quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"Uma boa alimentação aumenta o desempenho desportivo"

Muitos erros e superstições existem ainda no campo da alimentação, no que respeita ao sector desportivo. Um dos objectivos desta página, entre outros, desmontar, se possível, tais erros e superstições, explicando não só porque é que determinado alimento pode não ter a virtude que se lhe atribui como apresentar alternativas pela adopção de ementas e alimentos racionais e susceptíveis de melhorar a condição atlética, e, em consequência, os resultados desportivos.
Por exemplo, muitas pessoas pensam ainda hoje que o alimento por excelência do atleta é o "bife, e quanto mais em sangue, melhor!". Puro engano. A carne é na verdade importante porque proporciona proteínas de elevada qualidade biológica. Mas as proteínas não são rigorosamente o nutriente do esforço. O melhor nutriente para ocorrer à factura do esforço físico, e que proporciona ao atleta maior capacidade de resistência e rendimento desportivo, é o que se adquire através dos chamados hidratos de carbono (ou carbohidratos - oriundos do pão, cereais, legumes, batata, etc.).
O problema de doenças ocasionadas eventualmente por uma deficiente ou errada alimentação, e de que resulta por vezes a ocorrência de acidentes mais ou menos graves (inclusivé nos próprios recintos durante a realização das competições), é de igual modo equacionado, de forma a que tanto o atleta como os seus orientadores e responsáveis tenham uma ideia dos riscos a que estão sujeitos quando são ignoradas ou omitidas algumas regras de verdadeira segurança de um modo particular ligadas aos alimentos, e condições em que estes são utilizados.
Este e outros problemas são postos em grande evidência neste Site, bem como tábuas de alimentação racional para a modalidade desportiva B.T.T., de acordo com algumas das suas circunstâncias específicas.

Comendo para a Performance
Qualquer atleta em busca de sucesso no sector desportivo, deverá estar consciente com a importância da nutrição para a performance, quer nos treinos, quer nas competições. Uma dieta bem equilibrada é essencial para obter o máximo de performance e rendimento em qualquer actividade desportiva. A comida que diariamente ingerimos faz mais que satisfazer simplesmente a nossa sensação de fome. É um combustível importante que fornece ao corpo a energia para o exercício, as fundações para o crescimento e reparação dos tecidos e os nutrientes necessários para o nosso bem estar geral.
Existem seis nutrientes na dieta que são essenciais para a performance desportiva:
Fornecem ao corpo as fundações para o crescimento e reparação muscular, assim como outras numerosas funções e estruturações no corpo. As proteínas poderão ser usadas como fonte de energia durante o exercício quando as reservas de hidratos de carbono são escassas. Esta é uma outra razão para manter uma dieta rica em H.C., evitando assim que os tecidos musculares "quebrem". Boas fontes de proteinas são: a carne, o peixe, aves, leite, queijo, e os iogurtes, assim como leguminosas secas (feijão) e vegetais.

Enquanto que estes são apenas necessários em pequenas quantidades no corpo, são essenciais para a nossa saúde e vitalidade. Assim como, sendo componentes de estruturas como os ossos e dentes, também estão envolvidos no metabolismo da energia e na regulação de outras numerosas funções corporais. As vitaminas e os minerais estão presentes numa ampla variedade de alimentos mas são menos abundantes em produtos refinados e durante os processos de elaboração (cozinha). É assim importante consumir uma quantidade razoável de alimentos inteiros, sendo os cereais, as frutas frescas e os vegetais, os principais.

Construir uma Dieta Desportiva Equilibrada
A dieta de treino ideal deverá ser rica em H.C. (60% do total da D.D.R.), baixa em gordura (<25%) e que contenha quantidades moderadas de proteínas (15%). Não há nenhum alimento que contenha todos os nutrientes que necessitamos, sendo assim, para obtermos uma dieta equilibrada, é necessário ingerir uma variedade de alimentos dos seis principais grupos, abaixo mencionados:
Grupo 1: Cereais; Pastas; Arroz; Pão; Batatas.
