no presente. Os dados sugerem que a avaliação das funções executivas com testes neuropsicológicos validados pode estabelecer se um jogador tem a capacidade de atingir o topo no futebol, alterando a forma com que os talentos são recrutados, ou seja, passando a ser recrutados também pelos seus cérebros.
É por isso que os jogadores de futebol devem tomar muito cuidado com seus cérebros, pois estudos estudos anteriores demonstraram que cabecear a bola repetidamente aumenta o risco de comprometimento cognitivo, ou perda das habilidades cognitivas, sintoma similar ao de quem sofre um traumatismo craniano leve.
Se você quer melhorar suas funções executivas, lembre-se que as habilidades cognitivas podem ser desenvolvidas através do treinamento, assim como as habilidades físicas. O cérebro humano melhor é a primeira academia online para o cérebro, onde você pode treinar as habilidades de memória, linguagem, atenção, visão espacial e também o raciocínio lógico   que está associado às funções executivas. Experimente já!

FONTE:SUPERA 2015
              ESCOLA DE PSICOLOGIA,
    www.superaonline.com.br, 2012
  Postado: Luciano Sousa




IDADE ÓSSEA


 
A idade óssea é uma maneira de descrever o grau de maturação dos ossos de uma criança. Durante o crescimento da pessoa desde a vida fetal até a infância, puberdade e o seu final como um adulto jovem, os ossos do esqueleto mudam de tamanho e forma. Essas mudanças podem ser vistas no raio-X. A "idade óssea" de uma criança é a idade média em que as crianças atingem este estágio de maturação. A altura e idade óssea atuais de uma criança podem ser usadas para prever a sua altura quando adulta.
Ao nascer, apenas as metáfises dos ossos longos estão presentes. Os ossos longos são aqueles que crescem principalmente por elongação em uma epífise, na extremidade do osso em crescimento. 
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São ossos longos os fêmures, as tíbias e as fíbulas dos membros inferiores; os úmeros, rádios e ulnas dos membros superiores (braço e antebraço) e as falanges dos dedos. Os ossos longos das pernas compreendem quase metade da altura adulta. Os outros componentes esqueléticos primários da altura são a espinha dorsal e o crânio.
À medida que uma criança vai crescendo, as epífises se tornam calcificadas e aparecem nos raios-X, assim como os ossos carpo e tarso das mãos e dos pés, separados na radiografia por uma camada invisível de cartilagem onde boa parte do crescimento está ocorrendo. 

Conforme os níveis de esteróides sexuais crescem durante a puberdade, a maturação do osso acelera, e o osso começa a se aproximar do tamanho e da forma que terá na idade adulta. 

HORMÔNIOS
hormônio do crescimento, do inglêsgrowth hormone (GH), é produzido pelaglândula hipófise, localizada na base do crânio, e desempenha um importante papel no corpo humano. Ele é fundamental para o crescimento desde os primeiros anos de vida até quando atingimos idades mais avançadas, onde ainda é produzido.  Durante a noite, enquanto dormimos, ocorre a maior liberação do GH que após secretado estimula as células do nosso fígado para a produção do IGF-1 ou fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1. O IGF-1 é uma proteína com 70 aminoácidos que recebe esse nome por ter a sua estrutura muito semelhante à Insulina. A produção de IGF-1 é essencial para a nossa saúde por estimular o crescimento celular, diminuir o percentual de gordura corporal, aumentar o anabolismo e a definição muscular, aumentar a síntese proteica, aumentar a reparação celular e aumentar a performance cardiovascular.Existem mais de 800 estudos na literatura sobre o IGF-1, um deles em especial de Chicharro et al publicado recentemente no British Journal of Sports Medicine mostrou que ocorre um aumento nos níveis de IGF-1 em atletas durante a  primeira semana de treinamento.   Ainda segundo o estudo, o aumento nos níveis de IGF-1 foram relacionados com aumento da recuperação muscular após o exercício. Isso foi relacionado com a regulação endócrino-imune, ou seja, houve resposta inflamatória menor mediada pelos linfócitos (células de defesa).  Mas se você não é um atleta seguem aqui algumas dicas para manter os níveis ideais de GH e IGF-1:   
• Ter uma nutrição adequada rica em proteínas como: ovos, carne vermelha magra, frango, peixes e derivados do leite;
• Ter uma baixa ingestão de açúcar e por conseqüência níveis adequados de insulina no sangue;
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas principalmente a noite.
• Não ser uma pessoa sedentária, ou seja, fazer pelo menos 150 minutos de exercícios semanalmente;
• Ter uma boa noite de sono,
• Ter níveis adequados de magnésioe de vitamina B6.   
Mesmo que você siga todas essas recomendações a produção do IGF-1 decresce com o envelhecimento principalmente a partir dos 50 anos por diminuição dos níveis de GH. Em alguns casos específicos é necessária a terapia com hormônio do crescimento, no entanto, isso irá depender de uma avaliação criteriosa com um médico especialista. O uso indiscriminado do GH sem indicação médica ou para fins estéticos é um risco para a saúde e não deve ser feita em hipótese alguma.   
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As porções restantes de cartilagem das epífises tornam-se mais finas. Quando as zonas cartilaginosas desaparecem, se diz que as epífises estão "fechadas", pois não haverá mais crescimento dos ossos. Uma pequena porção de crescimento da espinha dorsal conclui o crescimento de um adolescente.
Endocrinologistas pediátricos são os médicos que mais comumente requisitam e interpretam raios-x de idade óssea e avaliam crianças quanto ao crescimento (seja ele acelerado ou atrasado) e ao desenvolvimento físico.

