Dor Muscular Tardia-1 PARTE
Sabe aquele jogo de futebol ou aquela corridinha que te deixou dolorido por dias? Tem uma explicação.
A dor muscular tardia se manifesta em casos onde o indivíduo exerce
uma carga de exercício muscular vigoroso sem ter o necessário preparo
físico. Pode acontecer quando a pessoa inicia uma atividade física ou
reinicia com uma intensidade maior que a habitual, quando permanece por
longos períodos na mesma posição ou sempre que se exponha a uma
atividade de desgaste que esteja fora do seu padrão normal.
É uma das lesões esportivas que ocorrem com maior frequência,
apresentando sintomas musculares como: inchaço ou enrijecimento
muscular, sensibilidade ao toque e dor ao movimentar a região afetada.
Podem surgir algumas horas após as atividades, com um progressivo
aumento da dor nas próximas 24h, diminuindo gradativamente em um prazo
de aproximadamente 72h.
Estes sintomas podem durar por até dez dias, sendo mais brandos ou
mais graves, dependendo do tipo e intensidade do exercício, mas tendem a
regredir naturalmente, sem nenhuma sequela a médio ou longo prazo.
No passado, acreditava-se que o lactato era o fator responsável por
esses eventos, já que as suas concentrações aumentam durante o exercício
vigoroso. No entanto, as recentes descobertas mostram que
aproximadamente uma hora e meia após os exercícios, suas concentrações
já se encontram normais.
Diante destes fatos, muitos especialistas reconhecem que a Dor
Muscular Tardia é decorrente de alongamento acentuado das fibras
musculares, principalmente do estiramento de fibras do tecido conjuntivo
muscular, que acabam causando microlesões que provocam o processo
inflamatório, causando dor.
Normalmente, sem tratar, a dor dessas lesões tende a diminuir
gradativamente e sumir, mas se você deseja ou sente necessidade, existem
formas de tratá-la, por meio de alongamentos, massagens, aplicações de
gelo (crioterapia), uso de antioxidantes e/ou anti-inflamatórios,
imersão em água gelada, tratamento com infravermelho e ondas, etc.
Mas, como eu sempre digo, a prevenção é o melhor remédio. Treine
apenas de acordo com a sua capacidade, aumentando a carga ou a
intensidade gradativamente, alongue os músculos antes e depois das
atividades, tenha uma alimentação rica em proteínas e vitaminas C e E
(anti-inflamatórias e antioxidantes) e faça um acompanhamento com seu
Quiropraxista.
fonte: Priscila Frietzen
G
Antes de procurar responder a dúvida do título da
matéria, é importante entender os efeitos de cada um dos dois métodos:
frio e quente. O gelo provoca uma vasoconstrição, diminuindo inchaço
(edema), o metabolismo local e o impulso nervoso (que realiza a coordena
a contração muscular e a sensibilidade), levando à diminuição da dor.
Já o calor promove a vasodilatação, o que melhora a nutrição e
elasticidade dos tecidos (tendões e músculos), diminui a rigidez
articular, relaxa a musculatura e igualmente reduz a dor.
A
inflamação que ocorre logo após a lesão é chamada de aguda, e dura até
72 horas. Observa-se muita dor, vermelhidão, calor local e inchaço.
Depois disso, a inflamação que persiste é chamada de subaguda, e a
partir de 15 dias, crônica.
Ainda há muitas
discussões e controvérsias sobre o uso do gelo ou calor, mas um consenso
é geral: na fase aguda da inflamação apenas o gelo é indicado. Nesta
fase os vasos sanguíneos ainda estão lesados, perdendo muito liquido no
local, por isso o inchaço (edema), sendo que o calor só faz piorar este
processo. Já o gelo diminui o extravasamento deste líquido, promove a
recuperação dos vasos sanguíneos, reduz danos celulares e a dor.
Portanto, é a melhor técnica para ser utilizada imediatamente nas
contusões esportivas.
O processo é diferente na
fase crônica da inflamação, quando os vasos sanguíneos já estão
recuperados e a dilatação dos vasos melhora a dor, ajuda a cicatrização e
relaxa a musculatura. O que os especialistas contra-indicam é o uso do
calor, mesmo na fase crônica da lesão, imediatamente após a atividade
física.
GELO DURANTE A CORRIDA? Já
observaram que quando um jogador de futebol sofre uma falta,
imediatamente o preparador físico entra em campo e aplica um spray de
gelo sobre o local da contusão, para que o atleta possa continuar no
jogo? Isso é feito para diminuir a dor momentânea e para evitar uma
piora da lesão (uma inflamação posterior).