Grupo 2: Fruta.
Grupo 3: Vegetais.
Grupo 4: Carne; Peixe; Aves; Feijões; Vegetais; Nozes e Ovos.
Grupo 5: produtos Lácteos.
Grupo 6: Gorduras, Óleos e Doces.
Para ter consciência do equilíbrio correcto dos nutrientes, imagine que está a construir uma pirâmide com estes grupos de alimentos.
Grupo 1, os cereais e os alimentos á base de amido, formam a base da pirâmide, sendo, que necessita de maior quantidade deste alimentos diariamente. Massas, arroz, batatas, pão e cereais deverão ser o "centro" de cada refeição. Não só, são alimentos ricos em H.C., como são também boas fontes de proteínas, vitaminas, minerais e fibra, especialmente as variedades completas.
Grupos 2 e 3, frutas e vegetais, formam a seguinte camada da pirâmide. Uma larga variedade de frutas frescas, vegetais e seus sucos, deverão ser consumidos diariamente. Bananas, maçãs e frutos secos, fazem excelentes snacks durante as sessões de treino e são também uma fonte valiosa de energia proveniente dos H.C. para o exercício.
Grupos 4 e 5, carne, outras proteínas e produtos lácteos, deverão ser ingeridos em quantidades mais baixas. Opte por pedaços de carne finos e consuma produtos lácteos baixos em gordura como o leite meio-gordo, e reduza ao máximo as demais fontes de gordura. Os vegetarianos necessitarão de combinar outros alimentos ricos em proteínas nas quantidades correctas para se assegurarem que estão a receber a melhor qualidade de proteínas na sua dieta. As seguintes combinações ajudarão os atletas vegetarianos a planear as suas dietas para que as quantidades adequadas de proteínas sejam consumidas. Cereais + Leguminosas; ex., feijão e torradas, feijão e arroz. Cereais + Productos lácteos; ex., cereais e leite, torradas com queijo, pastas e queijo. Cereais + Nozes; ex., sanduiches de manteiga de amendoim
Grupo 6, as gorduras; óleos e doces formam o topo da pirâmide e deverão constituir assim a menor quantidade de consumo diário. Evite, obviamente, alimentos gordos, ou seja, aqueles que tenham sido fritos ou cozinhados em gordura, e produtos como empadões de carne e salsichas, que contém altos níveis de matéria gorda. Use menos óleo quando cozinhar; opte pelos grelhados, cozidos, vaporizados, ou fritas superficialmente e remova o excesso de gordura das carnes depois de as cozinhar. Para uma alimentação mais saudável, é geralmente recomendado que se "corte" na ingestão de gorduras saturadas, encontradas principalmente nos produtos de origem animal, e consuma mais óleos vegetais não-saturados. Os alimentos doces como os chocolates, bolachas e biscoitos, bolos e confeitaria, deverão também ser consumidos com moderação; eles têm tendência para serem ricos em gordura e açucar, e baixos em nutrientes. Enquanto que não "corta" estes alimentos na sua totalidade, procure por alternativas mais saudáveis, como por exemplo barras energéticas e de muesli, e "purifique-se" ocasionalmente. Uma barra de chocolate uma vez por semana, por exemplo, pode ser incorporado numa dieta desportiva saudável. Seguindo estes simples conselhos, poderá desenvolver uma dieta equílibrada que suporte o seu estilo de vida, para um "pico" de performance, duradouro e saudável.
Quais são os critérios básicos de uma dieta normal?
Os critérios básicos de uma dieta normal são:
a) Fornecer todos os nutrientes adequados e em boas proporções.
b) Fornecer uma quantidade fisiológica de fibras e de líquidos.
c) Ser de fácil digestão e proporcionar uma sensação de saciedade.
d) Ser acessível do ponto de vista de fornecimento e custo.
e) Ir de encontro ao paladar e gosto do consumidor

Qual deverá ser a percentagem relativa dos principais nutrientes (glúcidos, lípidos e prótidos) na alimentação diária do atleta?