Métodos

O método usado mais frequentemente é baseado em um único raio-x de mão e punho. Uma mão é fácilmente radiografada com radiação mínima, e tem a vantagem de mostrar vários ossos de uma vez só. Os ossos do raio-X são comparados com os de um atlas padrão, geralmente o de Greulich e Pyle.
Um método mais complexo também baseado em raios-X das mãos é o "TW2". Um atlas baseado na maturação do joelho também foi compilado. Os mãos das crianças não mudam muito no primeiro ano de vida e, se for necessário verificar precisamente a idade óssea, um raio-X de cerca de metade do esqueleto (uma visão "hemiesqueletal") pode ser obtido para verificar algumas das áreas que mudam mais durante a infância, tais como ombros e pélvis.

Predição da altura

2Foram compiladas estatísticas para indicar a percentagem de crescimento vertical restante em certa idade óssea. Por aritmética simples, a altura prevista de um adulto pode ser computada a partir da altura infantil e da idade óssea. Tabelas separadas são usadas para garotos e garotas devido à diferença que os sexos têm em cronologia da puberdade, e percentagens um pouco diferentes são usadas para crianças com maturação óssea incomumente avançada ou atrasada. Essas tabelas, as tabelas Bayley-Pinneau, são incluídas como um apêndice no atlas de Greulich e Pyle.

Em vários problemas que envolvem crescimento atípico, a predição da altura a partir da idade óssea é menos precisa. Por exemplo, para crianças nascidas pequenas e que permanecem pequenas depois do nascimento, a idade óssea é extremamente inacurada.

Aplicação clínica da leitura da idade ósseaResultado de imagem para leitura idade ossea


Uma idade óssea avançada ou atrasada nem sempre indica doença ou crescimento patológico. A idade óssea pode ser normal em alguns problemas de crescimento anormal. Crianças não amadurecem exatamente ao mesmo tempo; assim como há grande variação entre a população normal quanto à idade de perder os dentes ou de menstruar pela primeira vez, a idade óssea de uma criança saudável pode estar dois anos adiantada ou atrasada.
Uma idade óssea avançada é comum quando uma criança teve elevação prolongada nos níveis de esteróides sexuais, o que ocorre nos casos de puberdade precoce ou de hiperplasia adrenal congênita. A idade óssea é frequentemente marginalmente avançada com a prematura adrenarca, quando uma criança é obesa desde cedo ou quando ela tem lipodistrofia. A idade óssea pode ser significativamente avançada em síndromes genéticas de crescimento excessivo, tais como síndrome de Sotos, síndrome Beckwith-Wiedemann e síndrome Marshall-Smith.
A maturação óssea é "atrasada" com a variação do desenvolvimento normal chamada Atraso constitucional do crescimento, mas também está ligada à falha de crescimento devido à deficiência de hormônio do crescimento e ao hipotireoidismo.

