TUDO SOBRE A CARNITINA E A L-CARNITINA
O que é - Para que serve - Como funciona -
L-carnitina e exercícios
Efeitos Colaterais - Benefícios - Emagrece - Onde comprar
|
O que é CARNITINA e L-CARNITINA?
O nutriente L-carnitina
é utilizado por quem pretende melhorar o
condicionamento físico rapidamente. Ao mesmo tempo
ajuda o corpo a produzir mais energia e a fazê-lo
perder peso, enquanto aumenta as defesas
imunológicas, desenvolve as faculdades mentais e
baixa os níveis de colesterol e triglicerídeos.
A carnitina é um nutriente
sintetizado de um aminoácido essencial, a lisina,
estando presente em todas as mitocôndrias do corpo.
A carnitina age através da queima de gordura na mitocôndria, gerando energia para o funcionamento dos músculos. Sem carnitina suficiente a gordura não entra na mitocôndria e pode retornar ao sangue como forma de triglicerídeos. |
Este composto tem recebido atenção por ser um dos
responsáveis pela oxidação lipídica, de modo que tem
sido vendido como um suplemento alimentar. Para que
os ácidos gordos de cadeia longa atravessem a
membrana mitocondrial para serem oxidados, há o
auxílio da carnitina-palmitoil transferase, cuja
concentração pode ser manipulada pela suplementação
de carnitina.
A L-carnitina é uma
substância natural, produzida pelo corpo, mas, pode
também ser consumida através de cápsulas, líquidos ou
alimentos, já que é encontrada na proteína animal.
Normalmente os vegetarianos não consomem este nutriente, o que faz com que precisem de maiores quantidades de L-carnitina do que os que consomem proteínas animais.
Normalmente os vegetarianos não consomem este nutriente, o que faz com que precisem de maiores quantidades de L-carnitina do que os que consomem proteínas animais.
Em indivíduos deficientes de carnitina,
sua suplementação é de grande importância. A interrupção
das funções normais da carnitina leva a hepatite, ao
aumento da gordura muscular e afeta os sintomas
neurológicos.
Carnitina é armazenada nos músculos esqueléticos onde
ela é necessária para transformar os ácidos graxos em
energia para atividades musculares.
L-carnitina é uma substância que desempenha um papel
importante no metabolismo da gordura, transportando os
ácidos gordos de cadeia longa, para a mitocôndria (fonte
energética das células), contribuindo assim para a
combustão da gordura. O metabolismo das gorduras nas
células musculares, pode ser melhorado com a ajuda
adequada de carnitina, desta forma a energia retida pelo
músculo é também aumentada.
|
Carnitina é produzida pelo organismo em pequenas
quantidades. Esta pode ser armazenada pelo organismo
através da maior parte do tecido muscular. Através de
uma dieta balanceada são absorvidas entre 50 e 100mg de
carnitina diárias. A fonte mais rica em carnitina é a
carne (especialmente a carne de carneiro). Em dietas
vegetarianas, são encontradas pequenas quantidades de
carnitina.
A L-carnitina é uma substância, presente nos tecidos musculares dos mamíferos. Foi descoberta em 1905 por cientistas russos, tendo sido denominada de carnitina por derivar do Latim caro, carnis (carne). Gulewitsch e Krimberg observaram que esta substância era essencial para o funcionamento das células musculares e, desde então, foram efetuado inúmeros estudos até que em 1932 foi estabelecida a estrutura química da L-carnitina. |
Durante muito
tempo foi erroneamente considerada um aminoácido, mas
devido ao fato de transformar os alimentos em energia,
os pesquisadores equiparam-na antes às vitaminas do
grupo B. No entanto, contrariamente ao que sucede com as
vitaminas, a L-carnitina pode ser sintetizada pelo
organismo, mas sempre em pequenas quantidades.
Contudo, para que o nosso corpo a possa produzir, é essencial a presença de outros nutrientes: são eles a lisina, a metionina, a niacina, a vitamina B6, vitamina C e o ferro.
A L-carnitina pode ser obtida na dieta através da carne (principalmente vermelha) e seus derivados e também dos produtos lácteos. Uma alimentação equilibrada fornece diariamente cerca de 50mg de L-carnitina, mas a quantidade recomendada para que se possa usufruir dos benefícios deste nutriente é de cerca de 250 a 500mg.
No entanto, apesar do nosso organismo conseguir sintetizar este nutriente e do ingerirmos na nossa alimentação, são muitos os casos em que existe uma carência de L-carnitina. Assim, para além dos vegetarianos, existem estados de deficiência como por exemplo, o exercício físico extenuante, a obesidade, a gravidez, a infertilidade masculina, crianças em fase de crescimento.
Algumas doenças também contribuem para a diminuição dos níveis de L-carnitina: doenças do coração, gordura no sangue, cirrose, hipotiroidismo, entre outras. Desta forma, pode justificar-se a suplementação em alguns casos. Só a partir da década de 80 é que a L-carnitina começou a ser produzida em grandes quantidades e a preços acessíveis, devido a processos revolucionários em que a matéria prima utilizada não era a carne.
Contudo, para que o nosso corpo a possa produzir, é essencial a presença de outros nutrientes: são eles a lisina, a metionina, a niacina, a vitamina B6, vitamina C e o ferro.
A L-carnitina pode ser obtida na dieta através da carne (principalmente vermelha) e seus derivados e também dos produtos lácteos. Uma alimentação equilibrada fornece diariamente cerca de 50mg de L-carnitina, mas a quantidade recomendada para que se possa usufruir dos benefícios deste nutriente é de cerca de 250 a 500mg.
No entanto, apesar do nosso organismo conseguir sintetizar este nutriente e do ingerirmos na nossa alimentação, são muitos os casos em que existe uma carência de L-carnitina. Assim, para além dos vegetarianos, existem estados de deficiência como por exemplo, o exercício físico extenuante, a obesidade, a gravidez, a infertilidade masculina, crianças em fase de crescimento.
Algumas doenças também contribuem para a diminuição dos níveis de L-carnitina: doenças do coração, gordura no sangue, cirrose, hipotiroidismo, entre outras. Desta forma, pode justificar-se a suplementação em alguns casos. Só a partir da década de 80 é que a L-carnitina começou a ser produzida em grandes quantidades e a preços acessíveis, devido a processos revolucionários em que a matéria prima utilizada não era a carne.
