Torcicolo ou Cervicalgia?
A dor na região cervical da coluna é chamada de cervicalgia.
Quando acontece de maneira transitória é popularmente conhecida como
torcicolo. Cerca de 30% da população mundial apresentará cervicalgia no
decorrer da vida. No Brasil, acredita-se que 55% da população terão
estes sintomas, sendo que destes, 12% das mulheres e 9% dos homens terão
cervicalgia crônica.
O torcicolo é a cervicalgia aguda e na maioria das vezes autolimitada,
ou seja, os sintomas desaparecem sozinhos por volta de uma semana.
Geralmente causado por uma noite mal dormida. Quando os sintomas
persistem, é denominada cervicalgia e deve receber uma maior atenção.
A cervicalgia se instala de maneira insidiosa, ou seja, os
sintomas se intensificam vagarosamente. Estes sintomas são: diminuição
da amplitude de movimento(pescoço se movimenta menos), postura
antiálgica(o paciente adota uma postura de defesa para diminuir a dor),
dor que piora com movimentos e com palpação muscular e a rigidez
muscular.
As causas mais comuns de cervicalgia:
-Síndrome Dolorosa Miofascial-é a mais comum, posturas viciosas e o estresse são as causas mais freqüentes. (Ver Post “Síndrome Dolorosa Miofascial”)
-Osteoartrose- a alteração degenerativa das
articulações causada pelo envelhecimento pode levar à deformidades da
coluna cervical provocando dor (Ver post “Artrose é doença de idosos?” e
“Tratamento da artrose”)
-Traumáticas- a mais comum é a Síndrome do Chicote que acontece nos acidentes automobilísticos.
-Fraturas
-Inflamatórias- devido a doenças reumatológicas como artrite reumatóide, Lupus, espondilite anquilosante,etc…
-Infecciosas-meningite, caxumba,abscessos, etc…
- Disfunção da articulação temporo-mandibular (ATM)
-Metabólicas- osteoporose com fratura (ver Post “Osteoporose dói?”)
-Tumores locais ou metastáticos
-Congênito- devido a alterações musculares congênitas.
-Estenose do Canal Vertebral- diminuição do canal vertebral, no qual se encontra a medula, devido a processo degerativo.
-Hérnia discal- desencadeará dor em região cervical com
irradiação para os braços, associado a formigamentos, perda de força e
sensibilidade (Ver post “A Hérnia Discal” e “Causas e Consequências da
Hérnia Discal”).
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito através de uma boa avaliação clínica do paciente
associada a exames que podem auxiliar tanto no diagnóstico como no
tratamento da Cervicalgia.
Os exames mais utilizados, conforme a necessidade de cada caso, são:
RX de Coluna cervical e panorâmico, Tomografia computadorizada,
ressonância magnética, eletroneuromiografia e até termografia.
Qual o tratamento mais indicado?
Nos casos dos torcicolos que persistem por até uma semana, indica-se o
uso de antiinflamatórios e relaxantes musculares, calor local (pode ser
com uma bolsa de água quente) e retirada dos fatores desencadeantes da
dor.Exercícios de alongamento regulares são benéficos para a prevenção
da recorrência do torcicolo.
Nos casos de cervicalgia crônica, são utilizadas medicações para dor
crônica, associada a um programa de reabilitação que visa melhora dos
sintomas e prevenção da recorrência dos sintomas.
Raros são os casos cirúrgicos.
Você tem dor no pescoço e já fez tratamento sem
resultados? Procure um Médico Fisiatra para uma avaliação, diagnóstico e
indicação do melhor tratamento medicamentoso e de reabilitação para o
seu caso!
Mito da “Dor do Ciático” ou Síndrome do Piriforme?
É muito comum ouvirmos queixas de dor na região lombar ou
glúteos irradiadas para a perna como “dor do ciático”. Na maioria das
vezes isto é apenas a forma como as pessoas conseguem descrever a
localização da sua dor devido ao fato de conhecerem o mito da “Dor do
Ciático”.