Referências

  1. Greulich WW, Pyle SI: Radiographic Atlas of Skeletal Development of the Hand and Wrist, 2nd edition. Stanford, CA: Stanford University Press, 1959.
  2. Tanner JM, Whitehouse RH, Marshall WA, et al.: Assessment of Skeletal Maturity and Prediction of Adult Height (TW2 Method). New York: Academic Press, 1975.
                                   FASES DE CRESCIMENTO

  


Porque o crescimento é importante?
A fase de crescimento de um indivíduo começa no momento da fecundação e vai até por volta dos vinte anos de idade quando se completa o processo de maturação dos sistemas e crescimento estatural, marcando o início da fase adulta. Apesar de não existirem evidências de que uma maior estatura esteja relacionada a sucesso profissional e nos relacionamentos, a estatura é um dos atributos físicos valorizados pela sociedade e freqüentemente é motivo de preocupação dos pais, da criança e do próprio indivíduo quando adulto.
Quais são os principais hormônios do crescimento?Resultado de imagem para hormonio do crescimento gh

Embora vários hormônios, nutrientes, condições fisiológicas e psicológicas participem do crescimento podemos destacar dois hormônios principais:
1) Hormônio de crescimento: produzido pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro do tamanho de uma ervilha.Resultado de imagem para hormonio do crescimento gh

2) IGF 1: produzido pelo fígado sob estímulo do hormônio de crescimento. É o IGF1 que vai até a cartilagem do osso e promove o crescimento.

Quem possui baixa estatura? 
A baixa estatura ou crescimento deficiente pode ser caracterizada por uma destas três situações:
1) uma ALTURA abaixo da esperada quando comparada à população geral;
2) uma ALTURA abaixo da esperada quando comparada ao seu potencial familiar;
3) um CRESCIMENTO abaixo do esperado para a faixa de idade.

Na primeira situação, uma pessoa tem altura abaixo da esperada quando sua altura está abaixo do percentil 3 do gráfico de altura da população para aquele sexo. Estar abaixo do percentil 3 significa estar entre os três menores quando comparado a outras 99 pessoas do mesmo sexo e idade. Veja, na tabela abaixo, que altura aproximada corresponde ao percentil 3 para cada sexo e idade.
Idade
Masculino
Feminino
2 anos
82 cm
82 cm
3 anos
89 cm
89 cm
4 anos
96 cm
96 cm
5 anos
102 cm
102 cm
6 anos
108 cm
108 cm
7 anos
114 cm
113 cm
8 anos
119 cm
117 cm
9 anos
124 cm
123 cm
10 anos
128 cm
128 cm
11 anos
133 cm
133 cm
12 anos
137 cm
142 cm
13 anos
144 cm
148 cm
14 anos
152 cm
151 cm
15 anos
160 cm
153 cm
16 anos
164 cm
154 cm
17 anos
165 cm
154 cm
18 anos
166 cm
154 cm

Na segunda situação, uma pessoa tem altura abaixo da esperada quando sua altura está abaixo do canal de crescimento familiar. De acordo com a estatura dos pais, toda criança possui uma faixa de estatura final esperada. Se a altura de uma criança está abaixo do canal familiar que conduz o crescimento para a sua faixa de estatura final esperada, a baixa estatura deve ser investigada.

Para calcular a Estatura-Alvo na idade adulta de acordo com a altura dos pais, clique aqui.
http://www.endocrinologia.com.br/html/potencialfamiliar.php

Na terceira situação, uma pessoa que esteja com uma altura adequada do ponto de vista populacional e familiar, mas que nos últimos doze meses tenha crescido abaixo do esperado para a sua idade e sexo, já possui um crescimento deficiente e as causas devem ser avaliadas mesmo antes que ela apresente uma baixa estatura. Veja na tabela abaixo, qual é o velocidade de crescimento MÍNIMA esperada para cada sexo e faixa de idade. Esses valores podem variar se houver atraso ou avanço da idade óssea e dependendo da época da primeira menstruação.
Idade
Masculino
Feminino
2 a 3 anos
5,7 cm/ano
5,9 cm/ano
3 a 4 anos
5,1 cm/ano
5,2 cm/ano
4 a 5 anos
4,7 cm/ano
4,7 cm/ano
5 a 6 anos
4,5 cm/ano
4,5 cm/ano
6 a 7 anos
4,2 cm/ano
4,4 cm/ano
7 a 8 anos
4,1 cm/ano
4,3 cm/ano
8 a 9 anos
3,8 cm/ano
4,1 cm/ano
9 a 10 anos
3,7 cm/ano
4,3 cm/ano
10 a 11 anos
3,7 cm/ano
4,8 cm/ano
11 a 12 anos
3,8 cm/ano
6,1 cm/ano
12 a 13 anos
4,9 cm/ano
3,7 cm/ano
13 a 14 anos
7,1 cm/ano
1,4 cm/ano
14 a 15 anos
4,1 cm/ano
 