E
durante a corrida, caso a pessoa sinta dores, espasmos ou cãibras
musculares, pode aplicar gelo? Alguns especialistas condenam totalmente a
aplicação de gelo durante a prática esportiva, afirmando que neste caso
a melhor alternativa é alongar e massagear bem o local até que a cãibra
passe. O gelo teria pouca utilidade para a resolução de cãibras porque
seria pouco eficaz no mecanismo responsável por estas contrações
involuntárias.
Mas há os que defendem e praticam a
aplicação do gelo nesses casos e relatam excelentes resultados. Usar
gelo em abundância no local diminui os estímulos de certas fibras
existentes no músculo e consequentemente o reflexo das cãibras, além de
melhorar a dor. Mas esta técnica deve ser acompanhada por um
profissional, para se ter a certeza de que não houve nenhuma lesão
grave, pois o corredor volta à prática esportiva com o local
"anestesiado" pela ação do gelo, aumentado o risco e diminuindo a
percepção de possíveis lesões.
E PARA DOR MUSCULAR DEPOIS?
A dor muscular tardia (dor após o exercício físico) é causada pela
reorganização muscular, ou seja, o processo de cicatrização após
microlesões das fibras musculares (células do músculo) causadas pelo
esforço físico. Essas microlesões também ocorrem nas atividades do
dia-a-dia, mas em proporções muito menores, por isso não causam dor.
Há
quem defenda que esta dor muscular responde muito bem com a terapia de
calor, mas outros condenam, dizendo que, ao aplicar calor após a
atividade física, o processo inflamatório, causado pelas microlesões
musculares, aumenta. A dor poderia até melhorar no momento, mas o quadro
pode piorar posteriormente. Portanto, mesmo que depois da prova o
cansaço peça um bom banho quente, espere o corpo esfriar e opte por um
banho frio.
Hoje em dia, uma técnica utilizada
por alguns maratonistas profissionaisprofissionais (como a recordista mundial Paula
Radcliffe) é o banho de imersão, após a corrida; o atleta entra até o
nível da cintura em um tanque com água e gelo. O banho de imersão
recupera as microlesões musculares com muita rapidez, portanto, além de
diminuir as dores, o corredor retoma o ritmo com mais facilidade, tem
maior disposição para treinar no dia seguinte ou para a próxima prova.
Esse
processo deve ser feito por 4 a 6 minutos, uma vez que a área de
aplicação do frio é muito grande e há o risco de falta de circulação
sanguínea local. Por isso, mesmo que a imersão não tenha atingido ainda 4
minutos, se o atleta achar que a dor é intensa ou não esteja mais
agüentando, interrompa imediatamente o processo.
Alguns
especialistas condenam o banho de imersão, alegando que não há nenhuma
evidência científica que comprove a eficácia deste procedimento. Afirmam
que a reorganização muscular é necessária para a adaptação ao
condicionamento físico e para o desenvolvimento da resistência e da
força muscular; portanto, interromper este processo com o uso do gelo
não seria adequado.
NA PREVENÇÃO DE LESÕES.
Pelo mesmo motivo da indicação para a dor muscular tardia, acredita-se
que compressas de gelo ou banho de imersão praticado com freqüência após
a prática esportiva previnem lesões musculares causadas por intensa
atividade. A rápida recuperação das microlesões prepara a musculatura,
ligamentos e tendões para esforços posteriores.
Essa
técnica também é indicada caso o corredor tenha uma lesão muscular,
tendínea, articular ou uma cirurgia antiga, mesmo que não doa durante ou
após a corrida. Ter o hábito de fazer compressas de gelo no local após a
atividade esportiva pode evitar que a lesão volte a inflamar.
O
gelo se aplicado de forma breve (passar rapidamente sobre a pele)
estimula a contração muscular. Mas, após alguns minutos de aplicação,
causa uma diminuição do impulso nervoso, da sensibilidade (anestesia) e
da circulação sanguínea local. Portanto, diminui as contrações
musculares, sendo muito usado até para facilitar o alongamento ou
diminuir a contratura muscular. Por isso, para alcançar o efeito
antiinflamatório, analgésico e relaxamento muscular, a compressa deve
ser feita de 10 minutos a 15 minutos, no máximo.
COMO APLICAR O GELO?
- Dever ser feito em repouso, de preferência deitado.
- Sempre que possível aplique o gelo em torno de toda articulação, fazendo uma pequena compressão; isso é importante para diminuir o edema.
- Quando a lesão for aguda, pode-se aplicar imediatamente após o trauma por um período de até 20 minutos, e repetir este processo quantas vezes julgar necessário. Mas atenção: entre uma aplicação de outra deve-se respeitar o intervalo de no mínimo 2 horas.