Para entendermos o que está causando a dor nesta região, precisamos conhecer que é realmente esta “Dor do Ciático”.
O nervo Ciático é o mais longo do corpo humano, ele se estende
desde a região lombar (entre a L4 e L5) até o dedão do pé e durante este
trajeto atravessa alguns músculos, inclusive um músculo profundo na
região glútea, o músculo PIRIFORME (este músculo realiza a rotação lateral da coxa).
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A “Dor do Ciático” é aquela causada por uma compressão de sua
raiz nervosa, localizada na região lombar (L4 e L5), na maioria das
vezes causada por uma hérnia discal (Não por um abaulamento ou
protusão!!!).
Veja a diferença entre hérnia, protusão e abaulamento no Post
“Hérnia Discal” e aprenda sobre seus sintomas e tratamento em “Causas e
Conseqüências da Hérnia Discal”.
A compressão do nervo ciático pode ser evidenciada pela
Eletroneuromigrafia que mostrará uma radiculopatia na região de L4 e L5.
Neste caso, podemos chamar de “Dor do Ciático” ou “Ciatalgia”.
A SÍNDROME DO PIRIFORME é causada por
trauma no local (cair sentado, por exemplo), hiperlordose (nas grávidas
principalmente, ver Post “Deformidades na Coluna causam dor?”), em
atletas (maratonistas, ciclistas e praticantes de spinning) e hábitos
posturais não saudáveis (como ficar muito tempo sentado e dormir em
posição fetal). Acontece devido a uma contratura deste músculo (ver Post
“Síndrome Dolorosa Miofascial”) que comprime o nervo ciático em seu
trajeto na região glútea.
Os sintomas da Síndrome do Piriforme são dor em região
lombar, e/ou sacral, com irradiação para a região póstero-lateral da
coxa, podendo se estender até o pé. Esta dor piora com a posição sentada
por período prolongado (principalmente quando o paciente cruza as
pernas), ou ficar em pé por período prolongado ou ainda, durante uma
corrida. Eventualmente os pacientes podem sentir formigamento ou
dormência na localização da irradiação da dor. A reprodução da dor pode
ser conseguida através de manobras específicas que mimetizam a função
deste músculo e através da palpação deste músculo realizada por um
especialista.
A Síndrome do Piriforme deve ser avaliada por um médico
Fisiatra, pois pode ser confundida com outras patologias como a hérnia
de disco, tumor em coluna ou pélvico, artrose de quadril e até mesmo
fratura de colo de fêmur (Veja no Post “Síndrome Dolorosa Miofascial”
seus sintomas, causas e tratamento).
O tratamento da Síndrome do Piriforme é feito com o
diagnóstico correto dos músculos acometidos (eventualmente outros
músculos podem apresentar Síndrome Dolorosa Miofascial concomitante),
prescrição do tratamento medicamentoso (que depende do tempo de duração
da dor, se ela é aguda ou crônica) e do tratamento de reabilitação que
será realizado inicialmente com fisioterapia (através de analgesia com
meios físicos, cinesioterapia e miofascioterapia), orientações
ergonômicas, reeducação postural e posteriormente com exercícios físicos
prescritos pelo médico Fisiatra. Em casos mais rebeldes, pode ser
necessária a infiltração com lidocaína (anestésico local) no músculo
para melhora do sintoma doloroso e facilitar o tratamento de
reabilitação.
Se você apresenta sintomas semelhantes aos
acima descritos, procure um médico Fisiatra que pode diagnosticar
precisamente os músculos envolvidos na dor, descartar outras patologias e
orientar o tratamento de reabilitação e de prevenção de recorrência das
dores.
Você tem Síndrome do Piriforme e foi diagnosticado hérnia discal?
