A medicina do esporte vem se desenvolvendo muito movida pelo objetivo
 de melhorar o desempenho principalmente nos esportes de alto 
rendimento. Dentro dessa evolução estão incluídos os métodos ou 
substâncias que aprimoram as capacidades orgânicas do ser humano a um 
nível superior ao fisiológico – Doping.
O doping pode ser compreendido como a utilização de substância ou 
método que possa melhorar o desempenho esportivo, indo contra a ética 
esportiva em determinado tempo e lugar, com ou sem prejuízo à saúde do 
esportista e surge do deliberado desejo de melhora de desempenho, mesmo 
que para isso o atleta tenha que violar princípios que regem a pratica 
profissional de esportes.
Muito tem se falado sobre o uso da tecnologia no esporte e dentre 
essas inovações uma das mais interessantes é o doping genético. Este, 
surge das pesquisas avançadas na área da terapia gênica e tecnologias 
biomoleculares que usam o conjunto das técnicas de manipulação do DNA, 
RNA e/ou proteínas para tratamento de disfunções do organismo. Segundo a
 Agência Mundial Antidoping (WADA – World Anti-Doping Agency) o doping 
genético é entendido como o uso para fins não terapêuticos de genes ou 
células manipuladas com o potencial de aumentar a capacidade física ou 
mental do atleta, e está incluído desde 2003 na lista de substâncias e 
métodos banidos pela própria agência.
Para controle dessa forma de manipulação foram mapeados os genes que 
estariam relacionados com características ideais para resultados 
esportivos, totalizando mais de 140 genes envolvidos. Dentre eles os 
mais conhecidos são: EPO, responsável pela produção de eritropoietina, 
que é o principal regulador da produção de células vermelhas, com função
 de promover a diferenciação destas células e o início da síntese de 
hemoglobina; sendo a administração de EPO uma das formas de aumentar o 
transporte de oxigênio e, consequentemente o desempenho esportivo em 
modalidades de longa duração. Outro é o IGF-1 (Fator de crescimento 
semelhante a insulina) que permite a ação do hormônio de crescimento 
(GH) por ser mediador de muitos, se não de todos, os efeitos desse 
hormônio que  promove a hipertrofia através de um aumento na síntese 
proteica e proliferação de células satélites, o que leva ao aumento da 
massa muscular e força. Talvez o mais promissor deles seja o GDF-8, que é
 um gene responsável pela codificação da miostatina, uma proteína de 
controle e manutenção da massa muscular esquelética, ou seja quanto 
maior for sua expressão maior será a dificuldade em conseguir ganhar 
massa muscular. Além disso, a terapia gênica oferece um caminho promissor na 
recuperação de tecidos de baixa capacidade regenerativa, tais como 
tendões, cartilagens e músculos esqueléticos, facilitando a recuperação 
de rompimentos de ligamentos cruzados (anterior e posterior), meniscos, 
lesões em cartilagens, e calcificação óssea tardia. Analisando cientificamente a terapia gênica e o doping genético, de 
fato, ocorrem por procedimentos idênticos, porém com finalidades 
diferentes, sendo desse modo de certa forma insensato a inserção de 
material genético em indivíduos saudáveis, uma vez que as técnicas de 
terapia gênica ainda estão sendo estudadas e estão proibidas no esporte.
O esporte deve sempre premiar aquele que tiver o melhor desempenho em
 cada modalidade, porém é importante lembrar que uma competição só deve 
ser validada quando ocorre de forma justa. Dessa forma, seja qual for o 
tipo de doping deve ser mantido longe do meio esportivo!
 fonte: SNC Seg, 13 de Agosto de 2012
O doping genético desafia os cientistas
Muitos especialistas já dão como certo que a próxima batalha do Comitê Olímpico Internacional será o controle do doping genético. O doping genético é a alteração genética dos atletas para melhora do desempenho nas provas.
Apenas no ano de 2003 é que a Agência Mundial Antidoping (Wada) 
inclui o doping genético como prática condenada no esporte. Apesar de 
ser uma prática relativamente nova, esse tipo de doping possui várias 
curiosidades.
No doping comum, o atleta ingere substâncias que lhe darão mais 
velocidade, mais resistência, ou seja, seus resultados serão melhores. 