A dieta de treino é muito importante pois fornece durante todo o ano os alimentos necessários ao equilíbrio orgânico do atleta.
A dieta do atleta deverá conter, pelo menos, 60% de glúcidos, menos de 30% de lípidos; entre 10% a 15% de proteínas; vitaminas, sais minerais e líquidos de forma a satisfazerem as necessidades do organismo. A dieta de treino do atleta deverá ter mais calorias, e mais glúcidos do que a dieta de um indivíduo sedentário, assim como deverá igualmente conter quantidades acrescidas de vitaminas do complexo E, de vitaminas C, A e E, de sódio, cálcio, potássio, cloro, ferro, magnésio, cobre, selénio, zinco, manganésio e água.

A dieta de treino não deverá conter menos de 60% de glúcidos pois, como sabemos, eles representam o principal nutriente utilizado pelo atleta. Os glúcidos simples deverão representar só 10% do total dos mesmos. Um consumo excessivo de glúcidos, principalmente de glúcidos simples, pode ocasionar problemas ao atleta com maior predisposição para o aparecimento de alterações digestivas (diarreias, cólicas abdominais, etc.), de aumento de peso e de carência de vitaminas do complexo E.

A dieta de treino deverá conter entre 10% a 15% de proteínas. Valores superiores a 15% originarão digestões difíceis e prolongadas e sobrecarga hepática, pois o fígado forma ureia a partir do amoníaco que resultou da degradação metabólica das proteínas. Além do mais, o organismo não tem necessidade de maior quantidade de proteínas. Quantidades de proteínas inferiores a 10% podem levar a um deficit de proteínas na regeneração celular (processo pelo qual as células novas substituem as velhas) e a alterações do tónus neurovegetativo que é responsável pelos fenómenos neuro-hormonais que comandam o funcionamento do nosso organismo durante a actividade física.
Em relação aos lípidos, menos de 30% é a percentagem ideal. percentagens muito inferiores a 30% podem levar a uma diminuição das reservas lipídicas que, embora existam em grandes quantidades, são muito importantes como carburantes durante o esforço prolongado e no metabolismo do miocárdio (músculo cardíaco). Além disso, são os transportadores das vitaminas lipossolúveis no sangue. Percentagens superiores a 30% levam a aumento de peso e a uma elevação das taxas de colesterol e triglicéridos no sangue, com risco de aterosclerose dos vasos.
Dois terços das gorduras deverão ser mono ou polinsaturadas e apenas um terço saturadas. Durante a fase de treino de Inverno, em que na maioria das modalidades desportivas o treino é mais quantitativo e menos qualitativo, a dieta deverá ser um pouco mais rica em proteínas, pois desejamos aumentar as massas musculares, e em calorias, pois a actividade física é mais intensa. No Verão, geralmente o período mais competitivo, o treino é mais qualitativo e menos quantitativo.
Neste período, deveremos diminuir o total das calorias e de proteínas da dieta e fornecer mais glúcidos ao atleta, principalmente após treinos de qualidade. Se o clima onde o atleta treina é quente e/ou húmido, temos que aumentar a ingestão de fluidos e sais minerais, e diminuir a ingestão calórica que geralmente é espontânea, pois o calor diminui o apetite. Se o atleta treina em clima frio deverá aumentar a quantidade total de calorias e lípidos da sua dieta. Deverá ingerir bebidas quentes e alimentos ricos em vitamina C (citrinos, tomate, batata, vísceras de animais e legumes frescos) pois esta parece proteger o organismo do frio.
As percentagens de macronutrientes referidas anteriormente, podem sofrer adaptações como vimos, não só motivadas pelo tipo de treino e condições climatéricas, mas também pelas características energéticas da modalidade desportiva e por estratégias de correcção de alterações da composição corporal dos atletas. Os praticantes de disciplinas de endurance, por exemplo, necessitarão de ingestões mais volumosas de glúcidos do que os praticantes de disciplinas explosivas.