15 a 16 anos
1,2 cm/ano
 

Quais são as causas da baixa estatura?
A causa da baixa estatura é multifatorial, ou seja, vários fatores podem estar participando da deficiência de crescimento. A desnutrição é uma causa importante e pode estar relacionada a alterações do apetite, maus hábitos alimentares ou problemas de absorção intestinal. Um aspecto preocupante é a ingestão deficiente de leite e proteínas freqüentemente encontrada mesmo em crianças de classes sociais mais altas por descuido ou desinformação. Outro ponto de preocupação é a alimentação deficiente observada em adolescentes, sobretudo do sexo feminino, com receio de desenvolver obesidade. Doenças genéticas, respiratórias, renais, intestinais e cardíacas além de fatores comportamentais como sedentarismo, carência afetiva e sono inadequado também podem contribuir para a baixa estatura. Entre as causas hormonais, as principais são o hipotireoidismo e a deficiência do hormônio de crescimento.
Como é  a avaliação de uma criança ou adolescente com baixa estatura?

Neste tipo de avaliação, sempre que possível, é recomendável que a mãe ou o pai estejam presentes pois serão solicitadas informações sobre os períodos da gestação, do nascimento e da infância. Aspectos ligados à alimentação, medicamentos, exercícios, sono e comportamento psicossocial também serão discutidos. No exame físico, a avaliação deve ser completa, inclusive no que se refere ao desenvolvimento da puberdade. É essencial que a estatura do paciente seja medida com estadiômetro de precisão com escala em milímetros para evitar erros de cálculos e diagnóstico.
Se um dos pais não puder comparecer à consulta, deverá enviar sua altura atualizada para o cálculo do potencial familiar. Para isto, deve conferir a medida em casa, pela manhã, sem sapatos, encostado em uma parede e colocando um livro sobre a cabeça para fazer uma marca que deverá ser medida usando uma trena ou fita métrica.
Os valores de altura, peso e velocidade de crescimento são avaliados em gráficos ou em um programa específico de computador que facilita os cálculos e a visualização dos resultados. Além do peso em uma balança confiável, a comparação das medidas das dobras cutâneas com o adipômetro são úteis para avaliar se a criança está engordando ou emagrecendo.



                          ESTADIÔMETRO

Aparelho projetado com a finalidade de aferir estatura de modo mais prático.Fácil e rápido de usar, o estadiômetro é um ótimo aparelho de medição de estatura.

O estadiômetro é um aparelho que serve para medir a estatura do indivíduo de um jeito fácil e preciso dentro dos padrões necessários. O aparelho possui um pino que desliza em uma linha vertical, o que torna sua utilização simples, pois basta fixar o medidor na parede através de um parafuso.
Este aparelho é importante para a medição de estatura, pois apesar de seu uso manual, seu resultado é exato, pois o avaliador é quem vê o resultado na hora, sem erro. 


O que é um adipômetro


É uma aparelho usado para medir dobras de pele com alto nível de precisão. Sua escala é dividida em décimos de milímetros e refletem a gordura subcutânea. O peso corporal é uma variável importante para se avaliar o grau de nutrição, mas em um tratamento de crescimento, quando uma criança aumenta o peso na balança, não significa que a gordura dela aumentou, pois o 

aumento dos ossos, dos órgãos e dos músculos também interferem no seu peso. O uso do adipômetro permite, portanto, estimar em cada consulta as reais variações do tecido gorduroso independentemente do crescimento.



São necessários muitos exames?
Depende do grau da baixa estatura, das informações colhidas durante a consulta e o exame físico. Se a baixa estatura é confirmada, um exame de idade óssea é sempre solicitado. Exames de sangue, urina e fezes também podem ser necessários de acordo com os achados da avaliação clínica.

O que é a idade óssea?
É um exame de Raio X da mão e punho 
esquerdo para se avaliar em que idade está o nível de maturação dos ossos dando uma boa noção do potencial que o paciente ainda tem para crescer. Uma idade óssea de 19 anos, por exemplo, indica que as cartilagens de crescimento já estão consolidadas e a pessoa já está em sua estatura adulta. Por outro lado, se um adolescente de 19 anos tiver uma idade óssea de 14 anos, indica que ela ainda tem, do ponto de vista radiológico, potencial para um crescimento que pode chegar a 10 cm com tratamento adequado. Uma idade óssea atrasada mostra que o potencial de crescimento é maior do que se estivesse semelhante à idade cronológica, mas deve-se investigar qual é a causa deste atraso. Uma idade óssea adiantada, por si só, não é um problema desde que a estatura esteja compatível com este achado.