- Em lesões crônicas, compressas de 15 minutos, 3 vezes ao dia, ou após a atividade física. De preferência após o banho ou espere o corpo "esfriar" um pouco.
- Não coloque o gelo diretamente sobre a pele, uma proteção (como um pano) deve ser usada, mesmo em bolsas de gel.
- O spray de gelo deve ser utilizado a uma distância de 20 cm, e três jatos seguidos. (ver instruções do fabricante).
- Após atividade física, mergulhar as pernas em um tanque com água gelada (durante 6 minutos no máximo).
- Cuidado: não fazer a compressa antes de dormir e pegar no sono com o gelo; a queimadura é grave!
CALOR E CALOR ÚMIDO
O
calor é uma modalidade terapêutica muito usada na fisioterapia,
utilizado sempre em lesões crônicas. Melhora a elasticidade dos tecidos,
permitindo melhor movimentação da articulação, principalmente em casos
de rigidez pós-operatória.
Os recursos
fisioterapêuticos permitem aplicação do calor profundo, atingindo
tendões, músculos e articulações sem o risco de lesar a pele (se usados
corretamente). Os mais comuns são ultra-som e ondas-curtas.
Em
casa, o calor também pode ser usado com segurança. Caso utilize bolsas
quentes, cuidado para não aplicar em regiões anestesiadas, feridas com
sangramento, áreas com tumores, sobre os testículos, e sobre o abdômen
de gestantes. A temperatura deve ser suportável, a aplicação pode ser
feita de 15 a 20 minutos, diariamente.
A
limitação do uso do calor é que atinge apenas camadas superficiais do
tecido. O aumento da temperatura é quase que restrito à pele e regiões
mais superficiais. Dificilmente atinge tendões e músculos mais
profundos.
O calor úmido vem sendo muito estudado
porque consegue atingir camadas mais profundas, uma grande vantagem
sobre o calor seco. Este método pode ser aplicado por compressas de
toalhas úmidas e quentes. Troque a toalha à medida que for esfriando e
faça a compressa por 20 minutos. A fisioterapia usa a parafina ou o
infravermelho com uma toalha molhada para a aplicação de calor úmido.
Corredores
que sofrem de dores ou lesões crônicas podem utilizar o calor antes da
atividade esportiva para aumentar a elasticidade dos tecidos, diminuir a
rigidez das articulações, aumentar a circulação sanguínea local,
auxiliar no relaxamento e alongamento muscular. Não se deve aplicar
calor após o exercício físico.
USANDO O GELO E O CALOR
O
contraste é uma técnica na qual são alternadas compressas quentes com
compressas frias. Essa alternância de vasodilatação e vasoconstrição
facilita muito a drenagem do edema. Geralmente, inicia-se pela aplicação
do calor, sendo este seguido pela aplicação da compressa fria, mas se
estiver ainda muito inchado, pode iniciar e terminar com o frio. Esta
modalidade é muito eficaz para extremidades (mãos, punhos, tornozelos,
pés) locais mais difíceis de tratamento do edema.
Separe
dois baldes ou bacias, em uma coloque água com pedras de gelo, na outra
coloque água morna do chuveiro (temperatura suportável pela pele).
Mergulhe a mão (ou pé) no recipiente com água morna e deixe 3 minutos,
imediatamente depois mergulhe no recipiente com água fria por 1 minuto, e
volte para a água quente. Repita esta operação até somar um total de 30
minutos. Este processo pode ser feito diariamente.
O
banho de contraste mostra-se eficaz para o tratamento de inchaço
(edemas localizados), mas é pouco eficiente
Dor Muscular Tardia- 2 PARTE
Fadiga muscular e a dor muscular tardia
Na fisiologia do exercício, defini-se como fadiga
muscular o declínio na capacidade de gerar tensão muscular com a
estimulação repetida
Indicar um único agente causador da fadiga muscular seria imprudente e incompleto. Dada a complexidade da geração de energia dentro da célula muscular, temos inúmeros fatores que afetam o desempenho muscular e consequentemente levam à fadiga do músculo.