Tipos de carnitina
Além da L-carnitina, existe também a
D-carnitina. O "L" significa que a orientação da rotação
das moléculas é para a esquerda, enquanto o “D”
significa que possui rotação para a direita (dextro
molécula). Mudando a posição de rotação das moléculas,
mudam as propriedades químicas. Ao contrário da
L-carnitina, a D-carnitina não é recomendada para o
consumo humano e não está presente nos alimentos.
Existem várias formas derivadas da L-carnitina, sendo que as mais conhecidas e estudadas são a Acetyl L-carnitina e a L-carnitina Tartrato.
A Acetyl L-carnitina é uma forma de L-carnitina mais facilmente absorvida no fluxo sanguíneo do que L-carnitina normal. A Acetyl L-carnitina passa mais eficazmente através das membranas celulares e chega em maior quantidade às mitocôndrias das células, o lugar onde a energia é produzida.
A L-carnitina Tartrato é outra forma de L-carnitina igualmente bem estudada e com resultados comprovados.
Um estudo norte-americano publicado no Journal Strength Conditioning Research revelou que a suplementação com L-carnitina Tartrato melhorou o consumo de oxigênio pelos tecidos nos músculos do antebraço e nos da coxa durante a execução dos exercícios de musculação.
A L-carnitina Tartrato reduziu ainda os marcadores da agressão muscular, causada pelos radicais livres, que surgem em maior quantidade depois de sessões intensas de exercício físico.
Existem várias formas derivadas da L-carnitina, sendo que as mais conhecidas e estudadas são a Acetyl L-carnitina e a L-carnitina Tartrato.
A Acetyl L-carnitina é uma forma de L-carnitina mais facilmente absorvida no fluxo sanguíneo do que L-carnitina normal. A Acetyl L-carnitina passa mais eficazmente através das membranas celulares e chega em maior quantidade às mitocôndrias das células, o lugar onde a energia é produzida.
A L-carnitina Tartrato é outra forma de L-carnitina igualmente bem estudada e com resultados comprovados.
Um estudo norte-americano publicado no Journal Strength Conditioning Research revelou que a suplementação com L-carnitina Tartrato melhorou o consumo de oxigênio pelos tecidos nos músculos do antebraço e nos da coxa durante a execução dos exercícios de musculação.
A L-carnitina Tartrato reduziu ainda os marcadores da agressão muscular, causada pelos radicais livres, que surgem em maior quantidade depois de sessões intensas de exercício físico.
Beneficios da
L-carnitina para a nossa Saúde
De um modo geral, a abundante energia que
a carnitina ajuda a criar é benéfica a vários níveis.
Como atua diretamente nos tecidos musculares, este
nutriente é utilizado por desportistas porque ajuda a
aumentar a resistência, a aliviar a fadiga física e
mental, a promover o desenvolvimento da massa muscular,
bem como ainda a recuperar de lesões. A carnitina não é
tóxica, não causa dependência nem constitui doping, pelo
que são já muitos os atletas profissionais que a ela
recorrem.
A carnitina é uma amina quaternária (3-hidroxi-4-N-trimetilamino-butirato),
é sintetizada no organismo (fígado, rins e cérebro) a
partir de dois aminoácidos essenciais: lisina e
metionina, exigindo para sua síntese a presença de
ferro, ácido ascórbico, niacina e vitamina B6.
Tem função fundamental na geração de energia pela
célula, pois age nas reações transferidoras de ácidos
graxos livres do citosol para mitocôndrias, facilitando
sua oxidação e geração de adenosina Trifosfato.
A nível do coração a L-carnitina ajuda a aumentar o rendimento cardíaco, a contração do miocárdio, a produção de ATP e a resistência do coração ao exercício físico. Ajuda também a diminuir o ritmo cardíaco em situações de stress e, provavelmente, a gravidade do enfarte cardíaco e os sintomas de insuficiência cardíaca e angina de peito. A L-carnitina atua ainda a nível dos triglicérides, aumentando os níveis de HDL (colesterol bom).
Este nutriente é também utilizado em dietas de emagrecimento em combinação com uma dieta pobre um hidratos de carbono, pois ajuda a promover a perda de peso ao transformar os depósitos de gordura acumulados em energia, protegendo ao mesmo tempo o organismo das substâncias nocivas que se libertam durante este processo.
No que diz respeito à saúde do cérebro a L-carnitina pode ajudar a retardar o envelhecimento dos células cerebrais. É útil também para promover a concentração, a memória e as capacidades de aprendizagem. (A nível cerebral, a Acetil-L-carnitina – uma forma de L-carnitina – revela-se mais eficaz, pois tem a capacidade de penetrar nas células cerebrais mais facilmente).
A L-carnitina é ainda útil a nível hepático, promovendo um melhor funcionamento do fígado ao aumentar a síntese proteica. Ajuda também a reduzir os problemas de fígado gordo. Este suplemento pode ainda ajudar a melhorar a vitalidade e quantidade do esperma, contribuindo, desta forma, em casos de infertilidade masculina.
Pelo exposto, a L-carnitina é um suplemento que pode ser utilizado por um grande número de pessoas, beneficiando as situações específicas referidas e sendo ainda útil em casos de falta de energia, de stress, na gravidez e amamentação ou ajudando pessoas saudáveis a manter-se em forma.
Para além da L-carnitina em cápsulas ou comprimidos (cerca de 250 a 500mg diários), pode ainda optar por bebidas, tônicos e xaropes que incluam este nutriente.
A nível do coração a L-carnitina ajuda a aumentar o rendimento cardíaco, a contração do miocárdio, a produção de ATP e a resistência do coração ao exercício físico. Ajuda também a diminuir o ritmo cardíaco em situações de stress e, provavelmente, a gravidade do enfarte cardíaco e os sintomas de insuficiência cardíaca e angina de peito. A L-carnitina atua ainda a nível dos triglicérides, aumentando os níveis de HDL (colesterol bom).
Este nutriente é também utilizado em dietas de emagrecimento em combinação com uma dieta pobre um hidratos de carbono, pois ajuda a promover a perda de peso ao transformar os depósitos de gordura acumulados em energia, protegendo ao mesmo tempo o organismo das substâncias nocivas que se libertam durante este processo.
No que diz respeito à saúde do cérebro a L-carnitina pode ajudar a retardar o envelhecimento dos células cerebrais. É útil também para promover a concentração, a memória e as capacidades de aprendizagem. (A nível cerebral, a Acetil-L-carnitina – uma forma de L-carnitina – revela-se mais eficaz, pois tem a capacidade de penetrar nas células cerebrais mais facilmente).