Será que os atletas de mais baixo nível competitivo necessitam de menos cuidados com a sua alimentação?
Não é verdade que os atletas de mais baixo nível competitivo, com menor volume de treino, tenham que se preocupar menos com a sua alimentação do que os atletas de alto nível. Aqueles, embora necessitem geralmente de uma ingestão calórica total mais baixa do que estes, para a mesma intensidade de treino ou competição perdem mais água pela sudação, gastam mais reservas de glicogénio, gastam e destroem mais proteínas e recuperam com mais dificuldade.
Nos desportos de endurance os atletas de baixo nível competitivo estão mais predispostos à hipoglicemia competitiva, pois como demoram mais tempo a realizar a competição têm maiores probabilidades de esgotarem as reservas de glicogénio hepático. Por todas estas razões estes atletas necessitam de ter cuidados particulares com a sua alimentação.
Para agravar ainda mais a situação, o português não come nada ao meio da manhã e chega ao almoço com imensa fome, come sofregamente e o organismo não tem capacidade para aproveitar os alimentos .ingeridos. Geralmente não comemos nada ao meio da tarde e o jantar é mais forte do que deveria ser, pois segue-se geralmente um período de repouso. Se os alimentos forem repartidos por diversas e pequenas refeições, o aparelho digestivo terá maior facilidade em absorver e digerir os alimentos. Deveremos também perder o mau hábito de determinar a quantidade de alimentos a ingerir pela saciedade. Só quando sentimos a barriga cheia é que paramos. Muitos atletas que treinam à tarde preferem substituir o almoço por um monoprato. Trata-se, como o nome indica, de um único prato constituído por alimentos de fácil digestibilidade. Assim o esquema de refeições que atrás apresentámos tem que ser multas vezes adaptado a realidade diária de cada atleta.
Como sabemos, os glúcidos são os principais nutrientes energéticos e as suas reservas orgânicas são por vezes insuficientes durante a actividade física. Uma refeição como esta, rica em gorduras, é difícil de digerir, prolonga a digestão, correndo-se o risco de iniciar a competição em fase digestiva. O «mito» existente entre nós de que o alimento proteico dá força e é o melhor para fortalecer o atleta para a competição, o operário para o trabalho e o soldado para o combate, pode estar relacionado com a semelhança estrutural entre os músculos que executam o exercício físico e os músculos dos animais que ingerimos. Pode existir, igualmente, uma relação entre o facto dos atletas geralmente oriundos de níveis sociais baixos e na sua infância olharem para a carne como o alimento bom e caro que só os ricos podiam comprar. Na idade adulta, as condições económicas melhoram e surge a compensação, pois «o fruto proibido é sempre o mais apetecido».
Não nos esqueçamos que nem sempre os alimentos mais caros são os melhores. Os ricos comem por vezes pior que os mais desfavorecidos, pois ingerem muitas proteínas e gorduras em detrimento de alimentos ricos em glúcidos, vitaminas e sais minerais. Em conclusão, as proteínas são um alimento muito importante, mas não devemos exagerar o seu uso na dieta do atleta ou de qualquer outro indivíduo. Qual será a importância do factor psicológico na alimentação do atleta?
Sabemos que o vinho e o bife não são os alimentos ideais para o atleta ingerir antes da competição. No entanto, temos que ponderar entre os benefícios de aconselharmos outro tipo de alimentação e os malefícios psicológicos da proibição deste tipo de alimentos. O atleta pode estar convicto que o copo de vinho é que o fortalece para a competição e o facto de o retirarmos pode afectar muito o seu rendimento desportivo.
Com o aparecimento das novas técnicas de treino, cada vez mais a diferença entre o campeão e um atleta de bom nível está no campo da esfera psicológica. Por vezes, mais vale dizer ao atleta para beber o copo de vinho mas não exagerar e para comer o bife mas fazer o resto da refeição com alimentos ricos em glúcidos. O factor psicológico é muito importante mas relacionados com ele estão por vezes factores étnicos, culturais e religiosos que têm que ser respeitados, pois estão fortemente impregnados na actividade psíquica do atleta. Não iremos, por exemplo, obrigar um indiano a comer carne de vaca; um egípcio a comer carne de porco; ou um africano a deixar de comer a sua farinha de mandioca.
Necessidades de água para o exercício
A água constitui cerca de 50%-70% do peso corporal nos homens e 40%-60% nas mulheres, sendoque normalmente o homem tem cerca de 47 litros de água e as mulheres 33 litros.

Necessidades de electrolitos
A dieta diária recomenda a ingestão de sódio, potássio e magnésio em quantidade respectivamente de 1100-3100 mg, 1900-5600 mg e 350mg. Estes valores não têm em consideração perdas potenciais devido a actividades diárias. Através do suor um atleta pode perder pequenas quantidades de sódio, potássio e mesmo outras substâncias. Contudo a suplementação de substâncias electrolitas não parece ser necessária numa dieta equilibrada, a não ser nos primeiros dias de uma grande exposição ao calor ou durante períodos de treino de longa duração em climas quentes.

Nutrição antes, durante e depois do exercício
Tudo o que for consumido antes, durante e depois do exercício físico, afectará a sua performance, nos treinos e nas competições e com que rapidez recupera a tempo da próxima sessão de treino. Um dos problemas que afectam a maioria dos atletas, é o de "arranjar" algum tempo para se alimentarem correctamente, consoante os seus níveis de vida e o ocupado calendário de treinos. Quando treina diversas horas por dia e as combina com o horário escolar ou o horário de trabalho, mal tem tempo para dormir, quanto mais comer! Pesquisas demonstram que ingerindo 4-6 pequenas refeições diariamente, tem um efeito mais positivo que ingerir apenas 2-3 grandes refeições; o corpo tem melhores hipóteses de usar os nutrientes se forem providos em pequenas e regulares porções. Na prática, isto significa, comer todas as 2-3 horas, o que para um atleta pareçe impossível! Mas, a chave para o sucesso consiste em preparar e planear, para que os nutrientes correctos estejam disponíveis na altura certa, consoante as necessidades. Começe o dia enchendo a mochila com as convenientes barras energéticas, com frutos frescos ou secos, iogurtes, pãezinhos recheados ou sanduiches, e bebidas com reconstítuintes salinos. Pode-se alimentar á base de alimentos ricos em H.C. entre as refeições ou quando coincidir com alguma actividade, quando normalmente estaria a comer. Desta forma, não terá de recorrer ao fast-food mais próximo - o mais provável era encher-se de gorduras e açucares - quando ocorre aquela sensação de fome 1 hora antes da sua sessão de treino! E para aqueles que treinam manhã cedinho (ou de madrugada!) e muitas das vezes nem tomam Pequeno-Almoço, porque já estão atrasados para a escola ou para o emprego, porque não levam o Pequeno-Almoço convosco? Existem algumas variedades de barras energéticas que são óptimas para ir a mastigar pelo caminho, acompanhadas por uma garrafa de algum reconstituinte salino ou com alguma fruta fresca. Até os cereais são óptimos sem leite; coma-os directamente da caixa!
O que comer antes, durante e depois do treino
Os H.C. são armazenados como Glicogénio no seu fígado e nos músculos, e é a principal fonte de energia durante o exercício. Se começar as suas sessões de treino com um baixo nível de Glicogénio armazenado, verá os seus exercicios mais duros, cansar-se-á com mais facilidade, e a sua performense irá sofrer. Sendo assim, é importante que começe cada sessão de treino com os armazens de Glicogénio cheios. É uma boa ideia, consumir uma boa porção de H.C. 1 hora antes dos treinos, particularmente se vai enfrentar uma longa e dura sessão. Logo de manhã, muitos desportistas optam por consumir líquidos ricos em H.C., o que em maior parte das vezes, é melhor opção que comidas sólidas.