Medicamentos Utilizados na DOR
Existem diversas classes de medicações utilizadas para o Tratamento da
Dor, citaremos as mais utilizadas nas Clínicas Especializadas de Dor.
Para ficar mais fácil a compreensão, este Post será dividido em categorias farmacológicas.
ANALGÉSICOS ANTINFLAMATÓRIOS
Chamados de analgésicos antiinflamatórios não esteróides (AINES).
São os mais utilizados.
Têm ação analgésica (para dor de baixa e média intensidade),
antipirética (diminui a temperatura) e antiinflamatória (combate
inflamação).
O Tratamento deve ser iniciado com doses baixas, que devem ser
elevadas conforme orientação médica, pois em determinadas doses não há
melhora de efeitos analgésicos e há maior risco de complicações.
Os antiinflamatórios são metabolizados no fígado e excretados pelos rins.
São utilizados principalmente por via oral e tópica (cremes, gel e spray).
Os mais utilizados são: ácido acetil salicílico, ácido mefenâmico,
diclofenaco, dipirona, indometacina, meloxicam, nimesulida, paracetamol,
piroxicam e tenoxicam (ver os nomes comerciais correspondentes na
Página “”Nomes Comerciais dos Medicamentos”).
Os antiinflamatórios apresentam boa resposta analgésica nos casos de
dor aguda e nas crônicas com surtos de agudização (aquelas que são
contínuas, mas pioram com esforço físico e alguns movimentos).
Devemos tomar cuidado com o uso contínuo destas medicações, pois podem
ocasionar efeitos colaterais. Os mais comuns são relacionados ao sistema
digestivo como empachamento (a comida fica parada, sensação de barriga
cheia o tempo todo), dor no estômago, náuseas, gastrite, úlceras,
diarréias e até problemas no fígado. As hemorragias gástricas chegam até
25% dos doentes que usam estas medicações cronicamente. Outros
adversidades comuns são alterações no sistema sanguíneo e nos rins.
Por este motivo, antes de usar qualquer medicação é muito importante ter uma orientação médica.
ANALGÉSICOS OPIÓIDES
São muito utilizados em pós-operatórios e em Dor de moderada a forte intensidade.
Podem ser classificados como opiáceos (derivam do ópio), como a
codeína, o tramadol e a morfina e opióides sintéticos, como a oxicodona e
a metadona.
Podem ser administrados por Via Oral, Retal (através do ânus), Intramuscular e Endovenosa (pela veia).
A codeína e o tramadol são os mais usados para dor musculoesquelética.
A Morfina pode ser aplicada diretamente no Sistema Nervoso Central
através da Bomba de Morfina. Este procedimento só é utilizado em casos
em que todas as opções anteriores não tiveram resultados satisfatórios e
não haja contra-indicações.
Já os opióides mais potentes (metadona, morfina e oxicodona) são
utilizados para dores de forte intensidade como a Dor Oncológica (Ver
Post “A Dor do Câncer” e “Reabilitação na Dor Oncológica”) e Neuropatias
(posteiormente escreverei um Post sobre Neuropatias) mais complicadas.
Os analgésicos opiódes são metabolizados pelo fígado e excretados pelos rins e fígado e devem ser usados com cautela.
Seus principais efeitos adversos são: obstipação (efeito que pode
contra indicar seu uso em pacientes com dor crônica que já apresentam
esta queixa), sonolência, sedação, náuseas, vômitos e até parada
respiratória (uso de doses muito elevadas).
Deve ser lembrado que estas drogas causam dependência, que
deve ser diagnosticada o mais precocemente possível e tratada em equipe
multiprofissional.
RELAXANTES MUSCULARES
Existem os de ação muscular e os de ação no Sistema Nervoso Central.
Os mais utilizados na prática são os de ação muscular que proporcionam analgesia e relaxamento muscular.
Os mais conhecidos são: fenilbutasona, carisoprodol e tiocolchisídeo.