O que é estirão puberal?
É uma fase que se inicia geralmente antes da primeira menstruação nas meninas e por volta dos 12 aos 14 anos de idade óssea nos meninos quando ocorre uma aceleração na velocidade de crescimento. Nesta fase, a necessidade de nutrientes costuma aumentar bastante e é uma grande oportunidade para recuperar atrasos de crescimento que aconteceram na infância.

É verdade que após a primeira menstruação a menina pára de crescer?

Não. Quando ocorre a primeira menstruação, a menina geralmente está na fase final do estirão puberal e a partir daí ocorre uma diminuição da velocidade de crescimento. Embora varie de pessoa para pessoa, as meninas ainda crescem, em média, 6 cm após a primeira menstruação.
E como é o tratamento da baixa estatura?
O tratamento varia muito de acordo com as causas que foram encontradas. O tratamento de suporte é muito importante e envolve a correção de hábitos alimentares errados, a orientação de uma alimentação balanceada para a idade com estímulo à atividade física e ao sono adequado. Quando se confirmam certos tipos de doenças ou carências nutricionais o uso de medicamentos ou suplementos alimentares podem também estar indicados. Os hormônios são usados nos casos em que existe uma deficiência hormonal ou para corrigir alguns casos de atraso de desenvolvimento. O maior objetivo de um tratamento para a baixa estatura é identificar e tratar os fatores que estejam perturbando o processo normal de crescimento, e criar condições para que a criança aproveite ao máximo todo o seu potencial genético.


Como é o tratamento com o hormônio de crescimento?

O hormônio de crescimento humano está disponível comercialmente desde 1986 e está formalmente indicado para os casos em que existe a deficiência deste hormônio. O tratamento é injetável, feito com aplicações diárias no subcutâneo através de canetas aplicadoras e é praticamente indolor. Apesar de ser relativamente caro, o governo dispõe de programas que fornecem o medicamento para muitos casos.
O hormônio de crescimento pode ser usado em quem não tem deficiência deste hormônio?