As seguintes sugestões são adequadas como Snacks Pré-Treino e são rápida e facilmente digeridos:
2-3 bananas;
Bebida Carbo-Hidratante;
Durante o treino é importante que ingira bastantes fluídos, em intervalos regulares, para prevenir da desidratação. Se não está habituado a beber durante os treinos, comece por ingerir pequenos goles entre sessões até se habituar. Para as sessões de treino que durem mais de 1 hora, consumir uma bebida Carbo-Hidratante será vantajoso, ajudando a manter os níveis de energia e a retardar a fadiga, assim como repor os fluídos perdidos.
Seguindo o exercício, o processo de reabastecimendo deverá começar o mais cedo possível, para que os armazens de Glicogénio estejam cheios para a próxima sessão de treino. O Glicogénio é produzido muito mais rapidamente nas primeiras duas horas depois do exercicio, e assim é importante consumir barras energéticas ou bebidas Carbo-Hidratantes, assim que sentir vontade. Tudo isto deverá ser seguido por uma refeição equilibrada, até duas horas depois de completar a sua sessão de treino, e em intervalos regulares. Em complemento, os fluídos perdidos através do suor, deverão ser repostos através de bebidas com reconstituintes salinos. Pesando-se antes e depois das sessões, dar-lhe-á uma ideia de quanto será a necessidade de fluídos a repor; por cada Kg de peso corporal perdido, deverá consumir um litro de fluidos reconstituintes, para se assegurar de uma conveniente hidratação. Prestando atenção aos seus hábitos alimentares e mantendo uma dieta equilibrada, rica em H.C., ajuda-lo-á eficientemente a reabastecer os seus armazens de Glicogénio entre sessões de treino, permitindo-o aumentar o nível de esforço e obter benefícios cada vez que treinar.
Devemos ou não comer antes do treino da manhã?
Sabemos que, logo após nos levantarmos, o organismo não está preparado para um treino pois esteve em repouso durante longas horas.
O Pequeno-Almoço
Antes de iniciar a sua jornada, é fundamental que se prepare um bom pequeno-almoço (que deverá ser ingerido uma hora e meia antes de fazer exercício). Deve ser abundante e procedido por um sumo de frutas (laranja, maçã, cenoura, uva, etc.) que estimule a mucosa gástrica. O pequeno-almoço deve ser constituido por uma boa porção de cereais, que contenham a quantidade de fibra necessária ao organismo; seguidamente, umas torradas -que são de fácil digestão- acompanhadas de mel ou marmelada. Pode abster-se de qualquer destes alimentos e utilizar uma fatia de fiambre ou um pedaço de queijo, que também ofereçem um bom suporte próteico. Pode-se completar o pequeno-almoço com leite, chá ou café; deve-se evitar o café com leite, devido ao seu demorado tempo de digestão.
Cuidado com os pequenos-almoços demasiado açucarados!
Cada um de nós já o terá notado, na primeira hora de esforço, sentimos por vezes um tremendo cansaço, muito mau para o moral. Só há uns poucos anos é que se percebeu o porquê de tal fenómeno. «E, contudo, repetem as vítimas, tomei um pequeno almoço com bastante açucar!» Justamente, era o que se deveria ter evitado. Com tantos cubos de açucar no café e fatias de pão cheias de compota, atafulhamo-nos de açucares rápidos. Isso provoca uma subida demasiado súbita da taxa de açucar no sangue. Antes mesmo de o processo de transformação em gordura de reserva se ter desencadeado, o organismo reagiu com urgência, descarregando uma dose de insulina encarregue de voltar a trazer a taxa a um valor normal. A insulina age de facto como um músculo em esforço: bombeia o açúcar. Infelizmente, intervém no momento em que os músculos, em princípio de esforço, consomem os próprios bastante açucar. Dizem os betetistas mais experientes em condições de esforço: "Agora é que se vai ver o que é que jantaste ontem!"