Devemos lembrar que a maioria dos relaxantes musculares
comerciais não estão disponíveis isoladamente, estão sempre associados
com analgésicos antiinflamatórios e por este motivo, devemos prestar
atenção nas complicações que podem ocasionar.
Entretanto, ocasionalmente há necessidade de sedação além do
relaxamento muscular. O mais utilizado nos casos de dor é a
ciclobenzaprina. Seus efeitos colaterais são semelhantes aos dos
antidepressivos tricíclicos.
CORTICÓIDES
São usados na dor de origem traumática, inflamatória (doenças
reumatológicas), neurológicas (neuropatia periférica e do Sistema
Nervoso Central) e nas metástases ósseas.
Nas dores musculares são utilizados somente nas crises agudas ou decorrentes de traumas.
Podem ser empregados por via oral, intramuscular, intralesional (colírios e bombinhas para asma, por exemplo) e endovenosa.
Seu metabolismo é hepático e seu uso prolongado pode ocasionar Síndrome de Cushing (rosto
em formato de lua, obesidade, hipertensão arterial, osteoporose e
diabetes). No tratamento prolongado, a dose deve ser elevada nos surtos.
Não pode ser suspenso subitamente, pois pode causar febre, hipotensão arterial, tonturas, diarréia, hipoglicemia e até desmaios.
Os mais comumente utilizados são: prednisona, meticortem, betametasona, hidrocortisona, dexametasona e deflazacort.
ANTIDEPRESSIVOS
São utilizados para o tratamento da dor crônica musculoesquelética, neuropática e profilaxia da enxaqueca.
Têm função sedativa, ansiolítica (diminuem a ansiedade), de relaxamento muscular e até antiinflamatória.
A dor crônica é freqüentemente associada à depressão e o uso destes
medicamentos nesta associação pode trazer benefícios sem a necessidade
de outras medicações, diminuindo os efeitos colaterais.
Os antidepressivos tricíclicos são aqueles que apresentam resultados mais benéficos no controle da dor.
No tratamento da dor são utilizados em doses baixas, mas podem ser
aumentadas caso exista depressão ou distúrbio do sono associados.
Os principais antidepressivos tricíclicos são: amitriptilina,
nortriptilina, imipramina e clomipramina. São contra-indicados em
pacientes que tem glaucoma, hiperplasia benigna de próstata e arritmias
cardíacas específicas.
Seus principais efeitos colaterais são sonolência e obstipação. A
amitriptilina pode apresentar também aumento do apetite (principalmente
para doces).
Os antidepressivos inibidores de recaptação de serotonina (IRSS) apresentam
menor atuação na dor, mas são úteis nas alterações de humor que estão
associadas nos casos de dor crônica, ou ainda, em casos em que os
antidepressivos tricíclicos não podem ser utilizados.
Os mais usados antidepressivos IRSS são a fluoxetina, paroxetina e citalopran.
Seus principais efeitos adversos são: anorexia (falta de apetite),
insônia, cefaléia, diminuição da libido e até dificuldade em ter
orgasmos.
Os antidepressivos inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina são
medicamentos da mais nova geração e os estudos mostram efeitos
significativos na dor crônica. Exemplos: venlafaxina, duloxetina e
mirtazapina. Seus principais efeitos colaterais são náuseas, vômitos,
cefaléia, tontura e elevação transitória da pressão arterial.
Devemos lembrar que a ação analgésica dos antidepressivos não é
imediata, geralmente inicia após 20-30 dias do início do tratamento e
seus efeitos colaterais são mais intensos neste período. Estas
medicações não podem ser retiradas abruptamente, pois podem ocasionar
complicações.
NEUROLÉPTICOS
Têm atividade sedativa, ansiolítica e anti-emética (inibe vômitos) e controlam a dor quando associados com antidepressivos.
Os mais comuns para o tratamento da dor são a clorpromazina e levomepromazina.
