Atualmente, a maior parte das lesões não está relacionada a pancadas, mas sim a movimentos de rotação e explosão muscular. Em uma análise dos prontuários médicos de oito times profissionais, ortopedistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constataram que as lesões por choque entre jogadores (as chamadas contusões) representaram apenas 24,1%, contra 39,2% de lesões musculares, 17,9% de torções e 13,4% de tendinites. Além disso, o estudo apontou que 72,2% das lesões ocorreram em membros inferiores, com predomínio na coxa (34,5%), no tornozelo (17,6%) e no joelho (11,8%). "A cada 6 segundos o jogador de futebol faz um movimento inesperado. Articulações e músculos foram feitos para mexer, mas o ser humano ultrapassa os limites de movimentação do seu corpo e aí ocorrem as lesões", diz o ortopedista Moisés Cohen, que coordenou o levantamento da Unifesp e já operou craques como Raí e Vampeta. Um estudo dos médicos ingleses Richard Hawkins e Colin Fuller, publicado no British Journal of Sports Medicine, mostrou que 71% das lesões ocorridas na Copa do Mundo de 1994 aconteceram em lances não assinalados como faltas, o que indica que o maior inimigo do atleta é a competividade do futebol moderno. "O movimento não precisa ser brusco para machucar. Muitos rompem o ligamento cruzado (do joelho), por exemplo, por causa de um movimento sozinho", conclui Moisés Cohen.
Onde acontecem as principais lesões do futebol
Rosto
Apalpe seu rosto e sinta o osso bem embaixo do seu olho. É o osso
zigomático, que vai até a mandíbula, formando um vão sob ele. Muitos
jogadores costumam usar os braços para proteger a bola e às vezes, com
uma cotovelada, afundam esse osso
Púbis
O local onde o músculo adutor da coxa se encontra com o púbis (parte
de baixo da "bacia") é um dos mais sobrecarregados no futebol. O
movimento repetitivo nessa região provoca uma inflamação no tendão que
junta o músculo e o osso. É um tipo de tendinite - o tendão não se rompe
- sentida como a famosa "puxada na virilha"
Canela
A fratura na tíbia é o tipo de fratura mais comum no futebol.
Antigamente, quando o uso de caneleiras não era obrigatório, elas eram
ainda mais típicas. Em casos de fratura da tíbia, é comum que a fíbula
também seja afetada, afinal é um osso muito mais fino e que nem sempre é
protegido pelas caneleiras
Tornozelo
Assim como o joelho, sofre com a rápida movimentação do futebol
moderno. Para piorar, os tornozelos estão mais vulneráveis a pancadas e
aos buracos do campo. As lesões mais comuns são torções (ou entorses)
nos ligamentos que conectam os pés aos ossos da perna - o ligamento
anterior de um boleiro vive dolorido.
Em 23 de fevereiro de 2008, durante um jogo com o Birmingham City,
jogando pelo Arsenal, Eduardo quebrou fíbula esquerda e deslocou o
tornozelo esquerdo. Este foi o resultado de uma terrível entrada de
Martin Taylor, zagueiro do Birmingham City que foi imediantamente e com
toda razão expulso. Eduardo se recuperou completamente em janeiro de
2009, quando retornou, marcando 2 gols em uma partida decisiva.
Fratura por estresse
Mais um tipo de lesão causado por movimentos repetitivos, que apesar
de gerar muita dor, não é detectado no raio X. Para entender, pense no
osso como um arame: se você o dobrar muitas vezes no mesmo ponto, uma
hora ele vai arrebentar. Os ossos que mais sofrem por estresse são os do
pé, que são finos e não param de se movimentar
Joelho
Os movimentos de rotação são os culpados pelas lesões no joelho. As
mais comuns são rompimentos (total ou parcial) do ligamento cruzado
anterior (1), do ligamento colateral-tibial (2) e do menisco (3). Eles
funcionam como elásticos que se esticam com a rotação da perna. Quando
são sobrecarregados, eles rompem e é preciso reconstituí-los usando
outros tendões, como o de trás da coxa
Coxa
O músculo é feito de várias fibras que, na hora do movimento,
escorregam umas sobre as outras. Quando o movimento não é harmônico
ocorre um estiramento. Durante o chute, por exemplo, o músculo está
contraído para produzir a força contra a bola e, de repente, você o
estica. Os músculos posteriores são as principais vítimas. Eles podem
simplesmente travar (contratura) ou mesmo se romper
Equipamentos de proteção
Os mais usados são caneleira, tornozeleira e bermuda térmica (ou
"coxeira"). Muitas caneleiras já têm uma tornozeleira acoplada, mas,
para dar mais firmeza, os jogadores geralmente fazem uma "botinha" no
tornozelo com uma faixa. A coxeira ajuda a deixar a musculatura da coxa
aquecida e produz pressão sobre as fibras para evitar que elas
escorreguem de mais ou de menos
postado: luciano sousa
email:lucianofisiol@gmail.com
facebook:lucianosousa lucianosousa
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