A L-carnitina é ainda útil a nível hepático, promovendo um melhor funcionamento do fígado ao aumentar a síntese proteica. Ajuda também a reduzir os problemas de fígado gordo. Este suplemento pode ainda ajudar a melhorar a vitalidade e quantidade do esperma, contribuindo, desta forma, em casos de infertilidade masculina.
Pelo exposto, a L-carnitina é um suplemento que pode ser utilizado por um grande número de pessoas, beneficiando as situações específicas referidas e sendo ainda útil em casos de falta de energia, de stress, na gravidez e amamentação ou ajudando pessoas saudáveis a manter-se em forma.
Para além da L-carnitina em cápsulas ou comprimidos (cerca de 250 a 500mg diários), pode ainda optar por bebidas, tônicos e xaropes que incluam este nutriente.
Usos Clínicos recomendados da L-carnitina
Doenças
cardiovasculares
Pelo papel energético no mecanismo contrátil das células musculares cardíacas e regulador da concentração de ésteres de acil-CoA no miocárdio, a carnitina tem sido um importante coadjuvante no tratamento de afecções cardiovasculares.
Isquemia do miocárdio: angina, infarto agudo do miocárdio (IAM) e insuficiência cardíaca
Em estudos clínicos e experimentais, observou-se que a isquemia cardíaca ocasiona rápida depleção de carnitina. Tal depleção, associada ao acúmulo de ésteres de acilcarnitina no miocárdio, pode levar a danos na membrana das células cardíacas e prejuízos na atividade elétrica e contrátil do coração. Com o fluxo sangüíneo reduzido, o processo de produção de energia é limitado.
É possível que a carnitina exógena exerça efeitos benéficos sobre a função cardíaca, prevenindo acúmulo de produtos tóxicos e reduções importantes no conteúdo intracelular de carnitina no miocárdio durante os episódios isquêmicos. Assim, reduziria prejuízos na liberação de fosfatos de alta energia através do aumento da oxidação mitocondrial de ácidos graxos no coração, resultando na diminuição do dano ao miocárdio.
Além de melhoras significativas no desempenho físico de pacientes com angina, alguns estudos demonstraram efeitos positivos na função cardíaca de pacientes suplementados com L-carnitina.
Um estudo dos efeitos da suplementação durante doze meses em 472 pacientes (239 com placebo e 233 suplementados) pós-infarto agudo do miocárdio, verificou que o grupo que recebeu a L-carnitina teve menor dilatação ventricular esquerda; tal dilatação pode ser considerada um preditor de eventos cardíacos futuros. Uma das falhas apontadas pelos autores do estudo foi a falta de dosagens dos níveis séricos e urinários de carnitina, embora rápida depleção tecidual e sérica e aumento da excreção urinária tenham sido demonstrados em estudos semelhantes.
O infarto agudo do miocárdio, provocado também pela redução do suprimento sanguíneo ao coração, pode levar à insuficiência cardíaca, associada a defeitos na membrana sarcoplasmática do órgão.
Nesse sentido, verificaram efeitos positivos da administração de L-propionil-carnitina na proteção da membrana sarcoplasmática das células miocárdicas, melhorando a insuficiência cardíaca de ratos após quatro semanas de tratamento. Os efeitos benéficos observados foram atribuídos às propriedades antioxidantes da carnitina.
Doença arterial periférica
A doença arterial periférica (DAP) é uma manifestação comum da aterosclerose que atinge a aorta e seus ramos, afetando aproximadamente 12% da população geral e 20% dos indivíduos idosos. Tem forte associação com outras doenças cardiovasculares e, por esse motivo, pacientes com DAP apresentam risco cardiovascular similar aos portadores de doença arterial coronariana.
Nesses pacientes, o fluxo sangüíneo arterial é reduzido e incapaz de atender a demanda metabólica dos músculos em atividade, resultando em isquemia e sintomas como claudicação intermitente (dores nas coxas, nádegas e panturrilhas ao caminhar). Com isso, há prejuízo no desempenho em exercícios físicos e, dependendo da extensão da doença, na capacidade de realizar tarefas cotidianas.
Além do fluxo limitado, podem ocorrer anormalidades histológicas, neurais e metabólicas nos músculos esqueléticos desses pacientes. Terapias que influenciam no metabolismo muscular podem ser, portanto, efetivas para a melhora do desempenho.
Na doença arterial periférica, são também observadas alterações nas concentrações de produtos do metabolismo oxidativo, incluindo acilcarnitinas. Além disso, há redução de carnitina livre. Assim sendo, a suplementação de L-carnitina poderia ser benéfica, uma vez que é um agente metabólico capaz de aumentar a disponibilidade local de substratos produtores de energia.
Estudos envolvendo a suplementação oral de L-carnitina e L-propionil-carnitina demonstraram melhora significativa do consumo máximo de oxigênio, da distância máxima percorrida e do tempo de caminhada em indivíduos portadores de doença arterial periférica com diferentes graus de condicionamento quando comparados aos controles.
Além da melhora no desempenho da atividade física, o aumento da força muscular também é observado em indivíduos portadores de DAP depois de quatro semanas de suplementação (2g/dia) com propionil-L-carnitina.
Estudos compararam o efeito da Propionil-L-carnitina (500mg-3x/dia) com a Pentoxifilina (400mg-3x/dia) em pacientes com claudicação intermitente e observaram que a L-carnitina é bem tolerada, promove melhora dos sintomas de claudicação intermitente e aumento da distância máxima percorrida; embora os benefícios tenham sido observados apenas nos pacientes com prejuízos severos da capacidade funcional.
A extensão e a variabilidade nas respostas dos grupos placebos têm sido a maior dificuldade dos estudos que avaliam os efeitos da suplementação sobre a capacidade física dos indivíduos. Em geral, os efeitos positivos observados também nesse grupo são atribuídos à repetição das tarefas motoras nos testes físicos (efeito do treinamento) e motivação dos indivíduos em relação à avaliação.
Doenças renais
A doença renal em estágio final (EFDR) pode reduzir consideravelmente a capacidade funcional, qualidade e expectativa de vida dos pacientes. Nesse estágio, os pacientes podem necessitar, além do tratamento dietético, de diálise ou transplante renal.
Embora as concentrações de diversos componentes (eletrólitos e não-eletrólitos) no plasma e no líquido de diálise sejam suficientes para repor o necessário e eliminar os excessos, esse tipo de tratamento pode levar a perdas de alguns nutrientes importantes para o organismo, como as proteínas e, particularmente, a carnitina.
Em condições normais, os rins reabsorvem completamente a carnitina livre, sendo as perdas urinárias na forma de éster de carnitina e acilcarnitinas. Ao contrário, perdas de ambas (carnitina e acilcarnitinas) durante sessões de diálise levam a quedas acentuadas na concentração plasmática (aproximadamente 80%), sendo compensadas por meio da liberação de carnitina pelos músculos que, com o tempo, também se tornam depletados.
Existe uma correlação negativa entre tempo de diálise e concentração de carnitina livre no organismo. Alguns pacientes particularmente submetidos à hemodiálise por longos períodos também podem desenvolver deficiência de carnitina por outras causas, como: redução da ingestão de carnitina ou dos aminoácidos precursores (lisina e metionina), má absorção intestinal, capacidade de síntese renal reduzida, transporte alterado, redução das atividades de enzimas do sistema carnitina e aumento das necessidades.
A carnitina é um importante co-fator no metabolismo intermediário. Assim, a redução das concentrações no organismo pode levar a sérios distúrbios celulares, incluindo prejuízos na oxidação de ácidos graxos e na produção energética, piora do perfil lipídico, acúmulo de produtos tóxicos do metabolismo de gorduras e inibição de algumas enzimas da via metabólica.
Essas anormalidades metabólicas podem causar alterações clínicas importantes como: fraqueza muscular e miopatia, perda de proteína corporal e caquexia, resistência insulínica e intolerância à glicose, anormalidades do metabolismo lipídico, anemia refratária ao tratamento com eritropoetina, cardiomiopatia e sintomas intradialíticos (cãibras, hipotensão e arritmia cardíaca).
Em geral, pacientes com função cardíaca e pulmonar normais submetidos à hemodiálise apresentam redução do consumo máximo de oxigênio e da capacidade funcional, sugerindo defeitos no suprimento de oxigênio e energia muscular, possivelmente relacionados a baixas concentrações de carnitina.
Alguns estudos sugerem que a suplementação de carnitina na EFDR possa repor a carnitina perdida, reequilibrando o pool de carnitina na corrente sangüínea e, mais lentamente, nos músculos.
A suplementação de carnitina poderia melhorar o perfil hematológico de pacientes em hemodiálise pelo aumento do hematócrito e redução da utilização de eritropoetina; melhora da capacidade de exercício por aumentar ou manter a capacidade aeróbia e hipertrofia muscular; redução da ocorrência de cãibras28; redução da percepção de fadiga e aumento da sensação de bem-estar e da qualidade de vida.
A melhora do perfil lipídico pela redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos e o aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) foram documentados em alguns casos, embora os resultados ainda não sejam uniformes em virtude da variabilidade de protocolos de suplementação empregados nos estudos.
O Consenso Europeu sobre estado nutricional de pacientes submetidos à hemodiálise propõe que mais estudos sejam realizados em relação à suplementação de carnitina.
Em 2000, pesquisadores da Fundação Nacional do Rim (EUA) desenvolveram um guia clínico prático para o tratamento de pacientes urêmicos crônicos. No que se refere à suplementação de carnitina, os autores sugerem que poderia ser recomendada em situações em que os pacientes em diálise não respondem às terapias convencionais; ou seja, quando existem cãibras musculares persistentes, hipotensão durante a diálise, falta de energia que afeta a qualidade de vida, miopatias, cardiomiopatia e anemia, mesmo com altas doses de eritropoetina.
O perfil plasmático de carnitina poderia ser utilizado como um guia, sendo que níveis subnormais de carnitina livre e uma razão elevada de acilcarnitina/carnitina livre (>0,6) poderiam indicar a necessidade de suplementação. Nesses casos, doses de carnitina (aproximadamente 20mg/kg de peso corporal) são recomendadas após cada sessão de diálise. A maioria dos estudos com pacientes submetidos à hemodiálise utilizam doses entre 5 e 100mg/kg administradas por via intravenosa, oral ou diálise.
Em função da baixa disponibilidade da carnitina oral (5%-18%) e da falta de adesão ao tratamento pelos pacientes, há preferência pela administração intravenosa.
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
O uso da terapia anti-retroviral, mais comumente dos inibidores de protease, está relacionado à síndrome da lipodistrofia, dislipidemias, adiposidade central e resistência insulínica em pacientes com AIDS, tornando-os sujeitos a complicações cardiovasculares prematuras.
Para controle dos distúrbios lipídicos, tem sido proposto o uso das vastatinas (hipolipemiantes), embora sua aplicação esteja relacionada à toxidade hepática. A L-carnitina facilita o transporte de ácidos graxos através da membrana mitocondrial para oxidação e pode melhorar as irregularidades no metabolismo lipídico de pacientes com AIDS, em substituição ao uso de vastatinas. Concentrações séricas e musculares de carnitina são freqüentemente baixas nos indivíduos com HIV, devido à maior excreção renal, sepse, hipermetabolismo, efeito de citocinas, enteropatias, má absorção, dieta deficiente, ação de antibióticos e medicamentos anti-retrovirais. Além disso, a perda de tecido adiposo aumenta a liberação de ácidos graxos, necessitando maior quantidade de carnitina para oxidação lipídica. Nesse sentido, a depleção de carnitina no sangue, nos tecidos periféricos e nas células mononucleares poderia ser um fator agravante dos distúrbios no metabolismo lipídico e das irregularidades na produção de citocinas (principal fator na progressão dos prejuízos das funções imunológicas), freqüentemente observados nos pacientes em uso de terapia anti-retroviral. Irregularidades na produção de citocinas também estão associadas ao distúrbio lipídico, sendo a principal citocina envolvida o fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) que se encontra elevado na AIDS e provoca aumento de triglicérides pela inibição da lipase lipoprotéica, diminuindo a depuração dos quilomícrons e VLDL plasmáticos.
O tratamento com L-carnitina pode resultar em redução dos níveis de triglicerídeos plasmáticos por meio da modulação da ação do fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) .
Algumas vezes, pacientes infectados apresentam níveis séricos normais de carnitina. No entanto, esses níveis são significativamente menores nas células mononucleares quando comparados aos indivíduos saudáveis. Esse fato pode estar relacionado ao grau de apoptose nas células. Outro mecanismo envolvido na depleção das células T seria uma maior produção de ceramida, proteína que age como mediador endógeno de apoptose em algumas linhas celulares e provoca aumento na replicação do HIV-1. A suplementação de carnitina tem se mostrado efetiva na redução dos níveis de ceramida e, conseqüentemente, da apoptose celular. Como os lipídeos são necessários para a proliferação de linfócitos e produção de citocinas, o aumento da função imune e a correção dos níveis de linfócitos pela suplementação de L-carnitina podem ser observados em indivíduos imunodeprimidos portadores de HIV. No entanto, embora a carnitina possa ser benéfica em indíviduos infectados pelo HIV-1 ou AIDS, seu uso ainda não é preconizado pela Sociedade Internacional de AIDS.
Neuropatia diabética
Provavelmente, o principal mecanismo envolvido na patogênese da neuropatia periférica seria o aumento anormal da atividade da aldose redutase (enzima que converte glicose em sorbitol e frutose). Existe também a relação com anormalidades microvasculares que provocam diminuição do fluxo sangüíneo e hipóxia neural, alteração do metabolismo de ácidos graxos, estresse oxidativo e diminuição de fatores de crescimento para os neurônios e células Schwann. A redução da disponibilidade de grupos acetil, necessários para síntese de estruturas fosfolipídicas, também está relacionada ao desenvolvimento da neuropatia diabética. Assim, pacientes com deficiência de acetil-L-carnitina podem apresentar danos na bainha de mielina. Avaliando a eficácia entre placebo, acetil-L-carnitina (ALC) e propionil-L-carnitina (PC) (500mg/kg/dia) durante dois meses, estudiosos verificaram que a suplementação em ratos proporcionou efeitos significativos sobre a prevenção da disfunção neural em relação ao grupo placebo, sem diferenças significativas entre os derivados da carnitina (ALC e PC). Os efeitos benéficos da carnitina observados neste estudo foram relacionados ao aumento do fluxo sangüíneo provocado pela inibição da aldose redutase, ação antioxidante, transporte de ácidos graxos essenciais e da aminoguanidina. No entanto, os resultados devem ser analisados com cautela, pois os testes foram realizados com animais, o que dificulta a extrapolação para seres humanos.
O diagnóstico da polineuropatia diabética é feito principalmente por meio de exames clínicos e estudos de condução nervosa.
De Grandis & Minardi realizaram um estudo com 294 pacientes portadores de neuropatia diabética. A utilização de acetil-L-carnitina (2g/dia) durante um ano nesses pacientes promoveu aumento significativo nos parâmetros eletrofisiológicos (velocidade de condução neural) e importante diminuição dos sintomas de dor decorrentes da neuropatia. De acordo com os autores, a L-carnitina poderia ser um fator protetor importante na neuropatia desenvolvida em indivíduos diabéticos, aumentando a perfusão endoneural, e estimulando a regeneração das fibras nervosas. Nesse estudo, os efeitos da suplementação de acetil-L-carnitina foram observados apenas nos indivíduos com algum sintoma clínico, como a dor.
Estudos mostram que em muitos casos L-carnitina emagrece
Saiba um pouco mais como atua a L-carnitina no
emagrecimento:Pelo papel energético no mecanismo contrátil das células musculares cardíacas e regulador da concentração de ésteres de acil-CoA no miocárdio, a carnitina tem sido um importante coadjuvante no tratamento de afecções cardiovasculares.
Isquemia do miocárdio: angina, infarto agudo do miocárdio (IAM) e insuficiência cardíaca
Em estudos clínicos e experimentais, observou-se que a isquemia cardíaca ocasiona rápida depleção de carnitina. Tal depleção, associada ao acúmulo de ésteres de acilcarnitina no miocárdio, pode levar a danos na membrana das células cardíacas e prejuízos na atividade elétrica e contrátil do coração. Com o fluxo sangüíneo reduzido, o processo de produção de energia é limitado.
É possível que a carnitina exógena exerça efeitos benéficos sobre a função cardíaca, prevenindo acúmulo de produtos tóxicos e reduções importantes no conteúdo intracelular de carnitina no miocárdio durante os episódios isquêmicos. Assim, reduziria prejuízos na liberação de fosfatos de alta energia através do aumento da oxidação mitocondrial de ácidos graxos no coração, resultando na diminuição do dano ao miocárdio.
Além de melhoras significativas no desempenho físico de pacientes com angina, alguns estudos demonstraram efeitos positivos na função cardíaca de pacientes suplementados com L-carnitina.
Um estudo dos efeitos da suplementação durante doze meses em 472 pacientes (239 com placebo e 233 suplementados) pós-infarto agudo do miocárdio, verificou que o grupo que recebeu a L-carnitina teve menor dilatação ventricular esquerda; tal dilatação pode ser considerada um preditor de eventos cardíacos futuros. Uma das falhas apontadas pelos autores do estudo foi a falta de dosagens dos níveis séricos e urinários de carnitina, embora rápida depleção tecidual e sérica e aumento da excreção urinária tenham sido demonstrados em estudos semelhantes.
O infarto agudo do miocárdio, provocado também pela redução do suprimento sanguíneo ao coração, pode levar à insuficiência cardíaca, associada a defeitos na membrana sarcoplasmática do órgão.
Nesse sentido, verificaram efeitos positivos da administração de L-propionil-carnitina na proteção da membrana sarcoplasmática das células miocárdicas, melhorando a insuficiência cardíaca de ratos após quatro semanas de tratamento. Os efeitos benéficos observados foram atribuídos às propriedades antioxidantes da carnitina.
Doença arterial periférica
A doença arterial periférica (DAP) é uma manifestação comum da aterosclerose que atinge a aorta e seus ramos, afetando aproximadamente 12% da população geral e 20% dos indivíduos idosos. Tem forte associação com outras doenças cardiovasculares e, por esse motivo, pacientes com DAP apresentam risco cardiovascular similar aos portadores de doença arterial coronariana.
Nesses pacientes, o fluxo sangüíneo arterial é reduzido e incapaz de atender a demanda metabólica dos músculos em atividade, resultando em isquemia e sintomas como claudicação intermitente (dores nas coxas, nádegas e panturrilhas ao caminhar). Com isso, há prejuízo no desempenho em exercícios físicos e, dependendo da extensão da doença, na capacidade de realizar tarefas cotidianas.
Além do fluxo limitado, podem ocorrer anormalidades histológicas, neurais e metabólicas nos músculos esqueléticos desses pacientes. Terapias que influenciam no metabolismo muscular podem ser, portanto, efetivas para a melhora do desempenho.
Na doença arterial periférica, são também observadas alterações nas concentrações de produtos do metabolismo oxidativo, incluindo acilcarnitinas. Além disso, há redução de carnitina livre. Assim sendo, a suplementação de L-carnitina poderia ser benéfica, uma vez que é um agente metabólico capaz de aumentar a disponibilidade local de substratos produtores de energia.
Estudos envolvendo a suplementação oral de L-carnitina e L-propionil-carnitina demonstraram melhora significativa do consumo máximo de oxigênio, da distância máxima percorrida e do tempo de caminhada em indivíduos portadores de doença arterial periférica com diferentes graus de condicionamento quando comparados aos controles.
Além da melhora no desempenho da atividade física, o aumento da força muscular também é observado em indivíduos portadores de DAP depois de quatro semanas de suplementação (2g/dia) com propionil-L-carnitina.
Estudos compararam o efeito da Propionil-L-carnitina (500mg-3x/dia) com a Pentoxifilina (400mg-3x/dia) em pacientes com claudicação intermitente e observaram que a L-carnitina é bem tolerada, promove melhora dos sintomas de claudicação intermitente e aumento da distância máxima percorrida; embora os benefícios tenham sido observados apenas nos pacientes com prejuízos severos da capacidade funcional.
A extensão e a variabilidade nas respostas dos grupos placebos têm sido a maior dificuldade dos estudos que avaliam os efeitos da suplementação sobre a capacidade física dos indivíduos. Em geral, os efeitos positivos observados também nesse grupo são atribuídos à repetição das tarefas motoras nos testes físicos (efeito do treinamento) e motivação dos indivíduos em relação à avaliação.
Doenças renais
A doença renal em estágio final (EFDR) pode reduzir consideravelmente a capacidade funcional, qualidade e expectativa de vida dos pacientes. Nesse estágio, os pacientes podem necessitar, além do tratamento dietético, de diálise ou transplante renal.
Embora as concentrações de diversos componentes (eletrólitos e não-eletrólitos) no plasma e no líquido de diálise sejam suficientes para repor o necessário e eliminar os excessos, esse tipo de tratamento pode levar a perdas de alguns nutrientes importantes para o organismo, como as proteínas e, particularmente, a carnitina.
Em condições normais, os rins reabsorvem completamente a carnitina livre, sendo as perdas urinárias na forma de éster de carnitina e acilcarnitinas. Ao contrário, perdas de ambas (carnitina e acilcarnitinas) durante sessões de diálise levam a quedas acentuadas na concentração plasmática (aproximadamente 80%), sendo compensadas por meio da liberação de carnitina pelos músculos que, com o tempo, também se tornam depletados.
Existe uma correlação negativa entre tempo de diálise e concentração de carnitina livre no organismo. Alguns pacientes particularmente submetidos à hemodiálise por longos períodos também podem desenvolver deficiência de carnitina por outras causas, como: redução da ingestão de carnitina ou dos aminoácidos precursores (lisina e metionina), má absorção intestinal, capacidade de síntese renal reduzida, transporte alterado, redução das atividades de enzimas do sistema carnitina e aumento das necessidades.
A carnitina é um importante co-fator no metabolismo intermediário. Assim, a redução das concentrações no organismo pode levar a sérios distúrbios celulares, incluindo prejuízos na oxidação de ácidos graxos e na produção energética, piora do perfil lipídico, acúmulo de produtos tóxicos do metabolismo de gorduras e inibição de algumas enzimas da via metabólica.
Essas anormalidades metabólicas podem causar alterações clínicas importantes como: fraqueza muscular e miopatia, perda de proteína corporal e caquexia, resistência insulínica e intolerância à glicose, anormalidades do metabolismo lipídico, anemia refratária ao tratamento com eritropoetina, cardiomiopatia e sintomas intradialíticos (cãibras, hipotensão e arritmia cardíaca).
Em geral, pacientes com função cardíaca e pulmonar normais submetidos à hemodiálise apresentam redução do consumo máximo de oxigênio e da capacidade funcional, sugerindo defeitos no suprimento de oxigênio e energia muscular, possivelmente relacionados a baixas concentrações de carnitina.
Alguns estudos sugerem que a suplementação de carnitina na EFDR possa repor a carnitina perdida, reequilibrando o pool de carnitina na corrente sangüínea e, mais lentamente, nos músculos.
A suplementação de carnitina poderia melhorar o perfil hematológico de pacientes em hemodiálise pelo aumento do hematócrito e redução da utilização de eritropoetina; melhora da capacidade de exercício por aumentar ou manter a capacidade aeróbia e hipertrofia muscular; redução da ocorrência de cãibras28; redução da percepção de fadiga e aumento da sensação de bem-estar e da qualidade de vida.
A melhora do perfil lipídico pela redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos e o aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) foram documentados em alguns casos, embora os resultados ainda não sejam uniformes em virtude da variabilidade de protocolos de suplementação empregados nos estudos.
O Consenso Europeu sobre estado nutricional de pacientes submetidos à hemodiálise propõe que mais estudos sejam realizados em relação à suplementação de carnitina.
Em 2000, pesquisadores da Fundação Nacional do Rim (EUA) desenvolveram um guia clínico prático para o tratamento de pacientes urêmicos crônicos. No que se refere à suplementação de carnitina, os autores sugerem que poderia ser recomendada em situações em que os pacientes em diálise não respondem às terapias convencionais; ou seja, quando existem cãibras musculares persistentes, hipotensão durante a diálise, falta de energia que afeta a qualidade de vida, miopatias, cardiomiopatia e anemia, mesmo com altas doses de eritropoetina.
O perfil plasmático de carnitina poderia ser utilizado como um guia, sendo que níveis subnormais de carnitina livre e uma razão elevada de acilcarnitina/carnitina livre (>0,6) poderiam indicar a necessidade de suplementação. Nesses casos, doses de carnitina (aproximadamente 20mg/kg de peso corporal) são recomendadas após cada sessão de diálise. A maioria dos estudos com pacientes submetidos à hemodiálise utilizam doses entre 5 e 100mg/kg administradas por via intravenosa, oral ou diálise.
Em função da baixa disponibilidade da carnitina oral (5%-18%) e da falta de adesão ao tratamento pelos pacientes, há preferência pela administração intravenosa.
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
O uso da terapia anti-retroviral, mais comumente dos inibidores de protease, está relacionado à síndrome da lipodistrofia, dislipidemias, adiposidade central e resistência insulínica em pacientes com AIDS, tornando-os sujeitos a complicações cardiovasculares prematuras.
Para controle dos distúrbios lipídicos, tem sido proposto o uso das vastatinas (hipolipemiantes), embora sua aplicação esteja relacionada à toxidade hepática. A L-carnitina facilita o transporte de ácidos graxos através da membrana mitocondrial para oxidação e pode melhorar as irregularidades no metabolismo lipídico de pacientes com AIDS, em substituição ao uso de vastatinas. Concentrações séricas e musculares de carnitina são freqüentemente baixas nos indivíduos com HIV, devido à maior excreção renal, sepse, hipermetabolismo, efeito de citocinas, enteropatias, má absorção, dieta deficiente, ação de antibióticos e medicamentos anti-retrovirais. Além disso, a perda de tecido adiposo aumenta a liberação de ácidos graxos, necessitando maior quantidade de carnitina para oxidação lipídica. Nesse sentido, a depleção de carnitina no sangue, nos tecidos periféricos e nas células mononucleares poderia ser um fator agravante dos distúrbios no metabolismo lipídico e das irregularidades na produção de citocinas (principal fator na progressão dos prejuízos das funções imunológicas), freqüentemente observados nos pacientes em uso de terapia anti-retroviral. Irregularidades na produção de citocinas também estão associadas ao distúrbio lipídico, sendo a principal citocina envolvida o fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) que se encontra elevado na AIDS e provoca aumento de triglicérides pela inibição da lipase lipoprotéica, diminuindo a depuração dos quilomícrons e VLDL plasmáticos.
O tratamento com L-carnitina pode resultar em redução dos níveis de triglicerídeos plasmáticos por meio da modulação da ação do fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) .
Algumas vezes, pacientes infectados apresentam níveis séricos normais de carnitina. No entanto, esses níveis são significativamente menores nas células mononucleares quando comparados aos indivíduos saudáveis. Esse fato pode estar relacionado ao grau de apoptose nas células. Outro mecanismo envolvido na depleção das células T seria uma maior produção de ceramida, proteína que age como mediador endógeno de apoptose em algumas linhas celulares e provoca aumento na replicação do HIV-1. A suplementação de carnitina tem se mostrado efetiva na redução dos níveis de ceramida e, conseqüentemente, da apoptose celular. Como os lipídeos são necessários para a proliferação de linfócitos e produção de citocinas, o aumento da função imune e a correção dos níveis de linfócitos pela suplementação de L-carnitina podem ser observados em indivíduos imunodeprimidos portadores de HIV. No entanto, embora a carnitina possa ser benéfica em indíviduos infectados pelo HIV-1 ou AIDS, seu uso ainda não é preconizado pela Sociedade Internacional de AIDS.
Neuropatia diabética
Provavelmente, o principal mecanismo envolvido na patogênese da neuropatia periférica seria o aumento anormal da atividade da aldose redutase (enzima que converte glicose em sorbitol e frutose). Existe também a relação com anormalidades microvasculares que provocam diminuição do fluxo sangüíneo e hipóxia neural, alteração do metabolismo de ácidos graxos, estresse oxidativo e diminuição de fatores de crescimento para os neurônios e células Schwann. A redução da disponibilidade de grupos acetil, necessários para síntese de estruturas fosfolipídicas, também está relacionada ao desenvolvimento da neuropatia diabética. Assim, pacientes com deficiência de acetil-L-carnitina podem apresentar danos na bainha de mielina. Avaliando a eficácia entre placebo, acetil-L-carnitina (ALC) e propionil-L-carnitina (PC) (500mg/kg/dia) durante dois meses, estudiosos verificaram que a suplementação em ratos proporcionou efeitos significativos sobre a prevenção da disfunção neural em relação ao grupo placebo, sem diferenças significativas entre os derivados da carnitina (ALC e PC). Os efeitos benéficos da carnitina observados neste estudo foram relacionados ao aumento do fluxo sangüíneo provocado pela inibição da aldose redutase, ação antioxidante, transporte de ácidos graxos essenciais e da aminoguanidina. No entanto, os resultados devem ser analisados com cautela, pois os testes foram realizados com animais, o que dificulta a extrapolação para seres humanos.
O diagnóstico da polineuropatia diabética é feito principalmente por meio de exames clínicos e estudos de condução nervosa.
De Grandis & Minardi realizaram um estudo com 294 pacientes portadores de neuropatia diabética. A utilização de acetil-L-carnitina (2g/dia) durante um ano nesses pacientes promoveu aumento significativo nos parâmetros eletrofisiológicos (velocidade de condução neural) e importante diminuição dos sintomas de dor decorrentes da neuropatia. De acordo com os autores, a L-carnitina poderia ser um fator protetor importante na neuropatia desenvolvida em indivíduos diabéticos, aumentando a perfusão endoneural, e estimulando a regeneração das fibras nervosas. Nesse estudo, os efeitos da suplementação de acetil-L-carnitina foram observados apenas nos indivíduos com algum sintoma clínico, como a dor.
Estudos mostram que em muitos casos L-carnitina emagrece
# A gordura em excesso, além de configurar como um problema estético, traz diversas consequências negativas à saúde;
# O tecido adiposo é o maior reservatório de energia do corpo humano, armazenada sob forma de gordura no interior das células;
# A mitocôndria é uma organela encontrada nas células responsável pela respiração celular e conversão de diversas substâncias em energia, assim, sem carnitina a gordura não atravessa a membrana mitocondrial e precisa sofrer reações enzimáticas para atingir seu local de oxidação;
# É neste momento que a L- carnitina realiza as reações enzimáticas e faz o transporte das gorduras para dentro da mitocôndria;
# Dentro da mitocôndria, a L-carnitina estimula a oxidação (geração de ATP- Energia) e aumenta o fluxo metabólico do ciclo de Krebs;
# A L-carnitina age na queima de gordura dentro da mitocôndria, gerando energia para o funcionamento dos músculos durane os exercícios.