Devem ser usados com cautela em idosos e epilépticos. Suas
complicações mais freqüentes são: sonolência, confusão mental, desmaios,
urticária (alergia na pele), náuseas e dores no estômago.
ANTICONVULSIVANTES
São indicados em casos específicos de dor, a dor paroxística (dor
que vem de repente, intensa e que some tão rápido quanto chegou), muito
comuns nas neuropatias.
Os mais utilizados são: carbamazepina, oxcarbamazepina, topiramato e gabapentina.
Os principais efeitos colaterais são: tremores, vertigens, sonolência, confusão mental e dor de estômago.
A oxcarbamazepina e a gabapentina têm menos efeitos analgésicos, mas possuem menos efeitos adversos.
BENZODIAZEPÍNICOS
Tem efeito sedativo, ansiolítico (diminuem a ansiedade),
anticonvulsivantes e relaxantes musculares. Os mais utilizados no manejo
da dor são:diazepam, cloxazolam, alprazolam, midazolam, clonazepam,
lorazepam, bromazepam, eo flunitrazepam.
Podem ocasionar hipotensão arterial, bradi ou taquicardia, sedação,
tontura, fraqueza, depressão, agitação, déficit de memória e até
alterações psiquiátricas.O uso por longo período pode levar a dependência.
CONCLUSÕES
É importante saber que nenhum tratamento medicamentoso é
“milagroso” e para conseguirmos melhores resultados, é necessário um bom
diagnóstico, a medicação adequada, tratamento de reabilitação
personalizado e MUDANÇA DE HÁBITOS. Consulte um médico Fisiatra para
obter mais informações sobre o melhor tratamento para seu caso.
OS NOMES COMERCIAIS DOS MEDICAMENTOS CITADOS NESTE POST VOCÊ ENCONTRARÁ NA PÁGINA “NOMES COMERCIAIS DOS MEDICAMENTOS”.
NÃO ACHOU A MEDICAÇÃO QUE ESTAVA PROCURANDO? AINDA COM DÚVIDAS COM RELAÇÃO AO SEU TRATAMENTO MEDICAMENTOSO? DEIXE UM COMENTÁRIO
Osteoporose dói?
Antes de respondermos esta pergunta, precisamos entender como funciona o tecido ósseo.
O osso possui três tipos de células:
-Osteoblasto- células novas que formam a estrutura óssea.
-Osteócito- células maduras que regulam a quantidade de minerais (Cálcio) no tecido ósseo.
-Osteoclasto- reabsorvem as células “gastas e velhas”.
O osso saudável apresenta equilíbrio entre estas células e consegue
manter sua estrutura forte para absorver impacto e a carga que nosso
corpo necessita para realizar suas funções.
Existem alguns fatores de risco que podem alterar o equilíbrio das células ósseas e levar a uma alteração em sua estrutura:
• Raça branca
• Histórico familiar de osteoporose
• Vida sedentária
• Baixa ingestão de cálcio e/ou vitamina D
• Menopausa – mulher para de produzir o estrógeno, que é um hormônio que auxilia na captação do Cálcio
• Tabagismo ou alcoolismo
• Pessoa magra ou com baixa estatura
• Fratura sem trauma prévia
• Uso de medicamentos por período prolongado: anticonvulsivantes, hormônio tireoideano, corticóides e anticoagulantes.
• Doenças como hepatopatia crônica, doença de Cushing, diabetes
mellitus, hiperparatireoidismo, linfoma, leucemia, má-absorção,
gastrectomia, doenças nutricionais, mieloma, artrite reumatóide e
sarcoidose.
Quando as alterações atingem somente a função dos osteócitos e leva
a uma diminuição na quantidade de Cálcio do Osso, recebe o nome de
OSTEOPENIA. A osteopenia não é doença e pode ser corrigida. Se
permanecer por longo período, pode evoluir para a OSTEOPOROSE.
Osteoporose é a alteração da estrutura óssea, a arquitetura do osso fica mais frágil e propensa a fraturas.
Sabe-se que 10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. De cada 3 em cada 4 doentes são do sexo feminino.
Uma em cada 3 mulheres com mais de 50 anos tem a doença. 75% dos diagnósticos são feitos somente após a primeira fratura.
No Brasil há 2,4 milhões de fraturas decorrentes da osteoporose
ocorrem anualmente. Devido a estas fraturas 200.000 pessoas morrem todos
os anos em nosso país.
Homem pode ter Osteoporose?
Sim, os homens a partir de 70 anos são susceptíveis a desenvolver
osteoporose. Eventualmente pode acontecer antes desta idade quando
associado a um fator de risco descrito acima.
Osteoporose dói?
Por si só, a osteoporose não ocasiona dor, mas quando existem fraturas ou alteração postural significativa pode causar dor.
As fraturas mais comuns são nas vértebras da coluna, no fêmur e no punho.
A osteoporose de longa data proporciona uma alteração postural na
coluna vertebral. Há o “acunhamento” da vértebra, ou seja, a estrutura
deste osso fica deformada, sendo chamada de vértebra de ‘peixe’, com a
borda anterior menor que a posterior levando a uma cifose, a “Corcunda
do Notredame”. Estas alterações posturais podem levar a uma Síndrome
Dolorosa Miofascial (veja mais no Post correspondente).
Como diagnosticar a Osteoporose?
Após a identificação dos fatores de risco, deve ser solicitado a
DENSITOMETRIA ÓSSEA. Através deste exame, o médico poderá instituir o
melhor tratamento para o paciente.
Como tratar a Osteoporose?
Muitas vezes a Densitometria Óssea acusa Osteopenia que deve ser
tratada para a prevenção da Osteoporose. Nestes casos, o paciente deve
instituir o tratamento preventivo da Osteoporose que será descrito a
seguir e tomar Cálcio e Vitamina D.
O tratamento da osteoporose é feito com visitas periódicas ao médico. O
uso de Cácio e Vitamina D são associados com medicamentos que são
chamados bifosfonatos (alendronato, risedronato, ibandronato e
raloxifeno) que auxiliam na remodelação óssea e impedem a progressão da
fragilidade óssea. No caso de mulheres na menopausa, pode ser feita a
Terapia de Reposição Hormonal.
Como prevenir a Osteoporose?
A massa óssea do ser humano é formada durante seu crescimento, ou
seja, durante a adolescência. Nesta época é necessário ter uma ingesta
de Cálcio adequada para evitar uma perda de massa óssea no futuro.
Na vida adulta, podemos prevenir a osteoporose com:
-Dieta rica em Cálcio (leite e seus derivados, verduras escuras – espinafre, brócolis, couve- e peixes)
-Prática de atividade física (deve ser orientada por um médico Fisiatra).
-Correção Postural (prescrita por um médico Fisiatra).
-Tomar sol (antes das 10hs da manhã ou após as 16hs para evitar lesões na pele).
-Eliminar o fumo.
-Evitar bebidas alcoólicas e café em excesso.
-Evitar medicamentos que favoreçam quedas (indutores de sono e sedativos).
-Usar medicamentos somente com a prescrição médica.
-Exame de Densitometria Óssea anual para avaliação da doença.
- Cuidados domésticos para se evitar quedas (retirar tapetes, disposição adequada dos móveis etc.).
Somente o acompanhamento médico periódico permite avaliar
o estágio da doença e as medidas preventivas e terapêuticas adequadas a
cada caso.
Você tem fatores de risco para ter osteoporose e tem:
Causas e Consequências da Hérnia Discal
A Hérnia Discal pode migrar para o orifício da medula espinhal,
anteriormente e ocasionar uma compressão medular que pode originar perda
de força muscular até paralisias. Os músculos acometidos dependem do
local desta compressão. Se a Hérnia se localizar em região cervical ou
torácica alta o paciente pode ficar até tetraplégico. A compressão da
Medula Espinhal pode ser identificada por Dor, perda de força muscular
progressiva e alterações de esfincteres (diminuição/ausência do controle
urinário ou fecal).
A Hérnia Discal pode migrar lateralmente comprimindo a raiz
nervosa da raiz correspondente. Nestes casos, pode haver 3
comprometimentos: Sensitivo, Motor ou Sensitivo-Motor. Quando levar a
uma lesão sensitiva, o paciente apresenta formigamentos ou
adormecimentos (até a perda total da sensibilidade) e dor intensa,
localizada na região que o nervo acometido inerva. No caso da lesão
motora o paciente apresenta perda da força muscular progressiva no
membro relacionado ao nervo comprimido, podendo chegar até a paralisia.
Eventualmente a Hérnia pode causar uma lesão sensitivo-motora apresentado os sintomas mesclados.
Há muita confusão no diagnóstico porque as pessoas confundem
Hérnia com abaulamento e protusão. O diagnóstico da Hérnia Discal é
feito através do exame clínico e confirmado pela Ressonância Nuclear
Magnética. Na falta deste exame, pode ser observada também pela
Tomografia Computadorizada. Estudos mostram que mais de 80% das pessoas
com mais de 40 anos tem alterações nos exames de imagem e não apresentam
dor. A Eletroneuromiografia é utilizada para o estudo da lesão, avalia
se é medular ou da raiz nervosa e ainda caracteriza se é sensitiva,
motora ou ambas.
A Hérnia Discal pode levar a Dor Aguda e Dor
Crônica. Para saber qual o seu Diagnóstico, tipo de lesão e melhor
tratamento, procure um Médico Fisiatra.
Seu médico diz que você tem Hérnia de Disco e seu exame:
Esporão ou Fasceíte Plantar?
Não é uma manifestação inflamatória e sim, um processo degenerativo.
A fascia plantar é uma “membrana” formada por tecido conjuntivo
que se origina no calcanhar e segue até se inserir após o arco do pé,
antes da cabeça dos dedos do pé. Assim, contribui na função da corrida e
do caminhar. Sua finalidade é promover o suporte do arco longitudinal e
serve como um amortecedor dinâmico do choque do pé para a perna.
CAUSAS:
-Atletas- sobrecarga, erro de treinamento, treinamento em superfícies
irregulares, aumento do impacto no treinamento e tênis desgastado.
-Obesidade e sobrepeso- aumento da sobrecarga e impacto nas deambulações.
-Idosos-alterações de envelhecimento nas estruturas do pé.
-Diabéticos- a polineuropatia periférica causada pelo Diabetes leva a
uma atrofia muscular, pé cavo, dedo em martelo com alterações no passo.
-Pé plano
SINTOMAS
Dor na sola do pé, na região do calcanhar. Piora nos
primeiros passos no despertar de manhã ou depois de um tempo prolongado
de atividades de descarga de peso. Após alguns passos e durante o curso
do dia, a dor do calcanhar diminui, mas retorna com atividade intensa ou
prolongada de descarga de peso.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito baseado na historia e exame físico.
A investigação feita por imagem raramente é indicada para
avaliação inicial e tratamento, mas pode ser útil em alguns casos para
excluir outras causas de dor no calcanhar. O RX simples pode excluir
fratura de calcâneo por estresse ou espondiloartropatia. A
ultrassonografia e a Ressonância magnética podem evidenciar a fasceíte
plantar. Escanometria óssea pode ser útil, mas não é rotineiro.
A Fasceíte Plantar é considerada
auto-limitante, ou seja, acredita-se que por volta de 6 a 18 meses
haverá melhora dos sintomas. Para isto, é necessário um diagnóstico e
tratamento precoce.
TRATAMENTO
-Repouso de atividades que descarreguem peso nos pés,
-Adequação de sapatos,
-Uso de palmilhas,
-Fisioterapia,
-Medicações- antiinflamatórios e nos casos crônicos antidepressivos tricíclicos.
-Acupuntura- resultados controversos.
-Infiltração muscular com lidocaína (anestésico) nos casos crônicos.
-Terapia por Onda de Choque Extracorporal-usa pulsos de alta pressão de
ondas sonoras para bombardear o tecido danificado para aliviar a dor.É
utilizada como uma alternativa para a cirurgia para aqueles com muito
tempo de dor. Não é invasivo e tem uma taxa de sucesso comparada com a
cirurgia.
Se você apresenta estes sintomas deve procurar um médico
Fisiatra. Este especialista vai fazer o diagnóstico rápido com alívio da
dor (através de medicações), orientar o fisioterapeuta e o resto da
equipe de reabilitação(nos casos crônicos), prescrever palmilhas (se
necessário) e fazer procedimentos quando indicado.
Síndrome Dolorosa Miofascial ou Dor Muscular
Ponto gatilho é o local do músculo que desencadeia a dor e quando pressionado gera a dor referida pelo paciente.
Não se sabe ao certo a causa da SDM, mas sabe-se que a falta de
oxigênio, de irrigação sanguínea e o cansaço muscular estão envolvidos.
Estas alterações musculares ocorrem devido a uma postura imóvel
prolongada, movimentos repetitivos, posturas viciosas e estresse
emocional.
A banda muscular tensa é o encurtamento das fibras deste músculo.
Parecem “nós” embaixo da pele. Esta tensão muscular aumenta o cansaço do
músculo e faz parecer que está fraco.
O ponto gatilho de um músculo pode induzir um ponto gatilho em
músculos ao seu redor e também à distância, causando uma dor referida. Por exemplo-
O músculo Piriforme, que fica abaixo dos glúteos pode causar uma dor
somente no local e também pode irradiar a dor pela perna, a chamada
Síndrome do Piriforme.
A SDM pode ser responsável por diversos tipos de dor crônica:
lombalgia (dor na região lombar), cervicalgia (dor na região cervical),
LER (lesões por esforços repetitivos), dores pélvicas, entre outras.
Podemos dizer que a SDM pode estar associada a outras doenças como a
artrose, fibromialgia, distrofia simpático reflexa, compressão nervosa
por hérnia discal, neuropatias, e doenças em órgãos viscerais.
O diagnóstico é feito através da avaliação clínica de um médico
especializado, geralmente um médico fisiatra, que tem um bom
conhecimento de anatomia muscular e seus pontos gatilhos. Não há nenhum
exame laboratorial ou de imagem que evidenciam a SDM.
O tratamento da SDM deve ser feito com a avaliação e correção das
causas das alterações nervosas, eliminar os fatores que contribuem para a
perpetuação da dor, uso de medicações e tratamento de reabilitação.
O tratamento de reabilitação é baseado no equilíbrio muscular, com
fisioterapia (com uso de aparelhos que aliviam a dor, alongamentos,
fortalecimentos, massagem e correção postural), psicoterapia e até
terapia ocupacional em alguns casos. Esta abordagem da reabilitação deve
ser liderada pelo médico fisiatra que tem uma visão global e direciona
para uma melhora funcional mais eficaz. Em alguns casos, o fisiatra opta
pela infiltração do ponto gatilho com lidocaína (anestésico local),
para obter analgesia, agilizar e facilitar a reabilitação.
Afinal, o que é a Dor?
É denominada aguda quando dura até 3 meses e logo após se torna crônica.
As diferenças culturais mostram variação na percepção, no comportamento e
nas reações quanto à dor. Os latinos são mais emocionais que os
caucasianos, que são mais emocionais que os orientais. Os americanos são
mais incapacitados.
Você tem dor há mais de 3 meses?
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