Ingestão de fluidos durante o exercício
Duas horas antes da realização de um exercício devem ser ingeridas 400 a 600ml de àgua para permitir atempadamente um bom funcionamento dos mecanismos renais para regular toda a àgua presente no corpo. Neste caso a ingestão de água é suficiente, contudo a ingestão de uma bebida desportiva permite a absorção de CHO para optimizar as reservas musculares e no figado antes do exercício. Ainda assim, se possível, é recomendada a ingestão adicional de 200 a 300ml de água nos minutos finais antes da competição iniciar, para que quando o exercício tiver início esteja a entrar água na circulação.
A reposição de fluidos necessária durante a actividade física está dependente da duração, intensidade e condições ambientais. De um ponto de vista prático, a não ser que a actividade física produza suor suficiente para levar a uma perda de 2% ou mais do peso corporal, existem poucas evidencias de que a reposição de fluidos seja vantajosa em comparação com a não ingestão de bebida. A desidratação apenas tem mostrado prejudicar a prestação aeróbia quando o défice de água atinge 2% ou mais do peso corporal (1.4 a 1.6l para uma pessoa de 70 a 80kg).
A intensidade do exercício influencia a duração de esforço necessária para produzir um défice suficiente de água corporal que levasse à necessidade de hidratação já que a quantidade de perda de suor é proporcional à intensidade do exercício. As condições climatéricas ambientais também têm um forte impacto na quantidade de perda de água já que a perda de suor aumenta com o aumento da temperatura e humidade. O treino realizado a 80% do consumo máximo de O2 num ambiente quente pode exceder uma perda de peso corporal de 2% numa hora de exercício. Num exercício realizado a 60%-70% do VO2max, podem ser necessárias entre 1 a 1.5 hora para se atingir o débito capaz de comprometer a prestação. Durante exercícios menos intensos, poderão ser necessárias durações mais longas para que a capacidade de rendimento diminua.
Durante um exercício prolongado, normalmente as pessoas não bebem água em quantidade suficiente de modo a compensarem as suas perdas de suor. Num exercício a uma intensidade moderada ou alta, as pessoas normalmente apenas bebem o suficiente para repor 50% a 70% das perdas de suor durante o exercício. Estudos realizados com corredores de maratona mostram que eles bebem menos de 500 ml/h apesar de perderem mais de 1 litro/h.
Para o exercício prolongado, os investigadores normalmente recomendam que sejam ingeridas pequenas quantidades de fluído (150-300 ml) todos os 15-20 min de exercício. Este padrão de ingestão de bebida, se for usado em consonância com a ingestão de uma bebida imediatamente antes do exercício pode produzir elevado esvaziamento gástrico porque os fluídos deixam o estômago mais rapidamente quando o volume gástrico é elevado.

Nutrição em Competição
Tudo o que come diariamente, é importante para a performance nos treinos e ajuda-lo-á a progredir na competição. Contudo, uma vez preparado para competir, a sua dieta de preparação para a competição também é importante. Que tipo de alimentos deverá consumir antes de uma competição? Que quantidade e em que altura? E que deverá comer ou beber durante o evento? Na semana que se aproxima à competição, quererá que as reservas de Glicogénio (no fígado e nos músculos) estejam plenas. Isto assegurar-lhe-á a energia necessária para dar o seu melhor, e é especialmente importante se for competir num evento que requira endurance, várias etapas ou determinado esforço num curto período de tempo. Para aumentar as reservas de Glicogénio, aumente o consumo de H.C. durante o período de treino na semana final antes de uma competição. Durante esta altura, consuma H.C. complexos, frequentemente durante o dia e mantenha o consumo de gorduras no mínimo.