Alguns estudos científicos bem conduzidos, demonstraram que o uso do hormônio de crescimento por um período que variou de 2 a 10 anos em crianças sem déficit deste hormônio proporcionou um aumento na altura final em torno de 5 cm. Algumas crianças podem apresentar respostas normais aos testes provocativos de hormônio de crescimento, mas apresentam velocidade de crescimento muito baixa, sem resposta ao tratamento convencional. Nesses casos, se a criança tiver uma melhora do crescimento após 6 meses de hormônio, o tratamento deve ser fortemente considerado.
Como agem os inibidores de aromatase?
Sabemos que o avanço da idade óssea depende do estrogênio, que embora seja um hormônio tipicamente feminino está presente em meninos e meninas e é produzido pela transformação de andrógenos (hormônios masculinos) em estrogênio por uma enzima chamada aromatase. Nos últimos anos, vários estudos foram desenvolvidos com o objetivo de se avaliar o efeito dos inibidores de aromatase em meninos com baixa estatura. Os resultados foram claros em mostrar sua eficácia em retardar a idade óssea e aumentar a previsão de estatura final com segurança e boa tolerabilidade por parte dos pacientes. Quando bem indicado e com as devidas precauções, os inibidores de aromatase representam uma importante alternativa de tratamento quando se deseja alcançar um aumento da estatura final.
Obs: Os inibidores de aromatase já são usados há algumas décadas como tratamento coadjuvante do câncer de mama em mulheres pois este órgão possui grande quantidade desta enzima e seu uso foi útil para retardar a evolução da doença.
Inibidores de aromatase podem ser usados em meninas com baixa estatura?
Provavelmente devido ao importante papel do estrógeno no desenvolvimento do sexo feminino e pelo possível risco de formação de cistos ovarianos, os inibidores de aromatase não tem sido estudado em meninas com baixa estatura e portanto não estão indicados para este grupo de pacientes.
Que fatores influenciam no tratamento?
O sucesso do tratamento da baixa estatura depende de três fatores principais:
1) potencial genético
2)
disciplina da criança e da família em seguir as orientações
3)
época do início do tratamento.
Como não é possível modificar o potencial genético da criança, temos que investir nos dois outros fatores. O tratamento da baixa estatura geralmente implica na adoção de vários novos hábitos como tempo de sono, atividade física, alimentação balanceada e, alguns casos, uso de medicamentos. É necessário portanto que o paciente e a família estejam dispostos a estas mudanças, pois disso depende grande parte do nosso sucesso. Outro aspecto fundamental é a época de iniciar o tratamento. Uma vez identificada baixa estatura, quanto mais precoce iniciarmos o tratamento maiores serão as possibilidades de alcançarmos os resultados desejados. Embora alguns sinais da baixa estatura sejam percebidos na infância, é comum os pais e o paciente só procurarem orientação especializada na puberdade, quando o adolescente começa a perder sua auto-estima em função da demanda social da estatura. Nessa época, entretanto, as possibilidades de tratamento ficam muito reduzidas, pois as epífises ósseas já se encontram com processo de fechamento muito adiantado devido à ação dos hormônios da puberdade (exceto aqueles casos em que existe um atraso significativo da idade óssea). Na baixa estatura constitucional, o ideal é que o paciente inicie o tratamento pelo menos dois a três anos antes do estirão puberal.
Com tratamento endocrinológico, meu filho poderá chegar à altura que desejamos?
Embora vários avanços já tenham sido alcançados no tratamento da baixa estatura, infelizmente as pessoas não podem escolher sua altura final, tendo em vista que grande parte dela ainda depende do potencial genético herdado não apenas dos pais, mas também das gerações anteriores. Os tratamentos modernos permitem estimular a produção do próprio hormônio de crescimento, melhorar os fatores nutricionais, corrigir eventuais deficiências hormonais, bloquear hormônios que estejam acelerando o fechamento das epífises ósseas e até neutralizar uma parte da expressão genética de algumas síndromes relacionadas à baixa estatura (ex: síndrome de Turner). Se o paciente tiver predisposição para alta estatura mas não a estiver alcançando por alguma situação clínica ou deficiência hormonal, o tratamento endocrinológico lhe permitirá aproveitar todo o seu potencial. O papel do endocrinologista é criar condições para que o paciente alcance o máximo de desenvolvimento estatural para o qual está programado geneticamente.
Tenho 20 anos mas estou insatisfeito com minha altura. O que posso fazer para crescer?
Quando os ossos já atingiram sua maturação completa que geralmente ocorre por volta de 18 a 19 anos no homem e em torno de 3 anos após a primeira menstruação da mulher, tratamentos com medicamentos ou hormônios não trazem mais benefícios para ganho de estatura. Em casos raros de deficiência de hormônio de crescimento a pessoa pode chegar à idade adulta com atraso significativo de idade óssea que ainda responderia a hormônio de crescimento. Estes casos são facilmente identificados pois há um visível atraso na puberdade sem a ocorrência da primeira menstruação na mulher e ausência de desenvolvimento dos pêlos nos homens. Se houver suspeita de atraso o exame de idade óssea deve ser realizado. Se a idade óssea mostrar que todas epífises já estão calcificadas (idade óssea adulta) a única forma de crescimento seria a cirurgia, mas ela só está indicada em casos especiais de baixa estatura severa (ver abaixo). Exercícios de alongamento e RPG-Reeducação Postural Global com fisioterapeutas especializados podem proporcionar ganho de alguns centímentros principalmente em pacientes com desvios de coluna ou problemas de postura.
Existe cirurgia para crescer?
O tratamento cirúrgico da baixa estatura com alongamento ósseo está indicado para aqueles casos em que a baixa estatura limita a vida da pessoa ou cria sérias dificuldades de convívio social; não sendo recomendada naqueles casos de demanda puramente estética. Em princípio, podem ser 

indicados homens abaixo de 160 cm e mulheres abaixo de 150 cm. Estes limites entretanto podem variar dependendo de vários outros fatores, como aspectos psicológicos, padrão familiar, perfil profissional etc.
Consiste em aparelhos externos 

com fixadores metálicos inseridos nos ossos que promovem o alongamento do osso em até 1 mm por dia durante o tratamento, podendo alcançar um aumento de 5 a 7,5 cm em 3 meses. O tempo total de cadeira de rodas é de 4 a 5 meses.

Apesar das complicações serem pouco freqüentes, é importante que se pese os riscos de se submeter a um procedimento ortopédico de razoável complexidade e alto custo para se obter alguns centímetros de altura.s: Esta cirurgia
NÃO é realizada em nossa clínica.

fonte:Instituto Mineiro de Endocrinologia Dr. Geraldo Santana

Globoesporte.com / EuAtleta.com.
28/08/2015

 


postado: luciano sousa
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facebook:luciano sousa fisiologista