Quatro sítios de localização podem ser os produtores (ou responsáveis) pela -geração- da fadiga:
No sistema nervoso central ocorre o comando de todas as atividades voluntárias realizadas pela musculatura. Recentemente o conceito de fadiga central tem sido cada vez mais aceito e valorizado. Por mecanismos ainda não bem definidos, o cérebro agiria, de forma inconsciente, como fator limitante nas atividades físicas extenuantes. Esse comando, para que movimentos musculares sejam interrompidos, seria uma forma de evitar lesões em músculos e até mesmo em outros órgãos como o coração, já que essas estruturas estariam perto do limite da sua produção energética. Ao ultrapassar essa capacidade máxima de produzir energia, esses músculos e órgãos estariam correndo um grande risco de lesão. Esse limite teria sido percebido por neurônios sensores que distribuídos por esses órgãos informam ao comando central (cérebro) através de impulsos elétricos. O sistema nervoso periférico é o responsável por essa sensibilidade e pela transmissão de impulsos tanto para a produção de atividade muscular quanto para sua parada.
A junção neuromuscular é o local de transição entre o nervo periférico e as células musculares produtoras de movimento. Existem várias substâncias nessa junção que intermediam os comandos que foram emitidos pelo cérebro e chegaram até o músculo através dos nervos periféricos. Ao chegar na junção esse impulso elétrico libera substâncias (como a serotonina) que são responsáveis pelo estímulo de contração realizado pelas fibras musculares. Ao ocorrer esse estímulo a célula muscular utiliza suas reservas de geração de energia e busca na corrente sanguínea uma suplementação desses substratos (carbohidrato, gorduras e proteínas).
Assim sendo, podemos considerar que a fadiga é produzida por vários fatores que têm relação com as exigências específicas do exercício que a produziu. Por exemplo: em um exercício sub-máximo prolongado a diminuição dos estoques de glicogênio muscular leva a incapacidade do músculo em produzir sua contração. Por maior que seja a oferta de oxigênio à essa célula, ela não conseguirá produzir energia na ausência de seu principal substrato. Já nos exercícios de alta intensidade e curta duração a principal causa da -falência- muscular e consequente interrupção do exercício se dá pela falta de oxigênio e um aumento drástico na concentração de ácido láctico. Nesse caso também ocorre uma depleção rápida das reservas energéticas de -consumo imediato- existentes dentro da célula (compostos principalmente por fosfato e aminoácidos específicos - conhecidos como sistema ATP-CP).
Prevenção da fadiga muscular
Por melhor que seja feita, essa prevenção, não impedirá que, mais cedo ou mais tarde, o indivíduo tenha redução na capacidade de contração muscular. São fundamentais para essa prevenção:
Seu tratamento consiste em repouso, calor local, exercícios de alongamento, massagens e se necessário a ingestão de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
fonte: Drs. Sérgio Dias Reis e Rogério Neves, médicos fisiologistas do SportsLab
O QUE FAZER EM CADA SITUAÇÃO
1- Cãibras musculares
Banho de imersão, massagem com gelo, (após atividade física), calor
2- Dor muscular após a atividade física
Compressa de gelo ou banho de imersão
Banho de imersão, massagem com gelo, (após atividade física), calor
2- Dor muscular após a atividade física
Compressa de gelo ou banho de imersão
3-Lesão aguda
Compressa de gelo
4- Lesão crônica
Gelo ou calor
5- Lesão crônica muito inchada
Contraste ou compressa com gelo
Compressa de gelo
4- Lesão crônica
Gelo ou calor
5- Lesão crônica muito inchada
Contraste ou compressa com gelo
6- Espasmos musculares
Compressas com gelo ou banho de imersão (após atividade física), calor
Compressas com gelo ou banho de imersão (após atividade física), calor
7- Espasmos musculares, câibras durante a corrida (ter certeza que não houve lesão)
Massagem com gelo (contestável)
Massagem com gelo (contestável)
8- Relaxamento muscular
(grandes áreas)
Calor, calor úmido
9- Dores musculares crônicas em grandes áreas do corpo
Calor, calor úmido (não realizar após a atividade física).
10- Rigidez articular
Calor, calor úmido ou compressa de gelo
(grandes áreas)
Calor, calor úmido
9- Dores musculares crônicas em grandes áreas do corpo
Calor, calor úmido (não realizar após a atividade física).
10- Rigidez articular
Calor, calor úmido ou compressa de gelo
11- Dores em regiões cervical, lombar (coluna) crônicas
Calor, calor úmido
12- Dores/ lesões articulares, tendíneas e ligamentares agudas (entorses)
Compressas de gelo
13-Dores / lesões articulares, tendíneas e ligamentares crônicas
Compressas de gelo, calor ou calor úmido
Calor, calor úmido
12- Dores/ lesões articulares, tendíneas e ligamentares agudas (entorses)
Compressas de gelo
13-Dores / lesões articulares, tendíneas e ligamentares crônicas
Compressas de gelo, calor ou calor úmido
fonte: EVELISE ZAIDAN
postado: luciano sousa
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