O que comer antes das competições: Pesquisas têm demonstrado que ingerindo uma refeição rica em H.C. 3-4 horas antes de uma competição, melhora a performance, mantendo os níveis de glucose no sangue em etapas tardias da competição, para retardar a fadiga. Na manhã da competição, as reservas de Glicogénio nos músculos deveram estar virtualmente cheias, sendo o propósito de uma refeição pré-evento ser:
a) acumular o Glicogénio nos músculos se ainda não estiverem cheios;
b) atestar os níveis de Glicogénio para prevenir a hipoglicémia (baixo nível de açucar no sangue), que o poderia afectar em etapas tardias da competição;
c) confortar o estômago e prevenir-se da sensação de fome.
Os seguintes conselhos deverão ser tomados em conta, quando preparando uma refeição pré-evento:
A sua refeição pré-evento deverá ser rica em H.C. e baixa em gorduras, proteínas e fibra para que sejam mais facilmente digeridas e que não causem a sensação de estar "empanturrado" ou cheio; não experimente algo de novo, imediatamente antes de uma competição, porque poderá não estar de acordo com o seu organismo. Escolha alimentos que lhe sejam familiares, ou que tenha experimentado nas fases de treino e que tenham tido resultados positivos; beba bastantes líquidos com as refeições, para que a desidratação não afecte a sua performance. Para ter a certeza que está bem hidratado, antes da competição, beba poucas quantidades de cada vez e com frequência, algumas horas anteriores ao evento; se sofrer de "nervos pré-competição" e não lhe apetecer comer, experimente uma refeição líquida rica em H.C. Lembre-se de dar tempo suficiente ao organismo para digerir a refeição: 3-4 horas para uma refeição generosa, 2-3 horas para uma pequena refeição, 1-2 horas para uma refeição líquida, e menos de uma hora para um pequeno snack Carbo-Hidratado. Se tiver uma competição manhã cedo, terá de ter a certeza que ingeriu uma refeição rica em H.C. na noite anterior, e que teve um Pequeno-Almoço ligeiro, por exemplo, uma taça de cereais com leite-magro, 1-2 horas antes da competição.
Alguns alimentos pré-competição incluêm:
Cereais de Pequeno-Almoço; papas de aveia;
Efeitos devidos a perdas de água
Perdas de 1-5 %
Perdas de 6-10 %
Perdas de 11-12 %
Sede Dor de Cabeça Delírio
Mal Estar Enjoo Língua Inchada
Letargia Securas de Boca Espasmos Nervosos
Impaciência Tremor nas Extremidades Surdez
Falta de Apetite Pele Azulada Visão Borrosa
Pele Enregecida Linguagem Inteligível
Falta de Sensibilidade Cutânea
Pulso Acelarado Dificuldade em Respirar Começo de Pele Enrrugada
Náuseas Incapacidade para Caminhar Incapacidade para Comer
Debilidade Visão Borrosa Morte



Reposição electrolítica e cardohidratada durante o exercício
Para muitos indivíduos, a ingestão da dieta normal é adequada para manter o balanço electrolítico e de sódio durante dias repetidos de treino, contudo, sob determinadas circunstâncias os atletas deverão ingerir maiores quantidades de sal. A adição de sal na comida ou a inclusão de pequenas quantidades de sal na bebida de treino pode atenuar ou eliminar qualquer défice de sal como consequência de uma prolongada e persistente perda de sal no suor.
Em actividades físicas que durem menos de 90 min, a água é geralmente a bebida escolhida, contudo a inclusão de pequenas concentrações de carbohidratos (6%-8% de carbohidratos) tem vindo a mostrar manter melhor a capacidade de trabalho do que a água durante actividades físicas que produzam a fadiga em períodos iguais ou superiores a 60 minutos de esforço.
A inclusão de carbohidratos também tem vindo a mostrar criar uma melhor capacidade de manter a velocidade de corrida durante actividades intermitentes de alta intensidade.
Hidratação após o exercício
  

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