L-carnitina e exercícios
A
carnitina transporta ácidos graxos de cadeia longa para
o interior da mitocôndria, produzindo energia através da
-oxidação. Teoricamente, o maior catabolismo de
lipídios pouparia o glicogênio muscular, assim atletas
envolvidos em atividades de longa duração poderiam
adotar a carnitina como um recurso ergogênico.
A Suplementação de
carnitina por 28 dias demonstrou
aumentar em 14% o tempo de exercício até a exaustão em
ratos sedentários e em 30,3% em ratos treinados,
considerando que o programa de exercícios moderados
somente foi responsável pelo aumento de 18% nesta
variável. Observou também que as fibras musculares
oxidativas tipo 1 presentes no sóleo elevaram a oxidação
de ácidos graxos e diminuíram a oxidação de
glicose depois da suplementação de carnitina.
|
A suplementação de
carnitina demonstrou elevar a
oxidação no músculo esquelético por um mecanismo que
inclui elevação do conteúdo total de carnitina dentro da
mitocôndria do músculo sóleo e do conteúdo de
aciL-carnitina. Este aumento da concentração de
aciL-carnitina foi acompanhado por um aumento de CoA
livre, possibilitando assim um maior fluxo no ciclo de
Krebs pela ação da piruvato desidrogenase e 2-oxaglutarato
desidrogenase entre outros passos no metabolismo
celular, sendo que os melhores resultados na
suplementação de 3 semanas com carnitina foram melhores
em ratos treinados.
carnitina e acilcarnitina têm sido propostos como agentes terapêuticos no aprimoramento da capacidade desportiva por melhorar a oxidação de ácidos graxos, reduzindo a formação intramitocondrial de acetil coenzima A (CoA), o qual pode ser deletério para a função celular15 e mantendo alta a atividade da desidrogenase pirúvica. Estudos com suplementação de carnitina em atletas engajados em programas de treinamento por períodos de 1 a 6 meses (Tabela 1) demonstram prevenir o decréscimo da carnitina muscular induzida pelo treinamento e também aumento da atividade muscular de enzimas digestivas, incluindo a desidrogenase pirúvica e enzimas da cadeia transportadora de elétrons.
carnitina e acilcarnitina têm sido propostos como agentes terapêuticos no aprimoramento da capacidade desportiva por melhorar a oxidação de ácidos graxos, reduzindo a formação intramitocondrial de acetil coenzima A (CoA), o qual pode ser deletério para a função celular15 e mantendo alta a atividade da desidrogenase pirúvica. Estudos com suplementação de carnitina em atletas engajados em programas de treinamento por períodos de 1 a 6 meses (Tabela 1) demonstram prevenir o decréscimo da carnitina muscular induzida pelo treinamento e também aumento da atividade muscular de enzimas digestivas, incluindo a desidrogenase pirúvica e enzimas da cadeia transportadora de elétrons.
Estudos têm demonstrado o uso clínico da
carnitina em
situações de hipóxia muscular, afecções
cardiovasculares e pacientes em hemodiálise. Nestes
estudos, potencializou-se significativamente o
desempenho do exercício, junto com a melhora do
desempenho cardíaco, capacidade de trabalho total e
retardando o aparecimento da dor resultante do esforço e
reduzindo níveis sanguíneos de lipídeos. A Tabela 1
apresenta um resumo sobre estudos que avaliaram a
influencia da carnitina no desempenho desportivo.
Em resumo, a suplementação
de carnitina por período superior a 28 dias com doses de
1 a 6g/dia demonstrou melhorar a capacidade de utilizar
os lipídios como fonte de energia durante exercícios
aeróbicos (>60% do VO2 máx) em indivíduos
treinados. A carnitina representa uma adição recente aos
compostos com capacidades ergogênicas documentadas.
Carnitina e
L-carnitina: Contra-indicações e efeitos colaterais
A L-carnitina é um metabólito essencial
envolvido no transporte dos ácidos graxos de cadeia
longa, do citosol para a matriz mitocondrial, onde
ocorre a ß-oxidação, ou seja, a oxidação dos ácidos
graxos, com produção de energia.
Vários trabalhos foram publicados na literatura esportiva abordando o efeito ergogênico da L-carnitina, visando à melhora do desempenho, já que a mesma pode aumentar a oxidação de ácidos graxos, diminuir as taxas de depleção do glicogênio muscular, e aumentar a resistência à fadiga muscular. Porém, a utilização de L-carnitina por longos períodos em indivíduos saudáveis não treinados não mostrou melhora do desempenho físico.
Parece lógico supor que a suplementação de L-carnitina deva ser utilizada preferencialmente em indivíduos com composição corporal adequada, especialmente no que se refere à reserva adiposa, já que a substância estimula a utilização de gorduras como substrato. Segundo a Anvisa, não se deve utilizar mais do que 2g diários de L-carnitina. Acima dessas doses ela pode provocar sintomas como náusea, diarréia e vomito. É importante consumir apenas os produtos de L-carnitina comercilizados com registro na ANVISA (comprovadamente sem outros componentes esteróides que possam causar maiores danos ao organismo).
Vários trabalhos foram publicados na literatura esportiva abordando o efeito ergogênico da L-carnitina, visando à melhora do desempenho, já que a mesma pode aumentar a oxidação de ácidos graxos, diminuir as taxas de depleção do glicogênio muscular, e aumentar a resistência à fadiga muscular. Porém, a utilização de L-carnitina por longos períodos em indivíduos saudáveis não treinados não mostrou melhora do desempenho físico.
Parece lógico supor que a suplementação de L-carnitina deva ser utilizada preferencialmente em indivíduos com composição corporal adequada, especialmente no que se refere à reserva adiposa, já que a substância estimula a utilização de gorduras como substrato. Segundo a Anvisa, não se deve utilizar mais do que 2g diários de L-carnitina. Acima dessas doses ela pode provocar sintomas como náusea, diarréia e vomito. É importante consumir apenas os produtos de L-carnitina comercilizados com registro na ANVISA (comprovadamente sem outros componentes esteróides que possam causar maiores danos ao organismo).
A L-carnitina é encontrada
a venda em cápsulas, barras, líquidos ou
alimentos. Normalmente é comercializada em lojas de
Suplementos Esportivos tanto no Brasil quanto no
exterior. Apesar de muito utilizada a alguns anos em
outros países, a L-carnitina foi liberada pela ANVISA
para venda no Brasil somente no início de 2012.
email:lucianofisiol@gmail.com
facebook:lucianosousa lucianosousa