No doping genético, o atleta utiliza métodos para alterar e transformar 
os genes responsáveis pelas habilidades requeridas no esporte. Na prática do esporte, essas habilidades podem ser atribuídas aos 
músculos. Para melhorar o seu desempenho, o atleta deve ter músculos 
mais fortes, mais rápidos e principalmente músculos que se recuperem 
depois de treinamentos.
Uma das substâncias mais famosa nesse tipo de doping é a 
eritropoietina, EPO. Trata-se de um hormônio secretado pelo rim que 
estimula a produção de células vermelhas do sangue. Essas células 
vermelhas são chamadas de hemoglobina e têm a função de transportar 
oxigênio pelo sangue. O hormônio sintético de EPO elevará os níveis de hemoglobina no 
sangue e mais oxigênio chegará aos músculos. Com a abundância de 
oxigênio, a produção de energia na forma aeróbica é alta, melhorando o 
desempenho do atleta principalmente nas provas de resistência.
Mas nem tudo são maravilhas. O doping genético pode ser muito 
perigoso para a saúde. Há vários casos suspeitos de atletas mortos por 
problemas cardíacos. No caso do EPO, ao elevar o nível de hemoglobina, a
 densidade do sangue aumenta e o risco de ataques cardíacos é elevado. Os testes de antidoping genético são ainda muito controversos e 
complicados. O desenvolvimento de técnicas para coibir o doping genético
 ainda é muito caro e levam anos de pesquisas. Porém, o COI mostra toda a
 sua preocupação com a evolução do doping genético.
Exame de doping genético
Cientistas das universidade de Tübingen e Mainz, na Alemanha, desenvolveram um exame de sangue capaz de detectar o doping genético de forma confiável.
"Pela primeira vez, está disponível um método direto que utiliza 
amostras de sangue convencionais para detectar o doping pela 
transferência de genes. Ele é eficaz mesmo se o doping real ocorreu até 
56 dias antes," diz o Dr. Péricles Simon, um dos membros da equipe. 
"Isso representa um método de custo relativamente baixo para detectar 
vários dos genes mais comumente usados na dopagem."
Até agora, era impossível provar que um atleta tivesse passado por um doping genético. O estudo mostrando a criação do novo teste para doping genético estudo foi publicada no site da revista científica Gene Therapy. Segundo o estudo, o teste fornece respotas claras do tipo "sim" ou 
"não", baseado na presença ou na ausência dos chamados DNA transgênicos 
em amostras de sangue.
O que é doping genético
Em vez de tomar uma substância que melhore seu desempenho, no doping 
genético o atleta recebe um DNA transgênico que força seu próprio corpo a
 produzir a substância desejada.
"O processo de inserção de genes individuais em células específicas 
do corpo vem da ideia de curar doenças graves. Imaginava-se que só seria
 possível detectar o doping genético pela transferência de genes usando 
um procedimento analítico indireto extremamente dispendioso no campo da 
medicina molecular," explicou o professor Michael Bitzer, coautor da 
pesquisa. O DNA transgênico - ou DNAt - não se origina da pessoa que está sendo
 examinada, mas é transferido para o seu corpo - muitas vezes usando 
vírus como meio de transporte - para criar substâncias que melhorem o 
desempenho, tais como a eritropoietina (EPO), para a formação de 
glóbulos vermelhos.
"O corpo de um atleta dopado geneticamente produz sozinho os 
hormônios que melhoram o desempenho, sem a necessidade de introduzir 
substâncias estranhas ao corpo. Ao longo do tempo, o corpo torna-se seu 
próprio fornecedor de doping", explicou Simon.
Teste antidoping genético
"O desenvolvimento de um método confiável para a detecção 
de mau uso da transferência de genes será usado para garantir que esta 
nova tecnologia,
 da qual os efeitos colaterais são apenas parcialmente conhecidos, seja 
usada exclusivamente no tratamento de doenças graves", disse Bitzer.
O funcionamento do exame para detectar doping genético foi comprovado
 em um chamado teste de especificidade, em 327 amostras de sangue 
colhidas de atletas profissionais e amadores.
Os pesquisadores acreditam que agora os atletas deixarão de tirar 
vantagem do uso da terapia gênica para fins de doping. "No mínimo, o 
risco de ser descoberto meses depois da transferência de genes ter 
ocorrido deve intimidar até mesmo os dopados mais ousados", acredita 
Simon.
FONTE: Redação do Diário da Saúde
contato: 
email:lucianofisiol@gmail.com
        facebook: luciano sousa lucianosousa 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário